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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Um pouco de arte: Iconografia e Simbologia na Arte Cristã

"Paraíso", de Giusto de' Menabuoi,
no Batistério do Duomo de Pádua.
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Iconografia e Simbologia na Arte Cristã



No século XIV, influenciados pela Divina Comédia de Dante, os artistas começaram a criar imagens do Paraíso como uma sequência de círculos concêntricos, também chamados de coros celestes, rodeando o núcleo que contém Jesus, o qual é representado dentro de um escudo dourado, assistido por um Serafim - os anjos que estão mais próximos d'Ele. Abaixo do Filho, no centro das hostes celestes, está uma grande figura de Maria coroada no interior de uma mandorla dourada [1]. Está em posição orante, confirmando a sua aceitação do plano redentor de Deus, no instante em que foi escolhida para ser parte do plano divino d'Ele.

Imagens do Reino Celeste começam a aparecer na Idade Média em conexão com o Juízo Final, e são um tema frequente em afrescos decorando interiores de cúpulas, ábsides das abóbadas e a parede fundeira de igrejas e capelas. Enquanto que as imagens iniciais representavam um maravilhoso jardim rodeado por uma exuberante vegetação, os posteriores sublinham a paz e a harmonia de um mundo povoado pelas almas dos eleitos. A rígida hierarquia de Anjos e Santos e a perfeita simetria das composições são destinadas a transmitir o sentido de serenidade, intrínseco aos lugares sagrados.  


por Sara Almeida Rocha 
Iconografia e Simbologia na Arte Cristã - Facebook.  

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Nota do blog:
1 - "mandorla" (amêndoa, em italiano), ou "vesica pescis" (víscera de peixe, em latim), é a auréola oval que envolve normalmente uma representação de Jesus Cristo. Este símbolo ogival é obtido de dois círculos de mesmo raio que se interseccionam de tal modo que o centro de cada círculo se encontra na circunferência do outro. Elemento decorativo conhecido nas antigas civilizações asiáticas e africanas, como a indiana e a da Mesopotâmia, passa ao Cristianismo como referência a Cristo, evidenciado no "ichthys", o símbolo de um peixe estilizado, formado justamente por duas curvas que partem do mesmo ponto, à esquerda (a cabeça), e se cruzam, então, à direita (a cauda). Na sucessiva elaboração da iconografia cristã, a mandorla é associada à figura do Cristo ou da Virgem em Majestade, e representada em muitas iluminuras e esculturas da Idade Média, e também nos afrescos ou em mosaicos. Nesse contexto, é um elemento decorativo românico-gótico, utilizado para ressaltar a figura sacra representada em seu interior, muitas vezes rodeada externamente por outros sujeitos sacros. Possui dupla valência: 

1. aludindo ao fruto da amêndoa - e à semente em geral - é claro símbolo de Vida e, portanto, natural atributo d'Aquele que é "Caminho, Verdade e Vida";

2. como intersecção de dois círculos, representa a comunicação entre dois mundos, duas dimensões diferentes, ou seja, o plano material e o plano espiritual, o humano e o divino. Jesus, Verbo de Deus, fazendo-se homem, se torna o único Mediador entre duas realidades, o único Pontífice entre o terrestre e o celeste, e como tal é representado no interior da intersecção. A confirmar isso, em algumas miniaturas do período Carolíngio e Otoniano, os dois círculos vinham representados ao redor de Cristo, mas em vertical.




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A página do Facebook acima mencionada se tornará uma "velha conhecida nossa", pois pretendo haurir dessa fonte mais vezes, porque traz informações interessantes e valiosas sobre Arte Sacra, que é o que nos interessa!  

E na esteira dessa informação, que traz estampada uma belíssima obra de Giusto de' Menabuoi, resolvi fazer minhas próprias pesquisas e trazer as imagens do interior do Batistério do Duomo de Pádua, de uma riqueza ímpar. Enjoy yourself



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O Batistério da Catedral, dedicado a São João Batista, está localizado ao lado do Duomo (Catedral) de Pádua. Conserva em seu interior um dos mais importantes ciclos de afresco (1375-1376) do século XIV, obra prima de Giusto de' Menabuoi, um pintor italiano da escola de Giotto (embora não haja certeza documental) do começo do Renascimento, nascido em Florença. Na Lombardia, executou o afresco da Última Ceia, na Abadia de Viboldone (Milão). Depois, se mudou para Pádua, onde completou os afrescos da Igreja de Eremitani, da Basílica de Santo Antonio de Pádua e, mais importante, o Batistério da Catedral de Pádua, em 1376. Morreu também em Pádua.   


AS OBRAS DENTRO DO BATISTÉRIO

 clique nas imagens para ampliá-las 

























Altar Tridentino


Núpcias em Canaã


Anunciação


Apocalipse - A Mulher vestida de sol e o Dragão


Expulsão de Adão e Eva


Os Santos Inocentes


Vista externa

Fontes de pesquisa:
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2 comentários:

  1. Obrigada pela partilha, é um reconhecimento do que escrevo e faço e grata pela publicidade à minha página. :)

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  2. Como disse no Facebook, Sara... agora, o livro!!! Pense neste projeto!

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