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domingo, 11 de janeiro de 2015

EDITORIAL: Je ne suis pas Charlie. Pas Charlie, pas musulman! Je suis catholique!

EDITORIAL: Je ne suis pas Charlie. Pas Charlie, pas musulman! Je suis catholique! 


Esse incidente ocorrido na França, em que um grupo islâmico matou, no prédio de um jornaleco de humor grosseiro e aviltante, 12 pessoas, entre os quais, quatro socialistas de “renome” nos círculos que lhes diziam respeito, deve ser observado com cautela pelos católicos, antes de sair tomando partido. As duas partes envolvidas são inimigos da Fé Católica. E isso não deve ser deixado de lado.

Não se trata de uma valoração sobre quem está certo e quem está errado. Sob certo ponto de vista, os islâmicos fizeram um favor ao mundo civilizado, ainda que de uma forma reprovável (... sob outros certos pontos de vista). Os quatro que morreram (mais outros que, parece, não estavam presentes – volto a isso depois) eram dados a ofender os islâmicos com charges vulgares. Do ponto de vista “liberal”, eles têm o direito de “criticar” a fé dos outros como bem lhe convém; chamam a isso de “liberdade de expressão”. Mas acontece que os islâmicos tem o ponto de vista deles, e, pelo ponto de vista deles, eles tinham o direito de “cortar o mal pela raiz”; sabe como é: trata-se de uma questão “cultural”, que os liberais tanto defendem! O estranho é que “pimenta nos olhos dos outros é sempre um refresco”. E hilário! Até que a pimenta entra em nossos próprios olhos... Daí que o “defendo até a morte o direito de você pensar diferente” desaparece! Parece que os islâmicos levaram o “dito” de Voltaire ao pé da letra... e os liberais não gostaram nem um pouco. Mas isso é assunto deles.

O que eu quero falar, tomando o incidente por uma conveniente “deixa”, é que, mesmo não tendo nada a ver com o assunto, sinto cheiro de cristanofobia vindo por ai. Explico.

Por causa desse incidente, pretende-se endurecer o secularismo e o combate ao “fanatismo” religioso. É o que está nas entrelinhas dos jornais.

Na mídia, percebe-se claramente que “o Islã” está sendo blindado ao chamar os “agressores” (é um ponto de vista; um outro diz que apenas defenderam o direito de defender sua fé) de “terroristas”, e não de “muçulmanos” ou “islâmicos” que são, e em nome do que agiram. O jornaleco tinha o hábito de atacar duas frentes “fanáticas”: o Islã e... o cachorro morto: a Igreja Católica.

Sim, porque atacar a Igreja, hoje, é “chutar cachorro morto”. A Igreja, aberta ao mundo pelo famigerado pseudo-concílio Vaticano II, se fecha quando é atacada injusta e covardemente. Diferentemente de outrora. Em nome da “paz social”, do respeito à opinião alheia, do servilismo ao mundo, a Igreja de hoje não só não se defende como enaltece os agressores, como fez VERGONHOSAMENTE o porta-voz da Conferencia Episcopal da Espanha ("compañeros que ejercen un servicio del humor satírico pero necesario también en una sociedad democrática y libre") e da Itália.

Assim, se uma das frentes está sendo blindada, o que resta para atacar, como fonte e causa de todos os males da sociedades moderna? A Santa Igreja Católica!

Por isso, não estranhem se ouvirem cada vez mais ataques à ingerência da Igreja nos assuntos dos Estados “laicos” e da necessidade de limitar e até acabar, quiçá, com essa religião de fanáticos que possuem Dogmas dos quais não abrem mão!  


E muito menos estranhem se Francisco começar a falar nisso e na necessidade de a Igreja “mudar”.

Mas há fatos nesse incidente que estão mal contados. (1) A “viúva” do diretor do jornaleco disse na mídia que esse ataque poderia ter sido evitado porque as autoridades sabiam que os “terroristas” estavam planejando um ataque ao jornaleco. (2) Entre os que não morreram, se salvaram outros cartunistas dados a ofender o Islã; será que os “terroristas” não sabiam que um estava de férias? Isto parece muito amador para um grupo
“terrorista”... E (3), como o peixe morre pela boca, li que o público não verá a prisão dos culpados que ainda estão vivos – porque uns foram convenientemente abatidos pela mesma polícia que não soube impedir o ataque!!! E continua a notícia explicando o por quê: porque, para evitar que os “terroristas”, bem aparelhados com todas as mais modernas tecnologias, acompanhassem a ação da Polícia e se evadissem impunes, era mais útil que a mídia se mantivesse à distância, mostrando imagens embaçadas para confundi-los. I see... E o Papai Noel existe e é vizinho do Coelhinho da Páscoa. Ainda que fosse verdade que a mídia age assim, patrioticamente, digamos, não há milhões de celulares em Paris que registrariam o fato? Já é sabido que a mídia hoje depende mais dos celulares privados do que das próprias câmeras, pois não podem estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Ainda não. Essa explicação mais parece um adestramento canino com os leitores...

Devemos manter sempre o senso crítico ao acompanhar as notícias na mídia, pois ela trabalha para o mesmo patrão que o jornaleco e também o Islã. Não o esqueçamos.

E, então, alguém me perguntaria, por que permitiram o ataque com a morte de cidadãos franceses? Oras, crianças ingênuas, porque, para justificar o endurecimento da perseguição à Igreja, não bastaria que os muçulmanos jogassem cocô na janela dos franceses... Isso seria tolerado! Para grandes comoções, grande deve ser o evento, para que cause um impacto tão grande que as pessoas não façam uso da prudência, nem do juízo: “Crucificai-o”, respondeu a massa de manobra quando Pilatos apresentou-lhes Jesus e disse: “Eis o vosso rei!” (S. João 19,14). Era uma massa de manobra movida por hábeis titereiros. Como agora, neste incidente francês.


NOTINHA MINÚSCULA. Um fato interessante ocorreu que mostra como essas liberdades todas, esses direitos todos e o respeito que querem obrigatório à opinião alheia por parte dos liberais não subsiste a um bom arrocho. Li até onde consegui (porque é preciso estômago para tanta tolice) um artigo que o herege Boff escreveu sobre o mesmo evento, com o título “Je ne suis pás Charlie”, no qual, obviamente, defende os islâmicos. Obviamente, mas também estranhamente, porque o outro “lado” trata-se nada mais nada menos que os cumpanheiros socialistas, na maioria do Maio de 68 francês que (re)começou toda uma revolução de costumes morais e que Boff normalmente defenderia. E essa angústia fica clara no texto quando tenta manter-se imparcial. É risível. Como tudo o que Boff diz e faz, by the way.

Mas é interessante o artigo justamente pelo fato de por em destaque a impossibilidade de se “ter” todos os direitos do mundo, independente dos direitos alheios, e, sobretudo, dos direitos de Deus.

Da mesma forma, mentem os liberais quando dizem que “defendem até a morte o direito de o outro pensar diferente” e que respeitam as diferenças “culturais” ainda que moralmente reprováveis! Se assim fosse, não teriam ficado chocados com a violência usada pelos islâmicos para expressar sua “reprovação” à conduta dos socialistas-pseudo-humoristas, uma vez que é da “cultura” deles – e isso que eles dizem quando se denuncia, por exemplo, a violência com que os islâmicos tratam as meninas ao mutila-las, e as mulheres em geral! –, que eles juram sempre defender até a morte!!! Ora, pois... morreram!  


Fato é que eles defendem até a morte o direito de o outro pensar diferente contanto que pense igual a eles. Essa é a verdade.

Um ator da Globo, declarou-se recentemente ex-comunista, dizendo que o comunismo é obrigatório na juventude, mas na idade adulta é sinal de imbecilidade. Ou algo assim. E me fez pensar naquelas palavras do Santo Padre Pio XI, na Encíclica Divini illius magistri, de 1929, que, a respeito da educação cristã dos jovens, dizia: “... sem a reta instrução religiosa e moral, ‘toda a cultura dos espíritos será doentia: os jovens, sem o hábito de respeitar a Deus, não poderão suportar disciplina alguma de vida honesta, e acostumados a não negar jamais coisa alguma às suas tendências, facilmente serão induzidos a perturbar os Estados’...” (citando Papa Leão XII, na Encíclica Nobilissima gallorum gens, de 1884).

Realmente, o ator não está de todo errado quando afirma a conexão da juventude atual com o comunismo (marxismo, socialismo etc...), uma vez que foi inculcado aos jovens que, ao invés de respeitar e obedecer aos superiores, eles podem e devem subverter a ordem estabelecida por Deus. E qual ideologia responde melhor a esses anseios errados? E... de uma forma dogmática, pois a ninguém é permitido discordar de Marx, Lenin, Castro etc. Na prática, atualmente, os marxistas de maneira particular e os modernistas de maneira geral são mais dogmáticos do que os católicos deveriam ser. Pois não se aceita a existência de um Deus criador de tudo, mas se aceita como clara, evidente e indiscutível a possibilidade de, por exemplo, o Nada criar, com uma explosão, todo um Universo cheio de detalhes e miudezas que nem mesmo um computador de última geração poderia prever! Os homens modernos duvidam do que a Bíblia contém, mas creem no que Marx escreveu no Capital, como sendo verdades incontestáveis. Isso é patético demais!!! E se não bastasse Marx, a escola pública socialista (uma realidade no Brasil) e a internet, Francisco também “ajuda” muito quando diz que os jovens devem se rebelar. Por não falar dos “santos de calça jeans” do “Santo” João Paulo II!!!  


Uma última consideração sobre o jornaleco e todos os "companheiros que exercem um serviço de humor satírico, mas necessário também em uma sociedade democrática e livre" - conforme faz o sr. José María Gil Tamayo, porta-voz da CNBB-Espanhola, que usa batina mas não o título de padre ou seja lá o que ele for! - é "interessante" que essa "liberdade de zombar dos outros" só se aplica a assuntos de fé ou de "política da banda de lá", ou seja: dos "inimigos ideológicos"... Ou, por acaso, alguém já viu um desses senhores zombarem de Marx, de algum político de esquerda, ou do ateismo? Justiça seja feita, em 2009, Maurice Sinet, o Sine, ousou zombar do filho de Zarkozy, que planejava se converter ao Judaismo, e foi demitido por "antissemitismo"... E também foi processado por ódio racial. Mas não caracterizou "ódio racial", quando o jornaleco publicou várias charges zombando de personagens políticos negros desenhando-os como macacos! Enfim, pode-se zombar de Cristo, mas do Sionismo NÃO! Muito democrático!  

Aqui no Brasil, não é diferente. Faz-se "humor" com o Cristianismo (exemplo: Porta dos Fundos), mas é tabu fazê-lo com judeus e gays. Negros, só quando o chargista também é negro. Aí, pode! E nesses dias, toda a fauna "humorística" brasileira teve a atenção dos holofotes para dizer o que pensa a respeito. Um deles (ou uma, sei lá, nem ele sabe o que é) chegou a dizer que pode se fazer humor sobre qualquer coisa, porque a intenção não é ofender, mas fazer uma crítica saudável (sic), mas reforçou que há limites, pois dizer que os judeus mataram Cristo, ou falar dos gays... não pode! Posso eu com uma idiotice dessas? Me alegrou, contudo, perceber que todos os que foram entrevistados na ocasião demonstram, apesar do que falaram, que se pelam de medo dos muçulmanos! Também sei que, se o assunto fosse outro - como a situação em Gaza - estariam todos, obviamente, do lado dos palestinos! Quem os entende? No fundo, se assemelham todos ao Boff, que luta com as palavras para defender o indefensável. Pois chega a um ponto que não é possível que todos tenham direito a tudo sem, com isso, passar por cima dos direitos dos outros.

O que deveria chocar e escandalizar os homens de bem que vivem no mundo deveria ser o estardalhaço que estão fazendo por causa de 12 pessoas. Na verdade, apenas para ser precisa, é por causa de 4, porque os outros não eram "celebridades". Não que a alma deles não tenha custado o Sangue de Cristo: porque custou!!! Mas porque os muçulmanos já mataram mais de centenas de milhares de SERES HUMANOS, que não por acaso eram CRISTÃOS, e a mídia quase não noticiou, a não ser com a ênfase de uma notícia de última página: just in case. Só para registro. Isto é escandaloso! Tanto a mídia que oculta a carnificina dos islâmicos, quanto o silêncio de Francisco, que permite que se dance o tango em Praça São Pedro enquanto os cristãos morrem sob suplícios de todos os tipos em mãos islâmicas. Me faz lembrar de Nero que canta enquanto Roma se consome no fogo.  


Assim, orai e vigiai! Porque nenhum de nós sabe o dia em que será chamado diante de Deus para dar conta dos próprios atos, pensamentos e “omissões”. Vivemos tempos de martírio de sangue e de martírio velado. Pouco importa, o testemunho a que somos chamados é o mesmo! E pode acontecer que não tenhamos uma segunda chance de provarmos nossa fidelidade a Deus.  

Alerta, católico! Não é a Charlie que nos servimos. Nem a Alá. Nós servimos à Santíssima Trindade. Nós somos católicos!
 

Giulia d'Amore 

  
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2 comentários:

  1. Olá Giulia. Feliz ano novo - atrasado - para você e para todos do Pale Ideas. Concordo com tudo que você falou. Não existe essa total liberdade que os pobres pecadores fingem que tem. Somos limitados. É impossível ter liberdade absoluta como os liberais querem. Isso é blasfêmia porque é querer ser Deus (uma vez que Ele é o único que pode ter liberdade absoluta). Sobre os humoristas e artistas aqui do Brasil, sinceramente eu tenho pena deles. A maioria vive como quase todos os brasileiros: como demônios. Sim, como demônios porque vivem com algum pecado mortal (ou apoiando quem vive em pecado mortal), sem confissão, sem missa, sem saber a história dos santos ou as histórias da bíblia (que chamam de ficção - blarg), etc. Tenho pena deles. Passarão um grande vergonha no dia do Juízo Final (culpa em parte dos padres que toleram escândalos públicos sem lembrar os homens do inferno. Só falam em Misericórdia. Deus é misericordioso. É inegável. Mas como eu sempre digo: Deus não é abestado de passar a mão em quem está errado. Abestado é quem quer faze-Lo de besta. Ele é muito Esperto, Inteligente e principalmente justo. E Ninguém escapa da Justiça de Deus). P.S.: Essa expressão: Santos de Calças Jeans me dá nos nervos (porque tal expressão irrita).

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    1. Sempre tão arguto, caro sr. José Antonio! Um feliz ano novo a vc e à sua mãe, sra. Joselita Alvino!!!

      Hoje no Fantástico ilustraram a matéria com uma charge ofensiva a Deus. Eu vi qdo passei por uma televisão. Usaram uma imagem bem grande, atrás do apresentador. Oras... por acaso foram os católicos que mataram aquelas pessoas? Pq não coloca, a Globo, a charge ofensiva ao Islã? Por duas óbvias razões: a subserviência e o MEDO. Não só CANALHAS, como COVARDES.

      Minha filha costuma dizer que o dia da Revelação será uma... revelação para muitos! E todos tentarão se livrar com a mesma desculpas esfarrapadas do Lula e da Dilma: não sabia. Mas dai que vai ser tarde demais.

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