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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Padre Miguel Augustin Pró - Mártir Cristero


Padre Miguel Augustin Pró

 

 Padre Miguel Pró prestes a ser executado 
pelos comunistas do México. 
Preferiu adotar a posição de Jesus crucificado 
e gritou: "Viva Cristo, Rei!"
segundos antes de sentir as balas assassinas. 
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Padre Augustin Pró, após rigoroso processo eclesiástico, foi considerado Mártir da Igreja Católica e beatificado por João Paulo II em 25 de Setembro de 1988. Sua festa se comemora no dia 23 de Novembro, dia de sua execução. Livros a este respeito, abundantes em todas as partes do mundo, não entram na América Latina, para que se desconheça os morticínios do Comunismo. Só conseguem ser comprados por encomenda, pois as editoras não os exibem.  


Este símbolo foi o motivo maior de milhões de mortes de inocentes no século vinte. E ainda continua vivo na América Latina e Caribe e em muitas partes do mundo, nos países democratas inclusive. A Igreja Católica Romana, especialmente, foi historicamente perseguida por seus sequazes. Por isso considero inominável que um católico, pior ainda religioso, sinta emoções e enlevos com esta ideologia. 

Padre Miguel Augustin Pró nasceu em Guadalupe de Zacatecas, México, em 13 de Janeiro de 1891, e foi morto em 23 de Novembro de 1927, na cidade do México. Tinha 36 anos. Era sacerdote jesuíta. 


Miguel nasceu de uma família simples de mineiros, terceiro de onze filhos. Seu apelido familiar era "Cocol". Duas irmãs dele tornaram-se freiras conventuais, pois sua família possuía acendrados hábitos religiosos. Ele, desejoso de ser sacerdote, entrou em um noviciado jesuíta em El Lhano, no ano de 1911. Em 1914, em virtude da perseguição religiosa, Miguel teve que seguir para a Califórnia, nos Estados Unidos. Partiu em seguida para Granada, na Espanha, para continuar seus estudos (1915-1919). Foi professor na Nicarágua de 1919 a 1922. De volta ao México defrontou-se com as tentativas do governo de exterminar a Igreja Católica, cujas escolas confessionais foram fechadas. A Igreja não mais poderia participar da educação dos mexicanos. Os padres perderam seus direitos civis e foram proibidos de usar hábitos. Tiveram negado seu direito ao voto e não poderiam, sob pena de prisão, dar entrevistas. Muitas dessas disposições, depois em desuso, só foram removidas da legislação mexicana em 1998. Quando Fidel Castro fugiu para o México, depois de ser solto pelo abobado do Fulgêncio Batista, por certo lá encontrou terreno propício para seus objetivos. Miguel seguiu para a Bélgica e lá cursou Teologia, pois era impossível tentar este estudo no seu país. Neste período, sua saúde deteriorou-se. Não era de constituição muito forte. Foi neste país que foi ordenado sacerdote em 31 de Agosto de 1925 e iniciou seu ministério entre os mineiros de Charleroi. Três meses depois de ordenado, já devia se submeter a cirurgias por causa de úlcera no estômago. Restabelecido, ele retorna ao México em 1926. 

Em uniforme de operário
Alguns Estados como Tabasco haviam fechado todas as Igrejas e tirado os sacerdotes do serviço ao público, principalmente do magistério e capelanias militares. Muitos sacerdotes foram obrigados a se casar, e a isso se submeteram, fraquejando por medo da morte ou da prisão. As Missas estavam proibidas, mas, mesmo assim, padre Pró as realizava clandestinamente, muitas vezes com uniforme de operário, pois não podia usar a batina em público sem ser preso.  


Ministrava a Eucaristia a pequenos grupos de católicos escondidos em residências. O México tinha voltado à época do início da Igreja, nas catacumbas. Era um ministério "subterrâneo". A polícia o prendeu no mesmo ano de 1926. Solto, foi mantido sob vigilância.  




Plutarco Elias Calles - fundador do Partido Nacional Revolucionário, de bases marxistas-leninistas, governou o México de Dezembro de 1924 a 30 de Novembro de 1928. Antes, fora Ministro da Guerra do presidente Adolfo de La Huerta, e Ministro do Interior do governo de Álvaro Obregon. Instituiu o divórcio, estabeleceu o salário-mínimo no país e recrudesceu a perseguição violenta à Igreja Católica, fazendo valer a temida "lei Calles" (1926), absolutamente anti-clerical, que regulamentava com extremo rigor as disposições da Constituição Mexicana de 1917, que presidentes anteriores evitaram levar a efeito na sua totalidade. A lei previa multa de 500 pesos para sacerdotes que se apresentassem em público com vestes religiosas e penas de prisão de cinco anos para os padres que criticassem o governo. (Esta confusão de laicismo com ateísmo e mesmo ódio à Igreja já se revela bem antiga, e mesmo aqui no Brasil...)  

As perseguições deram origem à guerra chamada Cristera, mais revolta inerme que guerra, pois os católicos mexicanos não suportaram e resolveram reagir. Executaram alguns atentados contra autoridades, que deram em nada, pois não eram terroristas experimentados e com objetivos de ódio consolidado, como ocorre com outros de ideologias já bem conhecidas e repletas de histórias de sangue. Calles aumentou seu mandato em dois anos e logrou que seu parlamento fantoche votasse pela reeleição. Ele, através de fraude eleitoral, mesmo abrindo mão da reeleição, conseguiu pôr no governo seu preposto Pascual Ortiz Rubio, eleito em 1930.

Funcionários públicos, sindicatos e entidades públicas e não governamentais eram totalmente controlados pelo PRN de Calles. Na verdade, apesar de haver outro presidente, Calles, o dono do PNR, era quem governava efetivamente o México.

Mas o ventos mudam. Na eleição seguinte, o povo mexicano diz não a Calles. O presidente Lázaro Cardenas, da oposição, que substituiu o lugar-tenente do tirano, expulsa Calles do México em 1936, e os callistas são demitidos do governo, desaparelhando-o. Este se exila nos Estados Unidos e, tempos depois, o presidente Manuel Camacho permite o seu retorno. O tirano faleceu em 19 de outubro de 1945 na cidade do México, sem ser punido pelos seus crimes.

Padre Pró rezando 
antes de sua execução.

Após um atentado contra o ex-presidente Obregon, que saiu ferido levemente, foi preso um participante que confessou que o padre Pro, com mais dois irmãos, Humberto e Roberto, teriam participado. Não se soube como esse depoimento foi obtido. Há indícios de que os irmãos teriam participado do planejamento (como fizeram alguns pais da pátria do Brasil no passado), mas reconhecidamente o padre Pró não sabia. Aproveitou-se a deixa para eliminá-lo, junto com os irmãos.

Em processo sumário sem judiciário, Calles determinou a 13 de Novembro de 1927 a execução do padre Pró, sob o pretexto do atentado. Mas todos sabiam que o crime era o fato dele ser sacerdote católico. Calles mandou fotografar toda a execução para intimidar os cristeros. Acabou deixando documentos comprobatórios de sua tirania; erro que, reconheçamos, não é comum os comunistas incidirem.   

Padre Pró abençoou os soldados encarregados de executá-lo. Esses se ajoelharam e lhe pediram perdão. O padre tinha um crucifixo numa das mãos e um terço em outra. "Sei e vocês sabem que eu sou inocente. Mas que Deus os perdoe!", falou, antes de receber os tiros. Ele colocou os braços em cruz, como Jesus no Gólgota, e gritou: "Viva Cristo, Rei!". Recebeu as rajadas e caiu. 



Um soldado percebeu que o Sacerdote ainda agonizava. Aproximou-se e deu-lhe o tiro de misericórdia.

A urna que abriga os restos mortais do mártir está na Igreja da Sagrada Família no México.

Um outro padre, este paramentado, 
sendo executado pela polícia de Calles. 
(É o Padre Francisco Vega, foi rendido
enquanto rezava a Santa Missa).

O sacerdote jesuíta Afonso de Santa Cruz escreveu a biografia do santo sacerdote Miguel Augustin Pró, mártir da Igreja Católica no México. Este livro se espalhou pelo mundo católico. 



Roberto Rodrigues de Menezes

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