16 de setembro
Santa Eufêmia, Santa Lúcia e São Geminiano
Mártires
A vida de Santa Eufêmia, Virgem, de Santa Lúcia e São Geminiano, Mártires, escrita por Beda, Usuardo e Adão, Arcebispo de Treveri.
Falando Jesus Cristo com os seus Apóstolos sobre as perseguições que deviam sofrer por Seu amor, tanto eles como os outros que depois deles viriam, disse estas palavras: "se moverão os filhos contra os próprios pais, e lhes procurarão a morte, acusando-os aos Tiranos". Isto se cumpriu pontualmente em uma Matrona Romana chamada Lúcia, a qual foi acusada pelo próprio filho de ser Cristã, por isso foi mandada à morte. A Igreja celebra a sua festa em companhia de Geminiano e de Eufêmia, por terem sido martirizados todos os três no mesmo dia, por ordem do mesmo Tirano, ainda que diferentes os lugares. Os seus martírios foram escritos por Beda; também os escreveu Usuardo, e, ao mesmo tempo, os escreveu Adone, deste modo:
No tempo do Imperador Diocleciano; foi na cidade de Calcedônia um Senador chamado Filofrônio teve uma filhinha, cujo nome era Eufêmia, e era Cristã, e além disso era tão virtuosa quanto nobre. Ela foi mandada para a prisão por ordem de um Pró-Cônsul chamado Prisco, o qual imediatamente lhe ordenou que sacrificasse aos deuses. A Santa Virgem se recusava de fazer isso, motivo pelo qual a mandou jogar em uma prisão pior do que a primeira, e depois de alguns dias a mandou conduzir à audiência pública; e vendo que era constante em seu propósito ordenou que ela fosse torturada. As torturas foram tais que, não a uma donzela delicada como era Eufêmia, mas a qualquer homem galhardo e robusto teria tirado a vida. Primeiro a açoitaram com astes de ferro, depois a colocaram na tortura chamada do ecúleo, no qual seus delicados membros foram todos tirados do lugar. Depois foi feita uma maquina, com uma roda cheia de facas, a qual, girando, vinha a ferir sempre o mesmo lugar, onde a Santa havia de ser amarrada. A roda foi acomodada, e Eufêmia foi amarrada; mas porque aquela tortura era tão terrível, assustadora, a Santa fez uma oração a Deus, e eis que desceu um Anjo do Céu e a desfez (a roda). Morreu, aqui, o Mestre daquela Maquina, com muitas outras pessoas, quando os parentes e amigos dos mortos acenderam um grande fogo para queimar a Santa Virgem como aquela que havia causado aquele dano, mas por graça de Deus foi libertada daquelas chamas sem qualquer mínimo dano. Por último, o Pró-Cônsul ordenou que ela fosse jogada às bestas selvagens, mas ela que já estava cansada de tanto sofrimento, suplicou a Deus que aquele fosse o último; e assim foi, porque lhe foram lançados contra dois leões ferozes, que a mataram, mas, entretanto, não devoraram suas carnes, e desse modo foi de Santa Eufêmia a gloriosa empresa.
De Santa Lúcia e Geminiano, Mártires.
Lúcia foi Matrona Romana, a qual havia tido um marido e, tendo ele morrido de sua enfermidade, ficou viúva na idade de 37 anos, e naquele modo viveu até aos 85. Ela era Cristã, e gastava seu tempo em obras piedosas. Tinha um filho chamado Eutrópio, o qual era tão viciado, e triste quando a mãe o repreendia por causa de seus vícios; ele já farto dela, para poder viver a seu modo, usou uma malignidade grandíssima deste modo: à época era muito rigorosa a perseguição que contra a Igreja faziam Deocleciano e Maximiano; onde o filho malvado foi até um deles e acusou a sua mãe Lúcia de ser Cristã. O Imperador ordenou imediatamente que ela fosse presa, e assim foi feito. Depois, por se manter Lúcia constante em seu propósito, ordenou que ela fosse posta em uma caldeira cheia de piche e chumbo derretido, mas a Santa foi tirada daquele Martírio sem lesão alguma. Ordenou, depois, o Tirano, que lhe fosse feita pública vergonha fazendo-a andar pela cidade carregada de ferro e chumbo. De modo que a Santa Mártir não só tinha vergonha como uma grande pena, pelo grande peso que carregava, embora fosse já de idade, além de lhe dar grande sofrimento a grande pressa que os justiceiro lhe faziam. Chegou Lúcia, daquele modo maltratada, perto da casa de um nobre Cidadão, chamado Geminiano, o qual possuía vários ídolos em uma sala particular, os quais caíram todos ao chão quando Santa Lúcia passou na frente. Aquela coisa faz causa que Geminiano com outros que o quiseram imitar se converteu à Fé, e correu onde estava Lúcia e, ajoelhando-se diante dela, lhe disse que queria ser Cristão, e por isso rezasse a Deus por ele, para que, tendo-lhe dado o bom desejo, lhe concedesse ainda a graça de podê-lo realizar. O ministros de justiça ouvindo isso, o prenderam e levaram diante de Diocleciano: o qual ordenou que a ele e a Lúcia juntos fosse cortada a cabeça, e assim foi feito. O Martírio desses três Santos, Eufêmia, Lúcia e Geminiano, foi no mesmo dia que a Igreja faz a comemoração, ou seja, no dia 16 de setembro, por volta do Ano do Senhor de 268. Imperando lá os já nomeados Diocleciano e Maximiano. De Santa Eufêmia fazem menção Metrafraste, Zonara e Evagrio.
* * *
Tradução: Giulia d'Amore.
Vide também: Santa Eufêmia - http://farfalline.blogspot.com/2013/09/vida-de-santa-eufemia-virgem-e-martir.html.
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Este blog é CATÓLICO. Ao comentar, tenha ciência de que os editores se reservam o direito de publicar ou não.
COMENTE acima. Para outros assuntos, use o formulário no menu lateral. Gratos.