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domingo, 2 de janeiro de 2022

Mãe de Deus, Mãe dos homens, Mãe da Igreja


Mãe de Deus, Mãe dos homens, Mãe da Igreja



No dia 1º de janeiro a Igreja Conciliar festeja, em alguns calendários, a festa de Maria, Mãe da Igreja, em outros, festeja Maria, Mãe de Deus. Não é nem uma nem a outra.  

Como sempre os conciliares causam confusão nos ânimos dos fiéis que não “desobedecem”, nem se questionam, mas que acabam perdendo a fé, esvaziada também por essas confusões. Então, vamos estudar um pouco de História da Igreja para esclarecer o que está confuso.  

No dia 1º de Janeiro a Igreja Católica festeja a Circuncisão de Nosso Senhor Jesus Cristo, e é também Oitava de Natal. Não que Nossa Senhora não mereça uma festa celebrando a Maternidade da Igreja, a que faz jus, mas não é neste dia. Vamos lá, e pela ordem, pois Maria foi primeiro Mãe de Deus, depois Mãe dos homens e, enfim, Mãe da Igreja


MARIA, MÃE DE DEUS


Quando uma criança nasce, nasce também uma mãe, e nos aniversários dos filhos, as mães também deveriam ser celebradas, pois sem elas não haveria os aniversariantes. Por esse motivo, no dia 25 de Dezembro, ao comemorarmos o Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, também poderíamos comemorar a Maternidade Divina de Maria, contudo, como o principal motivo da festa é o Nascimento do Menino Deus, a Igreja nunca festejou neste dia a Maternidade de Maria. Festejou, no entanto, por algum tempo e apenas na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, a Maternidade Divina de Maria na Oitava de Natal, que coincide com o primeiro dia do ano civil seguinte. Isto consta do Missal Quotidiano e Vesperal de Dom Gaspar Lefebvre de 1958, o último Missal inquestionavelmente católico em que podemos confiar. Eis o que diz:

“A liturgia deste dia celebra três festas:
A primeira é a que os antigos sacramentários designam sob o título de “Oitava do Senhor”. É realmente, na sua maior parte, uma Missa de Oitava a Missa de hoje. Bastantes passos são da Missal do Natal. 
Celebrava-se outrora na basílica de Santa Maria Maior uma segunda Missa em honra da Mãe de Deus. Resta dela um vestígio na Oração, Secreta e Postcomunhão tiradas da Missa votiva da SS. Virgem, e nos salmos de Vésperas, extraídos do Ofício de Nossa Senhora. (...)
Finalmente, a terceira festa é a da Circuncisão...” (Missal, pág. 142).

Sobre a festa na Basílica de Santa Maria Maior, que se perdeu no tempo, não se sabe muita coisa, mas a Maternidade Divina de Maria se tornou Dogma de Fé no Concílio de Éfeso, aos 11 de outubro de 431, para combater uma heresia que se propagava na Cristandade naqueles tempos, a heresia nestoriana, pela qual Nossa Senhora não poderia ser a Mãe de Deus (Theotókos), sendo apenas a mãe de Jesus Homem (Cristoko).  

Em 1931, S.S. o Papa Pio XI, recorrendo o 15º aniversário do Dogma, instituiu a festa litúrgica e a fixou no dia 11 de Outubro:

Reconhecer que Maria é Verdadeira Mãe de Deus é coisa fácil. “Se o Filho da Santa Virgem é Deus”, escreve Papa Pio XI na Encíclica Lux Veritatis, “Aquela que O gerou merece ser chamada Mãe de Deus; se a Pessoa de Jesus Cristo é Una e Divina, todos, sem dúvida, devem chamar Maria de Mãe de Deus, e não somente de Cristo Homem. Como as outras mulheres são chamadas, e são realmente mães, porque formaram em seus ventres a nossa substância mortal, e não porque criaram a Alma humana, assim Maria adquiriu a Maternidade Divina por ter gerado a Única Pessoa do Seu Filho”

Assim, a festa de Maria, Mãe de Deus é no dia 11 de Outubro, não no dia 1º de Janeiro. (Leia mais sobre esta festa aqui http://farfalline.blogspot.com/2014/10/maternidade-divina-de-Maria.html).  

E não encontrei nenhum documento, nem mesmo da Igreja Conciliar, que fixe esta data no dia 1º de Janeiro, o que me faz pensar que se deve ao primitivismo ou arqueologismo, duas heresias já refutadas e condenadas, pelas quais se restaura tudo que era supostamente crido ou festejado nos primeiros séculos, excluindo tudo que a Igreja ordenou nos séculos posteriores até os nossos tempos. E foram refutadas e condenadas primeiro porque quando “Roma locuta, causa finita”, ou seja, quando Roma (o Papa) fala o assunto se encerra, graças à infalibilidade papal. E, segundo, porque é impossível se ter hoje em dia todas as fontes originais, muito do que nos foi transmitido nem registro documental tem, pois nos foi trazido pela tradição oral ou por citações em outros documentos reconhecidas válidas pela Igreja. 


MARIA, MÃE DOS HOMENS


Diz o Evangelista João, o discípulo amado: 

“Jesus, vendo sua Mãe, e, junto dela, o discípulo que amava, disse a sua Mãe: ‘Mulher, eis o teu filho’.” (19,26.)

Foi na Sexta-feira Santa, aos pés da Santa Cruz, que Maria se tornou nossa Mãe, a Mãe dos homens. A Igreja nunca teve uma festa específica para esse título, embora aqui e ali se vejam igrejas dedicadas a ele. Não haveria maior razão em ter uma festa que comemore este título que o de Mãe da Igreja?... 


MARIA, MÃE DA IGREJA


“E eu digo-te que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” São Mateus 16,18. 

Neste dia nasceu a Igreja, mas se realizou cinquenta dias depois da Páscoa, quando o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos e Maria, a qual se tornou também a Mãe da Igreja.  

Esta festa também não foi celebrada de forma universal pela Igreja, nem se tem memória dela, de algum documento. Somente em 21 de novembro de 1964, na Basílica de São Pedro, Paulo VI proclamou Maria “Mãe da Igreja”, no discurso conclusivo da terceira sessão do Concílio Vaticano II que promulgava a Constituição “Lumen Gentium”. Em 13 de maio de 1967, ainda Paulo VI, na Exortação Apostólica “Signum magnum”, estabelece o culto a Nossa Senhora como Mãe da Igreja, sem, contudo, fixar um dia. E, finalmente, em 3 de março de 2018, Francisco determinou a inscrição da Memória da “Bem-aventurada Virgem, Mãe da Igreja” no Calendário Romano Geral, a ser celebrada todos os anos na segunda-feira depois de Pentecostes.  

Portanto, este título e esta festa são conciliares. Aos católicos cabe esperar um Papa Católico que, restaurando todas as coisas em Cristo, confirme o título e a festa a Nossa Senhora, Mãe da Igreja. A festa de Nossa Senhora Mãe de Deus, como já dito acima, já existe e é no dia 11 de outubro

Se alguém mais sábio e sabido do que eu tiver algum documento da IGREJA CATÓLICA que tenha instituído o dia 1º de Janeiro como de festa para Maria, Mãe da Igreja, por caridade me informe!!! 

Giulia d'Amore

Fontes:
- Missal Quotidiano e Vesperal Dom Gaspar Lefebvre, 1958, p. 142.

       

2 comentários:

  1. Obrigado pelo esclarecimento sobre o dia 1º de janeiro, Giulia. Feliz 2022 para você e para toda a sua família. Em tempo: a igreja conciliar tornou a festa do Santíssimo Nome de Jesus, memória facultativa no dia 3 de janeiro. Mesmo quando eu era da igreja conciliar (porque estava por fora de todo o problema do Concílio Vaticano II), já achava um absurdo essa importante festa ser facultativa (onde os padres conciliares rezavam, se quisessem ou se lembrassem, a missa em honra do Bendito Nome. A meu ver, uma falta de respeito para com Nosso Senhor).

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    1. O CVII "desconstruiu" a Catolicismo em todos os campos que pôde. Ainda bem que a Igreja Católica vive nas catacumbas, subsiste na Tradição. Esses padres terão contas a prestar um dia, que se emendem antes!!! E que procurem reparar o mal feito. Quantas almas se perderam por causa deles.

      Um feliz e santo Ano Novo, sr. José Antônio!!! Que Deus nos mantenha lúcidos e fiéis até o dia em que nos chamar à Sua presença!!!

      Viva Cristo Rei e Maria Rainha!! Viva a Igreja Católica!!

      Giulia d'Amore

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