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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Teresa de Calcutá, a outra face.


Teresa de Calcutá, a outra face 

Um pequeno resumo sobre o que dizem os acusadores dela 



A verdade sobre Madre Teresa de Calcutá, a religiosa albanesa naturalizada indiana, fundadora da Congregação das Missionárias da Caridade, e apelidada por aqueles que a conheceram como “anjo da morte”. As suas “Casas para Doentes” eram chamadas por médicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) de “necrotérios”.  

Teresa de Calcutá (1910-1997) recebeu de doadores centenas de milhões de dólares para seus hospitais — que ela chamava de “casas para doentes” — mas o grosso desse dinheiro se diz que ela mandou para o Vaticano, deixando os doentes em estado precário, sem remédios e cuidados. Médicos classificaram esses locais de “casas da morte” ou de “necrotérios”. No âmbito da OMS, houve denúncias de que essas “casas” eram locais de epidemias. Uma ex-voluntária escreveu que faltava até AAS para amenizar a dor dos doentes. Na verdade, a crítica maior da OMS a Teresa era por causa de sua pauta anti-aborto, diga-se, por dever de justiça. E, por dever de justiça também, diga-se que é a mesma crítica dos canadenses também, que acham que a solução para a pobreza na Índia é assassinar crianças no ventre materno. 

Essa são algumas das revelações do artigo “O Lado Escuro de Madre Teresa[1], escrito pelos acadêmicos Serge Larivée e Geneviève Chénard, da Universidade de Montreal, Canadá, e Carole Sénéchal, da Universidade de Ottawa, Canadá, e publicado em março de 2013Os pesquisadores canadenses, após examinar mais de 500 documentos, constataram que os alegados altruísmo e generosidade de Madre Teresa não passavam de fantasia vendida como verdade pela imprensa internacional.

A rigor, ela foi “inventada” pelo jornalista Malcolm Muggeridge, da BBC, que, em 1969, lhe dedicou o documentário “Algo bonito para Deus[2], apresentando ao mundo a figura frágil de uma missionária que se dedicava aos pobres e doentes da Índia. Em 1971, o jornalista publicou um livro com o mesmo título.

O trabalho de Teresa de “auxílio a pobres, órfãos e moribundos” foi tão reconhecido dentro e fora da Índia que ela recebeu o Prêmio Templeton, em 1973, e o Prêmio Nobel da Paz, em 1979. Ela morreu em 1997. Em 2003, foi beatificada por João Paulo II e em 2016 foi canonizada por Francisco.  

A missionária abriu centenas de “casas de doentes” em vários países, que não tornava hospitais de fato, mas mantinha em uma infraestrutura precária, com doentes agonizando em esteiras no chão, tratados com remédios ineficientes, seringas lavadas apenas com água e uma falta de higiene crônica. A própria madre, por outro lado, tratava seus problemas de saúde em hospitais de ponta na Índia e Estados Unidos.  
Para defendê-la, o escandaloso jesuíta norte-americano James Martin[3] rebateu, em um artigo escrito para “American Magazine”, tais acusações feitas à religiosa. Segundo ele, o fato de Teresa ter sido tratada em instituições sofisticadas se devia à insistência de seus subordinados, que a forçavam a aceitar o melhor tratamento para si. Segundo ele, a Ordem de Teresa não oferecia “serviços de saúde”, mas “abrigo” a pessoas carentes que haviam sido abandonadas para morrerem sozinhas. Seu objetivo, segundo o filo-sodomita, seria providenciar conforto e consolo para indivíduos à beira da morte. Contudo, em reconhecimento dos cuidados médicos dispensados em suas “Casas”, Teresa recebeu, em 1981, o título de “Doutora Honoris Causa[4] em Medicina e Cirurgia, pela Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade Católica do Sagrado Coração, de Milão, na Itália. E, em 1987, recebeu o título de “Doutora Honoris Causa[5] em Farmácia pela Universidade de Bolonha, conhecido centro socialista.  
Fotos desses doentes na imprensa ajudaram Teresa a arrecadar milhões:  

1. De ditadores sanguinários, como François Duvalier, o “Papa Doc”, do Haiti, de quem recebeu a medalha da Legião de Honra do Haiti; e Enver Hoxha[6], da Albânia. Ambos deixaram um rastro de morte e destruição no respectivo país que governaram. 

2. Do estelionatário americano Charles Keating. Teresa inclusive intercedeu junto ao Tribunal pedindo que lhe concedesse misericórdia. Keating doou milhões de dólares para Teresa e lhe emprestou seu jato particular quando ela visitou os Estados Unidos. Ela se recusou a devolver o dinheiro e elogiou Keating repetidas vezes. Houve uma falta de investigação por parte da mídia sobre seus relacionamentos com todos estes indivíduos, apesar da crítica estridente de Christopher Hitchens, de quem falaremos mais adiante.  

4. Do editor britânico Robert Maxwell, que, como foi revelado depois, desviou 450 milhões de libras inglesas dos fundos de pensão de seus funcionários. Não há nenhuma sugestão de que ela tivesse conhecimento de qualquer roubo antes de aceitar a doação em qualquer caso. A crítica se concentra no apelo de clemência de Teresa no “caso Charles Keating”, em que Keating foi acusado de fraude depois de falências de empresas de alto perfil. 

5. Da divorciada Lady Dy, que, ainda que Teresa se dissesse radicalmente contra o divórcio, era uma de suas maiores doadoras, mesmo após se separar do príncipe Charles

Teresa apoiou, ainda, a nomeação de Licio Gelli para o Prêmio Nobel de Literatura. Gelli foi chefe da loja maçônica “Propaganda Dois” (ou P2), implicada em vários assassinatos e em casos de corrupção em altos escalões da política e da Igreja na Itália. 

Para Larivee e suas colegas, Teresa colocava em prática a sua convicção de que o sofrimento humano é fundamental para a salvação. Segundo eles, Teresa acreditava que os sofredores estavam mais perto do Céu e de Cristo. Por mais boa intenção que pudessem ter, não foi bem assim. Não é a doutrina que movia Teresa, pois, de fato, é uma herege blasfema, que negava o batismo às crianças indianas em perigo de morte. 

A lista é longa, mas vamos aos críticos mais contundentes. 

Em 1991, Robin Fox, editor da revista científica médica “The Lancet”, visitou a “Casa para os Moribundos”, em Calcutá, e descreveu como “banais” os cuidados médicos que os pacientes recebiam. Observou que eram as irmãs e os voluntários, alguns dos quais não tinham o mínimo conhecimento médico, que tomavam as decisões sobre assistência ao paciente, por causa da falta de médicos no local. Fox considerou Teresa responsável pelas condições nesta casa e observou que a Ordem dela não fazia distinção entre pacientes “curáveis” e “incuráveis”, colocando as pessoas que poderiam sobreviver em risco de morrerem de infecções e falta de tratamento. O regime observado incluía alguma forma de limpeza, cuidado de feridas e úlceras e “bondade”, mas a abordagem das irmãs à gestão das dores era “perturbadoramente falha”. Os formulários na instalação que Fox visitou não continham analgésicos fortes, que ele percebeu claramente dissociados da abordagem de Teresa com os doentes. Fox também escreveu que as agulhas eram lavadas somente com água quente, o que as deixava inadequadamente esterilizadas, além de a instalação não isolar os doentes com tuberculose, expondo todos ao risco de contágio. 

Além do parecer de Fox, uma série de outros relatórios documentaram a desatenção de cuidados médicos nas instalações da Ordem. Pontos de vista similares também foram expressos por alguns ex-voluntários que trabalharam nas “Casas” de Teresa. A própria se referia às instalações como “Casas de moribundos” (“Houses of the Dying”). 

Outro crítico feroz, o Dr. Aroup Chatterjee (autor de “Madre Teresa: O Veredito Final”, 2003), um médico nascido na Índia e escritor que vive na Grã-Bretanha, afirma que a imagem pública que Teresa possui, enquanto protetora dos pobres e enfermos, é deturpada. Ele afirma categoricamente que o número de pessoas que realmente recebem auxílio da Ordem das Missionárias da Caridade não chega perto do que os ocidentais são levados a acreditar. Por causa disso, Chatterjee, que trabalhou brevemente em uma das “Casas” da Ordem, começou as investigações sobre as finanças e outras práticas da Ordem de Teresa

Em 1994, dois jornalistas britânicos, Christopher Hitchens (radicado nos EUA e falecido em 2011) e Tariq Ali, produziram um documentário crítico no “Channel 4” britânico, intitulado “Anjo do Inferno”, baseado no trabalho de Chatterjee. Ainda em 1994, Hitchens publicou um artigo, no “The Nation”, intitulado “O Demônio de Calcutá”. Para ele, as próprias palavras de Teresa a respeito da pobreza provam que “suas intenções não eram de ajudar as pessoas”, chegando a afirmar, inclusive, que Teresa mentiu a certos doadores sobre o destino de suas contribuições. No ano seguinte, Hitchens publicou o livro “The Missionary Position: Mother Teresa in Theory and Practice[7], onde repetiu muitas das acusações do documentário. Ainda em 1995, Hitchens denunciou o embuste que era Teresa, no livro “A Intocável Madre Teresa de Calcutá”. Diz um trecho desse livro: “Tenham em mente que a receita global da Madre Teresa é mais do que suficiente para equipar várias clínicas de primeira classe em Bengala. A decisão de não o fazer [...] é deliberada. A questão não é o alívio honesto do sofrimento humano, mas a promulgação de um culto sombrio baseado na morte e sofrimento e subjugação”. Na época, Hitchens foi hostilizado pelos católicos por ter criticado a “boa e santa velhinha”. Hitchens foi a única testemunha chamada pelo Vaticano para fornecer evidências contra a beatificação e canonização de Teresa

Um fato pouco conhecido é que Teresa acobertou e apoiou um pedófilo, o ex-padre jesuíta americano Donald McGuire[8], que morreu em 2007. Em 1993, o McGuire, que era amigo dela, foi afastado de suas atividades por abusar de um garoto. A missionária usou sua influência para que McGuire voltasse à ativa. Nos anos seguintes, outras oito queixas de pedofilia foram apresentadas por fiéis à Igreja e às autoridades. E McGuire acabou condenado a 25 anos de prisão.

Outra curiosidade, diante do pauperismo[9] que ela pregava. Em 2016, o hábito de Teresa, tida como imagem indissociável de sua figura, um sari branco com três listas azuis (que remetem às cores da bandeira sionista), foi registrado junto ao Departamento de Patentes da Índia, visando evitar o uso comercial indevido. Este é o primeiro caso de copyright de uma vestimenta religiosa no mundo... Sic

Para conhecer outros críticos de Teresa, e outras acusações, no livro “Unmasking Mother Teresa’s Critics[10], Bill Donohue acaba por fornecer uma lista deles, assim como acusações, alegações e provas. You are welcome


Notas:
1.The Dark Side of Mothe Theresa. Studies in Religion/Scienses Religieuses” 42, n. 3 (March 2013): 319-345. 
2. Cf. https://en.wikipedia.org/wiki/Something_Beautiful_for_God (consultado em 7/2/2020). 
3. James J. Martin, também conhecido como Jim Martin, é um presbítero jesuíta norte-americano, escritor e editor itinerante da revista jesuíta norte-americana “America”. Em 2017, Francisco o nomeou consultor do Secretariado de Comunicações do Vaticano. Algumas das opiniões de Martin, especialmente sobre homossexualidade, são escandalosas. Essas opiniões foram publicadas em um livro “Building a Bridge”, em 2017, onde pede um “diálogo mais próximo com a comunidade LGBT”. Por diversas vezes se manifestou publicamente em defesa da sodomia e contra a Doutrina católica. 
4. As fontes divergem, ora a Láurea é em Medicina e Cirurgia, ora em Medicina e Moral, ora somente e Medicina... Algumas fontes: (1) “Carta do Papa João Paulo II à Madre Teresa DE Calcutá”, de 10/12/1981. Cf. http://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/letters/1981/documents/hf_jp-ii_let_19811210_teresa-calcutta.html.  (2) CattolicaNews: https://www.cattolicanews.it/quel-legame-speciale-con-madre-teresa.  (3) https://www.facebook.com/unicatt/posts/819793314792153. (consultados em 7/2/2020)
5. Cf. https://archiviostorico.unibo.it/it/patrimonio-documentario/lauree-honoris-causa?record=18189 (consultado em 7/2/2020). 
6. Teresa visitou a Albânia em agosto de 1989, sendo recebida pela viúva de Hoxha, Nexhmije, pelo Ministro das Relações Exteriores Reis Malile, pelo Ministro da Saúde Ahmet Kamberi, o Presidente da Assembleia do Povo Petro Dode e por outros funcionários do Estado e do Partido. Depois, colocou um buquê no túmulo de Hoxha e uma coroa de flores na estátua comunista da “Mãe Albânia”, sem comentar sobre a atuação do Partido Comunista da Albânia nas violações dos direitos humanos e na supressão da religião. No entanto, seus partidários defenderam tais associações, dizendo que ela teve de lidar com realidades políticas da época, a fim de pressionar por suas causas. Na época de sua morte, as Missionárias da Caridade tinham casas na maioria dos países comunistas.
7. Londres: Atlantic Books Ltd. Cf. https://en.wikipedia.org/wiki/The_Missionary_Position:_Mother_Teresa_in_Theory_and_Practice (consultado em 7/2/2020). 
8. Cf. https://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=15683354 e https://www.sfweekly.com/news/judge-slams-jesuits-for-sham-efforts-to-control-pedophile-priest-donald-mcguire, onde aparecem juntos em fotos, o pedófilo e a “santa”. 
9. Sentimentalismo que deturpa a pobreza evangélica, transformando-a em ato meramente teatral e exterior. Outros adeptos do pauperismo são os jesuítas da Teologia da Libertação, como Francisco
10. Sophia Institute Press, 2016 - 115 páginas. 


Tradução, adaptação e notas: Giulia d’Amore. 
Fontes de pesquisa consultadas em 7/2/2020
1. https://anonhq.com/mother-teresa (inglês) 
2. https://br.historyplay.tv/noticias/estudo-revela-lado-obscuro-de-madre-teresa-de-calcuta (português) 
3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Madre_Teresa_de_Calcutá#cite_ref-27 (português) 
4. https://pt.wikipedia.org/wiki/Críticas_a_Madre_Teresa (português) 
5. https://www.facebook.com/frentecon/photos/a.806988369688099/1027547790965488/?type=3&theater (português)
6. http://portugalmundial.com/investigacao-biografica-expoe-a-verdade-sobre-madre-teresa-de-calcuta (português). 


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