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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Santa Maria Rainha, Medianeira e Corredentora e a Medalha reveladora


 

SANTA MARIA RAINHA, MEDIANEIRA E CORREDENTORA 

 
Essas são as três gemas fúlgidas que tornam soberanamente bela e poderosa a Imaculada Mãe de Deus. Que a Medalha Milagrosa, que apressou a solene proclamação de Fé da Imaculada Conceição, possa fazer apressar também a definição dos Dogmas Marianos de Rainha, Medianeira e Corredentora.

Não é por acaso que a Medalha Milagrosa faz brilhar essas Verdades. Cabe-nos não negligenciar a lição e o chamamento tão doce e consolador que esta nos dá: a Minha Celeste Mãe Imaculada também é minha Celeste Medianeira, Corredentora e Rainha


Toda a graça vem d’Ela!

A Imaculada, com os braços abertos para baixo e com uma miríade de raios brilhando que partem de suas mãos, representa, de forma brilhante, Maria Santíssima como Medianeira de todas as graças.

A mediação universal faz parte da missão materna de Maria Santíssima para com a Humanidade. Esta é uma Verdade que desde os primeiros tempos da Igreja foi reconhecida a Nossa Senhora, e esperamos ver em breve proclamada como Dogma de Fé, como ardentemente desejava S. Maximiliano Maria Kolbe.

A Imaculada é a Medianeira de graça junto de Jesus, único Provedor de Justiça entre Deus e o homem. Ela, como Mãe nossa, intercede sempre em nosso favor, mesmo quando não recorremos explicitamente e diretamente a Ela, pois, além de nossa Mãe, Ela também é a “Mãe da Divina Graça”, e todas as graças que os homens recebem, todas sem exceção, vêm do seu Coração, passam por suas mãos.

Releiamos, agora, alguns pontos da segunda aparição da Imaculada a Santa Catarina Labouré, e veremos como a Verdade da Mediação Mariana parece certa e brilhante.

Ela tinha os olhos voltados para o céu, e o seu rosto se tornou resplandecente, enquanto apresentava o globo a Nosso Senhor”: Eis uma Mãe, bela de uma beleza inexprimível, que roga e intercede por nós, filhos que Ela ama. 

De repente, seus dedos se cobriram de anéis, ornados com pedras preciosas... as quais (mãos) lançavam raios, uns mais bonitos do que os outros... Enquanto eu estava entretida a contemplá-La, a Santíssima Virgem abaixou os olhos em minha direção, e uma voz se fez ouvir que me disse estas palavras: ‘Este globo que vês representa o mundo inteiro... a França... e cada pessoa em particular’. Eu não sei repetir em palavras aqui o que senti e o que vi; a beleza e o brilho dos raios fulgurantes! ... E a Virgem Santíssima acrescentou: ‘Eu sou o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que m’as pedem’, me fazendo compreender o quanto é doce rezar à Santíssima Virgem, e o quanto Ela é generosa com as pessoas que A rogam; quantas graças Ela concede às pessoas que lhas procuram; que alegria Ela sente em concedê-las...”.  


“Peça-me quanto quiseres”...

Alguma vez nós pensamos que a todo momento Nossa Senhora está nessa atitude de súplica e de dom para conosco? Lembramos do que Nossa Senhora fez em Canãa? Somente Ela percebeu que acabara o vinho. E com tanta solicitude e doçura disse ao seu Filho Jesus: “Eles não têm mais vinho” (Jo 2,3). Jesus olhou no fundo dos olhos daquela Mãe, sua e nossa, sentiu a ternura daquele Coração tão semelhante ao d’Ele, e fez o milagre, o seu primeiro milagre, mudando a água em vinho, adiantado a hora estabelecida por Deus! (Jo 2,4). Verdadeiramente Nossa Senhora é “Onipotente pela graça”. Ela tudo pode, porque está entre Deus e o homem, sendo mulher e sendo Mãe de Deus. Ah, que alegria para nós ter uma tal Mãe!

Papa Pio IX escreveu que Nossa Senhora, com sua dignidade de Mãe e Rainha, estando à direita de Jesus, “obtém tudo o que pede, nem pode restar inatendida”.

E o número infinito de graças que a Medalha Milagrosa obteve para os homens é a confirmação mais certa dessa Verdade consolantíssima. 


A nossa Corredentora

Mas por que Maria foi por Deus elevada para este mister de Tesoureira de todas as graças? Porque Ela, com seus sofrimentos, foi associada por Deus a Jesus para salvar os homens; Ela, então, é a Corredentora da Humanidade.

Afirma S. Pio X, na Encíclica “Ad Diem Ilum”, de 2 de fevereiro de 1904: “Desta comunhão de dores e de vontades entre Cristo e Maria, mereceu Ela se tornar dignamente a Reparadora do mundo perdido, e, por conseguinte, a Dispensadora de todos os dons que Jesus nos alcançou com a morte e com o Sangue”.

Também esta Verdade da Corredenção de Maria Santíssima a encontramos expressa na Medalha Milagrosa. Olhemos para o seu verso: a letra M, monograma de Maria, encimada por uma cruz; abaixo, o Sagrado Coração de Jesus coroado de espinhos e o Imaculado Coração de Maria traspassado por uma espada. Há aqui compendiada toda a doutrina da Corredenção de Maria! 

Pensemos no Calvário: Jesus na Cruz, Maria aos pés da Cruz, unidos indissoluvelmente na oblação do sacrifício d’Eles que redimiu o mundo. Como disse a Eva, assim Deus disse a Maria, nova Eva: “Darás à luz na dor” (Gn 3,6). E, de fato, na dor Nossa Senhora nos deu à luz à vida da graça. Nos deu à luz na dor do seu Coração, traspassado pela espada da Paixão e Morte do Filho.

Quanto é profundo, portanto, o significado daqueles dois Sagrados Corações efigiados no verso da Medalha! 


“Sou hebreu de raça”

Nossa Senhora, portanto, é Corredentora e, por isso mesmo, Medianeira Universal de todas as Graças, como ensina São Pio X. E principalmente pela graça das graças, ou seja, a salvação final, recorramos à Divina Corredentora: Ela sabe fazer de todo pecador um justo, de todo redimido um Santo. 

Conforte-nos a história de uma das tantas conversões que Nossa Senhora operou através da Medalha Milagrosa. Reportamos para esse fim um episódio da vida do Padre Maximiliano M. Kolbe: 

Durante a internação no sanatório de Zakopane (Polônia), Padre Kolbe certamente não pensou em ficar inerte, pois ele mesmo amava repetir aos seus irmãos “Não podemos dormir enquanto uma única alma estiver sob o domínio de Satanás”. Por isso, mesmo doente em Zakopane, ele se manteve ativo. Entre outras coisas, toda quinta-feira dava uma palestra aos jovens estudantes ateus do Sanatório. Após poucas quintas-feiras, quatro deles se converteram. Apenas um, dos mais novos, mesmo acompanhando atentamente as conferências do Padre, mostrava não querer ter nada a ver com ele saindo imediatamente no final de cada reunião. Mas um dia, o jovem se aproximou e lhe disse: “Queria cumprimentá-lo, Padre; é a última vez que nos vemos. Minhas condições se agravaram, não vou poder sair da cama, é o fim...”. Depois, o jovem confidenciou a ele:
- Eu sou hebreu de raça e de religião.
- Irei visitá-lo.
- Impossível, o senhor sabe. É proibido visitar os doentes graves.
- Irei mesmo assim.
E, de fato, não só foi, como o batizou, deu-lhe a Santa Comunhão, ministrou-lhe a Extrema Unção e depois colocou em seu pescoço a Medalha Milagrosa.
- Está feliz? ... Diga-me, o que ainda te incomoda, menino?!
- Minha mãe... A chegada de minha mãe.
A mãe dele era uma hebreia fanática.
- Não te preocupes, já estarás no Paraíso quando ela chegar.
De fato, o jovem morreu às 11h, e a mãe só chegou ao meio-dia. E, quando chegou, fez um grande escândalo por causa da conversão do filho. Imediatamente, arrancou-lhe do peito a Medalha Milagrosa e expulsou o Padre Kolbe de mau jeito.
- Mas, post factum(*)..., comentava o pio frade ao contar o episódio ao Irmão Alfonso. 


A nossa Rainha

Uma última importante Verdade nos é ensinada pela Medalha Milagrosa: a Realeza de Maria Santíssima.

Nossa Senhora, na aparição de 27 de novembro de 1830, a Santa Catarina Labouré, assenta vitoriosamente seus pés no globo, e parece nos dizer, Ela também como Jesus Rei Divino: “Não tenhais medo, Eu venci o mundo!” (Jo 16,33).

Além disso, a Imaculada segura em suas mãos outro globo, menor, que oferece a Deus Pai. Se é verdade que só se pode oferecer o que é próprio, Maria pôde oferecer a Deus o mundo porque Lhe pertence, tendo sido constituída Rainha do Universo.

Finalmente, as doze estrelas gravadas no verso da Medalha indicam os Santos e, em geral, todas as almas que, por efeito de sua maternal proteção, cercam agora o seu Trono real lá no Céu. Em particular, nas doze estrelas se quis ver simbolizados os doze Apóstolos, ou seja, as colunas da própria Igreja, a qual glorifica em Maria Santíssima a Sua Divina Mãe, a Mãe de Cristo Cabeça da Igreja e a Mãe do Corpo Místico de Cristo.

Olhando a Medalhinha podemos ainda trazer à lembrança o “sinal prodigioso” da Mulher do Apocalipse que São João viu avançar vestida de sol, com a lua sob os pés e com a cabeça coroada por doze estrelas (Ap 12,1).

E que alegria não deve infundir em nossos corações esta sublime Verdade: nós somos os abençoados filhos de uma Mãe todo-poderosa e misericordiosa, belíssima e gloriosíssima, toda amor e esplendor, Mãe de Deus e da Humanidade, Rainha da Terra e do Paraíso. 

(*) ou seja, foi tarde demais, pois o pequeno hebreu estava salvo.

Tradução Giulia d’Amore. 
  

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