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domingo, 9 de junho de 2013

Aniversário de Batismo: você comemora o seu?

Aniversário de Batismo: uma data a ser comemorada!


 

Todos sabem e comemoram o dia do nascimento a este mundo. O aniversário de casamento, de ordenação ou profissão religiosa também é conhecido e igualmente celebrado. Mas a data mais importante de todas, a data do Batismo, é muitas vezes deixada no olvido.

Mas a lembrança anual do próprio Batismo é tão importante que a Igreja Católica concede Indulgência Plenária a todos aqueles que, arrependidos, confessados e comungados, e tendo devotamente oferecido orações para as intenções do Papa, renovem suas promessas batismais.

O Enchiridion indulgentiarum assim diz:
Votorum baptismalium renovatio (Renovação das promessas batismais):

A Igreja concede-se indulgência parcial ao fiel que renovar as promessas do Batismo em qualquer formula de uso e ganhará Indulgência Plenária se o fizer na celebração da Vigília Pascal ou no aniversário do seu Batismo.

Estas são as orações necessárias:


Renuncio ao pecado, para viver na liberdade dos filhos de Deus.
Renuncio à sedução do mal, para não me deixar ser dominado pelo pecado.
Renuncio a Satanás e a todas as suas obras e seduções.

Creio em Deus Pai Onipotente, Criador do Céu e da Terra.
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, morreu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e está sentado à direita do Pai.
Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna.
Esta é a nossa Fé, que da Igreja recebemos e sinceramente professamos, razão de nossa alegria em Cristo nosso Senhor.

ou o CREDO NICENO-COSTANTINOPOLITANO:

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos Céus: e encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras; E subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito † Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja Una †, Santa, Católica e Apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo que há de vir. Amém.


Quem tenha irremediavelmente esquecido a data em que renasceu da água e do Espírito Santo, tudo o que resta é:

a) festejar seu Batismo com a indulgência, na Páscoa,
b) pedir o mais rapidamente possível, na paróquia onde foi batizado, um certificado que refrescar a memória.

Aliás, o meu aniversário batismal é, hoje, dia 09 de junho. E o seu?  



* * *

RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS BATISMAIS COM MARIA SANTÍSSIMA


Segundo São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, a perfeita consagração a Jesus Cristo é uma perfeita e inteira consagração da alma a Nossa Senhora. Esta devoção consiste numa “perfeita renovação dos votos e promessas do Santo Batismo” (TVD 120). A importância da consagração à Virgem Maria está justamente no fato desta ser uma renovação das promessas batismais, que, segundo Santo Agostinho, é “o maior e mais indispensável dos votos” (TVD 127), no qual prometemos permanecer em Cristo.

Todo Cristão, ao receber o sacramento do Batismo, renuncia a Satanás, às suas pompas, às suas obras, e assume Jesus Cristo como Senhor de sua vida. Nisto consiste também esta devoção: renuncia-se ao “demônio, ao mundo, ao pecado e a si mesmo” (como está expresso na fórmula da consagração), “dando-se inteiramente a Jesus Cristo pelas mãos de Maria” (TVD 126).


Nesta consagração se faz ainda mais, porque no Batismo a entrega a Jesus Cristo é feita por intermediários, que são os pais e padrinhos. Mas nesta escravidão de amor nos entregamos voluntariamente, com plena consciência daquilo que fazemos.

Outra diferença é que no Batismo não nos entregamos a Jesus Cristo pelas mãos de Maria, como acontece nesta Devoção.

Além disso, no Batismo não damos a Jesus Cristo o valor das nossas boas obras, enquanto na consagração segundo São Luís entregamos tudo a Nosso Senhor pelas mãos de Maria, inclusive o valor de todas as nossas boas ações.

São Luís questiona: “Não é verdade que quase todos os Cristãos quebram a fidelidade prometida a Jesus Cristo no seu batismo?” O ser humano esquece facilmente, por isso, não é fiel às promessas e compromissos feitos no Batismo. O Concílio de Sens[1] aconteceu em 1141, a fim de remediar as grandes desordens dos Cristãos da época. Neste, percebe-se que: “a principal causa dessa corrupção de costumes provinha do esquecimento e da ignorância em que se vivia das promessas do Batismo” (TVD 128). Ao final, chegaram à conclusão de que o melhor meio para remediar este grande mal era levar os Cristãos a renovar os votos e promessas do batismo.


São Luís Maria afirma que os concílios, os Padres da Igreja e a experiência mostram que a melhor maneira de levar os Cristãos à fidelidade é lembrar-lhes as obrigações do seu Batismo e levá-los a renovar as promessas batismais. O Santo diz que a devoção e a consagração a Nosso Senhor por meio de sua Mãe Santíssima são a maneira mais perfeita de renovar as promessas e votos feitos no Batismo.

Assim, a devoção e a consagração a Santíssima Virgem Maria, segundo o método do Tratado de São Luís, é a perfeita renovação das promessas batismais. Pois, não fazemos esta renovação confiando em nossas forças, mas nos entregando confiantes nas mãos de Nossa Senhora, para que ela nos leve a fidelidade a Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela, que foi fiel até o fim, nos ensinará a renunciar ao pecado, ao mal, a Satanás e suas seduções e sermos também fiéis à vocação que o Senhor nos confiou.



[1] O Concílio de Sens foi um concílio não oficial de tipo processual, por causa de uma questão disciplinar que o então poderosíssimo abade Bernardo de Claraval organizou em 1141, contra as heresias de 19 teses do filósofo Pedro Abelardo. Primeiro com a “fraternalis Admonitio”, e, depois, com a “Evangelica Denuntiatio” e a excomunhão do próprio Pedro Abelardo, este corrigiu a sua “scholarium Theologia” e se defendeu das acusações com a nota “Bernardum Apologia contra”. Sucessivamente, Abelardo exortou o arcebispo Henrique para uma disputa pública diante do tribunal metropolitano da Arquidiocese de Sens, para combater Bernardo. Mas este convocou a província eclesiástica de Reims para um concílio-processo contra Abelardo, na catedral da mesma cidade, que ocorreu em abril e maio de 1141.

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