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terça-feira, 9 de outubro de 2012

A Educação e a Graça

Diário de uma viagem do Rev. Pe. Ernesto J. Cardozo a Goiás.

A EDUCAÇÃO E A GRAÇA




Estamos nas proximidades de Anápolis, a cerca de 200 km de Brasília, em uma primavera seca de 34ºC. Chegamos no meio da tarde na Escola São José, fundada por Pe. Fernando Lopes, um sacerdote brasileiro com pouco mais de 60 anos, que também fundou o Instituto de Nossa Senhora do Rosário. Viemos convidados para participar da festa patronal do instituto, composto por 27 religiosas, que têm a delicada e árdua tarefa de educar mais de 90 alunos, a maioria dos quais são meninas internas, o que aumenta o trabalho, mas proporciona melhores resultados ao manter as meninas longe do ambiente tão pouco cristão que se respira nas cidades e nos próprios recintos familiares.

A escola é situada no campo, com um péssimo sinal de telefonia móvel e de internet, o que não deixar de ser uma vantagem quando se pretende focar a atenção na educação e formação religiosa destas meninas, que têm à disposição uma importante igreja com três torres, salas de aula confortáveis, salas de informática, ginásio de esportes, tudo adornado com esmero e bom cuidado.

Celebro a Missa, à tardinha: irmãs, professores e alunas internas respondem em perfeito latim e em uníssono; brilham especialmente ao entoar belas canções à Virgem, em todo momento, tanto na entrada como na saída do templo, durante a comunhão; as respostas na Missa se dão em uma perfeita ordem e harmonia. As meninas são alegres, sabem que são queridas por suas educadoras, brilham a roupagem da modéstia no vestir e nos modos, trazem no rosto o sorriso inocente e espontâneo, sem perder por isso o brilho da bonita juventude. 

É notável a ação de graça na ação educadora nessa infância e juventude do século XXI. Vê-se que também é possível obter bons frutos quando se centra tudo ao redor da Cruz, de uma piedade firme e da sã doutrina.

Mais tarde, se reza a novena diante do Santíssimo exposto; pareceu-me particularmente bonito o canto da Ladainha de Nossa Senhora diante da singela imagem da Virgem de Fátima, que parecia sorrir ...

Domingo de festa. Missa com os melhores cantos e trajes. O Padre recorda no sermão os feitos de Lepanto e a chave para a vitória... o Rosário! Após o lanche, a procissão, uma representação teatral dos mistérios gozosos, cantos, jantar e um bolo.

Escrevo estas linhas porque sei de muitos pais que desejariam ter uma escola assim para suas filhas, onde o foco principal é o ensino da Fé de sempre emoldurado pela liturgia tradicional. 

O trabalho das religiosas é auxiliado, ademais, pelo empenho das 16 professoras graduadas externas. Esse trabalho se sustenta com uma taxa mínima¹, inclusive muitas das internas, por problemas familiares, pagam apenas com as suas orações. O resto é feito pelo bom e velho São José, que não deixa que falte o essencial nas obras de Deus.

Pe. Fernando parece incansável e planeja para o próximo ano o internato para meninos, em uma fazenda próxima.

O Padre reza a missa diariamente às 6h, e aos domingos e feriados às 7 e 17 horas, com a assistência dos fieis que, em sua maioria, vêm de Anápolis, distante cerca de 20 km, e de alguns moradores da vizinhança. Mas não faltam os que vêm de muito mais longe para buscar alento e conselho deste bom Padre que, com o terço na mão e firme na doutrina, trabalha incansavelmente para a Glória de Deus.


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