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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Boletim da Confraria da Sagrada Família A. II N. 17

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Boletins da Confraria da Sagrada Família A. II
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BOLETIM MENSAL DA

Confraria da
Sagrada
Família



Capela Nossa Senhora da Conceição – Niterói/RJ

Ano II – N. 17 – Novembro de 2011

Morte e canonização de São Pio X


Neste mês de novembro, quando meditamos especialmente sobre a morte, meditaremos sobre a morte do São Pio X, sobre quem nos dedicamos ao longo deste ano, com sua consequente canonização.

A I Guerra Mundial

Em 1912, ao estalar a guerra na Líbia e, depois, nos Estados Balcânicos, o Papa São Pio X percebeu que aqueles eram os inícios de uma guerra desapiedada que logo começaria, a qual ele costumava chamar "il guerrone". Foi a 1ª Guerra Mundial. Falava a respeito com grande tristeza, manifestou-a veladamente a alguns, em especial ao Secretário de Estado, e profetizava que seu início seria em 1914. Em maio daquele ano, um embaixador americano foi chamado de volta ao seu país e, antes de regressar à sua pátria, foi recebido em audiência de despedida pelo Pontífice, que lhe disse: "Feliz de vós que não presenciareis a guerra que em breve há de estalar". E infelizmente sucedeu o que ele previa. Com um incidente ocorrido contra um nobre austríaco se acendeu a faísca do incêndio mundial.

São Pio X se afligia com o pensamento da cruel carnificina por causa dos novos recursos de guerra. Com seu profundo olhar via que também outras nações, inclusive a Itália, se lançariam à luta fratricida. Via sacerdotes e seminaristas sobre o campo de batalha, expostos a mil perigos. Via os povos abandonados e sem pastor, e com grande mágoa exclamava: "Pobres filhos meus, esta é a última prova que o Senhor me envia! De bom grado sacrificaria a minha vida para conjurar este tremendo açoite!" Sua dor foi em aumento quando recebeu os seminaristas dos Colégios Estrangeiros de Roma antes de partirem para suas respectivas nações chamados por seus países para servirem como soldados na guerra, pensando que aqueles jovens clérigos, arrancados da vida eclesiástica, do recíproco amor fraterno, empunhariam as armas para talvez matar-se uns aos outros.

Passava o dia e as noites em oração, triste e choroso. Imediatamente divulgou-se, com um relâmpago, em Roma e em todo o mundo, a triste notícia de que São Pio X estava gravemente enfermo, quase no fim de sua vida. Cardeais acudiam continuamente ao seu leito, onde, inteiramente resignado com a vontade de Deus, abençoava os assistentes, persignava-se frequentemente, até que o permitiam suas forças, e dirigia devotas jaculatórias a Jesus, à Mãe Celestial e aos Santos, oferecendo ao Senhor seus sofrimentos e sua existência.

Entretanto o estado de saúde do Papa agravava-se sempre mais, porém jamais saía de seus lábios o menor lamento. Foram-lhe administrados os últimos Sacramentos pelo Bispo Sacristão do Vaticano, e os recebeu com admirável piedade e devoção. Tinha já perdido a fala, mas conservara a lucidez da inteligência, compreendia tudo, apertando com grande afeto a mão daqueles que a beijavam e pediam benção apostólica, dirigindo-lhes afáveis sorrisos.

Os poucos membros da Corte Pontifícia que tiveram a ocasião de estar à cabeceira de Pio X agonizante lembram o supremo instante em que o Papa, tomando entre as suas, as mãos do Secretário de Estado, Cardeal Merry del Val, e apertando-as fortemente, pregou nele o seu olhar durante alguns instantes. Naquele quarto reinava o mais profundo silêncio, interrompido apenas pelo sacerdote que recitava as preces dos moribundos e o soluço dos demais circunstantes. Às 1:15 da manhã do dia 20 de agosto de 1914, Pio X entregava a sua santa alma a Deus.

O testamento de Pio X é o de um santo. Começa com uma invocação à Santíssima Trindade, seguindo-lhe um ato de confiança na Divina Misericórdia. Depois pede à Santa Sé que assegure, com uma pobre pensão, o sustento das suas irmãs, que o acompanharam por toda a vida.

Dá também disposições sobre os seus funerais, que manda sejam o mais simples que o rito consinta; quer que seu corpo não seja embalsamado e seja sepultado nos subterrâneos da Basílica Vaticana.

A imprensa, mesmo inimiga, elogiou a simplicidade, o espírito de humildade e a santidade que emanam desse testamento. Escrevia um periódico liberal: "Este é verdadeiramente um documento humano de suma importância; jamais se viu maior simplicidade em um ato Pontifício de tal natureza. Para encontrar algo semelhante é preciso retroceder até os primeiros séculos do cristianismo, quando o diácono Lourenço, convidado a entregar os tesouros da Igreja, indicava os mendigos que pediam nos umbrais da porta do templo. Nem mesmo os Pontífices mais humildes e modestos jamais sonharam com tal austeridade de vida para os seus parentes, jamais chegaram a limitar de tal forma as doações e liberalidades para sua família. O que Pio X deixa para as suas irmãs representa apenas o alimento e o agasalho, e isto não só é concedido em forma dubitativa, mas também fica subordinado à aprovação de seu Sucessor, com reconhecimento explícito e absoluto de que pertence inteiramente à Igreja, que ele de nada pode dispor, nem sequer daquilo que havia recebido para a sua família; também para isso pede o consentimento da Santa Sé".

Desde o falecimento de São Pio X, a devoção e afluência ao seu sepulcro é sempre crescente e contínua. Todos os dias, ao redor daquele modesto sepulcro, sacerdotes de todas as nações celebram a Santa Missa. No dia 20 de cada mês, o Cardeal Merry del Val celebrava a Missa naquela gruta e distribuía a Comunhão a uma multidão de devotos de São Pio X.


Os milagres e a canonização de São Pio X

Não basta à Igreja, para a canonização, que se tenha a fama de santidade entre o povo; é preciso a confirmação dessa santidade com sinais exteriores — milagres — que manifestem a intervenção divina, e estes não faltaram a São Pio X em vida nem depois da sua morte. Entre muitos, vejamos dois milagres obrados pelo nosso santo. O primeiro milagre que consideramos foi obrado ainda em vida. O cônsul belga, Carlos Dubois, sofria imensamente e havia muito tempo de uma grave doença sanguínea. Tinha recorrido a muitos médicos e remédios, sem alcançar o mínimo resultado. Em 1912, a sua esposa, senhora Dubois, não sabendo já o que fazer, decide acudir a São Pio X. O Papa levanta os olhos ao céu, reza brevemente e depois diz à senhora: "Sereis ouvida naquilo que pedistes; confiança, confiança, sempre confiança em Deus", e lhe deu a benção. Voltando para casa cheia de esperanças, ela se prepara para medicar o seu marido, mas encontrou-o completamente e instantaneamente curado.

O segundo milagre que narramos consta do se processo de canonização. O advogado Francisco Balsani, de 69 anos, domiciliado em Nápoles, tinha recebido o diagnóstico da sua doença: um câncer no pulmão direito, já em estado terminal. No dia 7 de julho de 1951 começa o seu tratamento, o qual não apresenta sinais de melhora. A começo de agosto, sua febre alcançava os 40o C, anunciando de uma situação fatal. Três médicos se reúnem para discutir os meios a tomar uma vez que os remédios já não surtiam efeito, e decidem tentar uma operação. Mas dada a grave debilidade e a extrema prostração do enfermo, já não era possível.

Na noite de 23 de agosto, o pobre Balsani teve uma crise de febre, de tosse e de afogamento tão violenta que se sentiu em imediato perigo de morrer. Com um supremo impulso, dirigiu-se ao Beato Pio X, do qual tinha uma imagem junto à sua cabeceira. E então deu-se algo surpreendente: viu sentado junto ao leito ao Santo Papa Pio X, o qual dando-lhe uma pequeno tapa com a mão, disse-lhe: "Amanhã de manhã estarás curado". À primeira hora da manhã seguinte, Balsani estava perfeitamente curado.

Afirmava Balsani mais tarde: "Estou convencido de ter sido curado por milagre atribuído à intercessão do Beato Pio X".

O Papa Pio XII beatificou Pio X em 1951 e no dia 24 de maio de 1954 proferiu solenemente as palavras da canonização de São Pio X, o Papa da restauração de todas as coisas em Cristo.

DATAS A LEMBRAR:

Terça 01 - Festa de Todos os Santos
Quarta 02 - Comemoração dos fiéis defuntos
Sexta 04 - 1ª Sexta-feira do mês: Sagrado Coração de Jesus
Sábado 05 - 1º Sábado do mês: Imaculado Coração de Maria
Sábado 19 - Palestra de Dom Galarreta sobre nossa fé diante de Roma (RJ)
Domingo 20 - XXIII Domingo depois de Pentecostes
                    Crismas e aniversário da benção da Igreja e Consagração do Altar (RJ)
Domingo 27 - I Domingo do Advento
                    1ª Comunhão das crianças do Catecismo (RJ)

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