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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Ainda sobre as Olimpíadas, Neymar, Bolt e outras coisas...

Neymar beijando a medalha, "coroa corruptível"


EDITORIAL. Eu não acompanhei as Olimpíadas desta vez. Não porque não goste de esportes, mas porque há todo um contexto político, ideológico, histórico e econômico que repele a política “pão e circo” típica das republiquetas de bananas latino-americanas que juram que são uma democracia. Mas, obviamente, algumas notícias chegaram até mim, principalmente pelo Facebook, uma vez que não assisto à TV aberta.  

E confesso que me causava estranheza a quantidade de “testemunhos” das variadas sensibilidades religiosas de verniz cristão que a mídia propagandeou, ainda que em tom de crítica, enquanto, de sua parte, os conservadores e os “cristãos” de maneira geral louvavam e glorificavam os atletas “de Cristo”, dizendo coisa do tipo “a mídia não mostra isso”... sic. 

A figura mais emblemática disso talvez tenha sido o jogador Neymar. Apedrejado e glorificado pela mesma plebe: uma hora, um derrelito merecedor de toda exprobração, por ter perdido um jogo ou dois; por fim, um herói e um mártir merecedor de todo encomio, seja porque, afinal, ganhou a tão ansiada e dourada medalha olímpica, seja por causa da faixa “100% Jesus” que ostentou na premiação. 

Lendo o artigo que publiquei há pouco, "As Olimpíadas, uma celebração pagã", finalmente entendi o que tanto me incomodava.  

Lembrei, em primeiro lugar, que, na minha juventude, estudara as origens das primeiras Olimpíadas e das novas Olimpíadas. Na escola, na Itália, se dava bastante ênfase a isso, e havia um pesado e sério incentivo financeiro. Enfim, eu havia aprendido a história do esporte e, particularmente, das Olimpíadas, mas havia me esquecido disso, e hoje veio tudo à tona novamente. 

Vamos falar de Neymar. Por um lado, trata-se de um protestante, portanto um herege. Além disso, se trata também de um pecador público, conforme estampam todos os jornais quase que diariamente. Então, me digam, como ele pode ser “100% Jesus” se não guarda castidade, visto que se esbalda em noitadas com mulheres e não faz segredo disso, e até se queixa quando é cobrado?...  

Se viver em pecado é ser 100% Jesus, o que seria, então, viver em santidade?  

E... se viver em pecado é ser 100% Jesus, que Jesus é este? 

Não esqueçamos que Neymar é o mesmo que, há alguns anos, estampou a capa de uma revista esportiva, com uma blasfema foto em que aparecia crucificado, e que eu denunciei aqui. Isso é ser 100% Jesus?...  

Por outro lado, pode parecer louvável que até mesmo um pecador como Neymar tenha a coragem de vir a público para defender a fé em Cristo. E, a bem da verdade, nem é a primeira vez. Parece-me que ele já teve problemas também com uma camiseta que portava por baixo da camisa oficial... E já tentaram impedi-lo de usar a faixa em diversas outras ocasiões, em uma das quais a “Rede Globo de Televisão entrou com uma solicitação na COMEMBOL para que não autorize Neymar usar a faixa com dizeres 100% Jesus. Segundo a assessoria da confederação a globo Justifica como sendo um desrespeito com o povo ateu” (Cf. aqui). Sim, por esse ângulo, parece mesmo louvável, sobretudo porque a mídia e o mundo não querem que o nome de Jesus seja divulgado. 

Mas devemos refletir sobre as coisas, e não aceita-las como vêm. 

Eu também queria falar de outro "herói da fé", desta vez o "católico" Usain Bolt, o velocista jamaicano, que usa uma medalhinha milagrosa de Nossa Senhora das Graças no pescoço, mesmo quando corre (para mim, era proibido usar qualquer tipo de medalha, não somente as católicas), que faz o sinal da cruz antes das corridas... e que também não guarda as virtudes se esbaldando em boates nas noites cariocas e se deixando fotografar em intimidades - intimidades bem íntimas mesmo - com pelos menos duas mulheres diferentes (procurem no google, não vou postar aqui). 

Há outros tantos atletas que demonstraram sua fé “cristã” nestas Olimpíadas como nunca se fez antes, ou em outras competições deste nível... E apesar da mídia! Eu até mesmo me admirei no começo, e até comentei com minha filha alguns casos que pareciam extraordinários. Mas algo me parecia estranho nisso tudo. 

E juntando todas as informações que temos hoje, inclusive o artigo publicado há pouco, "As Olimpíadas, uma celebração pagã", há algumas perguntas que exigem resposta: 

1. Porque se falou tanto de Cristianismo nestas Olimpíadas, sabendo que o mundo nos odeia?  

2. A quem interessa essa propaganda toda de uma fé misturada de virtudes e pecados? Na verdade, uma miríade de "fés", falsas religiões de verniz cristão... 

3. Que Cristianismo foi divulgado e enaltecido nas Olimpíadas? Que tipo de conversões vêm disso? Para que tipo e qualidade de fé? 

4. Pode um Católico – único Cristão que pode haver, pois um único Deus não pode ter, para cada seita, Verdades distintas e diferentes da Verdade que Ele deu à Igreja que Ele fundou! – participar ou assistir às Olimpíadas?  

De minha parte, apesar de apreciar os esportes de maneira geral, e o atletismo em particular, não pretendo voltar a assistir, porque ninguém pode servir a dois Senhores... 

Giulia d'Amore 




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