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sábado, 17 de dezembro de 2022

24 de Dezembro, não se faz "ceia de Natal"



24 de Dezembro, não se faz "ceia de Natal"


O americanismo é uma coisa ruim, em vários aspectos e níveis. De maneira particular, infestou o Brasil com filmes imorais e costumes abomináveis, como o Halloween e o consumismo voraz que transforma o Natal, entre outras festas, em uma corrida para ver quem gasta mais em presentes que ninguém queria. De fato, presentear-se reciprocamente no Natal não é algo ruim em si, e é um costume católico; o que não é católico é o exagero, sempre. Há pessoas que se endividam mais ainda do que já estão só para poder ostentar presentes ou por ter vergonha de admitir que não pode presentear. O que há de virtuoso nisso?  

Uma dessas "importações culturais" nefastas é a tal "ceia de Natal", feita na noite de 24 de Dezembro, Vigília de Natal. Nefasta porque diz respeito à alma e à obediência à Igreja. 


A Vigília de Natal é um dos dias de abstinência de carne de preceito que obrigam a todos os católicos, até mesmo aos indultados das Américas por causa do Descobrimento. "De preceito" porque não guardar abstinência de carne neste dia é pecado mortal, como na Sexta-feira Santa, por exemplo. Já escrevi um post a respeito disso, com o embasamento legal inclusive, e, para não me repetir, o podem ler aqui


A comemoração do Natal sempre foi no almoço do dia 25 de Dezembro, após a Santa Missa. Pelo menos até que se implantasse, graças às novelas e mídias de entretenimento, o "costume" da ceia. Vejam, a ceia de Ano Novo tem uma justificativa plausível, uma vez que se comemoraa passagem do ano, que acontece justamente à meia-noite. E, principalmente, o dia 31/12 não é dia de jejum e/ou abstinência. Não é o caso do dia 24 de dezembro. 

Qual é a real intenção de empanturrar-se de comida e embriagar-se com bebidas na noite do dia 24? Que virtude há nisso? As ceias virtuosas são sempre parcas, até por causa do horário. Essa comilança tão tarde da noite é despropositada e não tem nada a ver com o Menino Jesus, que certamente não era dado a esses banquetes desbragados; Cristo, como homem virtuoso, era comedido e temperado em suas ações. Fica a reflexão.  

Ademais, o exercício das virtudes, prática católica que nos santifica, não tira férias. Não existe, na doutrina da Igreja, nada que diga que há ocasiões ou datas em que podemos deixar as virtudes de lado e nos refastelar nos vícios, como a gula e a intemperança em geral. Ou há?... 

Sobre a questão da bebida, em particular, abro um parêntese para comentar que não compreendo por que os católicos necessitam tanto de bebidas alcoólicas em todas as comemorações. Ah! Sim, os entusiastas defensores da bebida alcoólica lembram que o 1º milagre de Nosso Senhor Jesus Cristo foi justamente com o vinho, mas eu ligaria isso mais ao último milagre d'Ele (na verdade, mistério, porque não é sensível): a instituição da Eucaristia, do que propriamente a um vício feio (e muito mais feio nas mulheres), que pode se tornar doentio e incurável. Não faço uma contra-apologia à bebida, não me entendam mal!, não tenho nada contra o uso recreativo e temperado dela, mas não creio que, em Canaã, Cristo quisesse incentivar o alcoolismo. Não mesmo.  

Isto quer dizer que é proibido comer neste dia? Eu não disse isto! Depois da Missa do Galo já é Natal; portanto, quem estiver com fome (necessidade básica, não gula!) pode comer algo, sim. Mas aquela mesa posta, abundante, farta... não, né?! É uma mera questão de bom senso. Qualquer médico preconiza que à noite a alimentação, quando necessária, deve ser leve. Até, me repetindo, por uma questão de exercício de virtudes, o qual não se suspende nunca. 

Um bom e santo Natal a todos. 

Giulia d'Amore


Para mais postagens sobre este período do Advento, veja aqui: https://farfalline.blogspot.com/2017/12/o-assunto-e-o-advento.html

 

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