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terça-feira, 8 de julho de 2014

8 de Julho: Sta. Isabel, Rainha e Viúva

8 de Julho 

Santa Isabel

Rainha e Viúva


Isabel de Aragão nasceu no ano de Cristo de 1271 no palácio de Aljaferia, na cidade de Saragoça, onde reinava o seu avô paterno D. Jaime I. Era filha de D. Pedro, futuro D. Pedro III, e de D. Constança de Navarra. Como presságio da sua santa vida, seus pais, ao contrário do costume, fizeram batizá-la não pelo nome da sua mãe ou avó, mas pelo da tia da sua mãe, a Santa D.ª Isabel da Turíngia

Tão logo ela nasceu, começou a manifestar-se seu destino de pacificadora entre reis e reinos, pois a alegria do seu nascimento veio acabar com as discórdias na corte de Aragão, entre seu pai e seu avô, o qual a chamava “rosa da casa de Aragão”. 

Crescida, seu pai, admirado de sua índole, costumava afirmar que a sua Isabel, sozinha, excederia todas as filhas do reino de Aragão, e que a paz de sua casa e reino se devia unicamente aos méritos da sua filha, cuja vida celestial ele venerava, por sua indiferença às finezas carnais, sua abstinência de prazeres, seus muitos jejuns, sua instância na oração a Deus, e sua atividade em fazer obras de caridade. 



Essa ilustre donzela foi pedida em matrimônio por muitos príncipes, e, com doze anos de idade, foi casada, nos ritos cristãos, com D. Dinis, Rei de Portugal, no dia de S. João Baptista de 1282. 

Isabel deu ao rei dois filhos: Constância, futura rainha de Castela, e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. Como esposa, ela devotou-se toda à educação dos seus filhos, assim como ao seu próprio progresso nas virtudes, esforçando-se, por todos os meios, para, depois de Deus, agradar seu marido. As numerosas aventuras extraconjugais do marido humilhavam-na profundamente, mas Isabel mostrava-se magnânima no perdão criando - e educando na Fé Cristã - junto com os seus também os filhos ilegítimos de Dinis, aos quais reservava igual afeto. Entre seus familiares, constantemente em luta, desempenhou obra de pacificadora, merecendo justamente o apelido de anjo da paz. 

A Rainha e Dom Dinis
A sua vida será marcada por quatro virtudes fundamentais: a piedade, a caridade, a humildade e a inquietude pela paz. Tornou-se uma mulher de grande piedade conservando em sua vida a prática da oração e a meditação da Palavra de Deus. Por quase meio ano subsistiu ela a pão e água, e certa vez, quando esteve doente, Deus mudou a água em vinho, que os médicos lhe haviam recomendado beber, mas que ela recusava. 

Outra vez, quando ela beijou uma ferida repugnante numa pobre mulher, esta foi curada imediatamente. Devolveu a vista a uma jovem cega de nascença, e curou muitas outras pessoas de graves enfermidades pelo Sinal da Cruz. Os milagres que ela operou desse gênero foram muitos.  No entanto o mais conhecido é o milagre das rosas.

Reza a tradição que, durante o cerco de Lisboa, D. Isabel estava a distribuir moedas de prata para socorrer os necessitados da zona de Alvalade, quando o marido apareceu e perguntou-lhe: “O que levais aí, Senhora?” Ao que ela, com receio de desgostar a D. Dinis, e, como que inspirada pelo céu respondeu: "Levo rosas senhor....", e, abrindo o manto, perante o olhar atónito do rei, não se viram moedas, mas sim rosas encarnadas e frescas(*)


Ela não apenas construiu, mas adornou ricamente conventos, escolas e igrejas. Tinha muita habilidade em fazer a paz entre reis, e labutou para aliviar todo sofrimento, seja público ou particular. 

D. Isabel costumava dizer “Deus tornou-me rainha para me dar meios de fazer esmolas.” Sempre que saía do paço era seguida por pobres e andrajosos a quem sempre ajudava. 

Morto D. Dinis, Isabel, que, na sua mocidade, havia sido um modelo para as virgens, e, no seu matrimônio, para as esposas, então, na sua viuvez foi um exemplo para as viúvas: vestida com hábito das religiosas de Santa Clara, compareceu fielmente ao funeral do Rei, e logo em seguida foi a Compostela, onde doou muitos preciosos dons de seda, ouro e prata, e pedras preciosas, pelo bem da alma do esposo. Então, voltou para casa, e gastou em santas e piedosas obras tudo o que lhe sobrara que lhe fosse caro e precioso. Terminou o verdadeiramente régio convento de freiras de Coimbra. Alimentou os pobres, defendeu as viúvas, protegeu os órfãos; querendo aliviar as misérias de todos, vivia não para si, mas para Deus e para o bem de todos os mortais. 

Estourando uma guerra entre seu filho, Afonso IV, Rei de Portugal, e seu neto, Afonso XI, para reconciliá-los, for morar na famosa cidade de Estremoz, na fronteira dos dois reinos. Na viagem, contraiu uma febre severa, da qual, após uma visão da Virgem Mãe de Deus, morreu uma santa morte em 4 de julho de 1336, deixando em testamento grandes legados a hospitais e conventos. 

Tornou-se notável por milagres após a morte, especialmente pelo suavíssimo odor que exala o seu corpo já há mais de trezentos anos.  

Beatificada pelo Papa Leão X (por Breve de 15/04/1516), no ano de nossa salvação de 1625, ano do jubileu, com o aplauso de todo o mundo cristão, Urbano VIII formalmente inscreveu-a entre os Santos.

(*) "Levava uma vez a Rainha santa moedas no regaço para dar aos pobres(...) Encontrando-a el-Rei lhe perguntou o que levava,(...) ela disse, levo aqui rosas. E rosas viu el-Rei não sendo tempo delas."
— Crônica dos Frades Menores, Frei Marcos de Lisboa, 1562

Fontes: 

http://www.saopiov.org/2010/07/8-de-julho-santa-isabel-de-aragao.html.
http://emdefesadasantafe.blogspot.com.br/2011/07/08-de-julho-santa-isabel-rainha-de.html.
 

Vide também: http://farfalline.blogspot.com/2016/07/isabel-daragao-rainha-santa.html (08/07/2016). 

 
  
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