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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Formação Catequética - "A Suma Teológica na forma de catecismo" - DE DEUS



Pax




Caros leitores, 


O seguinte texto continua a sequência de publicações catequéticas para a melhor formação das almas cristãs que estão em busca de aperfeiçoamento.

Santíssima Virgem, Sede da Sabedoria, rogai por nós!


Viva Cristo Rei!


Carla 






"A Suma Teológica na forma de catecismo"

Por Pe Tomás Pègues OP (1942)


PRIMEIRA PARTE

DEUS

Criador e Soberano Senhor de todas as coisas

II
NATUREZA E ATRIBUTOS DE DEUS


Quem é Deus?
Um Espírito em três Pessoas; Criador e Soberano Senhor de todas as coisas.


Que quereis dizer quando dizeis que Deus é espírito?
Quero dizer que não tem corpo como nós, que está, absolutamente, isento de matéria e de qualquer elemento estranho ao seu ser.

Que consequências se derivam destes princípios?
Resulta  que  Deus  é,  no  sentido  mais  absoluto  e  transcendental,  o  Ser  por  essência  e  as restantes coisas são seres particulares, são tais seres e não o Ser.

Deus é perfeito?
Sim, Senhor; porque nada lhe falta.

É bom?
É a própria bondade, como princípio e fim de todos os amores.

É infinito?
Sim, Senhor; porque coisa alguma pode limitá-lo.

Está em toda a parte?
Sim, porque tudo quanto existe, Nele e por Ele existe.

É imutável?
Sim, porque nada pode adquirir.

É Eterno?
Sim, porque Nele não há sucessão.

Quantos deuses há?
Um só.

Existem em Deus os referidos atributos?
Sim, Senhor, e se não os possuísse não seria o Ser por essência.

Podereis demonstrá-lo?
Sim, Senhor; Deus não seria o ser por essência, se não fosse o que existe  per se,  ou como dissemos, por necessidade de sua natureza. O que existe per se concentra em si mesmo todos os modos do ser; é, portanto perfeito e, sendo perfeito, necessariamente  há de ser bom. É, além disso, infinito, condição indispensável para que nenhum ser tenha ação  sobre Ele e o limite, e se é infinito possui o dom da ubiquidade. É imutável, porque, se mudasse, havia de ser em busca de uma perfeição que lhe faltasse. Sendo imutável, é eterno, porque o tempo é sucessão e toda sucessão revela mudança. Sendo perfeito em grau infinito, não pode haver mais do que um; se houvesse dois seres infinitamente perfeitos, nada teria um que o outro não possuísse, não haveria meios de distingui-los e seriam, portanto um.

Podemos ver a Deus enquanto vivemos neste mundo?
Não Senhor; não o consente o nosso corpo mortal.

Poderemos vê-lo no céu?
Sim, Senhor; com os olhos da alma glorificada.

De quantos modos podemos conhecer a Deus neste mundo?
De dois: por meio da fé e da razão.

Que coisa é conhecer a Deus por meio da razão?
É conhecê-Lo, mediante as criaturas, obras de suas mãos.

E conhecê-Lo pela Fé?
É conhecê-Lo, sabendo o que Ele é, pelo que nos revelou de Si mesmo.

Qual destes dois modos de conhecimento é mais perfeito?
Indubitavelmente, o da fé, dom sobrenatural que nos mostra Deus com uma claridade como jamais  o  pode  conjeturar  a  razão  humana;  e  ainda  que,  devido  à  imperfeição  de  nosso entendimento  percebemos  esta  claridade,  manchada  de  sombras  e  obscuridades impenetráveis, é, todavia, dela, como aurora do dia feliz da visão perfeita, que se constituirá a nossa Bem-aventurança no céu.

As palavras e proposições que usamos para falar de Deus expressam alguma coisa de positivo, determinado e real?
Sim,  Senhor;  porque,  se  bem  que  tenham  sido  inventadas  para  designar  as  perfeições  das criaturas, podem empregar-se para manifestar o que em Deus corresponde a essas perfeições.

Têm o mesmo sentido aplicadas a Deus e às criaturas?
Sim, Senhor; porém, com alcance diverso: quer dizer que, aplicadas às criaturas, manifestam plenamente  a  natureza  e  as  perfeições  que  expressam;  porém,  usadas  para  designar perfeições divinas, se bem que em Deus existe realmente quanto de positivo encerra o seu significado, não alcançam expressá-lo de modo supereminente como está em Deus.

Por  conseguinte,  Deus  é  inefável,  qualquer  que  seja  a  nossa  linguagem  e  a  sublimidade  das expressões que usemos para falar Dele?
É inefável: apesar disso, não pode ter o homem ocupação mais digna e proveitosa do que a de falar de Deus e dos seus atributos, apesar do confuso e impreciso de nossa linguagem, durante esta vida mortal.
 

 

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