Maria, Corredentora e
Medianeira de Todas as Graças
I — Sobre o documento blasfemo do Dicastério para a Doutrina da Fé CONCILIAR
Ontem, 4 de novembro, publicaram um documento do Dicastério para a Doutrina da Fé modernista, “Mater Populi fidelis”, que pode ser lido aqui. O subtítulo é “Nota doutrinal sobre alguns títulos marianos referidos à cooperação de Maria na obra da Salvação”.
A intenção é aproximar-se cada vez mais dos protestantes, e a visita dos reis anglicanos noutro dia pode ter muito a ver com isso. Essa intenção está clara em alguns trechos do documento, como quando diz que chamar Nossa Senhora de Corredentora “pode gerar confusão e desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã”… A qual harmonia o autor deste texto blasfemo se refere, e a que “verdades”? Ler esse documento enoja e indigna quem ama a Mãe de Deus. E os comentários, mesmo entre os modernistas, são predominantemente contra esse documento, praticamente todos A chamaram de CORREDENTORA! As vozes dissonantes eram protestantes, aplaudindo, e um ou outro liberal ignorante.
O que a Igreja de sempre já afirmou sobre esses dois títulos que um dia, certamente, se tornarão dogmas marianos?
CORREDENTORA
Título historicamente ligado ao de Mediadora Universal.
Ouçamos os Papas:
Leão XIII: “Maria não somente presenciou os mistérios de nossa Redenção, mas neles tomou parte”. “Parta humano generi” (08/09/1901).
São Pio X: “Por meio dessa união de sofrimentos e de vontades entre Maria e Cristo, Ela mereceu dignamente tornar-se a reparadora do mundo perdido”. “Ad diem illum” (02/02/1904).
Bento XV classicamente expressa a doutrina da CORREDENÇÃO DE MARIA na Encíclica “Inter Sodalicia”: “de tal modo Maria padeceu e quase morreu com seu Filho paciente e moribundo; de tal modo renunciou a seus direitos maternos, e, para aplacar a justiça divina, concorreu quanto estava ao seu alcance para a imolação de seu Filho que justamente se pode dizer que com Cristo resgatou o Gênero Humano”. 22/03/1918.
Pio XI — o primeiro Papa a usar o termo CORREDENTORA, no Discurso “Ecco di nuovo”, em 30/11/1933 — disse: A Virgem “foi escolhida para Mãe de Cristo a fim de tornar-se participante da Redenção do Gênero Humano”.
O termo já era usado pelos Franciscanos no séc. XVII (L. Bello. Maria Mediatrice di tutte le grazie. Editora Vita e Pensiero. Milano, 1939, p. 21, nota 3).
MEDIANEIRA DE TODAS AS GRAÇAS
“Na sua dupla função de MEDIADORA, Maria está associada a Cristo, Redentor e Intercessor. Ela não O substitui, pois só Ele permanece nosso Mediador necessário, suficiente e perfeito. Pondo-se diante de Cristo, Maria não O esconde, pois só A vemos como Mediadora à luz de Cristo Mediador. Bem ao contrário, Ela encaminha nossos olhares para Cristo, de quem recebe todo poder de Corredentora e Advogada. Por essa irresistível atração materna que exerce sobre todos os homens que A contemplam na simplicidade do seu coração, Maria toma posse da alma para conduzi-la infalivelmente a Cristo. Como a experiência mostra, aproximam-se cada vez mais de Cristo, com confiança e amor crescentes, aqueles que são conduzidos pelas mãos da universal Mediadora, caminho imaculado que Ele mesmo escolheu para nos procurar. Por ser Maria Mediadora, Jesus é mais eficazmente Mediador.” — Pe. E. Neubert. “Maria Santíssima como a Igreja a ensina”. Editions Spes, Paris, 1945, pp. 58-59.
MARIA VIRGO OMNIUM GRATIARUM MEDIATRIX: “MEDIANEIRA”, na Mariologia, refere-se ao papel da Virgem como mediadora de todas as graças e bênçãos vindas de Jesus pelo fato de O ter concebido em Seu seio.
É um conceito distinto de “CORREDENTORA”, que é a participação indireta, mas importante, da Virgem na Redenção, por ter participado dos sofrimentos do Filho renunciando aos direitos maternos para aplacar a justiça divina (cf. Enc. “Inter Sodalicia”).
Já em 1748, o termo “medianeira” aparece nos documentos pontifícios, como na Bula “Gloriosæ Domina”, de Bento XIV.
No séc. XIX temos:
Pio VII (“Privilegi alla Chiesa dell’Annunziata di Firenze”);
Pio IX (Bula “Ineffabilis Deus”);
Leão XIII em várias encíclicas sobre o Santo Rosário;
S. Pio X (Enc. “Ad Diem illum”);
Bento XV (Enc. “Inter Sodalicia”);
Pio XI (Carta Apostólica “Exstat in civitate”) e
Pio XII (Exortação Apostólica “Menti nostræ” e Enc. “Mystici Corporis Christis”).
Bento XV introduziu em 1921 a nova festa de “Medianeira de todas as graças” (01 de outubro). AAS, vol. XIII, n. 9, de 7/7/1921.
Então, mais uma vez, os lobos vorazes que se apropriaram das estruturas católicas — um verdadeiro e silencioso golpe de Estado — avançam na destruição da fé dos católicos que, ignaros sobre a crise da Igreja, continuam frequentando as igrejas outrora católicas, e, por outro lado, negligenciando o conhecimento da doutrina da Igreja à qual dizem pertencer.
Nós, que recebemos, imerecidamente, a graça de perceber a crise, que lemos e estudamos o catecismo, que procuramos nos manter fiéis a Cristo e à sua Igreja, nós não podemos nos calar e murmurar nas catacumbas. Devemos gritar a plenos pulmões contra essas injúrias feitas à Santíssima Virgem Maria, generosíssima Medianeira de todas as graças e puríssima Corredentora do Gênero Humano. Basta!
II — Quem assina este documento?
Quem comanda esse Dicastério é o “Tucho”, Víctor Manuel Fernández, alçado, em 2023, a cardeal pelo vergonhoso Bergoglio, de quem era bem próximo. No seu discurso no dia de sua “posse”, o “teólogo” argentino sublinhou a necessidade de viver “a alegria do Evangelho”. As regras da Igreja, diz ele em essência, não deveriam impedir a “alegria”. Como todos sabemos, em inglês se traduz por “gay”.
Os críticos de Bergoglio diziam que a nomeação de Tucho fora uma vingança contra a Cúria Romana, que se opôs contra todas as nomeações que Tucho angariou em Roma. Já o sonho de Tucho era transferir a Cúria para algum lugar fora de Roma.
Tucho é um progressista, já sustentou que “qualquer diocese do mundo poderia se converter em sede do papado”, o que fez o cardeal Müller (de que púlpito!!!) chamá-lo de herético. Chegou a ter sua candidatura a reitor da “Universidad Católica Argentina” (UCA) barrada pela Congregação da Educação Católica, por ter escrito, em 2004, dois artigos favoráveis à “ética da situação”: segundo esta corrente, as circunstâncias de um ato pecaminoso poderiam não somente eximir de culpa um pecado grave objetivo, mas justificá-lo (SIC!).
Tucho é considerado o ghostwriter (ou spin doctor) do escrito mais polêmico de Francisco, a exortação apostólica Amoris Laetitia (AL, 2016), que traz alguns plágios dos artigos que foram a causa da rejeição do teólogo como reitor da UCA. As ideias do recém-nomeado prefeito presentes na A.L. ofereceram precisamente a justificativa teológico-moral para a nova pastoral com os casais divorciados e novamente casados, segundo a qual eles poderiam, a depender do “discernimento das circunstâncias”, receber a comunhão eucarística, pois “estariam em pecado objetivo, mas subjetivamente em graça” (SIC!).
Tucho, perguntado sobre a questão da “evolução da doutrina”, respondeu que “a doutrina não muda, porque é o mistério insondável e imutável da Trindade” - bonito... - mas, continua Tucho, que “nossa compreensão mudou e seguirá mudando”. É um modernista completo!
E um pornografo, acostumado a falar no estilo popular argentino, cheio de palavrões. Também gasta seu tempo brigando e xingando na internet. Em 1995, lançou o livro “Saname con tu boca. El arte de besar” (Cura-me com a tua boca. A arte de beijar), cheio de elegias aos beijos apaixonados num tom vagamente parecido com o de um Neruda menos poeticamente privilegiado, e com o qual pretendia ajudar os jovens a se melhorarem com o beijar e a esperar pelo casamento (SIC!); o livro foi escrito, diz ele, não com base em experiência próprias, mas ouvindo leigos… Seria um voyeur do ouvido? Isso mostra a grande preocupação “espiritual” desse modernista obsceno. Eu tive acesso a alguns trechos, mas não vou reproduzi-los aqui porque é da pior pornografia. A obra “não contém nenhuma heresia ou erro”, disse Tucho, espantado com a repercussão negativa; as críticas, defende-se, partem dos “setores ultraconservadores que odeiam o papa argentino”.
Mas não parou por aí! Em 1998, lança “La pasión mística: espiritualidad y sensualidad” (A paixão mística: espiritualidade e sensualidade), onde expõe experiências místico-sensuais com deus (com d minúscula mesmo, porque não vou ofender ao meu Criador associando-O a esse personagem), onde descreve os orgasmos com palavras bem explicita. Na época, alguns jornais chamaram a obra de porno-teologia, e a ele de Porno-Tucho. Depois, já empossado em Roma, disse que se arrependera do livro publicado na juventude e pediu que o livro fosse retirado de circulação, mas afirmou que não há nele erros teológicos, embora hoje escreveria o texto de forma diferente e que as passagens poderiam gerar mal-entendidos quando lidas fora de contexto. Os desonestos sempre recorrer a esta bela frase “fora de contexto” para justificar qualquer impiedade.
Em 2024, assinou o documento “Dignitas infinita” (Dignidade infinita — Nenhuma virtude pode ser infinita no homem, pois tudo tem limites bem traçados por Deus, Nosso Senhor. Nisso parece ecoar as palavras de Lutero: “Pecca fortiter”), sobre a dignidade humana, que só serviu para dar a benção a duplas homossexuais e para gerar críticas por sua ambiguidade e pela falta de consulta prévia a bispos de todo o mundo, levando Tucho a emitir um comunicado de imprensa de 2 mil palavras para esclarecer o documento.
Richard Gaillardetz, do “National Catholic Reporter”, afirmou que Bergoglio preparou o caminho para Tucho se tornar “papa” (com p minúsculo mesmo). Há de ter um inferno especial para esses tipos.
Giulia d'Amore
Fontes:


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