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sexta-feira, 11 de julho de 2014

11 de Julho: S. Pio I, Papa e Mártir

11 de Julho

São Pio I

Papa e Mártir
Pontificado 142 a 155 



A Igreja comemora no dia 11 de julho a festa de São Pio I, sucessor de Santo Higino. Era natural de Aquiléia, cidade ao norte da Itália. Seu pai, Rufino, o educou na Religião Cristã, enviando-o a Roma para aperfeiçoar-se em Letras e na Santa Religião. Desenvolveu tão bem as santas virtudes que foi admitido em um colégio de clérigos regulares, onde se sobressaiu extraordinariamente pelo seu zelo e caridade.

O Papa Santo Higino, a quem sucederia após o martírio, o consagrou bispo regional durante seu pontificado, exercendo funções de coadjutor no governo da Igreja. Foi por isto que São Pio acompanhou de perto as lutas empreendidas contra as heresias de Valentino, Cerdão e Marción (criador do Marcionismo), que culminaram no martírio de Santo Higino. Ele mesmo já lhe havia instruído na vigilância pastoral, a fim de que zelasse para que a semente do erro não vingassem em solo sagrado. 




Após o martírio de Santo Higino, os fiéis romanos submeteram-se a três dias consecutivos de jejum e intensa oração para a escolha do novo Pontífice. Eleito, São Pio I assumiu com humildade todas suas atribuições divinas. Testemunha ocular das investidas do inimigo, assumiu certo de que encontraria os mesmos obstáculos de seu predecessor, aceitando o comando com a consciência de que também deveria receber o prêmio do martírio.

Com muita determinação e empenho apostólicos, prosseguiu condenando as heresias de Valentino e Marción, que continuava infestando a cidade de Roma com sua doutrina maligna. Do trabalho já empreendido anteriormente por Santo Higino, conseguiu finalmente impedir que o erro se alastrasse danosamente. Seu sucesso provocou o ódio de alguns magistrados gentis (dos gentios) que o denunciaram, mandando ao cárcere, onde foi submetido a uma série de torturas, tendo em seguida sido finalmente degolado.

Foi ele o primeiro dos Papas a estabelecer que a celebração da Páscoa se desse no primeiro Domingo após a lua cheia de Março. Proibiu, também, com graves penas, a transferência dos bens da Igreja. Da mesma forma, coibiu a negligência dos sacerdotes na celebração dos Divinos Ofícios e na ministração da Eucaristia.

Logo após seu martírio, seu irmão Hermas escreveu um livro intitulado "Pastor", um dos mais antigos documentos dos Padres Apostólicos.

Fontes:

APÊNDICE:


Valentino: Valentim (ou Valentino ou Valentinius - c.100 - c.160) foi por algum tempo o teólogo gnóstico do período do Cristianismo primitivo de maior sucesso. De acordo com Tertuliano, Valentim foi candidato a bispo e iniciou o seu grupo quando outro candidato foi eleito. Foi muito influente na comunidade Cristã, apesar de seus trabalhos e ideias terem sido considerados como apostasia por volta de 175, mas nunca foi considerado herético. Foi, até à sua morte, um membro respeitado na sua comunidade. Valentim produziu uma grande variedade de obras literárias, mas apenas fragmentos sobreviveram, a maioria na forma de citações nas obras de seus oponentes, mas não o suficiente para reconstruir seu sistema exceto em grandes linhas. Além destes relatos, o pouco que se conhece da sua doutrina é conhecida de forma modificada e já desenvolvida nos trabalhos por seus discípulos. Ele ensinou que existem três tipos de pessoas: as espirituais, as físicas e as materiais; e que apenas aquelas com a natureza espiritual (seus próprios seguidores) receberiam a gnosis (conhecimento) que os permitiria retornar ao divino Pleroma, enquanto aqueles com a natureza psíquica (os demais cristãos) obteriam uma forma inferior de salvação, enquanto os de natureza material (pagãos e judeus) estavam condenados a perecer. O texto "Tratado tripartite" é um dos textos atribuídos aos seguidores de Valentim e que expõe essa divisão da humanidade. Valentim tinha um grande grupo de seguidores, os Valentianos. Posteriormente, eles se dividiram em dois ramos: um oriental e outro ocidental (ou italiano). Os marcosianos pertencem ao ramo ocidental. De acordo com a tradição relatada no final do século IV D.C., por Epifânio, ele se retirou para Chipre, onde continuou a ensinar e atrair seguidores. Morreu provavelmente por volta de 160 ou 161 D.C. Há um livro chamado "Evangelho da Verdade" que ora é atribuído a ele, ora a seus seguidores.  

Cerdão: Cerdão (ou Cerdo) foi um gnóstico siríaco considerador herético pela Igreja antiga por volta de 138 d.C., no tempo do Papa Higino. Era um seguidor de Simão Mago. Ele ensinou na mesma época que Valentim e foi um predecessor de Marcião. De acordo com Ireneu [Adversus Haereses: Doctrines of Cerdo and Marcion. (em inglês). Capítulo: 27 , vol. I], ele foi contemporâneo de Higino e morava em Roma como um membro proeminente da comunidade cristão até sua expulsão. Segundo Tertuliano [Contra todas as heresias (apêndice): Cerdo, Marcion, Lucan, Apelles. (em inglês). Capítulo: 6]), ele ensinava que havia dois deuses, um que demandava obediência e outro que era bom e piedoso; o primeiro era o deus do Antigo Testamento, que criou o mundo; o outro era superior a ao primeiro, mas só tinha se tornado conhecido pela humanidade por causa de seu filho, Jesus. Como gnósticos posteriores, ele também era docetista e também rejeitava a ressurreição dos mortos (só a alma é que ressuscitaria)

Marcião: Marcião de Sínope - ou Marcion - (ca. 85-160) foi um dos primeiros heresiarcas do Cristianismo primitivo. A sua teologia chamada marcionismo propunha dois deuses distintos, um no Antigo Testamento e outro no Novo Testamento, foi denunciada pelos Pais da Igreja e ele foi excomungado. Hipólito relata que Marcião era filho de um bispo na cidade de Sinope, na província romana do Ponto (atualmente na Turquia). Marcião provavelmente foi consagrado bispo, provavelmente um assistente ou um sufragâneo de seu pai em Sinope. Quando encontrou-se com ele, Policarpo de Esmirna chamou-o de "primogênito de satanás" segundo Jerônimo. Epifânio afirma que, após um começo como um asceta, ele seduziu uma virgem e foi excomungado por seu pai, fazendo com que ele deixasse a sua cidade natal. Márcião viajou para Roma em 142-143 d.C. e fez uma notável doação de 200.000 sestércios para a Igreja. Nos anos seguintes, desenvolveu seu sistema teológico e atraiu um grande grupo de seguidores. Quando os conflitos com os bispos de Roma começaram, Marcião organizou seus seguidores em uma comunidade separada. Ele foi eventualmente excomungado pela Igreja de Roma e sua doação foi devolvida. Após sua excomunhão, ele retornou para a Ásia Menor, onde continuou a propalar o Marcionismo. Marcião é às vezes chamado de o filósofo do Gnosticismo, porque, propôs ideias que se alinham com o pensamento gnóstico. Assim como os gnósticos, Marcião argumentava que Jesus era essencialmente um espírito aparecendo aos homens e não totalmente humano. Porém, o Marcionismo conceitualiza Deus de uma maneira que não é totalmente conciliável com o Gnosticismo. Para estes, todos os humanos nascem com uma pequena parte da alma divina alojada dentro de seu espírito (similar à noção da "fagulha divina"). Deus está, portanto, intimamente conectado a uma parte de Sua criação. A salvação é alcançada ao abandonar o mundo físico (que os gnósticos afirmam que é uma ilusão para aprisionar esta parte de Deus) e abraçar estas qualidades divinas que estão dentro de cada pessoa. Já Marcião, contrariamente, afirma que Deus Pai seria um Deus completamente fora do mundo material. Ele não participou da criação do mundo material (uma criação do Demiurgo) e nem tem conexão alguma com ele. Ele intervém para salvar a humanidade por compaixão apenas. A seita que Marcião fundou se expandiu por todo o mundo conhecido na época durante a sua vida e foi uma séria rival para o Cristianismo. Seus sequazes eram fortes o suficiente em suas convicções para manter o extenso poder da igreja por mais de um século. Ela sobreviveu à controvérsia cristã e à desaprovação imperial por muitos séculos. Algumas ideias similares às de Marcião reapareceram entre os bogomilos da Bulgária no século X e entre os cátaros do Languedoque, no sul da França, no século XIII. Marcião figura entre os primeiros heréticos de renome na história da igreja nascente. Sua interpretação alternativa da vida e ministério de Jesus Cristo ajudou a inspirar a noção de que certas teologias deveriam ser sancionadas como "ortodoxas" e outras, como "heréticas" – um conceito até então desconhecido nos círculos eclesiásticos. Reagindo à popularidade da seita recém-fundada de Marcião, a Igreja começou então a sistematizar um conjunto de crenças que seriam consideradas ortodoxas por todo o Cristianismo. 

  
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