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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Reflexões sobre a conferência de Mons. Fellay em Villepreux

Do blog Chiesa e postconcilio:

O "preâmbulo" e os acordos entre a Fraternidade São Pio X e a Santa Sé. Um percurso sofrido, sério e derradeiro.

Chiesa e post concilio por mic em 04/10/11

Tive a oportunidade de consultar e traduzir o comunicado de uma Agência de informações católica francesa (UNEC), que difunde um semanal de notícias cristãs. Hoje, ela informa sobre as recentes reflexões de Mons. Fellay, à vigília do encontro com os superiores dos Distritos em Albano.

Transcrevo-o abaixo, para que possamos obter ideias que nos façam entrar em alguns desdobramentos da difícil questão, que somos em muitos, amantes da Tradição, a seguir com uma espera cheia de esperança e também de apreensão, por causa das notórias implicações problemáticas que todos conhecemos e que são, em parte, evidenciadas por Mons. Fellay, que nesta circunstância apareceu muito sério, e não bem humorado como costuma ser. Isto não poderá que dar substância e incentivo à nossa oração.




VILLEPREUX/VERSAILLES (3 de Outubro de 2011). No dia 1º de Outubro, por ocasião da festa das associações da Tradição Católica, Mons. Fellay Superior da FSSPX deu uma conferência sobre as relações entre Roma e a Fraternidade.

É um momento crucial para a Fraternidade, uma vez que, em 14 de setembro, depois de três anos de discussões teológicas, o card. Levada lhe entregou, para ser firmado, um protocolo doutrinal, chamado de “preâmbulo”, que, sob certos aspectos, se parece com um ultimatum. Compreende-se que, para o Cardeal, ou é aquilo ou nada para serem “plenamente integrados” na Igreja.

Naturalmente, Mons. Fellay, que convocou a Roma, para o dia 7 de outubro, para discuti-lo, os seus superiores de todos os distritos do mundo, não podia dizer nada de definitivo àquele auditório. Todavia, ele evidenciou alguns argumentos que devem ser lavado em consideração.

Antes de tudo, o estado absolutamente deplorável da Igreja – desesperador, se olharmos para ele com olhos humanos. A falta de vocações assume níveis catastróficos. Este ano, apenas uma centena de novos padres, no âmbito de TODAS as dioceses francesas! Ele citou uma diocese francesa que tinha 700 paróquias e que foi reorganizada com não mais de 70, “para que cada uma dela pudesse ter um sacerdote”.

Mons. Fellay lembrou a dificuldade, para alguns fieis, de encontrar-se, de tal forma, a 50 km do mais próximo local de Missa. Comenta-se que, no ano passado, a idade média dos padres era de 70 anos; este ano, de 71. A continuar assim, daqui a 10 anos, a idade média dos padres será de 80 anos, considerando-se que o declínio alarmante das vocações não chega a reverter a corrida ao desaparecimento de padres católicos na França.

Quanto ao “preâmbulo”, Mons. Fellay sintetizou a evolução da questão. Lembrou que, no começo, a Fraternidade pedira uma série de condições para “recuperar a confiança em relação a Roma”: a reintrodução da Missa antiga de São Pio V para todos os sacerdotes do mundo, a anulação das excomunhões dos 4 bispos da Fraternidade de São Pio X e a constituição de uma comissão teológica para discutir os erros introduzidos na Igreja desde o Concílio Vaticano II.

Mons. Fellay não continuou esta reflexão na frente do seu auditório, mas pode-se, pela lógica, intuir a continuação: todas essas condições foram observadas, mas isso basta para que se tenha confiança em Roma? Pensando sobretudo na rejeição absoluta em relação à Fraternidade manifestada, hoje mais do que nunca, pelo conjunto dos bispos alemães e franceses, pode-se compreender a gravidade da questão da confiança.

Já uma vez, o card. Ratzinger, há mais de 20 anos, conseguira a assinatura de Mons. Lefebvre em um acordo similar, mas nos dia seguinte Mons. Lefebvre se sentiu obrigado a retirar a sua firma temendo um astuto artifício do Vaticano.

Esta ambiguidade vaticana certamente não está ausente do “preâmbulo” elaborado pelo mesmo dicastério romano, isto é a Congregação da Fé. Mas Mons. Fellay lembrou também que não se pode deixar o Papa sozinho, perdido entre os Modernistas que pretendem destruir a Igreja desde o seu interior.

Todos estes argumentos devem ser ponderados e refletidos antes de responder ao card. Levada; tarefa difícil e delicada.

Poder-se-ia considerar que os negociadores de ambas as partes não fossem de todo conscientes de estar se movendo em um tipo de beco sem saída que, humanamente falando, depois de um mínimo acordo, levará a gravíssimos dissensos, seja no âmbito vaticano que no da Fraternidade.

Por que não se preferiu o statu quo, continuando tranquila e pacientemente as discussões teológicas, esperando por dias melhores? Para nós, pobres leigos, resta uma arma poderosa: a reza do Rosário neste mês de Outubro, sabendo que a Santíssima Virgem Maria esmagará debaixo de seu calcanhar a fumaça de Satanás, seja dentro que fora da Igreja.

No mais, é o tema da homilia sobre os anjos e sobre o Rosário que Mons. Fellay pronunciou no dia seguinte, domingo 2 de outubro, em Villepreux. Estamos, de fato, em plena Batalha de Lepanto II ?

- O.A.M.D.G. -


Fonte: Chiesa e postconcilio
Tradução: Pale Ideas

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