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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

AS OLIMPÍADAS, UMA CELEBRAÇÃO PAGÃ

Deus Apolo é invocado no ensaio final de cerimônia 
da tocha olímpica na Grécia
(clique para ler)


de Ammonio


Era o dia de Natal de 393 d.C.: Teodósio, Imperador cristianíssimo (e por isso vituperado pelos modernos), sob conselho de Santo Ambrósio, emanava uma constituição (que não chegou até nós no original, mas citada pelo historiador bizantino Giorgio Cedreno, em sua História Universal) pela qual proibia as Olimpíadas, por serem uma celebração pagã. A periculosidade da manifestação para as almas era tal que, quando o prefeito de Constantinopla, Leonzio (434-435), propôs – celeradamente – de restaurá-la na Nova Roma, o asceta Hipácio se opôs com todas as próprias forças, para não fazer cair novamente o povo sob o tremendo domínio dos deuses pagãos (rectius, dei demoni). 


De fato, as Olimpíadas eram indissociavelmente ligadas ao culto de Zeus: ou à deformação sensual e lasciva (como demonstrado pelas numerosas e verecundas relações com as fêmeas humanas, ou a pederastia em relação ao copeiro Ganímedes) do deus supremo védico “Dyaus Pitar”. Quem participasse dos jogos, de fato, tomava parte a uma celebração pagã e, portanto, servia aos ídolos mudos. 

Tal raiz, pagã e idolátrica, das celebrações esportivas de matriz helênica não escapou, antes mesmo do advento do Redentor, a Israel: a construção de um ginásio por parte do sumo sacerdote Jasão foi emblema de sua impiedade e da colaboração com os pagãos selêucidas (cfr. 2Macabeus 4,12).

Disso resulta que ao cristão não fosse permitido participar de tais manifestações, e que, ao contrário, devesse se alegrar vivamente pela supressão das Olimpíadas

Apesar disso, a planta maligna do Paganismo, aparentemente extirpada pelos vigorosos braços dos Príncipes da Igreja, não adormeceu por completo e, a partir da Baixa Idade Média, voltou a servir seus venenosos frutos aos povos da Cristandade, os quais temerariamente trouxeram de volta à vida elementos pagãos sem fazer caso disso, cobrindo-os com o manto de uma suposta não-religiosidade (lembremo-nos das Vênus nos quadros florentinos, emblemáticas de uma época medieval) para fazê-los passar por inócuos. 

Pois bem, em tal contexto de progressiva e gradual repaganização da Christianitas se coloca a restauração das cerimônias olímpicas. Dizer-se-á que a operação do barão De Coubertin – do qual será exaltada a catolicidade – seja inócua, e votada ao mero triunfo dos positivos valores esportivos.

Mas tais argumentos são manifestamente pedestres (pífios): o próprio nome de “Olimpíadas” já é in se ipso indicativo do Paganismo subentendido aos jogos de quibus, visto que remete, sem sombra de dúvida, ao infausto templo de Zeus em Olímpia. Além disso, fazendo passar as Olimpíadas como um fenômeno positivo se impele, a quem deseje conhecer a sua história, a descobrir o por que de seu cancelamento no passado, de forma que o imperador Teodósio e o bispo Ambrósio restam congelados por uma luz sinistra, como se, fechando os abomináveis jogos pagãos, se tivessem manchado por um delito qualquer. Por último, pelo fato de o fechamento dos jogos corresponder à era do triunfo da Cristandade, se infunde nas massas a insana ideia de que os tempos em que os homens eram pisoteados pelos calcanhares dos ídolos fossem mais felizes, visto que as antigas “tradições” vêm sendo recuperadas pelos modernos depois de épocas de olvido.

A ideia básica, como é por demais evidente, é a mesma que levou os históricos de Florença a denominar “Idade Média” a época de triunfo da Cristandade: e seria uma época obscura que serviria de ponte entre a era pagã e o mundo moderno, da qual se reputa, em suma e infelizmente, filha. 

Somente em uma época não cristã se podem readaptar e readotar símbolos do Paganismo como se nada fossem. Não foi por acaso que o regime mais paganizing, no sentido clássico, do vigésimo século - ou seja, a Alemanha Nazista - deu bastante brilho às celebrações olímpicas, para celebrar não Deus, mas o homem de estirpe germânica. 

Do mesmo modo, os atores hodiernos da política internacional utilizam as Olimpíadas com o fim de celebrar o próprio poder terreno ou para difundir as próprias maléficas ideologias (veja-se, por exemplo, a exclusão dos atletas russos das manifestações esportivas para comprazes aos padrões de além-mar).

Tudo isso, em uma celebração ecumênica e mundialista, onde os atletas que correm por uma coroa corruptível propagam, muitas vezes e de bom grado, modelos e estilos de vida que nada tem a ver com Cristo (e entre os medalhados italianos houve exemplos disso).

Não se pode que desejar o advento de novos Teodósios, Ambrósios e Hipácios, que reconduzam a sociedade civil sob o leve jugo de Nosso Senhor, e dispersem as escorias do Neopaganismo. 

Fonte: http://www.radiospada.org/2016/08/le-olimpiadi-una-celebrazione-pagana/
Tradução: Giulia d'Amore 


       

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