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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Origem da festa de Carnaval

No século XII, a festa nasce, de fato, por causa de procissões litúrgicas públicas, as rogações, que têm o escopo de afastar calamidades e desgraças. São cortejos durante os quais o povo festivo lança frutas e doces na boca de uma grande serpente de palha. (...)

O Carnaval, portanto, como festa que precede e se contrapões à Quaresma, nasce na Idade Média. Mas, mesmo sendo uma produção medieval não ligada diretamente às cerimônias da Antiguidade, tem muitas coisas em comum com algumas destas: o uso das máscaras e as fantasias, os excessos alimentares, sexuais e de comportamento, até à representação teatral de embates físicos, como as “batalhazinhas”. Alguns caracteres da celebração do Carnaval se encontram em comemorações muito antigas, como as dionisíacas gregas ou as saturnálias romana, caracterizadas por uma temporária liberação das obrigações sociais e das hierarquias, que permitem a brincadeira e a dissolução dos costumes. Nas miniaturas de Roman de Fauvel, uma obra satírica em versos composta entre 1310 e 1314 por Gervais du Bus, o comportamento barulhento de um grupo de festeiros dá exatamente esta impressão.


Também o termo “carnaval” foi inaugurado por volta do ano Mil, e evidencia o contraste com o sucessivo período de Quaresma. É ligado à privação da carne (carnem levare) que será associada inicialmente apenas no último dia de festa e aos banquetes de terça-feira gorda [a terça feira de Carnaval; NdT]. (...) A etimologia de "Quaresma", de fato, remete, ao contrário, a um contexto totalmente cristão: "quadragesima dies", período de recolhimento e renúncias nos quarenta dias que precedem a Páscoa. Fora fixado durante o Concílio de Nicéia (325), onde pela primeira vez se fala de quarentena, em analogia ao período de retiro observado por Cristo no deserto. Nos tempos de Carlos Magno já se havia tornado um costume, e era respeitada em diversos níveis: fazia-se penitência e abstinência das relações sexuais, e, em geral, se evitava de participar de todo aquilo que contrastava com a ideia de purificação, como bailes, teatro e torneios de armas.

Mas o preceito mais ligado à ideia de Quaresma resta o alimentar: se consumava uma só refeição por dia, e a carne era completamente banida da dieta. Somente o peixe ficava de fora da proibição, porque na Idade Média se pensava que, não se tocando os casais, ficavam imunes do pecado de luxuria e não ficavam contaminados pelo sexo. Em relação à Idade Romana, na Idade Média a carne adquire um grande valor simbólico, bem descrito em um texto sarcástico do século XIII. Na “Batalha de Quaresma e Carnaval”, grelhados, espetos, assados e tortas acorrem em auxílio do Carnaval, ameaçado por "cruéis" peixes de mar, de lago e de rio da Quaresma, que possui, em suas fileiras, também manteiga, leite azedo, pasteis e cremes. O embate será vencido por Carnaval, e se poderá finalmente acrescentar carne aos pratos de todos os dias do ano (*)
  

(*) Bem sabemos que para os Cristão continua valendo a Quaresma. Principalmente na Sexta-feira Santa e na Quarta-feira de Cinzas não se come carne. 

Leia sobre Jejum e Abstinência, a Quarta-feira de Cinzas e a Quaresma: http://farfalline.blogspot.com.br/p/quaresma.html


Fonte: http://www.festivaldelmedioevo.it/portal/carnevale-il-drago-e-il-santo-spodestato/.
Tradução: Giulia d'Amore. 

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