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domingo, 24 de novembro de 2013

Sobre a RCC - Protestantismo na Igreja Católica XII

A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA

Pe. Scott Gardner, FSSPX*

Fruto do Concílio Vaticano II, Semente de Destruição.


Protestantismo.

Dado as origens ecumênicas e protestantes da RCC, não é de se admirar que o pensamento dos Carismáticos seja impregnado de concepções nitidamente protestantes. Uma das marcas registradas do Protestantismo é aquele princípio da sola scriptura, ou seja, apenas a Bíblia, ou melhor, apenas a interpretação pessoal das Escrituras baseada na “inspiração do Espírito Santo” é que tem valor. Devido a essa raiz tipicamente protestante, encontramos também entre os Carismáticos o menosprezo ou a rejeição da Tradição como fonte Divina da Revelação. Como bem demonstra o seguinte trecho, os carismáticos também compartilham dessa perigosa concepção:

“O fundamento da Renovação Carismática Católica é a Sagrada Escritura. Leituras de curtas passagens das Escrituras fazem parte da dinâmica dos grupos de oração... por minha própria experiência, essa sede pelas Sagradas Escrituras é uma das grandes bênçãos desses tempos... E mais, para mim é mais do que evidente de que aqueles que desejam ter um relacionamento pessoal com Deus deveriam pelo menos se familiarizarem mais com esse Livro... Que o Espírito Santo, inspirador das Escrituras, inspire-nos a termos amor por sua palavra. Que nos dirija naquelas passagens as quais são mais eficazes em nossas vidas e a um maior conhecimento do Pai e do Filho”. (Andy O’Neill — The Power of Charismatic Healing.)

“Através dos séculos os santos concordaram que relacionar-se com Deus mais intimamente em oração permite a Deus também relacionar-se conosco intimamente compartilhando de sua divina sabedoria conosco... Na medida em que nos comunicamos com Deus, Ele se comunica conosco. Mas o oposto também é verdade: se nós abrimos nossos corações para Sua Santa Palavra, uma extraordinária experiência de fé, esperança e amor jorrará em nossas almas... na medida em que alguém se torna cada vez mais ciente de que a ‘letra mata, mas o Espírito vivifica’ (II Cor. 3:6), eventualmente o Espírito o levará ao coração daquela passagem. Mesmo que ele não saiba a correta e exata interpretação da passagem, ele pode depender apenas do Espírito para adquirir tanto o significado como a sua correta aplicação... Talvez nosso maior problema resida no fato de que lemos muito a Palavra de Deus, mas a experimentamos muito pouco. Existe uma grande diferença entre memorizar passagens e pensar biblicamente com os ‘pensamentos de Deus’ (I Cor. 2,11). Existe uma grande diferença entre ter as Sagradas Escrituras alojadas como um livro empoeirado dentro de nossas cabeças e tê-las como uma fonte viva jorrando inspiração em nossos corações”. (Hampsch.)

Naturalmente que todo Católico sabe muito bem que a Interpretação das Sagradas Escrituras, como bem descreve a própria Escritura (II Pedro 1: 20), foi confiada exclusivamente à Igreja — a qual é verdadeiramente guiada pelo Espírito Santo — e não a cada indivíduo em particular. Aliás, o seguinte trecho extraído dos decretos do Concílio de Trento explica esse princípio claramente, bem como a punição prometida àqueles que compartilham dessa crença e prática herética:

Portanto, de modo a refrear pessoas espertas e imprudentes, o Sínodo decreta que ninguém que confia em seu próprio julgamento em matérias de fé ou moral, os quais são pertinentes à edificação da Doutrina Cristã, e que ninguém que distorce as Sagradas Escrituras de acordo com suas próprias opiniões, se atreva a interpretar as Sagradas Escrituras em sentido contrário àquele que já foi estabelecido pela Santa Madre Igreja, cujo dever é julgar tudo que se refere ao verdadeiro sentido e interpretação das Sagradas Escrituras, ou mesmo contrário ao unânime consenso dos Santos Padres, mesmo que tais interpretações nunca tenham sido feitas com a pretensão de serem divulgadas. Que aqueles que se ousem se opor a essa declaração sejam punidos com as penalidades prescritas pela lei. (Denziger, 786.)

Esse ensinamento foi reafirmado pela Profissão de Fé do Concílio de Trento e pela Constituição Dogmática do I Concílio Vaticano.



* Autor: Scott Gardner, do Seminário São Tomás de Aquino, Winona, Minnesota — EUA — Publicado pela THE ANGELUS PRESS — Março de 1998.

São José, patrono da Igreja
livrai-A da RCC!

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