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quarta-feira, 5 de março de 2025

Pretzel, uma iguaria católica

A história dos pretzels


Giulia d'Amore


Os pretzels têm origem católica. Este lanche popular foi pensado para o tempo da Quaresma, e a sua criação remonta ao século IV, criado em um dos inúmeros mosteiros do norte da Itália, e que se tornou “típico” em diversos outros países da Europa e nos Estados Unidos. 

Durante a Quaresma, sob o Império Romano, os fiéis observavam um jejum[1] muito rigoroso, que proibia o consumo de leite, manteiga, queijo, ovos, natas e carne. Os monges, em particular, se mantinham praticamente a pão e água. E os pães que faziam eram bem simples, só com água, farinha e sal, para se lembrarem que a Quaresma era um tempo de oração e penitência. Como sobravam recortes de massa, para não os desperdiçar, moldavam pãezinhos em formato de braços cruzados, para inspirar as crianças à oração, já que, naquela época, os fiéis rezavam dessa forma, com os braços sobre o peito, e cada mão tocando o ombro oposto. Esse formato acabava formando três buracos, que, segundo alguns, representavam a Santíssima Trindade

Os primeiros nomes dados aos pãezinhos não eram alemães, como se supõe, mas latinos: os monges os chamavam de “pretiola” (recompensa), ou “brachiola” (do latim “brachium”) ou “bracellus” ou “bracellæ” (pequenos braços), pela posição dos braços cruzados. Dessa palavra latina se chegou ao atual “bretzel” ou “pretzel”. Os primeiros pretzels eram uma recompensa para as crianças que memorizavam versículos bíblicos, orações ou faziam todos os deveres da escola. 

Do Norte italiano atravessam os Alpes: primeiro vão para França, depois para a Baviera, onde são aperfeiçoados, chegando essencialmente, já na Idade Média, ao produto como o conhecemos hoje. Foi a simplicidade da receita, tão deliciosa e econômica, que contribuiu para que este pão atravessasse metade da Europa e hoje, com razão, pode ser chamado de produto “típico” alemão, suíço, tirolês do sul, austríaco, alsaciano e romeno, só para permanecer no continente europeu, onde também é possível encontrá-lo na versão doce (com açúcar ou cobertura de chocolate) e até frito. Por ser tão comum, não poderia haver uma receita única, mas podemos tentar traçar um único caminho: todos os pretzels têm o mesmo formato, como de um anel com as duas pontas amarradas, como dois braços a se abraçarem — fazer esse malabarismo com facilidade e rapidez requer anos de prática — e são feitos com ingredientes simples e fáceis de encontrar.

Na Alemanha conquistam a todos: os encontramos até em livros de orações muito antigos; e os alemães os usam como comida auspiciosa, tornando-se um alimento oficial da Páscoa, mesmo passando pela Reforma Imperial e o Cisma Oriental. Atualmente é consumido o ano todo, perdendo sua característica original. 

Séculos depois, estes pães foram os inocentes protagonistas de uma história particularmente dramática: em 1510, os otomanos tentaram conquistar Viena, mas, não conseguindo entrar por terra, tentaram um ataque por baixo, cavando um túnel sob a muralha que circunda a cidade. Uma jogada perigosa e arriscada, que acabou sendo um fracasso graças aos pretzels. No século XVI, os pretzels ainda eram um produto monástico, por isso os próprios monges, que trabalhavam nas cozinhas durante a madrugada, perceberam as intenções dos turcos e alertaram as autoridades locais: trabalhando no silêncio da noite, nos subterrâneos das igrejas e sacristias, ouviam todos os progressos do inimigo. Não satisfeitos com a “espionagem”, eles tomaram as armas e se juntaram ao exército lutando na linha de frente contra os muçulmanos, com sucesso. Para agradecer aos corajosos monges, Maximiliano I de Habsburgo concedeu-lhes o brasão imperial e um status muito elevado na sociedade da época, que durou até à Grande Guerra. 

A história dos “pretzels salvadores da pátria” percorreu a Europa e aumentou substancialmente seu status de “comida da sorte”: na Suíça, os nobres costumavam dar como lembrancinha uns aos outros nas cerimônias de casamento; na Alemanha, as crianças faziam colares para usar na véspera de Ano Novo, para desejarem umas às outras boa sorte e prosperidade no próximo ano.

Eles também chegaram à América, no famoso “Mayflower”, o navio mercante que levou os “pais peregrinos” aos Estados Unidos em 1620; os pretzels secos (semelhantes aos que usamos como aperitivo) foram usados como moeda troca com os nativos americanos. A partir do século XVII, expandiram-se pelos Estados Unidos, sobretudo a partir de 1710, com a chegada em massa de imigrantes vindos da Alemanha, os quais trouxeram consigo, como todo emigrante, todas as tradições gastronômicas da sua terra.  

Hoje, estão também no Brasil, e não só graças a uma famosa loja de fast food, mas também por causa das colônias alemãs no sul do País. 

Uma receita aqui: https://www.tudogostoso.com.br/receita/30675-pretzel-delicioso.html.

Fontes de pesquisa: 
“The Year of the Lord in the Christian Home”. Padre Francis X. Weiser S.J., Collegeville, Minnesota: The Liturgical Press. Very Good. 1964, 126 pp. (Um livro clássico dos tempos pré-Vaticano II que analisa o desenvolvimento e a história das festas e costumes cristãos, especialmente quando celebrados em casa) https://www.ebay.com/itm/126356500395;
https://www.instagram.com/p/C3bO_0hrE2C/?igsh=ZzN1bHV5M3Y1cDRq;
https://www.overland.org/la-lunga-storia-dei-pretzel/ (tem a receita em italiano);
https://www.cookist.it/bretzel-storia/.
       

terça-feira, 4 de março de 2025

História da Novena da Graça de São Francisco Xavier


HISTÓRIA DA NOVENA



Este é o nome dado à Novena pelo Apóstolo das Índias, São Francisco Xavier, ao venerável Padre Marcelo Mastrilli, da Companhia de Jesus e mártir do Japão, a quem, estando em perigo de morte, apareceu curando-o instantaneamente, e a quem predisse que iria pregar aos índios e morrer entre eles. 

Essa Novena a São Francisco Xavier surgiu de um fato histórico acontecido em 11 de dezembro de 1633. No final de uma festa no Palácio Real de Nápoles (Itália), seis operários estavam desmontando um altar projetado pelo Padre Jesuíta Marcelo Mastrilli. Um destes operários, que trabalhava numa escada muito comprida, deixou escapar um martelo que acabou atingindo a cabeça do Pe. Mastrilli. Socorrido e transportado ao Colégio Jesuíta, o religioso recebeu todas as curas possíveis dos médicos, mas em vão. Pe. Mastrilli agravou-se ao ponto que, depois de 21 dias, em 2 de janeiro de 1634, agonizava. No entanto, na manhã de quarta-feira, 4 de janeiro, Pe. Mastrilli já estava no altar celebrando a Santa Missa.

O que havia acontecido? O próprio Padre explica que, antes de receber o sacramento da Extrema Unção, tinha feito um voto diante do superior, o Padre Carlo Di Sangro, de partir como missionário para o Oriente caso se recuperasse. Em seguida, pediu ao seu Confessor para trazer ao quarto uma imagem de São Francisco Xavier. Colocando na altura da garganta uma pequena relíquia do Santo, rezou para que lhe concedesse a Comunhão antes de morrer. Com efeito, ele pôde receber a Comunhão, rodeado pelos confrades. Depois de alguns instantes ouviu chamar: “Marcelo! Marcelo!”. Dirigindo o olhar para a imagem de São Francisco Xavier, viu uma pessoa vestida como um romeiro, com as aparências do Santo, que lhe disse: “Pois bem, o que você quer fazer? Quer morrer ou partir como missionário para a Índia?”. Pe. Mastrilli respondeu que desejava cumprir com a vontade de Deus. “Não lembra” – prosseguiu, então, o Santo – “que ontem, com a permissão do seu superior, você fez voto de ir para o Oriente, se Deus o curasse?”. Com a sua resposta afirmativa, o Santo continuou: “Portanto, com alegria, repita comigo essas palavras...”. O Santo lhe fez repetir a fórmula dos votos religiosos, acrescentando a promessa de partir como missionário e o pedido do martírio. Enfim acrescentou: “Agora sarou. Agradeça a Deus por um dom tão grande, e, como sinal de adoração, beije as Cinco Chagas do Crucifixo”. São Francisco Xavier fez esta promessa para quem rezasse esta novena: “Todos aqueles que implorarem a minha ajuda durante nove dias consecutivos, do 4º ao 12º dia de março, e receber dignamente os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia em um dos nove dias, vai experimentar minha proteção e ter esperança, com toda certeza, de obter de Deus qualquer graça que peça para o bem de suas almas e a glória de Deus”. 

Todos puderam constatar que Padre Mastrilli estava completamente curado. Partiu para o Oriente e três anos depois, em 1637, e morreu mártir em Nagasaki, no Japão. Tinha 34 anos. 

Grato pela cura obtida, conservou por São Francisco Xavier uma grande devoção, que procurou difundir entre aqueles que encontrava. Muitos testemunharam as graças recebidas por São Francisco Xavier e assim se difundiu esta devoção da “Novena da Graça”. 

O Papa Urbano VIII e Filipe IV rei de Espanha, quiseram vê-lo e ouvir da sua boca a narração daquele milagre, e Padre Mastrilli satisfez os seus desejos. Depois embarcou para Goa, na Índia, e, tendo feito ao grande Xavier o presente de um magnífico túmulo, em reconhecimento da graça que havia recebido, partiu com a maior satisfação dos seus superiores, para ir conquistar a coroa que lhe havia sido prometida. 

Chegado ao Japão, escreveu a seu pai: “Eu espero que S. Francisco Xavier acabará a sua obra. Por um milagre, ele me restituiu a vida; por um milagre, me conduziu às Filipinas; por um milagre, me abriu a entrada deste Japão tão desejado. Espero, pois, que, por um milagre, também me verei um dia no meio dos verdugos”. 

Teve, com efeito, a felicidade de ser martirizado no Japão a 17 de Outubro de 1637. A cura tão pronta do Padre Mastrilli, as circunstâncias maravilhosas que a haviam precedido e seguido, causaram mais impressão porque a família de Saint-Marzan, à qual ele pertencia, era da mais alta nobreza napolitana. 

A Novena a S. Francisco Xavier tornou-se, em pouco tempo, uma devoção popular tão viva, tão ardente, que, em 1652, os calabreses fizeram publicar um grosso volume com as graças extraordinárias que tinham obtido pela intercessão do Apóstolo das Índias. Este volume contém 142 narrações de fatos milagrosos devidos à sua proteção. A novena da Graça se reza, particularmente, de 4 a 12 de março. Padre Mastrilli prometeu ajuda especial do Santo para todos aqueles que você convidar e recomendar de fazer a novena.

Mais tarde, em 1658, o Padre Alejandro Filipucci também foi curado pelo Santo e pôs por escrito a Novena. Definiu uma data para a sua realização — de 4 a 12 de Março (aniversário da sua canonização) — embora isso possa ser feito em qualquer época do ano. Desde então, esta devoção foi rapidamente disseminada em todos os lugares. Ela é conhecida pelo nome de Novena da Graça “por sua grande e comprovada graça nas necessidades da vida presente” (São Pio X). Os frequentes milagres e curas obtidos mostram a eficácia desta novena, chamada “da graça” porque São Francisco garantiu ao Padre Mastrilli que todos aqueles que implorassem sua intercessão para com Deus e confessassem e recebessem a Comunhão em algum dos dias da novena, conseguiriam, se fosse conveniente à sua salvação, a graça que pedissem.

Os Romanos Pontífices concederam 300 dias de Indulgência para cada dia da novena, e uma Indulgência Plenária no final, se, em qualquer um desses dias o fiel se confessou, comungou e rezou pelas intenções do Papa — Quais são as intenções objetivas do Papa? São sempre estas: Rezar pela exaltação da Santa Madre Igreja; pela santificação do clero; a extirpação das heresias; pela paz e concórdia entre os Príncipes cristãos; pela conversão de todos os infiéis, hereges e pecadores; pelos agonizantes; pelas benditas Almas do Purgatório. 


TESTEMUNHO DE DEVOÇÃO POR SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

Um episódio, envolvendo Santa Teresinha do Menino Jesus reforça a convicção em favor da “Novena da Graça”. A irmã dela, Maria Luisa, no processo de beatificação da Santa carmelita, fez esta declaração: “A caridade fazia-lhe desejar fazer o bem também depois da sua morte. Esse pensamento a preocupava. Em 1896 (a santa morreu um ano depois), de 4 a 12 de março, fez a novena a São Francisco Xavier. Ela me disse: ‘Pedi a graça de fazer o bem também depois da minha morte, e agora estou certa de tê-la obtida porque, com essa novena, obtém-se tudo o que se deseja’”. Essa oração tem um significado muito profundo: a graça obtida por intercessão de São Francisco Xavier se “paga” com o compromisso missionário. O dom recebido por Deus deixa de ser uma graça para si e se torna, por sua vez, um dom para os outros e para o mundo.

Se não abrir, peça para nós através do formulário lateral



Fontes: 

      

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Do batismo de desejo. O Magistério inerrável da Igreja


Do batismo de desejo. 

O Magistério inerrável da Igreja



Acerca do tema do Batismo de desejo ou de fogo, que almas despreparadas (ou heréticas mesmo!) ficam ressuscitando de tempos em tempos, vamos ouvir o Magistério da Igreja. 


Catecismo de São Pio X 


O Catecismo de São Pio X fala claramente sobre isso, na questão 280:
Se o Batismo é necessário para todos, alguém pode se salvar sem o Batismo? 
Sem o Batismo ninguém pode se salvar; no entanto, quando não se possa receber o Batismo de água, basta o Batismo de sangue, isto é, o martírio sofrido por Jesus Cristo, ou o BATISMO DE DESEJO, que é o amor da caridade, desejoso dos meios de salvação instituídos por Deus.

Esta HERESIA de que a Igreja não reconhece o batismo de desejo vem sendo insistentemente propagada pela dupla de irmãos Michael e Peter Dimond, do Mosteiro da Sagrada Família de Fillmore, NY, EUA, com informações falsas ou distorcidas. Neste caso, afirmam três idiotices: 

I. Que o Catecismo da Doutrina Crista de São Pio X, de 1912, não é de São Pio X, mas atribuído a ele. 

II. Que o erro dos que creem no Batismo de Desejo estaria na questão 568 desse catecismo, sendo que esse catecismo só tem 433 questões… 

III, Que a verdade verdadeira estaria na suposta questão 567 do mesmo catecismo que eles dizem ser herético, ou seja, são eles que decidem o que vale e o que não vale no Catecismo de São Pio! 

Bom eles se baseiam no Catecismo de São Pio X de 1905, que, na verdade, foi censurado pelo próprio Papa, o qual, então, escreveu o de 1912. Que é válido.  

Pode se discutir acerca da validade ou não para tooooda a Cristandade, tendo em vista que foi dirigido à diocese e à província eclesiástica de Roma (não à Itália como um todo, como afirmam erroneamente os irmãos Dimonds…), mas, em tempos de crise da Igreja, uma verdadeira batalha espiritual, e não tendo outro catecismo posterior para toda a Cristandade, não é de se negar que, por sua utilidade, serve para toda a Igreja. Outra opção seria reportar-se ao Catecismo Bellarmino ou de Trento. Mas eu questiono aos teólogos de botequim: No que discordam os dois catecismos? Me provem! 

Ainda sobre a dupla de irmãos heréticos, registro que o que lhes falta, além do catecismo básico, é interpretação de texto. Vejamos o que dizem: 

“O Catecismo ATRIBUÍDO ao Papa São Pio X repete para nós o mesmo ensinamento de fide da Igreja Católica sobre a NECESSIDADE ABSOLUTA do batismo de água para a salvação. 
Catecismo do Papa São Pio X, Os Sacramentos, ‘Baptismo’, Q. 567: ‘O Batismo é necessário para a salvação? O Batismo é absolutamente necessário à salvação, porque o Senhor disse expressamente: ‘Quem não renascer na água e no Espírito Santo, não poderá entrar no reino dos céus’.’ (Grifos nossos.)
 
Vejam bem, o catecismo não diz que a ÁGUA é necessidade absoluta para a salvação, mas que o BATISMO é necessidade absoluta para a salvação. O texto não precisa de uma interpretação iluminada, é claro e objetivo.

Essa questão 567 citada por eles, e que menciona as palavras de Nosso Senhor sobre renascer na água, sequer tem uma correspondência no Catecismo de 1912. As duas questões anteriores (278279) tratam da necessidade do batismo e da penitência para a salvação e se são igualmente necessários… 

Acontece que, quando partimos de uma PREMISSA ERRADA, não há a menor possibilidade de chegarmos a uma CONCLUSÃO CORRETA. Há uma falha invencível no raciocínio. 

No mesmo texto, dizem, ainda, que São Pio X afirmou heresias (SIC!!!). Não vou tratar disso aqui, porque o tema é outro. E também porque São Pio X não precisa ser defendido contra as idiotices heréticas de dois NADAS, uma vez que ele já foi canonizado infalivelmente pela Santa Madre Igreja. Roma locuta causa finita. Avante. 

Assim, trago agora à colação outro Magistério da Igreja: a Carta “Debitum pastoralis officii” de S.S. o Papa Inocêncio III (1198-1216), em resposta ao bispo Bertoldo (?-1212) ou Bertram, que foi bispo de Metz, na França, de 1179/1180 a 1212. 


Do ministro do batismo e do batismo de fogo[1]


Da Carta Debitum pastoralis officii, a Bertoldo, bispo de Metz, de 28 de agosto de 1206.

788. Dz 413. Tu nos comunicaste que um certo judeu, estando na iminência de morrer, como se achasse sozinho entre judeus, imergiu a si mesmo na água dizendo: ‘Eu me batizo, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.’

Respondemos que, tendo que haver uma diferença entre o batizante e o batizado, como evidentemente se conclui das palavras do Senhor, quando diz aos seus Apóstolos: Ide […], batizai (todas as gentes), em nome etc. (cf. Mt 28, 19), o judeu em questão deve ser batizado novamente por outra pessoa, para mostrar que um é o batizado e outro é o que batiza. Ainda que tivesse morrido imediatamente, teria voado instantaneamente para a Pátria celeste pela fé no sacramento, mas não pelo sacramento da fé. (Grifos nossos.)


Nota 1: CIC Decr. Greg. III,. 42, 4: Frdbg II 646 s; Rcht II 621 s; Pth 2875; PL 215. 986 A.

Extraído de Dezinger 739, 1963 (traduzida para o espanhol da 31ª edição de 1958), p. 148.  



sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Papa Pio XI e os R&R

Me enviaram este texto, mas não consegui encontrar o autor ou site/blog de publicação. Foi compartilhado através do Telegram. Se alguém souber de quem é, por gentileza me avise, para colocar os devidos créditos.  
Minha ponderação sobre o tema:  
Há duas situações de R&R 
1. A da Neofrat e similares, que reconhecem como Papa a um falso papa e lhe resistem (desobedecem).  
2. A dos que reconhecem um Papa verdadeiro (Pio XII, por exemplo), mas lhe resistem (desobedecem). A obediência absoluta é reservada apenas ao líder que os induz ao erro; e tanto pode ser um padre quanto um dos inúmeros gurus de internet que ensinam sem conhecimento e sem autoridade.
As duas são obviamente erradas: Uma, porque, ao reconhecer um falso papa como Papa católico, estão em cisma com a Igreja de Cristo. Outra, porque, ao reconhecer um Papa Católico e ao escolher o que obedecer ou não de seus documentos, estão em heresia (como explicado abaixo). Então, os R&R ou são cismáticos ou são heréticos, ou ambos.  
Consideração final: esse termo "resistir" remete aos esquerdistas, que se orgulham de chamar de resistência os crimes que praticam... 


Papa Pio XI aniquila a posição de reconhecer e resistir

24 de Março de 2023




Os fiéis podem reconhecer e resistir ao Papa? 


Pio XI, em seus ensinamentos, esmaga por completo a teologia de reconhecer e resistir. Um fiel católico rejeitaria os ensinamentos dos Santos Padres? Por que muitos rejeitam hoje em dia? Por quais argumentos? Abaixo, lemos alguns destaques de trechos relevantes. Dentro do contexto que contradiz o R&R-ismo, recorramos à declaração Mortalium Animos[1] – Sobre a Unidade Religiosa. 

As palavras "reconhecer e obedecer" são exatamente opostas a "reconhecer e resistir". A turma do R&R não obedece àqueles que eles chamam de sucessores legítimos de Pedro. Os ignoram, resistem a eles e rejeitam seus ensinamentos. É claro que esse povo do R&R está correto ao rejeitar o Modernismo dos "papas" do Vaticano II, mas sua justificação para fazê-lo, em oposição ao que é reconhecido como a autoridade papal, é herética e uma blasfêmia. O princípio subjacente de Mortalium Animos é rejeitado pela turma dos R&R. Todo documento papal é uma instância do Romano Pontífice apresentando sua autoridade para que os fiéis obedeçam, não resistam.  

Em 31 de dezembro de 1929, o Papa Pio XI promulgou a Divini Illius Magistri[2] – Sobre a Educação Cristã. Esta declaração trata da importância de obter uma boa, santa e verdadeira educação cristã, que só é possível seguindo e obedecendo aos ensinamentos de um legítimo Romano Pontífice e seguindo suas regras para essa educação.  

Qual é a condição da Igreja Católica se ela está propagando o erro como qualquer outra religião, como os proponentes do R&R essencialmente afirmam? A posição da turma R&R faz da Igreja Católica apenas mais outra organização no mundo, que tem mais ou menos permissão para desviar as pessoas com o erro. Enquanto todas as outras religiões são condenadas pela Igreja Católica por fazerem a mesma coisa. 

Em 31 de dezembro de 1930, o Papa Pio XI promulgou Casti Connubii[3] – Sobre o Casamento Cristão. Mais uma vez, o Papa enfatiza sua autoridade sobre todos os fiéis. 

A mentalidade de reconhecer e resistir é uma grande hipocrisia. Pelas verdades de fé, como já tratamos, hereges não pertencem ao Corpo da Igreja, não lhes cabe serem reconhecidos. Portanto, a resistência encaixa apenas ao ponto de, justamente, afirmarmos que estes membros não fazem parte do Corpo da Igreja.  

Oremos para que o Papa Pio XII tenha um sucessor, e que o Papado seja restabelecido.

Notas 
[1] A Encíclica Mortalium animos, do Papa Pio XI, de 06 de janeiro de 1928. 

 

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