Há uma confusão que consigo traz a glória e a graça
"Desde que cometeste um pecado, por que recusas confessá-lo, alma cristã? Eu me envergonho, dizes. 'Ouve, desgraçada, exclama S. Agostinho, pensas unicamente na vergonha e não pensas na condenação eterna que te espera se te não confessares'. Envergonhas-te, dizes. Mas por quê? Que loucura, continua o mesmo Santo, não te envergonhas de ferir mortalmente a tua alma e envergonhas-te de deixá-la examinar para que seja curada? Se o médico não vê a ferida e não conhece bem o mal, não poderá curá-lo."
"Um discípulo de Sócrates entrou uma vez na casa de uma mulher de má vida. Querendo sair, avistou o mestre, que por aí passava, e tornou a entrar depressa, para não ser visto. Sócrates, porém, havia-o visto e, aproximando-se da casa, disse: Meu filho, é uma vergonha entrar nesta casa, não, porém, sair dela. É também o que te digo: Meu filho, é uma vergonha cometer o pecado; não, porém libertar-se dele pela confissão."
"Escuta o que diz o Espírito Santo: Há uma vergonha que traz consigo o pecado e há uma confusão que consigo traz a glória e a graça (Ecli 4, 25). Devemos fugir da vergonha que nos leva ao pecado e nos torna inimigos de Deus; não, porém, da que, ligada à confissão dos pecados, nos granjeia a graça de Deus e a glória do céu."
- Santo Afonso de Ligório (Excerto extraído do livro Escola de Perfeição Cristã, capítulo oitavo, do sacramento da Penitência)
Fonte: Ecclesia Una
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