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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Ss. Sete Fundadores dos Servitas de Maria, Confessores

 
DIA 12 DE FEVEREIRO

Ss. Sete Fundadores dos Servitas de Maria

Confessores


Nos princípios do século 13, viviam em Florença sete fidalgos, igualmente distintos pela riqueza, pela posição social e pela piedade, mas principalmente pela devoção extraordinária que tinham a Nossa Senhora. Seus nomes eram: Bonfílio Monáldio, Bonajuncta, Manetto Antellense, Amidéo, Ugúccio, Sosteneo e Aleixo.

O povo italiano, devido a uma política mal orientada, achava-se dividido em muitos partidos que se odiavam e perseguiam. Destes sete nobres cidadãos, Deus se serviu para, no meio de uma sociedade dilacerada pelo fanatismo e pelo ódio, estabelecer exemplos vivos de caridade e verdadeira fraternidade.  


Quando, no dia 15 de agosto de 1233, todos se achavam reunidos em fervorosas orações, a cada um Maria Santíssima apareceu exortando-os a abraçarem um gênero de vida mais perfeito. Fizeram comunicação disto ao Bispo. Trocaram sua vestimenta de nobres por um hábito pobre, usando ainda um cilício por cima, e foram residir numa casa de campo, formando assim uma santa comunidade. Escolheram para este seu passo o dia da Natividade de Maria Santíssima (8 de setembro).  

Pouco tempo passara, o povo florentino viu-se diante do espetáculo de ver estes mesmos homens andar de porta em porta a pedir esmolas. A atitude dos homens, de fidalgos que ontem foram, se transformar em mendigos, causou sensação. Censurados por uns, ridicularizados por outros; pela, maioria porém, admirados e reverenciados, tiveram uma prova do beneplácito divino, quando inesperadamente, com estupefação de todos que presenciaram a cena, vozes de crianças os aclamaram, dizendo: “Eis os Servos de Maria !”. Entre estas crianças se achava São Felipe Benício, que contava apenas (...) e 5 meses de idade. O nome que as crianças, por inspiração divina lhes deram, lhes ficou para sempre.

Como a sua residência se tornasse alvo de verdadeiras romarias, e assim não pudessem levar a vida de solidão, de penitência, oração e meditação que a Deus tinham prometido, retiraram-se para o monte Senário, quatro léguas distante de Florença. No ermo daquela região, se entregaram aos exercícios da mais rigorosa penitência, e por assunto quase único e predileto das suas meditações tomaram a Paixão de Nosso Senhor e as Dores de sua Mãe Santíssima.

À  Santa Sé, pediram se dignasse dar-lhes uma Regra escrita. Em fervorosas orações, se dirigiram a Jesus e Maria recomendando à sua Providência e ao amor esta importante causa. Foram atendidos de uma maneira maravilhosamente encantadora. Na madrugada de 28 de fevereiro de 1239, que era a terceira dominga da quaresma, apresentaram-se-lhes a sua vinha, havia pouco plantada, em toda pujança, toda verde, as parreiras carregadas de cachos de uvas maduras, quando os campos e as montanhas da redondeza se achavam cobertos de gelo e neve. Sua admiração diante deste milagre cresceu ainda mais quando o Bispo, a quem relataram o fenômeno, lhes disse que ele, na mesma noite, em sonho, tinha visto uma parreira viçosa com sete galhos, cada um trazendo sete cachos; e de Maria ouvira dizer que esta parreira iria crescer ainda. A interpretação que o Prelado deu a este seu extraordinário sonho foi a de ser da vontade de Deus e de Nossa Senhora a Ordem se estender e os “Servos de Maria” não continuar na atitude de negar admissão a quem se lhes quisesse associar. Os santos homens prometeram se conformar com este alvitre e a aceitar candidatos.

Na noite de Sexta-feira Santa, viram-se diante de um outro milagre. Maria Santíssima apareceu aos seus Servos vestida de pesado luto. Em sua companhia, viram anjos, dos quais alguns com instrumentos martirizantes da Sagrada Paixão e Morte de Jesus, outro com o livro aberto da Regra de Santo Agostinho, e ainda outro com o título escrito em ouro: “Servos de Maria”. Seguiam mais anjos trazendo um hábito preto e uma palma. O hábito com a palma, Maria deu-o aos Religiosos, dizendo estas palavras: “Escolhi-vos meus Servos, para que, usando do meu nome, vades trabalhar na Vinha de meu Filho. Eis aqui o hábito, que vos dou. Sua cor negra vos lembrará as dores que hoje sofri ao pé da Cruz, assistindo a agonia de meu Filho, Jesus. A Regra de Santo Agostinho recebei-a por norma da vossa vida; a palma far-vos-á lembrar a glória eterna, prêmio da perseverança fiel no meu serviço”.   


Maria também apareceu ao Bispo e ordem lhe deu para proceder à solene vestição do hábito preto aos seus Servos. Esta se realizou logo, no dia da Páscoa. O Papa Inocêncio IV, em 1251, deu a aprovação eclesiástica à Ordem dos Servitas. Esta rapidamente se desenvolveu. Setenta anos depois de sua fundação, contava já 10.000 religiosos em diversos Países da Europa.  

No Brasil, se estabeleceu em 1920. Os Servitas têm conventos no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Arquidiocese de Florianópolis, no Rio Grande do Sul, e trabalham na Prelazia do Acre.
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Os Sete Fundadores dos Servitas


Os fundadores da Ordem dos Servos de Maria foram muito unidos durante a vida, sendo sepultados num mesmo túmulo e — fato único na História — venerados e canonizados em conjunto. 

A Idade Média foi, com muita propriedade, chamada “a doce primavera da fé”. Suas catedrais magníficas, verdadeiras rendas de pedra e de vitrais, ainda hoje atraem turistas de todo o mundo. No seu apogeu, viu florescer uma plêiade de santos, como Santo Tomás de Aquino e São Boaventura, que ilustraram para sempre a Santa Igreja. Entre os santos medievais, imperadores, reis, príncipes e grandes senhores que palmilharam a senda da virtude foram elevados à honra dos altares. A Idade Média teve também a glória inusitada — que mostra como a santidade era então comum — de ver sete dos mais proeminentes cidadãos da República livre de Florença abandonarem sua situação privilegiada e de riqueza para seguirem mais fielmente os conselhos evangélicos. São eles os sete santos fundadores da Ordem dos Servos de Maria, cuja festa comemoramos no dia 17 de fevereiro.


Da riqueza à pobreza da vida religiosa

Com o intuito de louvar mais especialmente a puríssima Virgem Maria, alguns jovens do patriciado de Florença –– ao que parece, todos mercadores de lã –– haviam fundado uma confraria de leigos com o nome de Laudantes. No dia 15 de agosto de 1233, festa da Assunção de Nossa Senhora, sete de seus membros mais destacados estavam reunidos numa capela para cantar as glórias da Santíssima Virgem, quando Ela lhes apareceu, recomendando-lhes que renunciassem ao mundo e se dedicassem exclusivamente a Deus. Buonfiglio dei Monaldi (Bonfílio), Giovanni di Buonagiunta (Bonajunta), Bartolomeo degli Amidei (Amadeu), Ricovero dei Lippi-Ugguccioni (Hugo), Benedetto dell'Antella (Manetto), Gherardino di Sostegno (Sosteno) e Alessio de Falconieri (Aleixo), os sete escolhidos, venderam assim todos seus bens, distribuíram o produto aos pobres e, depois de ter consultado o bispo da cidade, D. Arinzo, retiraram-se a uma velha casa em La Carmazia, nos arredores da cidade, junto a uma capelinha da Virgem.

No dia da Epifania de 1234, dois deles, Bonfílio e Aleixo, saíram pela primeira vez às ruas para pedir esmolas. E eis que as belas ruas e praças da orgulhosa Florença começaram a assistir a esse espetáculo não raro naqueles tempos de fé: dois membros de opulentas famílias, tendo se despojado de todas as pompas e apanágios de sua classe por amor de Deus, e vestidos com pobre túnica, pedindo a esmola do pão para o sustento diário.

O mais surpreendente foi que as crianças ainda de peito começaram a apontá-los com o dedo e a dizer : “Eis os servos de Maria”. Entre elas estava uma de cinco meses, que depois seria São Felipe Benício, futuro Superior Geral da congregação nascente, e que a desenvolveria de tal forma a ser considerado seu oitavo fundador.

Tal prodígio fez com que D. Arinzo aconselhasse esses religiosos a não mudar o nome que lhes havia sido dado tão milagrosamente. E até hoje eles são conhecidos como Servos de Maria.


Nossa Senhora concede o hábito e as regras

Os sete santos permaneceram um ano em La Carmazia. Mas, como eram muito solicitados, com a anuência do bispo resolveram procurar um local mais isolado para viverem. D. Arinzo pôs à disposição deles um terreno junto ao Monte Senário, a duas léguas de Florença. Lá construíram um oratório e, em seu redor, pequenas celas de madeira. Entregavam-se à oração e penitência, vivendo das ervas que nasciam no sopé do monte, meditando continuamente a Paixão de Cristo e as amarguras de Maria Santíssima. Escolheram o mais velho deles, Bonfílio, como superior. Este, vendo que não poderiam viver sempre assim, mesmo porque as ervas escasseavam, mandou à cidade Aleixo e Manetto, a fim de pedir esmolas para o sustento da pequena comunidade.

Aleixo Falconieri, filho de um dos principais membros da República — o mais conhecido dos sete fundadores — não quis depois, por humildade, receber a ordenação sacerdotal quando seus companheiros obtiveram autorização para isso. Em sua longa vida de cento e dez anos, permaneceu sempre irmão leigo na ordem que co-fundara. Por mais que quisesse livrar-se das honras, sua personalidade o punha em evidência, e seria o mais lembrado quando se falasse dos sete santos servitas.

Em Monte Senário Nossa Senhora tornou a aparecer aos sete fundadores, mostrando-lhes um hábito negro e recomendando que o portassem em memória da Paixão de seu Filho. Deu-lhes também as regras de Santo Agostinho, que deviam seguir, fundando assim uma nova ordem religiosa. Os sete santos fizeram os votos de obediência, pobreza e castidade, e começaram a receber candidatos. Em memória dessa aparição, que teve lugar na Sexta-feira Santa do ano 1239, os religiosos servitas costumavam fazer, nesse dia, uma cerimônia a que denominavam Os funerais de Jesus Cristo. No Sábado Santo, outra a que chamavam A coroação da Santíssima Virgem.

O fim particular dessa nova ordem era, primeiro, a santificação de seus membros; e depois, a de todos os homens, através da devoção à Mãe de Deus, especialmente em sua desolação durante a Paixão de seu divino Filho. Para isso os servitas pregavam missões, tinham a cura de almas e ensinavam em instituições superiores de ensino.


O milagroso quadro da Anunciação

No princípio os religiosos iam a Florença e voltavam todos os dias. Entretanto, devido à distância e às intempéries, receberam permissão para abrir uma espécie de hospedaria na cidade, onde os frades que saíam para esmolar pudessem recolher-se no fim do dia e acolher também peregrinos que viessem a Florença. Mais tarde, quando se pensou numa fundação na cidade, utilizaram essa hospedaria. Bonfílio e Aleixo tiveram a idéia de mandar pintar em sua capela o grande mistério da Anunciação. O piedoso pintor que contrataram, não se julgando com suficiente habilidade para reproduzir os traços da Santíssima Virgem nessa cena, pediu aos religiosos que unissem orações às suas, para que Nossa Senhora o ajudasse na empresa. Segundo as crônicas, ocorreu um fato maravilhoso: enquanto o pintor dormia, um artista celeste completou o que ele não ousava fazer. E assim nasceu o quadro milagroso, que tornou célebre a basílica da Anunciata, pois começou a atrair multidões. O pequeno oratório não tinha capacidade para tanto e foi preciso pensar-se em uma igreja maior, o que as abundantes esmolas dos fiéis tornou possível.

Tendo esses santos varões agregado a si muitos companheiros, começaram a percorrer as cidades e aldeias da Itália, principalmente da Toscana, pregando Jesus Cristo crucificado, acalmando guerras civis e trazendo muitos desorientados às sendas da virtude.

Em 1243 o dominicano Pedro de Verona (São Pedro Mártir), Inquisidor Geral da Itália (imagem ao lado), pelas suas familiares relações com aqueles santos e por uma visão de Maria Santíssima, recomendou a nova fundação ao Papa. Mas foi somente em 1249 que a primeira aprovação oficial da ordem foi obtida do Cardeal Raniero Capocci, legado papal na Toscana. Por esse tempo, São Bonfílio obteve permissão para fundar o primeiro ramo de sua ordem em Cafaggio, fora dos muros de Florença.

Em 1267 São Felipe Benício foi eleito Superior Geral. Mas em 1274 o Concílio de Lyon suprimiu todas as ordens religiosas ainda não aprovadas pela Santa Sé. Conseqüentemente, o Papa Inocêncio V, em carta de 1276, comunicou a São Felipe que a Ordem dos Servitas estava supressa. O santo foi a Roma defender sua causa, mas o Papa faleceu. Finalmente, a instâncias de São Felipe e diante da opinião favorável de três advogados consistoriais, o Papa João XXI decidiu que a ordem continuasse como antes. Mas a aprovação final só veio em 1304, com a bulla “Dum levamus”, do Papa Bento IX. Dos sete fundadores, só Santo Aleixo vivia.

Com efeito, entre 1257 e 1268 haviam falecido quatro deles. Em 1282, morrendo Santos Hugo e Sosteno, dos primitivos sete fundadores restou somente Santo Aleixo.

Em 1270 Santo Aleixo teve a dita de ver nascer milagrosamente a filha de seu irmão Clarêncio, já septuagenário, a futura Santa Juliana Falconiere, que fundaria um ramo feminino da Ordem dos Servitas, as Mantellatas.

Outro santo cuja fama de santidade muito contribuiu para a expansão da obra dos Servitas foi São Peregrino Laziosi, nascido em 1265, recebido na Ordem em 1283. Sua humildade e paciência eram tão grandes, que foi chamado “o segundo Jó”. Seu corpo permanecia incorrupto até recentemente.

Os sete fundadores foram sepultados no mesmo sepulcro. Simbolicamente, suas cinzas se misturaram.

por Plinio Maria Solimeo
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Obras consultadas:
–Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, Bloud et Barral, Madrid, 1882, tomo II.
–Edelvives, El Santo de Cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1946, tomo I.
–Pe. José Leite, S.J., Santos de Cada Dia, Editorial A.A., Braga, 1993, tomo I.
–The Catholic Encyclopedia, Volume IX, Copyright © 1910 by Robert Appleton Company, Online Edition Copyright © 2003 by Kevin Knight.

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Reflexões:

A devoção à Nossa Senhora das Dores, pela difusão da qual a ordem dos Servitas de modo especial trabalhava, é tão antiga, como a própria Igreja. Do grande privilegiado Apóstolo São João, nós todos devemos aprender esta devoção, porque ele mais do que qualquer outra pessoa teve ocasião de bem de perto observar Maria Santíssima nas suas tribulações, desde a hora que com ela passou ao pé da Cruz no Calvário, à hora que a recebeu por Mãe, até o momento em que Ela entregou sua alma imaculada ao seu divino Esposo, ao Espírito Santo. Diz a tradição que São João Evangelista, depois da gloriosa Assunção de sua Mãe adotiva, passou os dias tristes, cheio de saudades de quem, na terra, depois de Jesus lhe era tudo. Teria chegado a pedir a graça de ainda uma vez poder contemplar o rosto de Maria, no que foi atendido. Jesus lhe apareceu junto com sua bendita Mãe; e esta pediu a seu divino Filho uma graça especial para todos os devotos de sua vida dolorosa. Jesus respondeu: "A todos os devotos a tuas Dores conferirei quatro graças: 1ª) A da contrição perfeita de todos os pecados, algum tempo antes da sua morte; - 2ª) Assistência especial em todas as tribulações, mormente na morte. – 3º) Compreensão profunda das tuas dores e da minha Paixão. – 4ª) A graça de atender as suas súplicas em favor dos teus devotos".

A Igreja estabeleceu duas festas em homenagem à Mãe Dolorosa: na quarta-feira santa, celebra-se o encontro de Nosso Senhor dos Passos com Nossa Senhora das Dores. A 15 de setembro, comemora-se Nossa Senhora das Dores. Muitas igrejas, capelas e altares Lhe são dedicados. A Igreja aprovou a recitação do rosário das sete dores e muitas orações desta devoção são enriquecidas de indulgências.

Que em nós se realize o que o Evangelho de um modo elogioso afirma a respeito do Apóstolo: “E desde aquela hora a recebeu com Mãe, como Mãe dolorosa. Sejamos discípulos de Jesus, em verdade. Acompanhemos com amor Maria SS. nas suas dores, para que, sofrendo com Ela, consigamos aliviá-la nas suas tribulações”. (São João Crisóstomo.)

  1. http://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=C042449F-3048-313C-2E8E44733EF3DCAF&mes=Fevereiro2008 

  

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