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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

FÉ CATÓLICA: Quando não se tem nem Missa nem Sacramentos

Garimpado na web, este texto traz consolo aos que se sentem ameçados pela ausência da Missa e dos Sacramentos. São tempos confusos e de treva os que nós vivemos. Estamos no fim dos tempos? Não sei ao certo, nem creio que devamos nos preocupar com isso. Devemos, sim, obedecer a Nossa Senhora que, em Fátima, nos deu o remédio para nossos males: Sem Missa? Rezem o Rosário! Refugiem-se no Imaculado Coração de Maria!

 

Para aqueles que não têm Missas


Nossa angústia permanece por nossos filhos e amigos exilados de centros tradicionalistas nos quais a Missa tradicional é preservada; aqueles que são obrigados, por circunstâncias várias, a viver longe de padres tradicionalistas e de sacramentos; nossa angústia perene por milhões de fiéis católicos (ou já ex-católicos) que perderam há muitos anos o contato com ambientes de fé e sacramentos preservados, sobretudo pela observância tradicional, por padres formados como sempre o foram pela Igreja Católica, idêntica a si mesma pelos séculos afora, essa angústia que nos acompanha sempre, filhos enjeitados por hierarcas furiosamente obstinados contra nós, levou-nos à surpreendente observação relativa às palavras de Nossa Senhora em Fátima, como relata Irmã Lúcia, em entrevista, ao Padre Fuentes conforme relato publicado no “O Cruzado de Fátima” (versão em inglês) de Fevereiro/Abril de 1986:

 
Padre, a Santíssima Virgem não me disse que nós estamos nos últimos tempos do mundo, mas ela me fez entender isso por 3 razões:

A primeira razão é que Ela me disse que o demônio está pronto para empenhar-se em uma batalha decisiva contra a Virgem. Uma batalha decisiva é a batalha final em que um dos lados será vitorioso, e o outro sofrerá uma derrota. Assim, desde já, devemos escolher nosso lado. Ou seremos a favor de Deus ou a favor do diabo. Não há outra possibilidade.

A segunda razão é que Ela me disse, assim como a meus primos, que Deus está oferecendo dois últimos remédios ao mundo. Estes dois remédios são o Santo Rosário e a Devoção ao Imaculado Coração de Maria. Estes serão os dois últimos remédios, o que significa que não haverá outros.
A terceira razão é que, nos planos da Divina Providência, Deus sempre exaure todos os remédios antes de castigar o mundo. Quando, porém, Ele vê que o mundo não lhes presta qualquer atenção, então... Ele nos oferece, com um “certo receio”, os últimos meios de salvação, isto é, Sua Santíssima Mãe. Ele o faz com um 'certo receio' porque se alguém despreza e repele estes últimos meios, não terá mais perdão dos Céus porque terá cometido um pecado que os Evangelhos chamam de pecado contra o Espírito Santo”.

Estas palavras foram transcritas em artigo publicado também pelo jornal “Catholic” editado em Victoria, Austrália, por alguém que adota o pseudônimo literário de “Charles Martel”. O autor do artigo, com muita propriedade, pergunta: “Porque Nossa Senhora oferece, como últimos meios de salvação, a si mesma e ao Santo Rosário, e não a Santa Missa?”. A Santa Missa que, acrescentamos nós, autores do porte de Garrigou-Lagrange e muitos outros mestres de espiritualidade nos apresentaram sempre como o centro de nosso dia-a-dia, principal instrumento de nossa santificação? A razão, prossegue aquele autor, parece ser a previsão de que o “Sacrifício Perpétuo” desapareceria, como parece ser o caso atualmente.

Ele se refere às palavras proféticas de Daniel, que foram citadas por Nosso Senhor, Ele mesmo (Mateus 24, 15), e que podemos encontrar em Daniel 9,27: “... e, no meio da semana, fará cessar a hóstia e o sacrifício; e estará no templo da abominação da desolação; e a desolação durará até a consumação e o fim (do mundo)”. (O texto entre parêntesis é da Vulgata.) E também em Daniel 11,31: “... E estarão ao seu lado os braços que farão cessar o sacrifício perpétuo e porão no templo a abominação da desolação”.

Ora, em nossos tempos, justamente, percebemos que o sacrifício perpétuo cessou. Não temos Missas. As missas progressistas, ainda que utilizem (nem sempre) textos que não podemos demonstrar serem geradores de Missas inválidas, são missas provavelmente inválidas por falta de intenção do sacerdote de fazer o que a Santa Igreja sempre fez e, além disso, constituem ocasião propícia à perda da Fé, como já assinalamos em artigo publicado em Permanência n. 136-137, em que Mons. Lefebvre formalmente desaconselha a assistência à missa nova, mesmo se o sacerdote parece sério, porque esta missa é sempre ocasião próxima e de alto risco de perda de Fé. Assim, hoje, para os que procuram defender a Fé, a Missa tradicional é algo extremamente raro (pelo menos em Países como o nosso), joia preciosa que buscamos com fervor quando podemos. Mas, ai de nós, para muitos de nós e de nossos filhos! Não podemos nada em muitos lugares onde vivemos exilados, privados de sacramentos, de Missa, de assistência eclesiástica, porque os padres e bispos progressistas, que julgam que não têm obrigações quanto à Fé porque estão — alegam — “unidos ao Papa”, estes nos execram e nos rejeitam sem piedade e sem remorso. E de quanta angústia se faz nosso dia-a-dia quando vemos os filhos e, sobretudo, os netos privados de formação religiosa adequada, sem ambiente religioso, sem Missa, sem sacramentos! Que Nosso Senhor nos valha.

E Ele, como vemos, com a ajuda dos que bem escrevem sobre o assunto, para nos socorrer, para nos consolar, previu, predisse, providenciou com antecedência o aviso prévio e o socorro prévio: nossos instrumentos de salvação para os últimos tempos serão a recitação do Santo Rosário (ou, pelo menos do Terço) e a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Com estes instrumentos seremos santificados, com eles seremos salvos.

E que não nos aflija a falta de Missa ou sacramentos ou formação religiosa: façamos o que pudermos com aquilo que nos foi dado, lembrando-nos de que é a Nossa Senhora que está confiada nossa assistência nesses tempos apocalípticos e que Ela, Mãe e Santificadora nossa, conhece nossas necessidades, e foi posta não apenas para socorrer-nos nas coisas fundamentais que dizem respeito à Fé, mas até mesmo nas pequenas necessidades de nossa vida quotidiana, como ficou bem claro na passagem das Bodas de Canaã. É a Ela que devemos recorrer, com Ela que devemos contar e nEla procurar socorro e instrumentos de salvação para aquilo que nos ameaça, para a crise de nossos tempos apocalípticos e para o abandono em que nos encontramos por parte de pastores e hierarcas que nos manifestam sua ojeriza bem claramente. Não nos pedirá Ela mais do que podemos fazer, e, ao contrário, nos dará muito mais do que podemos merecer.

Que Nossa Senhora nos socorra. Imaculado Coração de Maria, sede a nossa salvação.

Júlio Fleichman
(Permanência, no. 258-259, Maio-Junho de 1990)

Fonte: Permanência
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