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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Teu Rosto, Senhor, eu procuro

De 25 a 28 de Janeiro, em Milão (Itália), será apresentada uma peça teatral blasfema intitulada “Sobre o conceito de Rosto no Filho de Deus” e que pretende manifestar sua arte atirando excrementos em uma imagem de Cristo que é praticamente a unica peça que decora a cena e que domina, gigantesca, o fundo do palco. 
Abaixo, mais um convite da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, Distrito da Itália, para a reflexão sobre a devida reparação a mais este ultraje ao Santíssimo Rosto de Jesus, da mesma forma como perpetraram na França. 
Cuidado, católico, logo essa blasfêmia tocará o solo brasileiro!!!
Eu desejo, do fundo de meu coração, que os autores, a plateia, assim como os que defendem o direito ilimitado e sem reservas da livre manifestação artística morram engasgados nos excrementos que lançarem contra a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo.

GdA


O TEU ROSTO, SENHOR, EU PROCURO


O Teu Rosto, ó Senhor, eu procuro!
No Antigo Testamento fala-se do “Rosto de Deus” frequentemente. Trata-se, evidentemente, de um antropomorfismo, visto que Deus é “puríssimo Espírito” e que, portanto, não tem um rosto, mãos ou pés. Mas o homem necessita de tais imagens concretas.

O “Rosto de Deus” é o próprio Deus, porque o rosto exprime e faz conhecer a pessoa, “quem é” que eu tenho diante de mim. Ao contrário: na antiguidade, por exemplo, no teatro grego, os atores usavam uma máscara, isto é um outro rosto, que exprime outra pessoa: por exemplo, a máscara do filosofo, ou a do médico etc. Isto faz o ator: leva ao palco uma cara que não é a sua. Mas fora do palco, o rosto de uma pessoa exprime - normalmente - que é aquela pessoa, faz com que eu a conheça.

Sob essa ótica, é necessário ler as numerosas expressões das Sagradas Escrituras em que se fala de “Rosto de Deus”:

«Propiciai-vos a Face de Deus, para que tenha piedade de vós» (Malaquias 1, 9). Quando uma pessoa me é propícia, me olha de tal forma que eu a compreendo.

Vice-versa: «Não escondei de mim Vossa Face [ó Senhor]; não afastai com ira o Vosso servo» (Salmo 26, 9). Virar o rosto, olhar para outro lado é sinal de sinal de raiva, cólera, e pior, abandono.

Ainda: «Para a equidade olha o seu Rosto» (Salmo 19, 8). Deus olha para as obras boas, justas feitas pelos homens. Este olhar de Deus, isto é, Seu Rosto, é a força dos justos, daqueles que querem servi-lo fielmente: «A luz de Tua Face, ó Senhor, fazei brilhar sobre nós como uma bandeira» (Salmo 4, 7).

«Os olhos do Senhor veem toda a terra e dão a força àqueles que creem nEle» (2 Paralipômenos 16, 9).

«Os justos caminham na luz de Vossa Face e em Vosso nome exultam o dia todo» (Salmo 88, 16). 


«Viva o Senhor dos exércitos diante de cujo Rosto eu estou!»
(3 Livro dos Reis 18,15). 

Tudo isso é expresso no Antigo Testamento falado de forma metafórica.

Mas depois da Encarnação, Deus tem, na realidade, um rosto: é o Rosto de Jesus, «O mais bonito dos filhos dos homens». Contemplando aquele Rosto, contemplo o Rosto de Deus, porque Jesus é Deus feito Homem, e nenhum outro rosto manifesta melhor a Pessoa de Deus, “quem é Deus”.

O Rosto de Jesus é o Rosto Santo por excelência, tornado visível aos seus contemporâneos.

Aquele Rosto que Pedro, Tiago e João viram transfigurado «…mais resplandecente do que o sol» (Mateus 17), e de cuja visão restaram como que inebriados, não desejando outra coisa que restar lá em cima do monte Tabor a contemplá-lo.

Mas também fora daqueles instantes de glória, aquele Rosto devia ter algo de grande, de  “magnético”, que atraía os corações dos homens. «Mostrai-nos a Vossa Face e seremos salvos» (Salmo 79, 4): aquele Rosto é o Rosto do Salvador, «vindo a salvar o que estava perdido» (Mateus 18,11). Se a franja de seu manto pôde sarar a pobre mulher hemorroíssa (Lucas 8,44), quanto mais seu olhar devia penetrar no mais profundo das almas para sará-las. O que foi o olhar de Jesus para a alma daquela pobre Samaritana, enredada nos seus pecados? (João 4). O que foi o olhar de Jesus para Zaqueu, o Publicano, isto é o pecador por antonomásia? (Lucas 19,5). Jesus ergueu o olhar em sua direção e Zaqueu se converteu! Ainda: pensemos ao olhar de Jesus sobre Pedro que, no pátio do Pretório, acaba de renegá-lo. «O Senhor se virou a olhar para Pedro» (Lucas 22,61).

O Rosto de Jesus olha ainda para nós, depois de dois mil anos, através da imagem do Santo Sudário. “Olha” também através das pálpebras abaixadas no rigor da morte, pois aquele Rosto parece ler na alma: não são os olhos de um morto, mas de «Aquele que vive nos séculos dos séculos» (Apocalipse 1,18).

Podemos permanecer indiferentes diante da ofensa blasfema contra aquele Rosto Santo?

Pintura de Antonello da Messina
Diante da ofensa de um espetáculo que, do começo ao fim, se desenvolve diante sob os olhos do belíssimo Rosto de Jesus pintado por Antonello da Messina; retrato que é objeto de um ultraje irripetível, pode-se, digo, calar-se? Nem se diga que o cristão deve “dar a outra face”, porque tal dever é sacrossanto quando se trata de uma ofensa pessoal, enquanto seria uma inútil “folha de figo” para esconder a própria vileza quando se trata da honra de Deus pisoteada. Certamente, Deus é capaz de defender-se sozinho: seja os autores do espetáculo, seja quem o defende, reflitam sobre as terríveis palavras das Sagradas Escrituras: «A Tua direita alcance todos aqueles que Te odeiam. Tu os tornarás como fornalha ardente, quando mostrares a Tua Face» (Salmo 20,9). Aquele Rosto tão doce para quem O ama será terrível para quem O odeia e o ultraja vergonhosamente. «Não vos enganeis: de Deus não se zomba», adverte São Paulo (Gálatas 6,7).


Deus sabe defender-se, mas é atento aos gestos de piedade para com Ele. A tradição nos mostra o gesto piedoso de Verônica que, no caminho do Calvário, enxuga o Rosto de Jesus; o Evangelho nos reporta o gesto do anônimo soldado de guarda debaixo do Cruz que saciou a sede de Jesus agonizante. Se até um copo de água, dado por amor a uma criatura, não fica sem recompensa, que será de um gesto de reparação em relação ao próprio Jesus?

Santa Verônica enxuga o rosto de Cristo
Diante daquele Roso ultrajado façamos nosso o grito de guerra e de amor do profeta Elias: «Viva o Senhor dos exércitos diante de cujo Rosto eu estou!» (3 Livro dos Reis 18,15).

Diante daquele Rosto, a nossa oração, a nossa penitência reparadora sejam o nosso “véu piedoso” que tem compaixão e que consola; sejam o nosso grito dos lábios e do coração:

«A ti fala o meu coração […] o teu Rosto, Senhor, eu procuro» (Salmo 26,8).

«Faz resplandecer sobre nós o Teu Rosto e tenha piedade de nós» (Salmo 66,1).

Padre Luigi Moncalero
Sacerdote FSSPX
Fonte: FSSPX/Italia
Tradução: Giulia d'Amore di Ugento

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