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quinta-feira, 10 de abril de 2014

10 de abril: Santo Ezequiel, o Profeta

10 DE ABRIL

SANTO EZEQUIEL

Profeta




Ezequiel (hebr. “Yehezq’el” = “Deus é forte”, ou “Deus dá força”) era filho do sacerdote Buzi. Ele próprio foi sacerdote em Jerusalém, o que se comprova pela linguagem de que se serve e pela atitude que tomou quanto ao culto. Deve ter nascido em 620 a.C., em Jerusalém, na época do rei Josias. A sua mulher faleceu subitamente antes da destruição da cidade de Jerusalém (Janeiro de 586). Em 597, por altura da primeira deportação, foi para a Babilônia com a família, tendo-se instalado em Tel-Aviv. Ali se situa a sua visão do carro do trono de Deus com a sua glória, no quinto ano da deportação do rei Joaquim, ou seja, em 592. É então que sente a vocação para profeta, quando contava cerca de 30 anos de idade (1,1-28; 2,1-7). A sua atividade profética na Babilônia dura cerca de vinte anos (1,2; 29,17), sendo a última profecia do ano 570. 

Ezequiel era de família sacerdotal, filho de Buzi, o sacerdote. Ele mesmo foi sacerdote. Os sacerdotes iniciavam seu serviço no templo aos trinta anos. Mas, no ano em que Ezequiel fez trinta anos, ele se encontrava no cativeiro babilônico, a cerca de 1100 quilômetros distante do templo de Jerusalém. O profeta viveu entre os exilados, sua profecia foi formulada em meio às pessoas deportadas para as terras estranhas da Babilônia.

Ezequiel era um homem de amplos conhecimentos, não somente das tradições de sua nação, mas também de assuntos internacionais e da história. Sua familiaridade com tópicos gerais de cultura, desde a construção de navios até a literatura, é igualmente espantosa. Era dotado de grande intelecto e tinha capacidade de compreender questões de amplo alcance. Seu estilo é impessoal, mas em alguns trechos é apaixonante e bastante transparente (Caps. 16 e 23).

Na sua segunda vinda a Jerusalém (598-597), Nabucodonosor deportou para a Babilônia o rei Joaquim e a família real, junto com outros dez mil membros da elite (2 Reis 24.12-14). Ezequiel estava entre eles. Era contemporâneo do profeta Jeremias, porém, mais jovem. Enquanto Jeremias profetizava em Jerusalém, Ezequiel anunciava a Palavra do Senhor aos que estavam cativos na Babilônia, junto ao rio Quebar. Era conhecido de Daniel, mas não se sabe se mantinha relações mais próximas com ele (14.20; 28.3). Ezequiel era casado, mas, sua esposa morreu durante o cativeiro (24.15-18).


Se o profeta tinha trinta anos quando começou seu ministério (1.1), e essa data corresponde ao quinto ano de exílio do rei Joaquim (1.2-3), então Ezequiel tinha por volta de vinte e seis anos quando foi levado cativo. A última data registrada no livro (26 de abril de 571 a.C., em 29.17) demonstra que o ministério de Ezequiel compreendeu pelo menos vinte e três anos. As circunstâncias de sua morte são desconhecidas. Pouco se sabe de sua vida antes do chamado para o ministério profético. Seu nome significa “Deus dá força”, o que lembra sua obra de conforto e incentivo aos exilados.

Como o livro de Ezequiel contém mais datas que qualquer outro livro profético do Antigo Testamento, suas profecias podem ser datadas com considerável precisão. Doze das treze datas especificam ocasiões em que Ezequiel recebeu uma mensagem divina. A outra é a data da chegada do mensageiro que relatou a queda de Jerusalém (33.21).

Tendo recebido o chamado de Deus em julho de 593 a.C., Ezequiel continuou no exercício da vocação por 22 anos, sendo o último oráculo recebido em abril de 571 a.C. (29.17). Se o trigésimo ano citado no capítulo 1 e versículo 1 refere-se à idade de Ezequiel por ocasião do chamado, sua carreira profética excedeu em dois anos o período normal de serviço sacerdotal (Nm 4.3). Seu período de atividade coincide com o momento tenebroso de Jerusalém e antecede em 7 anos a sua destruição, em 586 a.C., continuando por mais 15 anos após essa data. 







LIVRO DE EZEQUIEL


CONTEXTO E AUTOR
VISÃO DE EXEQUIEL
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As condições em que viviam os exilados deviam ser muito difíceis. Muitos foram condenados a trabalhos forçados. A principal colônia foi a de Tel-Aviv, junto ao rio Eufrates, mais precisamente nas margens do Cabar (1,1.3; 3,15). À sua frente estavam os anciãos (8,1; 14,1; 20,1). Mas o sofrimento interior dos exilados era muito grande por se encontrarem longe da pátria, de Jerusalém e do Templo. O Salmo 137 é uma autêntica balada dos exilados, traduzindo a amargura e a saudade do povo, a quem os carcereiros pediam “cânticos de alegria” (Sl 137,3).

A tentação da dúvida e do desespero ameaçava profundamente a sua alma. Muitos terão pensado: o nosso Deus abandonou o seu povo; os deuses pagãos levaram a melhor sobre o Deus de Israel! De facto, os Babilônios cantavam vitória: o deus Marduk triunfara. Ali, em terras da Mesopotâmia, o culto das divindades pagãs devia exercer sobre os Judeus uma forte impressão. Além disso, a feitiçaria e a adivinhação eram uma tentação constante para eles (13,17-23; Jr 29,8).

Outra ideia que o profeta refuta é esta: a sorte dos que ficaram em Jerusalém não é melhor do que a dos exilados em 597. Os primeiros julgavam-se «a carne na marmita» (11,3) e julgavam ter direito aos haveres dos seus compatriotas desterrados (11,15; 33,24). O profeta promete que estes hão-de regressar à pátria, onde recomeçarão uma vida nova (11,17-20).

Ezequiel mostra um interesse muito particular por tudo o que diz respeito ao sacerdócio, pois ele mesmo era sacerdote (1,3). O templo constitui o objeto das suas preocupações constantes; o primeiro fora profanado pelos ritos impuros (cap. 38) e, por isso, a glória de Deus o deixou; o segundo é descrito com muitos pormenores nos últimos capítulos. Deus voltará a habitar nele e a sua glória o cobrirá. Refere-se ao papel dos sacerdotes, às festas, ao calendário religioso (cap. 44-46).

A sua mentalidade sacerdotal revela-se ainda na insistência com que fala da Lei, das infrações que Israel cometeu, ao longo da História (20) e das impurezas legais (4,14; 44,7); na preocupação em distinguir entre o sagrado e o profano (45,1-6; 48,9-10); no cuidado em regular os casos de direito e de moral; no tom casuístico dos seus ensinamentos (18); na semelhança inegável que há entre as expressões mais típicas da sua mensagem e a linguagem do Código de Santidade (Lv 17-26). A sua obra enquadra-se na corrente sacerdotal, como a de Jeremias se enquadra na “deuteronomista.”

Porque foi constituído «guarda da casa de Israel» (3,17; 33,7), o profeta sente-se responsável pela salvação de cada um dos seus compatriotas (3,16-21; 33,1-2; 20). A ele se dirigem os anciãos, desejosos de obter uma resposta para os seus problemas (8,1; 14,1; 20,1). Insurge-se com veemência contra os falsos profetas e profetisas (13,10.18-19), e contra aqueles que fazem correr ditos enganadores e provocam a confusão entre o povo (8,12; 9,9; 11,15; 12; 22; 18,2.25.29; 33,17.20.24).

Uma das questões que mais tem preocupado os intérpretes do livro de Ezequiel é o lugar onde o profeta desenvolveu a sua atividade: teria sido só na Babilônia ou só em Jerusalém, ou na Babilónia e em Jerusalém? A hipótese tradicional diz que foi só na Babilónia; e ainda hoje parece a mais viável. Longe da pátria, nas margens do rio Cabar, após a deportação de 597, recebe a vocação profética, anuncia a ruína de Jerusalém e do seu templo e profetiza a futura restauração de Israel. É daí que se dirige aos habitantes de Jerusalém, insistindo com frequência na catástrofe iminente da cidade santa. O seu pensamento está constantemente em Jerusalém; numa das visões, é mesmo conduzido em espírito até lá, onde contempla o culto idolátrico praticado no santuário e assiste ao incêndio da cidade (ver 8-11). Certas passagens, como 11,24-25 mostram bem que ele se encontra no Exílio.


O LIVRO


O livro de Ezequiel não foi escrito de uma só vez. Certas passagens, como os duplicados, quebram a sua unidade: o carro de Deus é referido duas vezes, no cap. 1 e 10; a missão do profeta como «guarda do povo» é apresentada em 3,17-21 e em 33,1-9; alguns pormenores sobre o pecado e o castigo encontram-se em 18,21-32 e em 33,10-20; a restauração do povo aparece em 11,16-21 e em 36,16-28. É, pois, de admitir a existência de um redator posterior, que reviu a obra e lhe deu o último retoque. Mas não é fácil distinguir, sempre, o que pertence ao autor profeta e o que pertence a este redator.

Também se notam alguns aditamentos: por ex., 2,1-3,9 foi introduzido no meio da visão do rio Cabar; 11,1-21 interrompe o nexo entre 10,22 e 11,12.

Ezequiel manifesta mais do que uma vez que o autor foi um homem de ação: a dirigir-se frequentemente aos seus ouvintes (8,1; 14,1.2; 20,1.2), a dialogar com as pessoas (12,9; 24,19-20; 33,10.17-20), a realizar ações simbólicas diante delas (4,1-5,4; 12,1-14; etc.).



Pesquisa na web.

Leia mais sobre o livro: http://www.capuchinhos.org/biblia/index.php?title=Ezequiel.

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