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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

A Virgindade Perpétua de Maria Santíssima


Virgindade de Maria antes, 

durante e depois do parto


Dia 2 de fevereiro são comemoradas a Festa de Nossa Senhora da Candelária, quando se abençoam as velas, a Festa da Apresentação do Menino Jesus no Templo e a Festa da Purificação da Virgem. Vamos falar desta última festa, ou melhor deste assunto. 

Tendo nascido sem pecado originalDogma da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, declarado em 8 de dezembro de 1854 pelo Papa Pio IX, através da bula “Ineffabilis Deus” – a Virgem Maria não precisava purificar-se após o parto, mas o fez em obediência à lei e para não causar escândalo desnecessário. 

Além de ter nascido sem pecado original, Nossa Senhora foi Virgem antes, durante e depois do parto.  

A Virgindade perpétua da Mãe de Deus também é Dogma de fé, e foi definido pelo Primeiro Concílio de Latrão (649) e confirmado pelo Terceiro Concílio de Constantinopla (680), e está incluído no Credo Niceno-Constantinopolitano: “se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem”, e no Símbolo dos Apóstolos: “nasceu de Maria Virgem”, que rezamos diariamente do Rosário. 

Quero falar disso porque chegou a meu conhecimento que há católicos, e católicos da Tradição, que andam propalando uma blasfêmia contra a Virgindade Perpétua de Nossa Senhora. Segundo esses blasfemadores hereges, Nossa Senhora (1) teve as dores do parto e (2) teve parto comum, como toda mulher, e depois do parto, magicamente, voltou a ser virgem. SIC!


1. As dores do parto. 

a. Gênesis 3,16: “À mulher, ele declarou: ‘Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez; com sofrimento você dará à luz filhos’.” Ou seja, as dores do parto são consequência do pecado original

A Virgem Maria nasceu sem pecado original (Dogma). Logo, não teve as dores do parto. Não é suficiente?... Vejamos então o que diz o profeta Isaías:

b. Isaías (66, 7): “Antes que tivesse dor de parto, deu à luz; antes que chegasse o tempo do parto, deu à luz um filho varão”. E quem não sabe que Isaías falava aqui do nascimento virginal de Nosso Senhor Jesus Cristo? 


2. Parto virginal. 

a. Ainda Isaías (7,14): “Pois por isso o mesmo Senhor vos dará este sinal: Eis que a virgem CONCEBEU e DÁ À LUZ um filho, e o chama Emanuel”. E São Mateus (1,23): “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho”.  

A verdade teológica da Virgindade Perpétua de Maria Santíssima não se limita ao período ANTERIOR ao parto, uma vez que, como afirmado em Latrão, Maria foi Virgem SEMPRE, isto é, ANTES, DURANTE e DEPOIS do parto. E esta verdade está confirmada em Isaías 7,14, como vimos acima. E o que é “dar à luz” senão o próprio parto? 

b. “Uma Virgem só poderia conceber a um Deus, e um Deus só poderia nascer de uma Virgem”, disse São Bernardo de Claraval, resumindo o Dogma da Virgindade Perpétua de Maria Santíssima. 

E este ponto da Doutrina Católica – Virgindade Perpétua de Maria – não está aberto a discussões porque é DOGMA DE FÉ, definido pelo Papa São Martinho I, como vimos acima, no Primeiro Concílio de Latrão, em 649, atendendo aos desejos de toda a Cristandade: “Se alguém não confessa, em conformidade com os santos Padres, que a Santa Mãe de Deus e sempre Virgem e Imaculada Maria, propriamente e segundo a verdade, concebeu do Espírito Santo, sem cooperação viril, ao mesmo Verbo de Deus, que desde todos os séculos nasceu de Deus Padre, e Ela incorruptivelmente O engendrou, permanecendo indissolúvel sua virgindade, antes como depois do parto, SEJA ANÁTEMA” (D 256). Para quem não sabe, está cláusula de “anátema” significa que quem “não concorda” está excomungado, é um herege. E eu acrescento: um imbecil. 

E como se deu, então, o parto virginal de Maria? Sendo mistério, não há palavras que descrevam matematicamente, mas podemos meditar as inspiradas palavras do Frei Vicente Contenson: “Assim como a luz do sol banha o cristal sem rompê-lo e com impalpável sutileza atravessa sua solidez, e não o rompe quando penetra, nem quando sai o destrói, assim o Verbo de Deus, esplendor do Pai, entrou na virginal morada e dali saiu, fechado o claustro virginal, porque a pureza de Maria é um limpíssimo espelho que nem se quebra pelo reflexo da luz, nem é ferido por seus raios” (“Theologia mentis et corporis”. Paris, Ed. Vivés, 1875, p. 291), timidamente ilustradas pela imagem acima, de um vitral da Imaculada Conceição atravessado pelos raios de sol. 


3. Maria Virgem também depois do parto. 

Desnecessário falar da Virgindade de Maria DEPOIS do parto até o fim de seus dias, mas como há sempre um ignorante “achando” alguma coisa sobre assuntos que nunca estudou, vamos falar disso também. 

E aqui vem à baila a questão dos “irmãos” de Jesus, tão cara aos protestantes, aos quais parece repugnar a ideia de que a Mãe de todo um Deus pudesse ser “sempre Virgem” (embora seus carros carreguem adesivos dizendo “o meu deus é deus do impossível”. O deus deles consegue o impossível de fazê-los adquirir um carro mais ou menos, mas não consegue que a Mãe d'Ele seja sempre Virgem... Que deus minúsculo o deles...). Mas nem me demorarei nesta questão porque já está sobejamente refutada. 

Ao invés disso, trarei à colação mais uma vez o teólogo por excelência, São Tomás de Aquino, que criou uma longa e detalhada defesa teológica desse dogma e afirmou que a negação da Virgindade Perpétua de Maria é derrogatória para a perfeição de Cristo, um insulto ao Espírito Santo e uma afronta à dignidade da Mãe de Deus, e, como prova do absurdo contido na ideia de uma virgindade ANTES e DURANTE, mas não DEPOIS do parto, diz: “Seria ofensivo à perfeição de Cristo, que pela natureza divina é o Filho unigênito e absolutamente perfeito do Pai (Jo 1,14; Heb 7,28), e convinha, assim, que fosse também Filho unigênito da Mãe, como seu fruto perfeitíssimo. […] De maneira que absolutamente temos de afirmar que a Mãe de Deus, assim como concebeu e deu à luz a Jesus sendo virgem, assim também permaneceu sempre virgem depois do parto”. E, ainda mostrando a razão de conveniência da Virgindade de Maria DURANTE o parto, afirmou: “convinha que não lesasse a honra da Mãe o que havia mandado honrar aos pais”.  

Portanto, antes de se achar no direito de falar de assuntos tão sublimes mesmo não tendo conhecimento pleno ou razoável do tema, é melhor SE CALAR para não falar bobagem ou não blasfemar incorrendo em excomunhão

Giulia d'Amore

   

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