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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

50 Razões Bíblicas de que Pedro foi, de fato, o primeiro Papa

Publicamos um artigo que enuncia 50 razões pelas quais se vê que São Pedro foi o primeiro papa. É baseado em outro, que circula pela web, que é visivelmente carismático e romantizado. Fiz as devidas correções.

50 Razões Bíblicas de que Pedro foi, de fato, o primeiro Papa



É o próprio Cristo quem dá a Pedro (Mt 16,18) o título e os poderes de primeiro Papa. Mas podemos analisar outros fato que corroboram esta verdade. Estes 50 pontos não são necessários para provar o primado Petrino, eles apenas evidenciam a importância de Pedro e a relevância e a preeminência em relação aos demais personagens dos Evangelhos.   



Como se sabe, a doutrina católica do Papado está baseada na Escritura, e deriva da evidente primazia de São Pedro em relação aos demais Apóstolos. Ademais, tal primazia foi atestada pelo próprio Senhor Jesus Cristo, como consta dos Evangelhos, como reconheceram seus contemporâneos e como foi aceito pela Igreja desde o começo. Os dados bíblicos petrinos são evidentes e convincentes pela virtude de seu peso cumulativo. Seguem as evidências na Sagrada Escritura:

 



1. Mt 16,18: "Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Inferno nunca prevalecerão contra ela".  

A palavra "pedra" ("petra", em grego) se refere aqui ao próprio São Pedro, e não à sua Fé ou a NS Jesus Cristo. Cristo aparece aqui não como o fundamento, mas como o edificador que "edifica". A Igreja é edificada não sobre confissões, mas sobre confessores - homens vivos (v., p.ex., 1Pd 2,5). Aqui, diz-se que São Pedro é a pedra fundamental da Igreja, tornando-o cabeça e chefe da família de Deus (esta é a semente da doutrina do Papado).  

Além disso, "pedra" expressa uma metáfora aplicada a ele por Cristo, em um sentido análogo ao do Messias sofredor e desprezado, a pedra angular (At 4,11; 1Pd 2,4-8; cf. Mt 21,42).  

Sem um fundamento sólido, qualquer casa desaba. São Pedro é o fundamento, mas não o fundador da Igreja; é o administrador, mas não o Senhor da Igreja. O Bom Pastor (Jo 10,11) nos dá outros bons pastores (Ef 4,11). 


N. do T.: Alguns protestantes objetam que o nome de Pedro (em grego, petros), significa “pequena pedra”, e que, portanto, Cristo refere-se a si próprio como rocha fundamental da Igreja, petra, “grande pedra”. Tal objeção não se sustenta porque: I – No grego koiné do NT as palavras petros e petra não possuem significados distintos [ver as seguintes fontes protestantes que confirmam este fato: Joseph H. Thayer, Thayer’s Greek-English Lexicon of the New Testament (Peabody: Hendrickson, 1996), 507; D.A. Carson, “Matthew,” in Frank E. Gaebelein, ed., The Expositor’s Bible Commentary (Grand Rapids: Zondervan, 1984), vol. 8, 368]. II – A palavra grega para designar “pequena pedra” é lithos. Por exemplo, em Mt 4,3, o demônio tenta o Senhor a operar um milagre transformando algumas pedras, lithoi, em pães; em Jo 10,31, os judeus apanham pedras, lithoi, para apedrejar Jesus. III – Jesus falava aramaico, não grego, e em aramaico ele usou a mesma palavra para designar Pedro e pedra: kefa (cfr. Jo 1,42). Se o Senhor tencionasse chamar o Apóstolo de “pequena pedra”, teria usado o termo aramaico correspondente, evna. IV – O evangelista usou petros enquanto forma masculina de petra, para evitar uma impropriedade de gênero, a designação de um sujeito masculino – o Apóstolo – com um nome feminino – petra. V Especialistas em grego reconhecem que petros é = petra na sentença de Mt 16,18. A sintaxe da frase não deixa lugar para dúvidas. Petros é o mesmo sujeito que é designado sob o nome de petra, ou seja, São Pedro.
   
2. Mt 16,19: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus..." 
 
O "poder das chaves" tem a ver com a disciplina eclesiástica e a autoridade administrativa com respeito às exigências da Fé, como em Is 22,22: "E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá" (cf. também: Is 9,6; Jó 12,14; Ap 3,7).  


É deste poder que surge o uso de censuras, excomunhão, absolvição, disciplina batismal, imposição de penas e poderes legislativos. No Antigo Testamento, o comissário ou primeiro-ministro era aquele homem que estava acima da assembleia (Gn 41,40; 43,19; 44,4; 1Rs 4,6; 16,9; 18,3; 2Rs 10,5; 15,5; 18,18; Is 22,15.20-21), assim como São Pedro estava acima dos demais Apóstolos e o Papa, acima dos demais Bispos, sendo ele também um Bispo.

   

3. Mt 16,19: "...e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado no céu". 

"Ligar" e "desligar" eram termos usados pelos rabinos e que têm o significado de "permitir" e "proibir" com relação à interpretação da lei, e, secundariamente, "condenar" ou "liberar". Assim, a São Pedro (e aos Papas) é dada a autoridade para determinar as regras de doutrina e vida, por virtude da Revelação e orientado pelo Espírito Santo (Jo 16,13), e para exigir obediência por parte da Igreja. 


"Ligar" e "desligar" representam os poderes legislativo e judicial do Papa e dos Bispos (Mt 18,17-18; Jo 20,23). Porém, São Pedro foi o único Apóstolo que recebeu nominal e singularmente estes poderes, tornando-o preeminente em relação aos demais.

   

4. Mt 10,2: "Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão."

É singular observar que o nome de Pedro aparece em primeiro lugar em todas as listas que enumeram os Apóstolos (Mc 3,16; Lc 6,14; At 1,13). São Mateus, como vemos, até o chama de "o primeiro" (Mt 10,2).

   

5. Pedro é quase sempre mencionado em primeiro lugar, mesmo quando aparece ao lado de outros. "Quase", porque há uma exceção, que vemos em Gl 2,9, onde ele ("Cefas") é listado após Tiago e João. Ainda assim, o contexto o coloca em preeminência (ex.: Gl 1,18-19; 2,7-8 e 14) em relação aos demais.

   

6. Jo 1,42: "e Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que quer dizer pedra)". (Também em (Mt 16,18- vide acima.)  

Observemos que Pedro é o único entre os Apóstolos que recebe um novo nome - Pedra - conferido  pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo.

   

7. Jo 21,15-17: "Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas". 

Pedro é tratado por Nosso Senhor Jesus Cristo como o Pastor-chefe, logo após Ele, de forma especial pelo nome, e sobre a Igreja universal, apesar de os demais Apóstolos terem uma função similar, contudo subordinada (At 20,28; 1Pd 5,2).

   

8. Lc 22,32: "... mas eu roguei por ti, para que a tua não desfaleça..."

Pedro é o único Apóstolo mencionado pelo nome quando Jesus rezou para que "a sua fé não desfalecesse".

   

9. Lc 22,32: "... e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos".

Pedro também é o único Apóstolo a ser exortado por Jesus para que "confirmasse os seus irmãos" (Lc 22,32), assim como o Papa.

   

10. Mt 16,16: "Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!"

Pedro, ainda, foi o primeiro a confessar a divindade de Cristo.

   

11. Mt 16,17: "Jesus então lhe disse: Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus" .

Apenas de Pedro se diz que recebeu conhecimento divino através de uma revelação especial.  

 
 
12. At 4,1-13: "Enquanto eles (Pedro e Tiago, mas só de Pedro se registrou palavras) falavam ao povo, vieram os sacerdotes, o chefe do templo e os saduceus, contrariados porque ensinavam ao povo e anunciavam, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos. Prenderam-nos e os meteram no cárcere até o outro dia, pois já era tarde. Muitos, porém, dos que tinham ouvido a pregação creram; e o número dos fiéis elevou-se a mais ou menos cinco mil. No dia seguinte reuniram-se em Jerusalém os chefes do povo, os anciãos, os escribas, com Anás, sumo sacerdote, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem pontifical. Colocando-os no meio, perguntaram: Com que poder ou em que nome fizestes isso? Então Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu-lhes: Chefes do povo e anciãos, ouvi-me: se hoje somos interrogados a respeito do benefício feito a um enfermo, e em que nome foi ele curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus Cristo Nazareno, que vós crucificastes, mas que Deus ressuscitou dos mortos. Por ele é que esse homem se acha são, em pé, diante de vós. Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos. Vendo eles a coragem de Pedro e de João, e considerando que eram homens sem estudo e sem instrução, admiravam-se. Reconheciam-nos como companheiros de Jesus." 

Como se vê, ressalta claro que Pedro era tido, pelos líderes dos judeus, como líder e porta-voz dos cristãos
 


13. At 2,37-41: "Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram de Pedro e dos demais apóstolos: Que devemos fazer, irmãos? Pedro lhes respondeu: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus. Ainda com muitas outras palavras exortava-os, dizendo: Salvai-vos do meio dessa geração perversa! Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos".

Pedro também era considerado chefe do Apóstolos pelas pessoas comuns, como se dessume acima.

   
14. Mt 17,23-27:  "Logo que chegaram a Cafarnaum, aqueles que cobravam o imposto da didracma aproximaram-se de Pedro e lhe perguntaram: Teu mestre não paga a didracma? Paga sim, respondeu Pedro. Mas quando chegaram à casa, Jesus preveniu-o, dizendo: Que te parece, Simão? Os reis da terra, de quem eles recebem os tributos ou os impostos? De seus filhos ou dos estrangeiros? Pedro respondeu: Dos estrangeiros. Jesus replicou: Os filhos (os judeus), então, estão isentos. Mas não convém escandalizá-los. Vai ao mar, lança o anzol, e ao primeiro peixe que pegares abrirás a boca e encontrarás um estatere. Toma-o e dá-lo por mim e por ti."  

O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo se associa a Pedro no milagre da obtenção de dinheiro para o pagamento do tributo: "por mim e por ti".

   

15. Lc 5,1-11: "Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus. Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes -, subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe (Pedro estava no comando da barca, como o Papa da Igreja) que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo. Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede. Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia. Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo. Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito. O mesmo acontecera a Tiago e João (que deviam estar na outra barca), filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão (Há exclusividade aqui): Não temas; doravante serás pescador de homens. E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram." E Mt 4,18-19: "Caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim e vos farei pescadores de homens" .

O fato de Cristo ensinar às multidões de cima da barca de Pedro, ainda que houvesse outra no local, e o  milagre que se segue - a pesca abundante no lago de Genesaré - são um metáfora do Papa como "pescador de homens".

   

16. Lc 24,12: "Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra"; e Jo 20,3-6: "Saiu então Pedro com aquele outro discípulo (João), e foram ao sepulcro. Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou. Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão".

No episódio da Ressurreição, Pedro foi o primeiro dentre os Apóstolos a correr e entrar no túmulo vazio de Jesus, ainda que João tenha chegando antes do que ele e visto os panos no chão (Jo 20,6). Foram decisivas as aparições primeiro a Pedro (1Cor 15,5; Mc 16,7; Luc 24,34) e depois aos Apóstolos (1Cor 15,5). 

   

17. Mc 16,5-7: "Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito, um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se. Ele lhes falou: Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis como vos disse." 

Após a Ressurreição, Pedro é reconhecido pelo Anjo como o líder e representante dos Apóstolos: "ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro". Aqui se vê a deferência ao chefe dos Apóstolos e, portanto, da Igreja que fora edificada por Cristo.

   

18. Jo 21,2-3.11: "Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de Caná da Galiléia), os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe. Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas. Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados). Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes. Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu."   

Junto ao mar de Tiberíades, Pedro lidera a pescaria dos Apóstolos (). A "barca" de Pedro é tida como uma figura da Igreja, com Pedro no leme.

   

19. Jo 21,7: "Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas"; "Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu". 

Na mesma ocasião, como vemos, apenas Pedro se lança sobre o mar para encontrar Jesus. E apenas Pedro sobe na barca e puxa a rede para a terra.

   

20. At 1,15-22: "E naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos (ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas) disse: Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus; porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério. Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniquidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém; de maneira que na sua própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue. Porque no livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, E não haja quem nela habite, e: Tome outro o seu bispado. É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima (Céu), um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição". 

As palavras de Pedro são as primeiras a serem registradas, bem como são as mais importantes, no discurso anterior ao Pentecostes.

   

21. At 1,21-26: "Convém que destes homens que têm estado em nossa companhia todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, a começar do batismo de João até o dia em que do nosso meio foi arrebatado, um deles se torne conosco testemunha de sua Ressurreição. Propuseram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome Justo, e Matias. E oraram nestes termos: Ó Senhor, que conheces os corações de todos, mostra-nos qual destes dois escolheste para tomar neste ministério e apostolado o lugar de Judas que se transviou, para ir para o seu próprio lugar. Deitaram sorte e caiu a sorte em Matias, que foi incorporado aos onze apóstolos".

Pedro decide pela substituição de Judas Iscariotes.

   

22. At 2,14-36: "Pedro então, pondo-se de pé em companhia dos Onze, com voz forte lhes disse: Homens da Judeia e vós todos que habitais em Jerusalém: seja-vos isto conhecido e prestai atenção às minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, visto não ser ainda a hora terceira do dia. Mas cumpre-se o que foi dito pelo profeta Joel: Acontecerá nos últimos dias - é Deus quem fala -, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão. Sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei naqueles dias do meu Espírito e profetizarão. Farei aparecer prodígios em cima, no céu, e milagres embaixo, na terra: sangue fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E então todo o que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 3,1-5). Israelitas, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis, depois de ter sido entregue, segundo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios. Mas Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, porque não era possível que ela o retivesse em seu poder. Pois dele diz Davi: Eu via sempre o Senhor perto de mim, pois ele está à minha direita, para que eu não seja abalado. Alegrou-se por isso o meu coração e a minha língua exultou. Sim, também a minha carne repousará na esperança, pois não deixarás a minha alma na região dos mortos, nem permitirás que o teu santo conheça a corrupção. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria com a visão de tua face (Sl 15,8-11). Irmãos, seja permitido dizer-vos com franqueza: do patriarca Davi dizemos que morreu e foi sepultado, e o seu sepulcro está entre nós até o dia de hoje. Mas ele era profeta e sabia que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes seria colocado no seu trono. É, portanto, a ressurreição de Cristo que ele previu e anunciou por estas palavras: Ele não foi abandonado na região dos mortos, e sua carne não conheceu a corrupção. A este Jesus, Deus o ressuscitou: do que todos nós somos testemunhas. Exaltado pela direita de Deus, havendo recebido do Pai o Espírito Santo prometido, derramou-o como vós vedes e ouvis. Pois Davi pessoalmente não subiu ao céu, todavia diz: O Senhor disse a meu Senhor: Senta-te à minha direita até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés (Sl 109,1). Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo".

Pedro é a primeira pessoa a falar (e a única a ser registrada) após ao Pentecostes, tendo sido ele, portanto, o primeiro cristão a "pregar o Evangelho" na Igreja recém edificada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

   

23. At 3,6-12: "Pedro, porém, disse: Não tenho nem ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda! E, tomando-o pela mão direita, levantou-o. Imediatamente os pés e os tornozelos se lhe firmaram. De um salto pôs-se de pé e andava. Entrou com eles no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus. Todo o povo o viu andar e louvar a Deus. Reconheceram ser o mesmo coxo que se sentava para mendigar à porta Formosa do templo, e encheram-se de espanto e pasmo pelo que lhe tinha acontecido. Como ele se conservava perto de Pedro e João, uma multidão de curiosos afluiu a eles no pórtico chamado Salomão. À vista disso, falou Pedro ao povo: Homens de Israel, por que vos admirais assim? Ou por que fitais os olhos em nós, como se por nossa própria virtude ou piedade tivéssemos feito este homem andar?".

É de Pedro o registro do primeiro milagre da Igreja, ao curar um aleijado.

   

24. At 5,1-11: "Um certo homem chamado Ananias, de comum acordo com sua mulher Safira, vendeu um campo e, combinando com ela, reteve uma parte da quantia da venda. Levando apenas a outra parte, depositou-a aos pés dos apóstolos. Pedro, porém, disse: Ananias, por que tomou conta Satanás do teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca do valor do campo? Acaso não o podias conservar sem vendê-lo? E depois de vendido, não podias livremente dispor dessa quantia? Por que imaginaste isso em teu coração? Não foi aos homens que mentiste, mas a Deus. Ao ouvir estas palavras, Ananias caiu morto. Apoderou-se grande terror de todos os que o ouviram. Uns moços retiraram-no dali, levaram-no para fora e o enterraram. Depois de umas três horas, entrou também sua mulher, nada sabendo do ocorrido. Pedro perguntou-lhe: Diz-me, mulher. Foi por tanto que vendestes o vosso campo? Respondeu ela: Sim, por esse preço. Replicou Pedro: Por que combinastes para pôr à prova o Espírito do Senhor? Estão ali à porta os pés daqueles que sepultaram teu marido. Hão de levar-te também a ti. Imediatamente caiu aos seus pés e expirou. Entrando aqueles moços, acharam-na morta. Levaram-na para fora e a enterraram junto do seu marido. Sobreveio grande pavor a toda a comunidade e a todos os que ouviram falar desse acontecimento.".

Pedro lança a primeira excomunhão (anátema sobre Ananias e Safira) enfaticamente confirmada por Deus!

   

25. At 5,15: "De maneira que traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e macas, a fim de que, quando Pedro passasse, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles."

Até a sombra de Pedro realizava milagres.

   

26. At 9,40: "Pedro então, tendo feito todos sair, pôs-se de joelhos e orou. Voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te! Ela abriu os olhos e, vendo Pedro, sentou-se.".

Pedro é a primeira pessoa após Cristo a ressuscitar um morto de que se tenha registro.

   

27. At 10,1-6: "Havia em Cesaréia um homem, por nome Cornélio, centurião da coorte que se chamava Itálica. Era religioso; ele e todos os de sua casa eram tementes a Deus. Dava muitas esmolas ao povo e orava constantemente. Este homem viu claramente numa visão, pela hora nona do dia, aproximar-se dele um Anjo de Deus e o chamar: Cornélio! Cornélio fixou nele os olhos e, possuído de temor, perguntou: Que há, Senhor? O Anjo replicou: As tuas orações e as tuas esmolas subiram à presença de Deus como uma oferta de lembrança. Agora envia homens a Jope e faze vir aqui um certo Simão, que tem por sobrenome Pedro".

Cornélio é orientado por um Anjo a procurar Pedro para que o instruísse no Cristianismo visto ser um homem temente a Deus e cristão de coração.

   

28. At 10,28-48: "No dia seguinte, enquanto estavam em viagem e se aproximavam da cidade - pelo meio-dia -, Pedro subiu ao terraço da casa para fazer oração. Então, como sentisse fome, quis comer. Mas, enquanto lho preparavam, caiu em êxtase. Viu o céu aberto e descer uma coisa parecida com uma grande toalha que baixava do céu à terra, segura pelas quatro pontas. Nela havia de todos os quadrúpedes, dos répteis da terra e das aves do céu. Uma voz lhe falou: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Disse Pedro: De modo algum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma profana e impura. Esta voz lhe falou pela segunda vez: O que Deus purificou não chames tu de impuro. Isto se repetiu três vezes e logo a toalha foi recolhida ao céu. Desconcertado, Pedro refletia consigo mesmo sobre o que significava a visão que tivera, quando os homens, enviados por Cornélio, se apresentaram à porta, perguntando pela casa de Simão. Eles chamaram e indagaram se ali estava hospedado Simão, com o sobrenome Pedro. Enquanto Pedro refletia na visão, disse o Espírito: Eis aí três homens que te procuram. Levanta-te! Desce e vai com eles sem hesitar, porque sou eu quem os enviou. Pedro desceu ao encontro dos homens e disse-lhes: Aqui me tendes, sou eu a quem buscais. Qual é o motivo por que viestes aqui? Responderam: O centurião Cornélio, homem justo e temente a Deus, o qual goza de excelente reputação entre todos os judeus, recebeu dum santo Anjo o aviso de te mandar chamar à sua casa e de ouvir as tuas palavras. Então Pedro os mandou entrar e hospedou-os. No dia seguinte, levantou-se e partiu com eles, e alguns dos irmãos de Jope o acompanharam. No outro dia chegaram a Cesaréia. Cornélio os estava esperando, tendo convidado os seus parentes e amigos mais íntimos. Quando Pedro estava para entrar, Cornélio saiu a recebê-lo e prostrou-se aos seus pés para adorá-lo. Pedro, porém, o ergueu, dizendo: Levanta-te! Também eu sou um homem! E, falando com ele, entrou e achou ali muitas pessoas que se tinham reunido e disse: Vós sabeis que é proibido a um judeu aproximar-se dum estrangeiro ou ir à sua casa. Todavia, Deus me mostrou que nenhum homem deve ser considerado profano ou impuro. Por isso vim sem hesitar, logo que fui chamado. Pergunto, pois, por que motivo me chamastes. Disse Cornélio: Faz hoje quatro dias que estava eu a orar em minha casa, à hora nona, quando se pôs diante de mim um homem com vestes resplandecentes, que disse: Cornélio, a tua oração foi atendida e Deus se lembrou de tuas esmolas. Envia alguém a Jope e manda vir Simão, que tem por sobrenome Pedro. Está hospedado perto do mar em casa do curtidor Simão. Por isso mandei chamar-te logo e felicito-te por teres vindo. Agora, pois, eis-nos todos reunidos na presença de Deus para ouvir tudo o que Deus te ordenou de nos dizer. Então Pedro tomou a palavra e disse: Em verdade, reconheço que Deus não faz distinção de pessoas, mas em toda nação lhe é agradável aquele que o temer e fizer o que é justo. Deus enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a boa nova da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos. Vós sabeis como tudo isso aconteceu na Judéia, depois de ter começado na Galiléia, após o batismo que João pregou. Vós sabeis como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com o poder, como ele andou fazendo o bem e curando todos os oprimidos do demônio, porque Deus estava com ele. E nós somos testemunhas de tudo o que fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, suspendendo-o num madeiro. Mas Deus o ressuscitou ao terceiro dia e permitiu que aparecesse, não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia predestinado, a nós que comemos e bebemos com ele, depois que ressuscitou. Ele nos mandou pregar ao povo e testemunhar que é ele quem foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos. Dele todos os profetas dão testemunho, anunciando que todos os que nele crêem recebem o perdão dos pecados por meio de seu nome. Estando Pedro ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a (santa) palavra. Os fiéis da circuncisão (refere-se aos cristãos que vieram dos judeus), que tinham vindo com Pedro, profundamente se admiraram, vendo que o dom do Espírito Santo era derramado também sobre os pagãos; pois eles os ouviam falar em outras línguas e glorificar a Deus. Então, Pedro tomou a palavra: Porventura pode-se negar a água do batismo a estes que receberam o Espírito Santo como nós? E mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo". 

Pedro é o primeiro a batizar os gentios, após receber uma revelação de Deus.

   

29. At 11,5-17: "Eu estava orando na cidade de Jope e, arrebatado em espírito, tive uma visão: uma coisa, à maneira duma grande toalha, presa pelas quatro pontas, descia do céu até perto de mim. Olhei-a atentamente e distingui claramente quadrúpedes terrestres, feras, répteis e aves do céu. Ouvi também uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Eu, porém, disse: De nenhum modo, Senhor, pois nunca entrou em minha boca coisa profana ou impura. Outra vez falou a voz do céu: O que Deus purificou não chames tu de impuro. Isto aconteceu três vezes e tudo tornou a ser levado ao céu. Nisso chegaram três homens à casa onde eu estava, enviados a mim de Cesaréia. O Espírito me disse que fosse com eles sem hesitar. Foram comigo também os seis irmãos aqui presentes e entramos na casa de Cornélio. Este nos referiu então como em casa tinha visto um Anjo diante de si, que lhe dissera: Envia alguém a Jope e chama Simão, que tem por sobrenome Pedro. Ele te dirá as palavras pelas quais serás salvo tu e toda a tua casa. Apenas comecei a falar, quando desceu o Espírito Santo sobre eles, como no princípio descera também sobre nós. Lembrei-me então das palavras do Senhor, quando disse: João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo. Pois, se Deus lhes deu a mesma graça que a nós, que cremos no Senhor Jesus Cristo, com que direito me oporia eu a Deus?". 

Pedro instrui os outros Apóstolos sobre a Catolicidade (universalidade) da Igreja.

   

30. At 12,1-17: "Por aquele mesmo tempo, o rei Herodes mandou prender alguns membros da Igreja para os maltratar. Assim foi que matou à espada Tiago, irmão de João. Vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender Pedro. Eram então os dias dos pães sem fermento (os que precedem a Páscoa). Mandou prendê-lo e lançou-o no cárcere, entregando-o à guarda de quatro grupos, de quatro soldados cada um, com a intenção de apresentá-lo ao povo depois da Páscoa. Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar por ele a Deus. Ora, quando Herodes estava para o apresentar, naquela mesma noite dormia Pedro entre dois soldados, atado a duas cadeias. Os guardas, à porta, vigiavam o cárcere. De repente, apresentou-se um Anjo do Senhor, e uma luz brilhou no recinto. Tocando no lado de Pedro, o anjo despertou-o: Levanta-te depressa, disse ele. Caíram-lhe as cadeias das mãos. O Anjo ordenou: Cinge-te e calça as tuas sandálias. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: Cobre-te com a tua capa e segue-me. Pedro saiu e seguiu-o, sem saber se era real o que se fazia por meio do anjo. Julgava estar sonhando. Passaram o primeiro e o segundo postos da guarda. Chegaram ao portão de ferro, que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesmo. Saíram e tomaram juntos uma rua. Em seguida, de súbito, o anjo desapareceu. Então Pedro tornou a si e disse: Agora vejo que o Senhor mandou verdadeiramente o seu Anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus. Refletiu um momento e dirigiu-se para a casa de Maria, mãe de João, que tem por sobrenome Marcos, onde muitos se tinham reunido e faziam oração. Quando bateu à porta de entrada, uma criada, chamada Rode, adiantou-se para escutar. Mal reconheceu a voz de Pedro, de tanta alegria não abriu a porta, mas, correndo para dentro, foi anunciar que era Pedro que estava à porta. Disseram-lhe: Estás louca! Mas ela persistia em afirmar que era verdade. Diziam eles: Então é o seu Anjo. Pedro continuava a bater. Afinal abriram a porta, viram-no e ficaram atônitos. Ele, acenando-lhes com a mão que se calassem, contou como o Senhor o havia livrado da prisão, e disse: Comunicai-o a Tiago e aos irmãos. Em seguida, saiu dali e retirou-se para outro lugar.".

Pedro é o objeto da primeira mediação divina na Igreja, quando um Anjo o liberta da prisão de Herodes.

   

31. At 12,5: "Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar por ele a Deus".

Toda a Igreja oferece fervorosa oração para Pedro enquanto se encontra preso.

   

32. At 15,7-11: "Ao fim de uma grande discussão, Pedro levantou-se (sinal de autoridade) e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que já há muito tempo Deus me escolheu dentre vós para que da minha boca os pagãos ouvissem a palavra do Evangelho e cressem. Ora, Deus, que conhece os corações, testemunhou a seu respeito, dando-lhes o Espírito Santo, da mesma forma que a nós. Nem fez distinção alguma entre nós e eles, purificando pela fé os seus corações. Por que, pois, provocais agora a Deus, impondo aos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Nós cremos que pela graça do Senhor Jesus seremos salvos, exatamente como eles"

Pedro abre e preside o primeiro Concílio da Cristandade em Jerusalém, e estabelece princípios que serão posteriormente aceitos.

   

33. 1Cor 15,4-8: "Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras; apareceu a Cefas, e em seguida aos Doze. Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive (e alguns já são mortos); depois apareceu a Tiago, em seguida a todos os apóstolos. E, por último de todos, apareceu também a mim". Lc 24,34: "Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão". Lc 24,31-32: "Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?".


Paulo distingue as aparições do Senhor (após Sua Ressurreição) a Pedro daquelas que se manifestaram aos demais Apóstolos.  

Os dois discípulos no caminho de Emaús fazem a mesma distinção (Lc 24,34), nesse momento mencionando apenas Pedro ("Simão"), ainda tendo eles mesmos visto a Jesus ressuscitado momentos antes (Lc 24,31-32).

   



34. Mc 1,36: "Simão e os seus companheiros saíram a procurá-lO"; Lc 9,28.32: "Passados uns oitos dias, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu ao monte para orar. Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. E eis que falavam com ele dois personagens: eram Moisés e Elias, que apareceram envoltos em glória, e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém. Entretanto, Pedro e seus companheiros tinham-se deixado vencer pelo sono; ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois personagens em sua companhia"; At. 2,37: "Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram de Pedro e dos demais apóstolos: Que devemos fazer, irmãos?"; 5,29: "Pedro e os apóstolos replicaram: Importa obedecer antes a Deus do que aos homens", 1Cor 9,5: "Acaso não temos nós direito de deixar que nos acompanhe uma mulher irmã, a exemplo dos outros apóstolos e dos irmãos do Senhor e de Cefas?".

Muitas vezes na Escritura, Pedro é distinguido dos demais Apóstolos.

   

35. Mc 8,29 "Então perguntou-lhes Jesus: E vós, quem dizeis que eu sou? Respondeu Pedro: Tu és o Cristo"; Mt 18,21 "Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?"; Luc 12,41 "Disse-lhe Pedro: Senhor, propões esta parábola só a nós ou também a todos?"; Jo 6,67-68: "Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna".

Pedro é sempre o porta-voz dos demais Apóstolos, especialmente durante os momentos decisivos.

   

36. Mt 17,1: "Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha". Mt 26,37: "E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se"; Mc 5,37: "E não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago"; Mc 14,33: "Levou consigo Pedro, Tiago e João; e começou a ter pavor e a angustiar-se". 

O nome de Pedro é sempre listado em primeiro lugar no "círculo íntimo" dos discípulos (Pedro, Tiago e João).

   

37. Mt 14,28: "Pedro tomou a palavra e falou: Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti! Ele disse-lhe: Vem! Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus"; Lc 5,1ss: "Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Simão respondeu-Lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede"; Mc 10,28: "Pedro começou a dizer-Lhe: Eis que deixamos tudo e te seguimos"; Mt 17,23-26: "Logo que chegaram a Cafarnaum, aqueles que cobravam o imposto da didracma aproximaram-se de Pedro e lhe perguntaram: Teu mestre não paga a didracma? Paga sim, respondeu Pedro. Mas quando chegaram à casa, Jesus preveniu-o, dizendo: Que te parece, Simão? Os reis da terra, de quem recebem os tributos ou os impostos? De seus filhos ou dos estrangeiros? Pedro respondeu: Dos estrangeiros. Jesus replicou: Os filhos, então, estão isentos. Mas não convém escandalizá-los. Vai ao mar, lança o anzol, e ao primeiro peixe que pegares abrirás a boca e encontrarás um estatere. Toma-o e dá-lo por mim e por ti".

Pedro é muitas vezes a figura central em relação a Jesus, nas cenas dramáticas, tal como o fato de andar sobre a água.  


38.
At 8,9-24: "Ora, havia ali um homem, por nome Simão, que exercia magia na cidade, maravilhando o povo de Samaria, e fazia-se passar por um grande personagem. Todos lhe davam ouvidos, do menor até o maior, comentando: Este homem é o poder de Deus, chamado o Grande. Eles o atendiam, porque por muito tempo os havia deslumbrado com as suas artes mágicas. Mas, depois que acreditaram em Filipe, que lhes anunciava o Reino de Deus e o nome de Jesus Cristo, homens e mulheres pediam o batismo. Simão também acreditou e foi batizado. Ele não abandonava Filipe, admirando, estupefato, os grandes milagres e prodígios que eram feitos. Os apóstolos que se achavam em Jerusalém, tendo ouvido que a Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João. Estes, assim que chegaram, fizeram oração pelos novos fiéis, a fim de receberem o Espírito Santo, visto que não havia descido ainda sobre nenhum deles, mas tinham sido somente batizados em nome do Senhor Jesus. Então, os dois apóstolos lhes impuseram as mãos e receberam o Espírito Santo. Quando Simão viu que se dava o Espírito Santo por meio da imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: Dai-me também este poder, para que todo aquele a quem impuser as mãos receba o Espírito Santo. Pedro respondeu: Maldito seja o teu dinheiro e tu também, se julgas poder comprar o dom de Deus com dinheiro! Não terás direito nem parte alguma neste ministério, já que o teu coração não é puro diante de Deus. Arrepende-te desta tua maldade e roga a Deus, para que, sendo possível, te seja perdoado este pensamento do teu coração. Pois estou a ver-te no fel da amargura e nos laços da iniquidade. Retorquiu Simão: Rogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que haveis dito venha a cair sobre mim".

Pedro é o primeiro a reconhecer e refutar a heresia de Simão Mago.

   

39. O nome de Pedro é mencionado muitas mais vezes do que os nomes dos demais discípulos em conjunto: 191 vezes (162 como Pedro ou Simão Pedro; 23 como Simão; e 6 como Cefas). João aparece em segundo lugar com apenas 48 menções, sendo que Pedro está presente em 50% das vezes em que encontramos o nome de João na Bíblia! Todos os demais discípulos em conjunto são mencionados 130 vezes. (Vou fiar-me dessas informações, por ora, porque não tem como contar isso pessoalmente. Quem se dispuser, ou já o tiver feito, e souber de um número diferente, me avise). 
  

40. At 2,14-41: "Pedro então, pondo-se de pé em companhia dos Onze, com voz forte lhes disse: Homens da Judeia e vós todos que habitais em Jerusalém: seja-vos isto conhecido e prestai atenção às minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, visto não ser ainda a hora terceira do dia. Mas cumpre-se o que foi dito pelo profeta Joel: Acontecerá nos últimos dias - é Deus quem fala -, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão. Sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei naqueles dias do meu Espírito e profetizarão. Farei aparecer prodígios em cima, no céu, e milagres embaixo, na terra: sangue fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E então todo o que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 3,1-5). Israelitas, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis, depois de ter sido entregue, segundo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios. Mas Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, porque não era possível que ela o retivesse em seu poder. Pois dele diz Davi: Eu via sempre o Senhor perto de mim, pois ele está à minha direita, para que eu não seja abalado. Alegrou-se por isso o meu coração e a minha língua exultou. Sim, também a minha carne repousará na esperança, pois não deixarás a minha alma na região dos mortos, nem permitirás que o teu santo conheça a corrupção. Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, e me encherás de alegria com a visão de tua face (Sl 15,8-11). Irmãos, seja permitido dizer-vos com franqueza: do patriarca Davi dizemos que morreu e foi sepultado, e o seu sepulcro está entre nós até o dia de hoje. Mas ele era profeta e sabia que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes seria colocado no seu trono. É, portanto, a ressurreição de Cristo que ele previu e anunciou por estas palavras: Ele não foi abandonado na região dos mortos, e sua carne não conheceu a corrupção. A este Jesus, Deus o ressuscitou: do que todos nós somos testemunhas. Exaltado pela direita de Deus, havendo recebido do Pai o Espírito Santo prometido, derramou-o como vós vedes e ouvis. Pois Davi pessoalmente não subiu ao céu, todavia diz: O Senhor disse a meu Senhor: Senta-te à minha direita até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés (Sl 109,1). Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo. Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram de Pedro e dos demais apóstolos: Que devemos fazer, irmãos? Pedro lhes respondeu: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus. Ainda com muitas outras palavras exortava-os, dizendo: Salvai-vos do meio dessa geração perversa! Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos".

A proclamação de Pedro no dia de Pentecostes () contém uma interpretação autoritária (= de autoridade) da Escritura, além de uma decisão doutrinária e um decreto disciplinar a respeito dos membros da "Casa de Israel" (At 2,36: "Que toda a Casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo") - um exemplo de "ligar e desligar". 


41
Retirado.  

Por respeito a São Pedro, não vou publicar uma calúnia!!! São Pedro não era protestante. O "falar em línguas", dom do Espírito Santo, não tem nada a ver com o "dom de línguas" da seita protestante infiltrada na Igreja conhecida como RCC! São coisas bem distintas!!! O diabo sempre macaqueia Nosso Senhor e Suas graças!!!.


42.
At 2,38: "Pedro lhes respondeu: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo"; At 8.15-16: "Estes, assim que chegaram, fizeram oração pelos novos fiéis, a fim de receberem o Espírito Santo, visto que não havia descido ainda sobre nenhum deles, mas tinham sido somente batizados em nome do Senhor Jesus.".


Pedro foi o primeiro a pregar o arrependimento cristão e o batismo


43.
At 2,41: "Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos". 

Após Cristo, foi Pedro quem realizou o primeiro batismo em massa de que se tem registro


44.
At 10,44-48: "Estando Pedro ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a (santa) palavra. Os fiéis da circuncisão (judeus convertidos), que tinham vindo com Pedro, profundamente se admiraram, vendo que o dom do Espírito Santo era derramado também sobre os pagãos (gentios); pois eles os ouviam falar em outras línguas e glorificar a Deus. Então Pedro tomou a palavra: Porventura pode-se negar a água do batismo a estes que receberam o Espírito Santo como nós? E mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Rogaram-lhe então que ficasse com eles por alguns dias". 

Pedro comandou o batismo dos primeiros cristãos gentios
 

45.
At 9,32.38: "Pedro, que caminhava por toda parte, de cidade em cidade, desceu também aos fiéis que habitavam em Lida ... Ora, como Lida fica perto de Jope, os discípulos, ouvindo dizer que Pedro aí se encontrava, enviaram-lhe dois homens, rogando-lhe: Não te demores em vir ter conosco". 

Pedro foi o primeiro missionário itinerante e foi o primeiro a visitar as demais Igrejas.
  


46.
Gl 1,18: "Três anos depois subi a Jerusalém para conhecer Cefas, e fiquei com ele quinze dias"; "Tiago, Cefas e João, que são considerados as colunas, reconhecendo a graça que me foi dada, deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo". 

Paulo foi para Jerusalém especificamente para ver Pedro durante 15 dias, no início de seu ministério; e foi encarregado por Pedro, Tiago e João de pregar aos gentios. 


47.
1Pd 5,1: "Eis a exortação que dirijo aos anciãos que estão entre vós; porque sou ancião como eles, fui testemunha dos sofrimentos de Cristo e serei participante com eles daquela glória que se há de manifestar.". 

Pedro age como o pastor-chefe (bispo) da Igreja, exortando todos os outros bispos ou "anciãos". 


48.
2Pd 1,16-21: "Na realidade, não é baseando-nos em hábeis fábulas imaginadas que nós vos temos feito conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, mas por termos visto a sua majestade com nossos próprios olhos. Porque ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando do seio da glória magnífica lhe foi dirigida esta voz: Este é o meu Filho muito amado, em quem tenho posto todo o meu afeto. Esta mesma voz que vinha do céu nós a ouvimos, quando estávamos com ele no monte santo. Assim demos ainda maior crédito à palavra dos profetas, à qual fazeis bem em atender, como a uma lâmpada que brilha em um lugar tenebroso até que desponte o dia e a estrela da manhã se levante em vossos corações. Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus". 

Pedro explica o que é uma profecia. E profetiza: "Porque sei que em breve terei que deixá-lo, assim como nosso Senhor Jesus Cristo me fez conhecer. Mas cuidarei para que, ainda depois do meu falecimento, possais conservar sempre a lembrança dessas coisas." (2P 1,14,15.)


49.
2Pd 3,15-16: "Reconhecei que a longa paciência de nosso Senhor vos é salutar, como também vosso caríssimo irmão Paulo vos escreveu, segundo o dom de sabedoria que lhe foi dado. É o que ele faz em todas as suas cartas, nas quais fala nestes assuntos. Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras". 

Pedro denuncia aqueles que distorcem os escritos de Paulo e das Escrituras em geral. Como os protestantes fazem.
  


50. Conforme atesta a Tradição, Pedro escreve sua primeira epístola em Roma como Bispo dessa cidade e como Bispo universal (ou Papa) da Igreja primitiva.    



Conclusão: diante desses 50 pontos, alicerçados na própria investidura de Nosso Senhor
(Mt 16,18) seria impossível acreditar que Deus daria a São Pedro tamanha preeminência na Sagrada Escritura, se isso não fosse significativo para a história da Igreja e, em especial, para o governo da Igreja. O Papado é a realização mais completa e plausível a esse respeito. E a certeza disso nos vem também do Magistério e da Tradição bimilenares da Igreja.  




Com base em um texto traduzido e adaptado do inglês por Ewerton Wagner Santos Caetano. “50 NEW TESTAMENT PROOFS FOR PETRINE PRIMACY AND THE PAPACY”, 1994 by Dave Armstrong. 


Revisão e correção: Giulia d'Amore. 

Visto em: http://www.bibliacatolica.com.br/blog/50-provas-do-primado-petrino-e-do-papado-tiradas-do-novo-testamento/.   


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