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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Festa de Nossa Senhora de Guadalupe

Festa de Nossa Senhora de Guadalupe

12 do dezembro

Orémus.
Deus, qui sub beatissimae Virginis Mariae singulari patrocinio constitutos perpetuis beneficiis nos cumulari voluisti: praesta supplicibus tuis; ut, cuius hodie commemoratione laetamur in terris, eius conspectu perfruamur in caelis.
Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum: qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus, per omnia saecula saeculorum.
R. Amen.


http://sacragaleria.blogspot.com/2014/11/nossa-senhora-de-guadalupe.html
O Pai Eterno pintando Nossa Senhora
by Joaquín Villegas

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Na madrugada do dia 9 de Dezembro de 1531, Juan Diego Cuauhtlatoatzin[1], um pobre índio da tribo Nahua, dirigia-se, como de costume, de seu povoado até à Cidade do México, para as aulas de catecismo e a Santa Missa, quando, junto a uma colina chamada Tepeyac, ouviu uma voz que o chamava como se há muito o conhecesse e o esperasse, convidando-o para lhe falar e confiar uma missão: “Diego, Dieguito!”. Já amanhece, e Juan Diego sobe até o cume, olha para o céu azul e vê uma Senhora de uma beleza sobre-humana, cujo vestido é brilhante como o sol, a qual, com palavras muito amáveis e atentas, o convida a aproximar-se, e entre eles estabelece-se um pequeno diálogo: “Dieguito, o menor dos meus filhos, aonde vais?”.

“Senhora, minha pequena, vou a Tua casa, na cidade, para participar nas coisas divinas e aprender os ensinamentos que nos dão os nossos sacerdotes, delegados do nosso Senhor”.

“Quero que tu, o menor dos meus filhos, saiba que eu sou a sempre Virgem Maria, Mãe do verdadeiro Deus, Aquele que cria todas as coisas, dá a vida e é Senhor do Céu e da Terra. Eu sou também a vossa Mãe, cheia de misericórdia, e por isso desejo vivamente que aqui me seja construído um templo, para que nele possa mostrar o meu amor, a minha compaixão, dar ajuda e defesa a ti, aos habitantes deste lugar, a todos os meus devotos que me invocam e têm confiança em mim. Neste lugar, quero ouvir os seus lamentos, vir ao encontro de todas as suas misérias, sofrimentos e dores. Agora, para realizar quanto deseja a minha benignidade, deves ir à casa do prelado do México para lhe dizeres que sou Eu que te envio. Manifestar-lhe-ás o meu desejo de ter aqui um templo na esplanada. Presta atenção para lhe dizer tudo quanto viste e ouviste. Prometo-te a minha proteção, far-te-ei feliz e dar-te-ei uma grande recompensa por este dever difícil que te confio. Agora que conheces a minha vontade, meu filho tão pequenino, vai e põe nisto toda a tua diligência”.


Ele inclinou-se diante da Senhora e respondeu: “Minha Senhora, vou fazer já o que me mandas. Eu sou o teu humilde servo. Vou-me agora”.

Juan Diego chega à casa do Bispo, a quem expõe as palavras da Senhora, mas este, desconfiando da ingenuidade destas palavras, pede um sinal daquilo que aconteceu. O índio, então, volta ao lugar da visão e expõe à Senhora o seu conflito interior: “Senhora, minha pequena, a menor das minhas filhas, fui cumprir as Tuas ordens e cheguei com algumas dificuldades a falar com o homem indicado, expondo-lhe a Tua vontade como me tinhas ordenado. Não o posso negar: fui recebido dignamente e ouvido com atenção, mas pelas palavras de resposta, tive a impressão de não ter sido acreditado. Ele recomendou-me que voltasse para indagar sobre as intenções da minha visita. Compreendi, porém, claramente que ele considera a proposta da construção de uma igreja mais como uma minha invenção do que uma ordem Tua. E agora eu Te peço, minha Senhora e minha pequena, para que ele acredite em nós, que Tu dês esta missão a outra pessoa, a alguém que seja uma personalidade conhecida, respeitada e bem vista. Eu sou um pobre homem, um ser que nada vale, alguém insignificante, uma simples folha, e Tu, Senhora, minha pequena, a menor das minhas filhas, mandas-me a um lugar aonde eu não tenho o costume de ir e muito menos de permanecer. Senhora, minha patroa, assim, sou um peso e nada poderei fazer”.

Sempre sorridente e amável, a Senhora respondeu-lhe: “Escuta meu filho, o menor de todos, sabe que muitos são os meus devotos e servidores a quem eu poderia confiar o encargo de levar a minha mensagem para realizar o desígnio que tenho em mente. Mas a minha escolha já foi feita. Eu quero que sejas tu mesmo a colaborar comigo, para atingir a minha finalidade. Então, meu filho, o menor de todos, eu recomendo-te e até te ordeno categoricamente que tu, já amanhã, voltes a ver o prelado. Fala-lhe em meu nome e diz-lhe com franqueza que é minha vontade que o templo seja construído. Repete-lhe, ainda, que sou Eu mesma a mandar-te, a sempre Virgem Maria, Mãe de Deus”.

Juan Diego volta à casa do prelado, Frei Juan de Zumárraga, que lhe pede um sinal. Fez-lhe várias perguntas, às quais ele respondeu com exatidão, não deixando dúvidas de que era verdadeiramente a Santíssima Virgem que lhe tinha falado.

Juan Diego não perdeu a coragem e perguntou-lhe: “Senhor, se me dás a saber que sinal queres, eu corro já a pedi-lo à Senhora do Céu que me enviou aqui”.

Logo que ele saiu, Frei Juan de Zumárraga mandou que alguns dos seus criados o seguissem, vissem por onde andava e com quem se encontrava para falar, mas a certa altura Juan Diego desapareceu, e eles não o puderam encontrar.

É então que acontecerá o dia dos “sinais”.

Chegando à casa do tio João Bernardino, encontrou-o muito doente, deitado na sua rede, em estado febril e com a pele cheia de manchas vermelhas e toda banhada de sangue. Era a peste. Foi à procura de um médico. Encontrou-o no dia seguinte, mas quando lhe explicou como estava o tio, ouviu uma palavra “Cocolitzi”[2], a terrível peste dessa época. Na época, era humanamente incurável, sobretudo por causa do estado em que o enfermo se encontrava. O tio piorava a olhos vistos e, como bom cristão, pediu ao sobrinho que fosse a Tlatelolco para procurar um sacerdote, a fim de que o confessasse e com ele rezasse.

Juan Diego partiu dividido entre dois deveres: encontrar-se com a Senhora e chamar o sacerdote. Os dois compromissos estavam em conflito nesse momento. Que fazer? Qual deles escolher? E pensava: “Se for encontrar a Senhora, para receber o sinal prometido, sem dúvida será preciso algum tempo, enquanto o meu tio permanece à espera, e não pode aguardar muito tempo. Penso que o meu principal dever, agora, é chamar o sacerdote”.

São Juan Diego
Ele olha para a montanha, pensando no tio e na Senhora, e eis que Ela vem ao seu encontro e diz: “O que é, meu filho tão pequeno, aonde vais?”.

“Senhora, minha filha, a menor das minhas filhas, vejo que Te levantaste muito cedo e desejo que estejas bem. Como desejaria que estivesses contente! Mas devo dar-Te uma má notícia: o meu tio, Teu servo, está muito mal, ferido pela peste e já em agonia. Devo ir a toda a pressa à casa da Tua cidade, para chamar um dos sacerdotes amados pelo nosso Senhor para que vá consolá-lo e ajudá-lo a morrer bem. Cada um de nós, desde que nasce, é destinado à morte. Agora, minha Senhora e minha pequena, devo ir primeiro cumprir esta obrigação. Depois, voltarei aqui para receber a Tua mensagem. Perdoa-me, tenha paciência comigo! Eu não Te engano, minha Filha pequenina, logo que for possível, voltarei, amanhã”.

A Senhora fixava nele o seu olhar com particular intensidade. Juan Diego estava ajoelhado, de rosto voltado para Ela, com o seu manto branco envolvendo o seu ombro direito, com as mãos juntas, em atitude de súplica.

A Senhora disse-lhe amavelmente: “Escuta, meu filho, o menor dos meus filhos, e procura compreender bem. O teu coração está perturbado, mas não te aflijas por uma coisa de nada. Nenhum deste gênero de males deve ser para ti um motivo de preocupação. Estou aqui, sou a tua Mãe. Estás sob a sombra da minha proteção. Eu sou a tua salvação. Tu estás no meu coração. De que tens, ainda, necessidade? Não sofras mais por isto. Quanto ao teu tio, saiba de uma coisa: ele não morrerá desta doença. Assim, não há nenhuma necessidade de médico, já está curado”.

Ao ouvir estas palavras, Juan Diego sentiu o seu coração cheio de felicidade. Não duvidou de modo algum, sentindo-se como uma criança, abandonada nos braços da sua mãe. Nem sequer lhe pediu para ir ver o seu tio. Ficou à sua completa disposição.

A Senhora mandou que fosse à montanha, onde se tinham dado as primeiras três aparições, e disse-lhe: “No píncaro da colina, encontrarás uma surpresa de flores desabrochadas. Só tens de colhê-las e trazer aqui. Vai, espero por ti!”.

Juan Diego enfrentou a subida como se tivesse asas nos pés, dominado como estava pela alegria e por uma luz que invadia o seu coração e tinha dissipado todas as nuvens de tristeza. Ficou arrebatado com o espetáculo maravilhoso que se apresentava diante dele. Conhecia bem o lugar de rochas áridas, onde só cresciam cactos, espinhos, figos da Índia e moitas, talvez pudessem nascer alguns tipos de ervas daninhas na primavera ou no verão, mas não agora, quando o frio queimava todo o germe de vida.

Era o dia 12 de Dezembro. Ele olhou e viu o espetáculo de muitas flores desabrochadas e intenso perfume. Conheceria o índio aquelas rosas, as rainhas das flores, como naturais das culturas mexicanas? Eram as rosas hoje conhecidas como a “beleza espanhola”, a que os mexicanos chamavam “Rosa de Castela[3]”, que haviam chegado há pouco de além-mar.

Juan Diego colheu as rosas, as pôs em seu manto e decidiu ir à casa do Bispo, levando consigo o “sinal” pedido. Levava ainda uma recomendação: “Não mostres a ninguém o que tens no manto!”.

Quando chegou ao palácio episcopal, o mordomo e outros criados a quem expôs o pedido para falar com o Bispo receberam-no como se não o tivessem ouvido, para ele desanimar e ir embora. Ele ali ficou, à espera de ser recebido, sempre com o seu manto dobrado, para que ninguém visse o que trazia. Mas o perfume das flores acabou por complicar a situação. Todos queriam saber de onde vinha, e quando reconheceram as rosas de Castela, todos deitaram a mão ao manto para obter pelo menos uma flor. Momento difícil para Juan Diego, que tinha de defender o seu tesouro. Finalmente, foi recebido pelo Bispo, a quem disse: “Senhor, exprimiste o desejo de receber um sinal para poderes acreditar em mim e dares início à construção do templo. Levei o pedido à minha Senhora, Santa Maria, Mãe de Deus, que não teve dificuldade em acolhê-lo. Hoje de manhã, mandou-me subir ao cimo da colina, onde a tinha visto noutras vezes, com o encargo de colher ramos de flores. E eu fui, mesmo sabendo que aquilo não era um jardim, mas um lugar cheio de espinhos, e encontrei como que um Jardim do Paraíso: muitas flores cintilantes, molhadas pelo orvalho. Ela recomendou-me que voltasse aqui, para entregá-las só a ti, como o sinal que pediste, para que te convenças de que vim por Sua ordem, e decidas fazer a Sua vontade. As flores estão aqui comigo: ei-las!”.

Naquele instante, todos abriram a boca de espanto, e o Bispo ajoelhou-se, juntou as mãos diante do índio que, por sua vez, se tinha levantado. Parecia que se invertiam as posições.

Para surpresa de todos, o “sinal” das flores colhidas fora da estação era ultrapassado por um prodígio impensável. No manto simples[4] de Juan Diego aparecia impressa, em todo o seu comprimento, a imagem da Virgem Santa, com o Seu rosto de mansidão, as mãos juntas, com a túnica cor de rosa até aos pés, o manto azul e dois grandes olhos brilhantes que pareciam vivos[5].

A exemplo do Bispo, todos se ajoelharam, perturbados e, ao mesmo tempo, cheios de alegria, com o sentido de viva devoção, acompanhados pelas lágrimas de muitos. Foi o próprio prelado a interromper o silêncio, para pedir perdão a Maria por ter sido tão hesitante em acolher o sinal da Sua vontade. Depois, levantou-se e, desatando o nó do manto no ombro de Juan Diego, tirou-lhe a túnica onde até hoje está impressa a imagem sagrada, para colocá-la num lugar de honra, no seu oratório particular. A partir de então, Juan Diego teve de aceitar o convite para permanecer no palácio episcopal como hóspede de honra.

Em breve, começaram as obras de construção de uma pequena ermida, que foi sendo sempre renovada até chegar à atual Basílica, inaugurada em 1976.

Da inauguração da ermida primitiva, participaram muitos fiéis, inclusivamente Hernán Cortés[6], então governador espanhol, também ele curado – fora uma mordedura de um escorpião – por intercessão de Maria. O entusiasmo arrastou idosos e jovens, que participaram com alegria da celebração. Era como se um povo novo nascesse de um império destruído e, de repente, acordado de um sono profundo que durou dez anos.

Juan Diego morreu no dia 3 de Junho de 1548, com 74 anos de idade. Considerava-se como propriedade da Virgem Maria, com Ela percorrendo os caminhos da santidade.

Em 1566, o lugar da aparição de Nossa Senhora[7] começou a se chamar “Guadalupe”, da raiz etimológica indígena Coatlaxopeuh[8].

Hoje a devoção à Senhora corre o mundo; por toda a parte é conhecida a Senhora de Guadalupe, Padroeira do México e do Continente Americano. A sua imagem esteve presente na batalha de Lepanto. Maria começa, então, a ser invocada como Rainha da Vitória e Auxílio dos Cristãos, assumindo um significado de esperança e de promessa.

Apoiado nos milagres, no dia 12 de dezembro de 1531, Dom Juan de Zumárraga, primeiro bispo do México, aprovou o culto a Nossa Senhora de Guadalupe. Em 1556, o segundo bispo do México, Dom Alfonso de Montúfar, não só voltou a aprovar o culto como refutou sabiamente os ataques tendenciosos lançados contra a historicidade dos acontecimentos. 

O anarquista espanhol Luciano Perez colocou, no dia 14 de novembro de 1921, ao lado da imagem, um arranjo de flores, dentro do qual havia dissimulado uma potente bomba. Ao explodir, tudo o que estava perto ficou seriamente danificado. Uma cruz metálica, que ficou dobrada, hoje se conserva no templo como testemunha do poder da bomba. Mas... a imagem da Virgem não sofreu dano algum. E ainda ela está hoje ali, no templo construído em sua honra.

O Papa Pio X, em 24 de agosto de 1910, declarou Nossa Senhora de Guadalupe “Celestial Padroeira da América Latina”; Pio XI, “de todas as Américas”; Pio XII a chamou “Imperatriz das Américas”. Ao todo, vinte e cinco papas aprovaram e incentivaram o culto a Nossa Senhora de Guadalupe. Disse o Papa Bento XIV, em 1754: "Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros... uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação". Coroada em 1875 durante o Pontificado de Leão XIII, Nossa Senhora de Guadalupe foi declarada "Padroeira de toda a América" pelo Papa Pio XII a 12 de outubro de 1945.

Juan Diego foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 6 de Maio de 1990, no México, e canonizado pelo mesmo Pontífice em 31 de Julho de 2002. Sua festa é celebrada no dia 9 de dezembro

A imagem da Virgem de Guadalupe se venera no México com maior devoção, e os milagres obtidos pelos que rezam à Virgem de Guadalupe são extraordinários.




IMAGENS:

 

 

 

QUATRO ORAÇÕES:


I

Ó gloriosa Mãe de Deus, Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina: Abençoai esta casa e a família que aqui reside. Protegei nossos filhos, livrando-os das maldades e dos perigos deste mundo. Guardai nosso lar, escondendo-o dos olhos dos maus. Que nesta casa o nome de Deus seja sempre invocado com respeito e amor. Que os seus mandamentos sejam observados com fidelidade. Que vosso bendito nome, ó Mãe querida, seja sempre lembrando com muita devoção. Que a palavra de vosso Filho Jesus seja sempre meditada e seguida todos os dias de nossa vida. Honra, louvor e glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo: Trindade Santíssima. Amém.


II

Perfeita, sempre Virgem Santa Maria,
Mãe do Verdadeiro Deus, por quem se vive.
Tu que na verdade és nossa Mãe Compassiva,
te buscamos e te clamamos.
Escuta com piedade nosso pranto, nossas tristezas.
Cura nossas penas, nossas misérias e dores.
Tu que és nossa doce e amorosa Mãe,
acolhe-nos no aconchego do teu manto,
no carinho de teus braços.
Que nada nos aflija nem perturbe nosso coração.
Mostra-nos e manifesta-nos a teu amado Filho,
para que Nele e com Ele encontremos
nossa salvação e a salvação do mundo.
Santíssima Virgem Maria de Guadalupe,
Faz-nos mensageiros teus,
mensageiros da Palavra e da vontade de Deus.

III


Ó gloriosa Mãe de Deus, Nossa Senhora de Guadalupe,
padroeira da América Latina:
Abençoai esta casa e a família que aqui reside.
Protegei nossos filhos, livrando-os das maldades e dos perigos deste mundo.
Guardai nosso lar, escondendo-o dos olhos dos maus.
Que nesta casa o nome de Deus seja sempre invocado com respeito e amor.
Que os Seus mandamentos sejam observados com fidelidade.
Que Vosso bendito nome, ó Mãe querida, seja sempre
lembrando com muita devoção.
Que a palavra de Vosso Filho Jesus seja sempre meditada
e seguida todos os dias de nossa vida.
Honra, louvor e glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo:
Trindade Santíssima. Amém.



IV

Santa María de Guadalupe, 
Defiende nuestra Patria y Protege nuestra Fe!!
Cubre con Tu manto nuestra familia!







Retirado de Matinas, Lectio III, Primeiro Nocturno do dia 12 de Decembris, do Breviarium Romanum.

No ano de 1531, de acordo com a tradição religiosa do México, Maria, a Virgem Mãe de Deus, apareceu no monte Tepeyac a um cristão recém-batizado, Juan Diego, e deu-lhe uma mensagem para o bispo Juan de Zumárraga - incumbindo-o de construir ali, urgentemente, uma igreja em honra de si.
Entretanto o bispo pediu um sinal. Dois dias depois o neófito saiu para chamar um padre para ministrar os últimos sacramentos a ele e seguiu um caminho que não passava muito perto do local das aparições. Mas sua mãe amorosa o prestigiou com uma terceira visita, garantindo aos seus tios uma boa saúde e lhe deu algumas rosas que desabrocharam fora de época. Ela as arrumou em sua capa e disse a ele para levá-las ao bispo como estavam, em uma cascata até o chão, para a sua audiência pública (assim a história continua). A imagem de Maria miraculosamente impressa na capa foi revelada aos presentes. A imagem primeiro foi guardada no oratório do bispo depois removida para a ermida construída no Monte Tepeyac e, finalmente, posta na grande basílica que se tornou o destino de multidões de peregrinos mexicanos, atraídos pela devoção a Maria e pelos relatos de frequentes milagres. Tendo a Abençoada Virgem Maria de Guadalupe estado como uma protetora sempre presente, os bispos mexicanos, com aprovação de todo o povo, escolheram-na como padroeira principal da nação mexicana e esta escolha foi devidamente aprovada sob a autoridade apostólica de Bento XIV. No Dia de Colombo, 12 de outubro de 1895, o Papa Leão XIII, por meio do arcebispo do México, adornou a imagem santa com uma coroa de ouro. E São Pio X declarou Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira de toda a América Latina.


Tradução, organização e notas: Giulia d'Amore.

Fontes de pesquisa:


[1] São João Diego, conhecido também como Juan Diego Cuauhtlatoatzin, nasceu em 1474 em Cuauhtitlan (México). O seu nome pagão era Cuauhtlatoatzin e, ao ser batizado, em 1524, com 50 anos de idade, mudou o nome para Juan Diego, segundo o hábito dos missionários que davam o nome de “João” a todos os batizados, acrescentando-lhe outro particular; neste caso Diogo conservou o nome indígena. O seu batismo foi fruto de uma convicção profunda, mudando o seu pensamento, o seu ser e o seu modo de vida. Também se batizaram alguns dos seus parentes, entre os quais um tio a quem foi dado o nome de João Bernardino e sua esposa recebeu o nome de Maria Lúcia. O missionário responsável pela evangelização e catequização desta tribo foi o franciscano Frei Toríbio de Benavente. Juan Diego tornou-se um cristão fervoroso e fazia um percurso de vinte quilômetros, na ida e na volta, para participar na santa Missa em Tlatelolco. Aproveitava estas celebrações para aumentar a sua instrução religiosa e, ao mesmo tempo, venerar a Virgem Mãe de Jesus. Isto revela a profundidade da sua fé, e Juan Diego começou a ser conhecido como homem piedoso, de intensa espiritualidade, amigo da oração e concentrado na meditação dos mistérios religiosos. Tido como peregrino e, ao mesmo tempo, solitário, a sua fé era vivida com fervor até ao sacrifício. Pobre e humilde, fugindo às honras, nada amigo da confusão, demonstrou sempre uma atitude positiva perante os novos valores cristãos, onde a pureza de vida ganhou uma forma original, pois casou com Maria Lúcia, outra cristã, de quem ficou viúvo pouco depois. Constava que viviam como irmãos, fruto da sua livre escolha. Nesta ocasião, vivia em Tulpetlac, perto do seu tio, com quem permaneceu após a morte da sua esposa, ajudando-o nos trabalhos do campo.
[2] Cocolitzi é uma palavra em Náuatle, linguagem falada pelos Nahua, habitantes originais do México, e se aplica a uma série de doenças contagiosas como peste, varíola, sarampo, febre tifoide. Por volta de 1530, o “cocolitzi” era o sarampo. Por volta de 1521 houve uma seca extrema – a pior seca em 500 anos – seguida por uma grande humidade, típica do fenômeno meteorológico El Niño. Por causa disso, houve uma grande proliferação de roedores, o que acabou por provocar uma série de epidemias em povoações ainda não imunes.
[3] A “Rosa de Castela” ou “Rosa de Castilla” é a “Rosa Damascena”.
[4] Tilma ou tilmàtli trata-se de um tecido tradicionalmente indígena dos povos pré-colombianos, de pouca qualidade, feito a partir do cacto. Foi em manto de tilma que ficou estampada a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe quando da sua aparição. O tecido, por ser feito a partir do cacto, deveria se deteriorar em 20 anos, mas até hoje não mostra sinais de deterioração. O caráter milagroso da pintura de Nossa Senhora de Guadalupe foi comprovado pela ciência. O cientista austríaco Richard Kuhn, vencedor do Prêmio Nobel de Química de 1938, declarou que os pigmentos de corantes da imagem não pertencem nem ao reino vegetal, nem ao animal, nem ao mineral. Logo, sua origem é sobrenatural e, portanto, milagrosa. Um estudo realizado no Instituto de Biologia da Universidade Nacional Autônoma do México, em 1946, comprovou que as fibras do tecido correspondem às fibras de agave, que não duram mais do que vinte anos. Em 1929 o fotógrafo Alfonso Marcué Gonzalez descobriu uma figura minúscula no olho direito, não cessam de aparecer os milagres. Devemos primeiro ter em vista que os olhos da imagem são muito pequenos, e as pupilas deles, naturalmente ainda menores. Nessa superfície de apenas 8 milímetros de diâmetro aparecem nada menos de 13 figuras! Submetida à análise fotográfica com raios infravermelhos, dois cientistas da NASA constataram que o manto não foi submetido a nenhum processo que pudesse atuar como elemento protetor, o que torna simplesmente inexplicável sua conservação. Inexiste esboço prévio na “pintura”, como os que se descobrem, pelo mesmo processo, nos quadros dos grandes mestres. A imagem foi pintada diretamente, sem esboços nem correções. Não há pinceladas. A técnica utilizada é totalmente desconhecida na história da pintura. É inusitada, incompreensível e irreproduzível.O grande milagre de Nossa Senhora de Guadalupe é a sua própria imagem. O tecido, feito de cacto, não dura mais de 20 anos e este já dura há mais de quatro séculos e meio. Durante 16 anos, a tela esteve totalmente desprotegida, sendo que a imagem nunca foi retocada e até hoje os peritos em pintura e química não encontraram na tela nenhum sinal de corrupção. No ano de 1971, alguns peritos inadvertidamente deixaram cair ácido nítrico sobre toda a pintura. Pois nem a força de um ácido tão corrosivo estragou ou manchou a imagem. Com a invenção e ampliação da fotografia descobriu-se que, assim como a figura das pessoas com as quais falamos se reflete em nossos olhos, da mesma forma a figura de Juan Diego, do Bispo e do intérprete refletiu-se e ficou gravada nos olhos do quadro de Nossa Senhora. Cientistas americanos chegaram à conclusão de que estas três figuras estampadas nos olhos de Nossa Senhora não são pintura, mas imagens gravadas nos olhos de uma pessoa viva.
[5] Em ampliações da face de Nossa Senhora, os seus olhos, na imagem gravada, parecem refletir o que estava à sua frente em 1531: Juan Diego e o Bispo. Trata-se da descoberta do Dr. José Aste Tonsmann, PhD, através da digitalização da íris dos olhos de Nossa Senhora, em 1979. O processo utilizado consiste em dividir a imagem em quadriculados microscópicos de tal magnitude que um milímetro quadrado fica subdividido em 27.778 quadradinhos. Ampliando 2.000 vezes cada um desses quadradinhos, foi possível observar pormenores impossíveis de serem captados à simples vista. A íris humana reflete, como um espelho, as imagens que estão sendo observadas. Pois bem, a íris da pintura de Guadalupe está refletindo o seguinte: um índio em atitude de desdobrar a sua tilma diante de um franciscano; o próprio franciscano em cujo rosto se vê deslizar uma lágrima; um camponês muito jovem, com a mão posta sobre a barba em atitude de consternação; um índio com o dorso despido em atitude quase de oração; uma mulher de cabelos crespos, provavelmente uma negra da criadagem do Bispo; uma mulher e uns meninos com a cabeça meio raspada e outros religiosos franciscanos. É radicalmente impossível alguém pintar num espaço pequeno como o da córnea de um olho impressa em uma imagem de tamanho aproximado ao do natural uma cena (presumivelmente aquela em que, segundo o relato citado, deu-se a aparição de Nossa Senhora na tilma), que foi preciso ampliar tanto para poder ser percebida.
[6] Hernán Cortés Monroy Pizarro Altamirano (1485-1547), 1º Marquês do Vale de Oaxaca, foi um conquistador espanhol, conhecido por ter derrubado o Império Asteca de Montezuma e conquistado o centro do atual território do México.
[7] Em Náuatle: Nicān Mopōhua: Nossa Senhora de Guadalupe. Vide.
[8] É muito simbólico o significado do nome “Guadalupe”. Helen Behrens, uma das maiores especialistas no assunto, analisando textos originais dos índios, que datam da época das aparições, concluiu que a Mãe de Deus se apresentou com as palavras “Te Quatla Lupe”, que significa, em Náuatle, “Aquela que esmagou a serpente alada”. A propósito disso, cabe lembrar a passagem da Bíblia Sagrada em que Deus, dirigindo-se à serpente infernal, increpa: “Porei inimizade entre ti e a mulher e ela te esmagará a cabeça” (Gen. 3, 15). Guadalupe
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