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terça-feira, 5 de maio de 2015

5 de Maio: São Pio V

05 DE MAIO

São Pio V, Papa 


Pontificado: 1565 a 1572

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Antonio nasceu na cidade de Bosco (hoje Bosco Marengo, Província de Alessandria), no Ducado de Milão, em 17 de janeiro de 1504, de uma nobre família. Aos quatorze anos de idade, entrou para a Ordem dos Pregadores (Dominicanos), em Voghera, na qual tomou o nome de Michele1 (Miguel). De Voghera passou a Vigevano (em 1519, onde professou os votos solenes), e desta para Bolonha (onde completou os estudos na Universidade de Bolonha). Nos anos de preparação para o sacerdócio, junto com uma sólida formação teológica, facilitada por uma vívida inteligência, manifestou aquela austeridade de vida que lhe mereceria no futuro tanta estima. Em 1528, foi ordenado presbítero em Gênova e, de lá, foi mandado para Pavia, onde ficaria por dezesseis anos. Depois foi para Parma, onde escreveu trinta teses em defesa da Cátedra de Pedro e contra as heresias de seu tempo. Como reitor de vários conventos dominicanos, caracterizou-se pela rígida disciplina e, a seu expresso pedido, recebeu a nomeação a inquisidor na cidade de Como.

Voltando a Roma, no ano de 1550, ainda como inquisidor, foi eleito comissário geral da Inquisição Romana. Sob Paulo IV, tornou-se (1556) Bispo de Sutri e Nepi2. No consistório de 15 de março de 1557, foi criado Cardeal padre, com o título de Santa Maria Sopra Minerva. Por fim, foi nomeado Inquisidor-mor em 1558. Muitas cidades e regiões inteiras lhe devem por terem ficado livres da peste de heresia. Em 1560, tornou-se Bispo de Mondovì, no Piemonte.

Com a morte de Pio IV, foi inesperadamente eleito o 225º Papa da Igreja Católica, no conclave ocorrido de 20 de dezembro de 1565 a 7 de Janeiro de 1566. Foi coroado dez dias depois, em seu aniversário de 62 anos. Seu pontificado durou seis anos e três meses. A sua eleição fez tremer a Cúria Romana: nada de comemorações e baquetes suntuosos para solenizar o evento, pois Pio V tinha um caráter rígido e intransigente. Continuo a usar o hábito dominicano, de cor branca, costume papal que perdura até os dias de hoje.

Como Papa, desenvolveu Pio V uma atividade admirável, para o bem da Igreja de Deus sobre a terra. Aplicou energicamente as decisões do Concílio de Trento (1545-1563), restabelecendo a moral e a ascese espiritual, e combateu fortemente a Reforma Protestante. Foi um pontificado dos mais abençoados. Exemplaríssimo na vida particular, ardente de zelo pela glória de Deus e a salvação das almas, possuía Pio V as qualidades necessárias de um grande reformador. É impossível resumir em poucas linhas o que este grande Papa fez pela defesa da verdadeira fé, pela exterminação das heresias e pela reforma dos bons costumes na Igreja toda.

Mostrou-se incansável em restabelecer a disciplina eclesiástica, em defender os direitos da Santa Sé, em remover escândalos, erros e heresias, e, em particular a causa dos oprimidos e necessitados. Não há virtude que este grande Papa não tenha exercitado. Todos os dias, celebrava a Santa Missa, com o maior recolhimento.

Cumpridor consciencioso do dever, não se fiava na palavra de outros, quando se tratava do governo de Igreja ou da disciplina. Ele mesmo, em pessoa, se informava, queria ver, ouvir para depois formar opinião própria e resolver os casos em questão.

Usava de máximo rigor contra a imoralidade pública. Fez leis severas contra o jogo e proibiu as touradas (bula De salutis gregis dominici) como contrárias à piedade cristã. Puniu a mendicância, proibiu o carnaval, expulsando de Roma as prostitutas - que ele determinou que devessem ser enterradas não no cemitério, mas no esterquilínio. Condenou os devassos e os profanadores dos dias santos. Para os blasfemadores estavam previstas penas pecuniárias e corporais. Defendeu estrenuamente o vínculo matrimonial, infligindo penas severas aos adúlteros.

Durante a carestia de 1566 (quando se distinguiu particularmente a associação dos Fatebenefratelli, que ele mesmo elevou a Ordem religiosa em 1572) e as epidemias que lhe seguiram, Pio V fez distribuir consideráveis quantias de dinheiro aos necessitados e organizou os serviços sanitários. Para conseguir o dinheiro necessário suprimiu toda despesa supérflua e levou o esquecimento de si próprio ao ponto de mandar adaptar a seu tamanho as vestes de seus predecessores.

Em 1566, atendendo à decisão do Concílio de Trento, publicou o Catecismo Romano “ad parochos”, obra importantíssima da doutrina católica, compilada pelo Cardeal Carlos Borromeu e redigida em bom latim por Aldo Manuzio. Deve-lhe a Igreja também a organização oficial e definitiva do Breviário (1568) e do Missal Romanos (1570), através da bula Quo Primum Tempore, com a qual instituiu a Missa tridentina. A bula teve por finalidade unificar a Reapresentação do Sacrifício da Cruz e impedir abusos e deturpações no culto sagrado. Em 1571, para reforçar os instrumentos da Reforma Católica, crio a Congregação do Índice, para o exame dos livros contrários à Fé Católica, fortaleceu a Inquisição Romana – deu-lhe novo impulso, condenando a morte, por heresia, Pietro Carnesecchi3, e Aonio Paleario4 – e reorganizou a Penitenciária Apostólica.

Em Roma, mandou que Daniele da Volterra, discípulo de Michelangelo, recobrisse com roupas a nudez pintada no teto da Capela Sistina. Reduziu substancialmente os gastos da Sé de Roma e ordenou o ensino da Teologia tomista nas universidades. Ordenou a residência compulsória para os clérigos e regulou os hospícios (instituição católica) e defendeu a importância dos cerimoniais.

Intransigente também foi a sua política externa, fundada essencialmente na defesa do Catolicismo contra a heresia. Por isso, enviou à Alemanha o Legado Gian Francesco Commendone, para impedir que o Imperador Maximiliano II se subtraísse à jurisdição da Santa Sé; enviou milícias próprias à Francia para combater os Ugonotes, tolerador por Caterina de’ Medici em prejuízo da religião católica; exortou Filipe II, rei da Espanha, a reprimir o fanatismo dos anabatistas nos Países Baixos; encarregou São Pedro Canisio de confutar as Centúrias de Magdeburg: primeira história tendenciosa sobre a Igreja Católica escrita pelos protestantes. Para preservar os legítimos direitos de Maria Stuart de Escócia, excomungou5 e determinou a destronização da herética Isabel da Inglaterra - filha ilegítima de Henrique VIII e de sua amante Ana Bolena - a qual causou muitos sofrimentos e perseguições aos católicos ingleses. A Companhia de Jesus, cuja fundação é sua contemporânea, achou em Pio V um grande protetor.

Em 1566, promoveu a construção do convento dominicano de Santa Croce e Ognissanti, em sua cidade natal, que, em suas intenções, poderia constituir o centro de uma cidade de nova fundação, e também a sua sepultura.

Em 1567, fundou em Pavia uma instituição de caridade para estudantes merecedores, o Collegio Ghislieri, que até hoje acolhe, através de um concurso público, alguns entre os melhores estudantes da Universidade de Pavia.

Em abril de 1577, declarou Santo Tomás de Aquino Doutor da Igreja. Em 1568 concedeu o mesmo título a quatro padres da Igreja de Oriente: Santo Atanásio, São Basílio Magno, São João Crisóstomo e São Gregório Nazianzeno. Em 1570, havia mandado publicar uma edição completa das obras do Santo.

Favoreceu a música nomeando Giovanni Pierluigi da Palestrin, como Maestro da capela pontifícia. Favoreceu também as missões enviando religiosos às “Índias orientais e ocidentais”.

Entre as Bulas papais, a In coena Domini6 (1568) tem um papel fundamental, pois reafirma a legitimidade e supremacia da Igreja Católica e da Cabeça Visível do Corpo Místico, o Santo Padre. Entre as demais, aquelas que mais contribuem para definir a linha de conduta de seu pontificado – inspirado na férrea e intransigente defesa da Igreja Católica contra todos os inimigos – estão: a proibição de mendigar (fevereiro de 1567 e janeiro de 1570); a condenação de Michele Baio7 (1º de outubro de 1567); a denúncia do dirum nefas "o execrável vício libidinoso" (agosto de 1568); a confirmação dos privilégios à Sociedade dos Cruzados para a proteção da Inquisição (outubro de 1570); a proibição de discussão sobre o milagre da Imaculada Conceição (novembro de 1570); a supressão dos Fratres Humiliati8, acusados de depravação9 (7 fevereiro de 1571); a aprovação do novo ofício da Virgem Maria (março de 1571).

Através da bula Hebraeorum gens (26 de fevereiro de 1569), fechou guetos hebraicos no Estado Pontifício (menos em Roma e em Ancona) e nos domínios eclesiásticos transalpinos (menos em Avinhão), para subtrair os Cristãos da usura dos hebreus. Para este fim, também favoreceu os Montepios.

Em sua época, os turcos ameaçavam não só a Igreja, como à Europa toda, pois o soberano deles jurara exterminar a religião cristã. Pio V envidou todos os esforços, fez valer toda sua influência junto aos príncipes Cristãos para conjurar essa desgraça iminente, criando a Santa Liga10. Para obter de Deus que abençoasse as armas cristãs, ordenou que se fizessem, em toda a parte da Cristandade, preces públicas, particularmente o terço, procissões, penitência. Paralelamente, em 1570, os otomanos, de notável poderio militar, apoderaram-se do Santo Sepulcro, em Jerusalém, e não permitiam a visita dos Cristãos. O próprio Papa tomou parte nesses exercícios extraordinários, impostos pela extrema necessidade. Organizou uma Cruzada, cujo comando entregou a Dom João da Áustria, que era irmão de Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano. Na batalha naval no Golfo de Lepanto (1571), a armada turca, com poderio militar que ultrapassava o dobro dos navios dos cruzados, avançou ferozmente para vencer os Cristãos. Os chefes cruzados, então, ajoelharam-se e suplicaram a intercessão de Nossa Senhora, e foram inspirados pelo Espírito Santo a rezar o Terço como única forma de enfrentar e vencer o inimigo, e assim o fizeram. O êxito foi glorioso. A vitória dos Cristãos em Lepanto foi completa. As festas de Nossa Senhora da Vitória e do SS. Rosário perpetuam até hoje a memória daquele célebre fato. No momento em que a batalha se decidia a favor dos Cristãos, teve o Papa, por revelação divina, conhecimento da vitória e imediatamente convidou as pessoas presentes a dar graças a Deus. Era seu plano organizar uma nova campanha contra os turcos, mas uma doença dolorosa não lhe permitiu executá-la.

A doença era o prenúncio da morte, para a qual Pio se preparou com o maior cuidado. Quando as dores (causadas por cálculos renais) chegavam ao auge, exclamava o doente: “Senhor, aumentai a dor e dai-me paciência!”. Mandou que lessem para ele trechos da Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor, e continuamente se confortava com a citação de versos bíblicos e jaculatórias, até que a morte lhe pôs termo à vida, tão rica em trabalhos, sofrimentos e glórias. Antes, porém, havia instituído, como agradecimento pela vitória em Lepanto, a festa de Nossa Senhora das Vitórias11.

Tinha uma terníssima devoção a Jesus Crucificado e costumava fazer suas orações diante de uma imagem cujos pés beijava inúmeras vezes. Certa vez que se ia beijá-los, conforme o costume, a imagem retirou-se, salvando-o de morte certa, pois uma pessoa má tinha cobertos os pés de um pó levíssimo e venenoso.

Numa quinta-feira Santa, quando realizava a cerimônia do “Mandatum”, entre os doze pobres havia um cujos pés apresentavam uma úlcera asquerosa. Pio, reprimindo uma natural repugnância, beijou a ferida com muita ternura. Um fidalgo inglês, que viu este ato, ficou tão comovido, que, no mesmo instante, se converteu à Fé Católica.

São Pio era tão amigo da oração que os muçulmanos afirmaram ter mais medo da oração do Papa do que dos exércitos de todos os príncipes unidos. À oração unia rigor contra si mesmo: a vida era-lhe de penitência contínua; comia carne apenas três vezes por semana, ainda assim em quantidade diminutíssima.

Mostrava grande amor aos pobres e doentes. Entre os pobres, gozavam de preferência os neófitos, pouco se lembrando de seus parentes, pois era uma ferrenho opositor do nepotismo12. Quando, em certa ocasião, alguém lhe lembrou de ajudar mais a seus parentes, Pio respondeu: “Deus fez-me Papa para cuidar da Igreja e não de meus parentes13.

Seguindo o exemplo do divino Mestre, perdoava de boa vontade aos inimigos e ofensores. Nunca se lhe ouviu da boca uma palavra áspera.

Pio empregava bem o tempo. Era amigo do trabalho e todo o tempo que sobrava da oração, pertencia às ocupações do alto cargo. Alguém lhe aconselhara que poupasse mais a saúde e descansasse mais. Pio respondeu-lhe: “Deus deu-me este cargo, não para que vivesse segundo a minha comodidade, mas para que trabalhasse para o bem dos meus súditos. Quem é governador da Igreja, deve atender mais às exigências da consciência que às do corpo”.

Pio V morreu na noite de 1º de maio de 1572, com 68 anos de idade, depois de dizer aos cardeais que o rodeavam em seu leito de morte: “Vos recomendo a Santa Igreja que tanto amei! Procurai de eleger um sucessor zeloso, que busque apenas a glória do Senhor, que não tenha outros interesses aqui na terra que a honra da Sé Apostólica e o bem da Cristandade”. 

Beatificado a 27 de Abril de 1672, foi proclamado santo a 22 de Maio de 1712, pelo Papa Clemente XI. Seus restos descansam na Igreja de Santa Maria Maggiore. A sua festa litúrgica é hoje.

Fontes: Treccani, Santi e Beati, Cronologia,Wikipédia.
Tradução, organização, notas: Giulia d'Amore.


[1] E não no ‘Batismo’ como informado erroneamente em vários sites.
[2] Diocese suprimida por João Paulo II em 1986.
[3] Humanista e político italiano (1508-1567), se fez estrada dentro da Cúria Romana com Papa Clemente VII, que era um Médici e, com o tempo, o autorizou a acrescentar o cognome ao seu, para mostrar o parentesco que os unia. É comemorado como mártir pelos metodistas (8 de outubro). A sentença de condenação pela Inquisição se deu com um Auto-de-fé solene, determinado pelo Papa Pio V, que quis presentes todas as autoridades da Cúria, para servir de exemplo de punição das heresias. Foi condenado à degradação, à perda de todos os benefícios eclesiásticos e à entrega ao braço secular: o Governador de Roma, para a aplicação da pena corporal. Foi degolado junto com outro herético, Giulio Maresio, e depois queimado.
[4] Antonio della Pagliara, latinizado como Aonio Paleario (1503-1570), foi um humanista italiano, condenado à decapitação e rogo por heresia, porque “negava a existência do purgatório; desaprovava o costume de sepultar os mortos nas igrejas e sustentava que precisava afastar de outro modo o fedor dos cadáveres; afirmava que este era o costume dos antigos romanos, que decidiram de enterrar os mortos fora da Urbe; desprezava e tinha em péssima opinião a condição e o hábito dos monges, comparados (por ele) aos sacerdotes de Marte, (...) e aos sacerdotes de Cibele (...), e aos magos dos Galos; escarnecia deles também por outros costumes religiosos; atribuía a justificação unicamente à fé na misericórdia divina, que perdoou os pecados pela obra de Cristo”. Pertencia ao Aristotelismo Paduano. Morreu três anos depois de Pietro Carnesecchi.
[5] Bula Regnans in excelsis. 25 de fevereiro de 1570.
[6] A bula chamada “In coena Domini”, uma coleção de censuras reservadas aos papas, cuja origem remonta aos século XIII, foi reformulada de maneira mais rigorosa por Pio V em 1568.
[7] Professor de teologia na Universidade de Louvain desde 1551, cujas teorias são precursoras do jansenismo. Fora mandado como teólogo ao Concílio de Trento em maio de 1563. Assistiu às três últimas sessões e colaborou na redação do decreto sobre o purgatório e na elaboração do Catecismo Romano. Tinha como método de ensino reduzir ao máximo a parte escolástica, com preferência para o estudo da Escritura e dos Santos Padres, principalmente Santo Agostinho. Mas frequentemente esquecia a Tradição da Igreja e o desenvolvimento do dogma para deter-se muito literalmente em certas afirmações agostinianas, sem levar em conta a unidade harmônica do pensamento do santo. Não é de estranhar, portanto, que logo viesse a ter dificuldades com as autoridades eclesiásticas. Através da Bula Ex omnibus afflictionibus, São Pio V condena 79 teses do professor e de seus discípulos, em sensu ut jacent, declarando-as em parte heréticas, em parte errôneas ou escandalosas e suspeitas.
[8] Uma ordem religiosa lombarda, que durante sua existência contou com santos e cardeais. No século XVI, durante a Contrarreforma, se tornaram suspeitos de calvinismo, entrando em contraste com San Carlo Borromeu, Arcebispo de Milão, chegando a tal ponto que um dos membros da ordem, Gerolamo Donato, chamado Farina, tentou até assassinar o santo com um tiro de arcabuz que, contudo, milagrosamente, falhou, mas ocasionou a supressão da ordem. Girolamo Donato, o Reitor Girolamo di Cristoforo e o Reitor Lorenzo da Caravaggio foram condenados à morte.
[9] Os conventos eram mistos, isto é, as ordens femininas e masculinas coabitavam no mesmo edifício, como era comum na época, ocasionando diversos escândalos.
[10] A terceira Santa Liga foi promovida em 1571 pelo Papa São Pio V após o saque de Nicósia, cidade na ilha de Chipre, por parte dos otomanos. O Papa mobilizou os soberanos Cristãos em defesa de Famagosta, outra cidade cipriota, cercada pelos turcos. As nações que responderam ao apelo foram a República de Veneza e a Espanha de Filipe II. Sucessivamente, vieram os Cavaleiros de Malta, Gênova, o Grão-ducado de Toscana, o Ducado de Urbino, o Ducado de Parma, a República de Lucca, o Ducado de Ferrara, o Ducado de Mantova e o Ducado de Savoia. Famagosta caiu em 4 de agosto de 1571, causando grande desgosto ao Papa que não abandonou o projeto e conseguiu convencer os soberanos e reunir uma armada comandada por João da Áustria, filho natural de Carlos V e meio-irmão de Filipe II. Em 7 de outubro de 1571, a Santa Liga, auxiliada por Nossa Senhora, venceu os turcos. Foi dissolvida com a assinatura do tratado de paz em 1573.
[11] Dois anos mais tarde, o Papa Gregório XIII, seu sucessor, lembrando que a vitória de Lepanto foi mais uma vitória do Rosário, mudou o nome da festa para Nossa Senhora do Rosário.
[12] Por insistência dos cardeais, que entendiam oportuna a presença de um parente do Papa no Colégio dos Príncipes da Igreja, criou Cardeal a um neto de sua irmã, Carlo Michele Bonelli. Dominicano também, como Pio V tomou o nome de Michele ao entrar na Ordem dos Pregadores; soube fazer seu caminho na hierarquia eclesiástica com dignidade. Mas Pio V não demorou em expulsar até do Estado Vaticano o filho de seu irmão que ele havia admitido na milícia pontifícia, ao saber que cultivava amores ilícitos.
[13] Deus fez-me Papa para que cuide da Igreja, não, porém, para que me preocupe com os laços que me prendem à família. Deus chamou-me a este estado, não para que me entregasse a uma vida cômoda, mas para que fosse útil aos fiéis”.


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3 comentários:

  1. Ótima matéria,. São Pio V rogai pôr nós Hoje em dia não se tem mais Papas como antigamente

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    1. Muito obrigada. É preciso divulgar a história deste Papa que é a História da própria Igreja.

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