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segunda-feira, 4 de abril de 2016

PORQUE NÃO VÃO À NEO-FSSPX?



-por Marcos Maria, fiel da Missão Cristo Rei de Ipatinga


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Uma grande confusão se criou em meios “tradicionalistas”, inclusive em alguns blogs da chamada “resistência”, por ocasião de uma escandalosa entrevista concedida por parte de Dom Tissier de Mallerais (um dos bispos auxiliares da Neo-FSSPX) em Chicago, no dia 21 de março. Todavia, essa confusão deixou alguns sem entender o que realmente se passa, pois, a poucos dias, Dom Tomás de Aquino (o mais novo bispo “resistente”), deu uma entrevista na qual citou Dom Tissier como um dos “grandes autores antiliberais” e agora, um famoso blog “católico” (Non Possumus) – que publicou a entrevista – posta críticas ao tal bispo. Uma vez mais vemos a contradição destes senhores...

Vejamos o que disse Dom Tomás de Aquino: “Leiam e procurem entender os grandes autores antiliberais, sobretudo os que melhor entenderam os erros do mundo moderno, como Dom Antônio de Castro Mayer, Dom Williamson e também Dom Tissier, que expôs com precisão a estranha teologia de Bento XVI e que nos deu a biografia de Dom Lefebvre, sem esquecer os antigos autores, cuja lista seria demasiado grande.” (Entrevista concedida em março de 2016).

Agora, penso que se faz necessário uma comparação entre o que disse esse suposto “grande autor antiliberal” com a conduta seguida por Dom Lefebvre.

                                                                              
- Dom Tissier de Mallerais: Monsenhor Lefebvre nunca colocou, como condição de nosso novo reconhecimento por parte de Roma, que Roma abandone os erros e as reformas conciliares. (SIC!)
Incluso, se tivessem dito algo assim a André Cagnon em 1990, nunca o havia feito, porque isso nunca havia sido sua linha de conduta, sua estratégia com a Roma modernista. Ele era forte na fé, não cedia em sua posição doutrinal, todavia sabia ser flexível, paciente, prudente na prática. Para conseguir seus fins, sua prudência ditava empurrar ao adversário, acusá-lo, fazê-lo retroceder, convencê-lo, mas sem bloqueá-lo por exigências que todavia se encontram inaceitáveis. Ele não rejeitava o diálogo e estava disposto a aproveitar qualquer porta aberta pelo interlocutor. (Entrevista concedida em Chicago, 21 de março de 2016)

- Dom Lefebvre: Não temos a mesma maneira de conceber a reconciliação. O Cardeal Ratzinger a vê no sentido de reduzir-nos, de trazer-nos ao Vaticano II. Nós a vemos como um retorno de Roma à Tradição. Não nos entendemos. É um diálogo de surdos.
Não posso falar muito do futuro, já que o meu está atrás de mim. Porém, se vivo um pouco ainda, e supondo que daqui à determinado tempo Roma nos chame, que queira voltar a ver-nos, retomar o diálogo, nesse momento seria eu quem imporia condições. Já não aceitarei estar na situação em que nos encontramos durante os colóquios. Isso terminou.
Eu apresentaria a questão no plano doutrinal: Estais de acordo com as grandes Encíclicas de todos os Papas que vos precederam? Estais de acordo com a Quanta Cura de Pio IX, com a Immortale Dei e a Libertas de Leão XIII, com a Pascendi de Pio X, com a Quas Primas de Pio XI, com a Humani Generis de Pio XII? Estais em plena comunhão com estes Papas e com suas afirmações? Aceitais ainda o Juramento Anti-modernista? Sois a favor do Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo?
Se não aceitais a Doutrina de seus antecessores, é inútil falarmos. Enquanto não tiverdes aceitado reformar o Concílio considerando a doutrina destes papas que vos precederam, não há diálogo possível. É inútil.
As posições ficariam, assim, mais claras.
Não é algo pequeno o que nos opõe. Não basta que nos seja dito: podem rezar a missa antiga, mas é necessário aceitar isto. Não, não é somente isso o que nos opõe, é a Doutrina. Está claro." (Entrevista concedida a Fideliter Nº 66", novembro-dezembro de 1988)

Comprovando a impossibilidade de colocar-nos de acordo, no dia 02 de junho escrevi de novo ao Papa: inútil continuar com os colóquios e os contatos. Não temos o mesmo propósito. Quereis levar-nos a vós e reconciliar-nos, e nós queremos ser reconhecidos tal como somos. Queremos continuar com a Tradição como já fazemos. (Entrevista concedida um ano após as sagrações episcopais, Fideliter, Nº 70, de julho-agosto de 1989)

Todo sacerdote que queira permanecer católico tem o estrito dever de separar-se desta igreja conciliar. (De seu livro “Itinerário Espiritual”)

Eu fui mais longe do que deveria ter ido. (Fideliter, Nº 79, Janeiro de 1991)


Se lemos que Dom Lefebvre coloca a condição dos modernistas aceitarem todas as encíclicas supracitadas, como um bispo, seu filho, diz que ele não colocou como condição de reconhecimento que Roma abandone os erros e reformas do concílio? É esse realmente um exemplo de bispo antiliberal? 

E agora, fica uma pergunta: Porque não vão à Neo-FSSPX?

Já que as diretrizes tomadas pelos superiores e alguns padres da famosa “resistência católica” são totalmente liberais e modernistas, confesso ficar sem entender o porquê de eles não se juntarem à Neo-FSSPX, visto que seguem os mesmos caminhos. Ora, a Neo-FSSPX se sobressai... É bem mais estruturada, tem seminários de primeira linha, grandes capelas, padres que podem dar-vos Missas com mais frequência... Não faz sentido ouvirem Missas em catacumbas ou, às vezes, até em casas, e com tão pouca frequência, já que os superiores da “resistência” defendem as mesmas coisas defendidas por Dom Fellay!

Dom Tomás, se Dom Tissier de Mallerais é um antiliberal, porque não se juntar a ele e logo, à Neo-FSSPX? É simples de se resolver o problema... E assim, vocês vão todos juntos a Roma para serem abraçados por Francisco...

- Dom Fellay: Se o Papa me chama eu vou logo. Melhor dizendo, vou correndo. (Entrevista à revista “30 Dias”, Nº 9, outubro de 2002);

- Dom Williamson: Se o Santo Padre me autoriza a fundar uma sociedade, eu estaria no próximo avião até Roma. (Post Falls, Idaho, USA, 1º de junho de 2014);

- Dom Faure: Se no futuro fosse convidado a ir a Roma conversar com o Papa, iria com Mons. Williamson. (Entrevista março, 2015);


Caros confrades, a que resistem estes senhores? Ao catolicismo ensinado por Dom Lefebvre e Dom Antônio? Pois isso é o que parece... É incrível vermos homens que deveriam ser os bastiões da Fé cometendo tais asneiras; homens que, ao invés de nos confirmar na Fé de sempre, semeiam confusão na mente dos fiéis.

Rezemos e peçamos a Deus e à Santíssima Virgem a graça de permanecermos firmes e dignos neste grande combate por Cristo e pela Igreja.


Nos Sagrados Corações de Jesus e Maria,
Marcos Maria, fiel da Missão Cristo Rei de Ipatinga/MG.

 




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