14 DE AGOSTO
800 Mártires de Otranto
Mártires de minha terra, rogai por nós!
Nossa Senhora na Capela dos Mártires, Igreja de Santa Caterina a Formiello, Otranto |
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Em 1480, a Itália se preparava para celebrar a Festa da Assunção com liturgias espetaculares, procissões e, claro, banquetes. Com a exceção de Otranto, uma pequena cidade da Puglia, na costa do Adriático, onde 800 homens ofereceram suas vidas a Cristo. Eles foram os Mártires de Otranto. Poucas semanas antes, a frota turca atracara em Otranto. Sua chegada era temida há muitos anos. Desde a queda de Constantinopla, em 1454, era apenas uma questão de tempo até que os turcos otomanos invadissem a Europa. Otranto está mais próxima do lado leste do Adriático controlado pelos Otomanos. São Francisco de Paula reconheceu o perigo iminente para a cidade e seus cidadãos cristãos e pediu reforços para proteger Otranto. Ele predisse: “Ó, cidadãos infelizes, quantos cadáveres vejo cobrindo as ruas? Quanto sangue cristão vejo entre vocês?” A 28 de julho de 1480, 18.000 soldados turcos invadiram o porto de Otranto. Eles ofereceram condições de rendição aos cidadãos, na esperança de ganhar sem resistência este primeiro ponto de apoio na Itália e completar a conquista da costa adriática.
O sultão Mehmed II havia dito ao Papa Sisto IV que levaria seu cavalo para comer sobre o túmulo de São Pedro.
Monumento aos heróis e muralhas de Otranto |
O exército de invasores arrombou a porta da Catedral e com a posterior violência contra mulheres, crianças e o Arcebispo – que foi decapitado no altar – chocou a península italiana. Os turcos tinham tomado a cidade, destruído casas, escravizado o povo e transformado a Catedral em mesquita. Cerca de 14.000 pessoas morreram na tomada de Otranto, na maior parte seus próprios cidadãos, mas um pequeno grupo de 800 sobrevivera, então os turcos tentaram o domínio completo, forçando a conversão. A opção era o Islã ou a morte.
Capela com as relíquias dos 813 mártires na igreja de Santa Caterina a Formiello, Otranto clique para ampliar |
Os 800 homens com idades acima dos 15, de forma unânime, decidiram seguir o exemplo de Antonio e ofereceram suas vidas a Cristo. Os turcos, que esperavam por um momento de propaganda triunfante, tentaram evitar o massacre. Eles ofereceram o retorno das mulheres e crianças que estavam prestes a ser vendidas como escravas, em troca da conversão dos homens, e eles ameaçaram com a decapitação em massa se isso não fosse aceito. Antonio recusou, seguido pelo resto dos homens.
Na vigília da Assunção, os 800 foram levados para fora da cidade e decapitados. A tradição conta que Antonio Pezzula foi decapitado em primeiro lugar, mas seu corpo sem cabeça permaneceu de pé até que o último otrantino estivesse morto. Um dos carrascos, um turco chamado Barlabei, ficou tão impressionado com esse prodígio que se converteu ao Cristianismo, e também foi martirizado. Os restos foram cuidadosamente recolhidos, e são mantidos até hoje na Catedral de Otranto.
(...) Esta “hora dos leigos” em Otranto, separados de nós por meio milênio, ainda ressoa como exemplo de testemunho do amor a Cristo. Poucos de nós serão chamados ao mesmo sacrifício de Antonio Pezzuli e seus companheiros, mas como poderíamos responder a sua exortação: “Permanecei fortes e constantes na Fé: com esta morte temporal nós ganharemos a vida eterna”?
Altar representando o martírio e o milagre, Santa Caterina a Formiello |
(Autor: Dra. Elizabeth Lev, professora de Arte e Arquitetura Cristã no campus italiano da Universidade de Duquesne, de Pittsburgh, EUA e da Universidade São Tomás, de Saint Paul, Minnesota, EUA. Apud ZENIT).
Visto em: http://oracoesemilagresmedievais.blogspot.com.br/2013/03/os-800-martires-de-otranto.html.
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