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quinta-feira, 12 de julho de 2018

Biografias: Daniel-Rops

Henry Jules Charles Petiot, filho de um oficial militar, nasceu em Épinal (França), no dia 19 de janeiro de 1901. Quando tinha poucas semanas de vida, seus pais se mudaram para Grenoble, nos Alpes, onde ele cresceu e morou até se formar em História, Geografia e Direito em Lyon, no ano de 1922. Posteriormente mudou-se para Tresserve, na Savoia

Aos seus antepassados, todos camponeses de diversas regiões da França, Henry confessou dever a sua energia e a sua capacidade de aplicação em cada trabalho, que nele são tão fortes. Casou-se com Madeleine Bouvier em 1924, e com ela adotou um filho, Francis. Tornou-se professor de História com apenas 21 anos, para ter uma fonte de renda, e ensinou no Liceu de Chambéry, de 1923 a 1928, no de Amiens, de 1928 a 1930, e no de Neuilly Sur Seine, de 1930 a 1944, quando se aposentou. Foi professor durante vinte anos, e abandonou o ensino definitivamente em 1945 para dedicar-se somente à carreira de escritor.  

Na realidade, quando era ainda muito jovem, seu desejo era ser literato. Tornou-se professor porque sabia que, como escritor, os rendimentos seriam muito precários. Com doze anos escreveu seu primeiro romance, um romance histórico, e aos dezesseis anos quatro ou cinco obras já estavam concluídas. Foi inspirado numa personagem dessas breves histórias que Henry adotou o pseudônimo “Daniel-Rops”, utilizando-o em todas as suas obras posteriores. Esses primeiros trabalhos, no entanto, foram lançados ao fogo. Em 1926, foi publicado o seu primeiro livro, e desde então seu trabalho como escritor intensificou-se. Primeiro em Neuilly, depois em Tresserve, continuou a escrever. Chegou a produzir mais de cinquenta livros, algumas brochuras e inumeráveis artigos.


Daniel-Rops, que tinha sido educado como católico romano, por volta dos anos 1920 havia se tornado agnóstico. Em “Notre inquietude”, seu tema era a perda de sentido e de direção por parte da Humanidade num mundo cada vez mais industrializado e mecanizado. Ao considerar a miséria e a injustiça social à sua volta, e a aparente indiferença dos cristãos para com aqueles a quem chamavam seus irmãos, ele questiona se o Cristianismo ainda seria uma força viva no mundo. As alternativas, entretanto, não pareciam nada melhores. O Marxismo, por exemplo, dizia preocupar-se com o bem-estar material do povo, mas ignorava as suas necessidades não-materiais, o que, para Daniel-Rops, era inaceitável. Na década de 30, ele retornou para a Igreja Católica, tendo percebido que, apesar das deficiências dos cristãos, somente através do Cristianismo era possível conciliar a era tecnológica com as necessidades humanas mais íntimas.

Daniel-Rops foi romancista e ensaísta até o ano de 1939, quando, de repente, orientou-se para uma direção totalmente nova, a da História Religiosa. Ele próprio explicou que, quando foi convidado por seu amigo e historiador Octave Aubry, em janeiro de 1942, a escrever um volume de história para uma série que ele estava editando, ficou na dúvida quanto ao tema que escolheria. Isso foi na época em que Nazistas forçaram os judeus a usar a estrela amarela para distingui-los das demais pessoas. Diante desta atitude, Daniel-Rops confessou ter ficado furioso, pois tinha muitos amigos judeus, e foi então que decidiu escrever sobre a história de Israel. Assim surgiu a sua “História Sagrada”, publicada no primeiro dia de julho, no ano de 1943. Vinte dias depois, os nazistas confiscaram a obra e a destruíram a mando da Gestapo.

Desde então, essa série histórica tornou-se sua preocupação constante. Escreveu “Jesus em seu tempo” e, a seguir, inúmeros livros sobre o Cristianismo, do século I até o século XX, coleção que certamente teria aumentado se a sua morte não tivesse interrompido os trabalhos. Como ele próprio confessou, se soubesse que escreveria sete mil páginas, teria, sem dúvida, hesitado em assumir a tarefa.

Docente de História na Universidade de Lyon e diretor da revista “Ecclesiae” (Paris), contribuiu com numerosas obras ao debate sobre a cultura católica francesa, tentando definir a sua situação na “civilização moderna”. Em polêmica com o niilismo existencialista, o pensamento de Daniel-Rops mira a afirmar uma cultura católica ortodoxa e ao mesmo tempo capaz de intervir nos diferentes problemas da França entre as duas guerras. Depois de 1940, dedicou-se precipuamente à divulgação histórico-religiosa. Foi eleito para a Academia Francesa em 1955. 

A sua coleção “História Sagrada” abrange os volumes: “O povo bíblico” (1943), “Jesus no seu tempo” (1945) e os onze tomos desta “História da Igreja de Cristo” (1948-65). Também foi autor de diversos ensaios, obras de literatura infantil e romances históricos, entre os quais destacam-se: “Morte, onde está a tua vitória?” (1934) e “A espada de fogo” (1938).

Daniel-Rops foi também consultor literário de uma editora, e editor-chefe da Editora Fayard, em Paris. Em 1946, recebeu o Grande Prêmio da Literatura da Academia Francesa, e tornou membro desta em 1946, ocupando a cadeira de Édouard Le Roy. Em 1948, foi sagrado Cavaleiro da Legião de Honra pelo Governo francês. Faleceu em 27 de julho de 1965.


Obras:
1926: Notre inquiétude
1926: Sur le théâtre de H. R. Lenormand
1927: Le vent dans la nuit
1928: Le prince menteur
1928: Carte d’Europe
1929: L’âme obscure
1930: Deux hommes en moi
1931: Fauteuil 24: Édouard Estaunié
1932: Les années tournantes
1932: Le monde sans âme
1933: Péguy
1933: Severa
1934: Mort, où est ta victoire ?
1934: Éléments de notre destin
1935: Le Cœur complice
1935: La Misère et nous
1936: La Pureté trahie
1936: Rimbaud, le drame spirituel
1937: Le Communisme et les Chrétiens (en collaboration)
1937: Ce qui meurt et ce qui naît
1937: Tournant de la France
1938: Présence et poésie
1938: Le Courtinaire
1938: La Maladie des sentiments
1938: La Main d’un juste
1938: La France veut la liberté (en collaboration)
1939: L’Épée de feu
1939: Le Mystère animal: l’animal cet inconnu (en collaboration)
1939: Une campagne de “Temps présent”: la paix par le Christ (en collaboration)
1941: L’Avenir de la science (en collaboration)
1941: La Femme et sa mission (en collaboration)
1941: Mystiques de France
1941: L’Ombre de la douleur
1941: La signification héroïque de Péguy et de Psichari
1941: Vouloir
1942: Où passent les anges
1942: Psichari
1943: L’Œuvre grandissante de Patrice de La Tour du Pin
1943: Par-delà notre nuit
1943: Le Peuple de la Bible
1943: Comment connaissons-nous Jésus ?
1944: Trois images de la grandeur
1944: Péguy et la vraie France (en collaboration)
1945: Jésus en son temps
1946: Quêtes de Dieu. Trois tombes, trois visages
1946: Notre histoire. I, Des origines à 1610
1946: Histoire sainte de mes filleuls
1946: Un héraut de l’Esprit: Saint Paul
1946: Boquen, témoignage d’espérance
1946: Deux études sur William Blake
1947: Notre histoire. II, De 1610 à nos jours
1947: Aux silences du cœur
1947: Ce visage qui nous regarde
1947: L’Évangile de mes filleuls. Lourdes
1947: Marges de la prière
1947: La Nuit du cœur flambant
1947: Sept portraits de femmes
1947: Terre fidèle
1948: Diane blessée
1948: Histoire de l’Église du Christ. I, L’Église des apôtres et des martyrs
1948: Pascal et notre cœur
1948: Le Sang des martyrs
1948: Les Évangiles de la Vierge
1949: De l’amour humain dans la Bible
1949: La Vie du Christ dans la culture française
1949: Rencontre avec Charles Du Bos
1949: Histoire sainte illustrée
1949: Chants pour les abîmes
1949: Orphiques
1950: Histoire de l’Église du Christ. II, L’Église des temps barbares
1950: Le Christ, thème éternel
1950: L’Histoire sainte des petits enfants
1950: Légende dorée de mes filleuls[1]
1950: Toi aussi, Nathanaël
1950: Préface du Journal d'Anne FRANK
1951: Le Roi ivre de Dieu
1951: Noé et son grand bateau
1951: ABC du petit chrétien
1951: Les Aventuriers de Dieu. Bartolomé de Las Casas
1951: Histoire de Jonas. Missa est
1952: Le Drame des Templiers
1952: Le Pèlerin à la coquille
1952: Rome
1952: La Thérapeutique dans l’Ancien Testament
1952: Saint Paul, conquérant du Christ
1952: Histoire de l’Église du Christ. III, L’Église de la cathédrale et de la croisade
1953: Chemin de Croix. Claire dans la clarté
1953: Diptyque pour le temps de Pâques
1953: Jésus disait à ses amis
1953: Les Miracles du Fils de Dieu
1953: Le Porche de Dieu fait homme
1953: Quand un saint arbitrait l’Europe: saint Bernard
1954: Être des saints
1954: La Vie du Christ dans les chefs-d’œuvre de la peinture
1954: Histoire sainte
1954: L’Évangile de la pierre
1954: La Passion
1955: Saint Paul, aventurier de Dieu
1955: Qu’est-ce que la Bible ?
1955: Histoire de l’Église du Christ. IV, L’Église de la Renaissance et de la Réforme
1955: Aux lions, les Chrétiens !
1955: Comment on bâtissait les cathédrales
1956: Apôtres et martyrs
1957: Claudel tel que je l’ai connu
1958: Histoire de l’Église du Christ. V, L’Église des temps classiques
1959: Monsieur Vincent
1960: Histoire de l’Église du Christ. VI, L’Église des révolutions 1: En face de nouveaux destins (1789-1870)
1961: La Vie quotidienne en Palestine au temps de Jésus
1962: Saint Bernard et ses fils
1962: Vatican II, le concile de S. S. Jean XXIII
1963: Histoire de l’Église du Christ. VII, L’Église des révolutions 2: Un combat pour Dieu (1870-1939)
1964: Chant pour un roi lépreux
1965: Histoire de l’Église du Christ. VIII, L’Église des révolutions 3: Ces Chrétiens nos frères

Fontes: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel-Rops
https://it.wikipedia.org/wiki/Daniel-Rops
http://www.cultor.com.br/2015/08/daniel-rops-uma-breve-biografia.html

Alguns livros do autor para compra: http://revendas.ecclesiae.com.br/index.php?route=product/author&author_id=148
https://www.quadrante.com.br/catalogsearch/result/?q=%09Daniel-Rops


2 comentários:

  1. Grande homem com uma obra vasta, gostaria de saber se ele era ou foi enviesado em alguma ideologia ao longo de sua obra, abraços!

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    1. Como já escrevi várias vezes, não costumo publicar comentários de "anônimos", pq o anonimato é sempre uma covardia, ainda que às vezes se justifique. Não é o caso. Não é mesmo!!!

      Mas publicou por um motivo simples, ilustrar a PREGUIÇA que atormenta a Humanidade ultimamente: a preguiça de LER.

      Se este (ou esta) anônimo tivesse lido o texto que me dei ao trabalho de escrever, não faria uma pergunta dessas. Parece que é um sacrifício ler mais do que duas linhas... Querem receber tudo resumido à última essência. Vade retro, Satanás! Esto vir! Procure um lote para carpir que essa preguiça passa!!!

      E, aproveitando a Quaresma que inicia amanhã, faça exercícios contra essa preguiça medonha, pq o Céu não é para preguiçosos!!!

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