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sexta-feira, 20 de junho de 2014

20 de junho - São Silvério, Papa e Mártir

20 de junho

São Silvério, Papa e Mártir



Silvério nasceu em Frosinone, por volta do ano de 480, filho do Papa Hormisdas, que fora casado antes de se tornar prelado. Silvério foi Papa de 1 de Junho de 536 a 11 de Novembro de 537.

O pontificado de São Silvério coincide com a ocupação da Itália pelos imperadores bizantinos. A nota característica do seu governo é a firmeza e intrepidez com que defendeu os direitos da igreja, contra a imperatriz Teodora. Eis o fato como os hagiógrafos o relatam:

O Papa Agapito, antecessor de Silvério, tinha deposto o bispo de Constantinopla, Antimo, por este haver defendido a heresia eutiquiana. A imperatriz, fautora da mesma heresia, desejava ver Antino reabilitado na jurisdição episcopal, desejo que Agapito não quis atender e não atendeu. Morto este Papa, Virgílio, diácono romano, apresentou-se à imperatriz Teodora, prometendo-lhe a reabilitação de Antimo se apoiasse sua candidatura ao pontificado. Teodora deu a Virgílio uma carta de apresentação a Belisário, general bizantino, que se achava na Itália, recomendando-lhe apoiasse a eleição.


Entretanto foi eleito Papa Silvério e como tal reconhecido. A este, a imperatriz se dirigiu, exigindo a reabilitação dos bispos depostos por Agapito e a anulação das decisões do Concílio de Calcedônia, que tinha condenado a heresia de Eutiques. Nesse ofício arrogante, Teodora ameaçou o Papa com a deposição, caso não lhe concordasse com as exigências. A resposta de Silvério foi respeitosa, mas negativa. Com franqueza e firmeza apostólicas declarou à imperatriz que estaria pronto a sofrer prisão e morte, mas não cederia um ponto das constituições do Concílio. 

 
Teodora não se conformando com esta resposta, deu
ordem a Belisário de afastar Silvério de Roma e pôr Virgílio na cadeira de São Pedro. Para não cair no desagrado da imperatriz, Belisário prontificou-se a executar a ordem, mas desejava ter em mãos outros documentos, a pretexto dos quais pudesse proceder contra o Papa. Tirou-o do embaraço sua ímpia mulher Antonina. Esta lhe fez chegar às mãos uma carta falsificada, que trazia as armas e assinatura de Silvério, carta em que o Papa teria dirigido aos Godos, prometendo-lhes entregar Roma, se lhe viessem em auxílio. Belisário estava a par do que se passava, e bem sabia qual era a autoria da carta. Não obstante, para obsequiar a mulher, chamou Silvério à sua presença, mostrou-lhe a carta, acusou-o de alta traição e, sem esperar pela defesa da vítima, ordenou que lhe tirassem as insígnias pontifícias e lhe pusessem um hábito de monge, e assim o mandou para o desterro. No mesmo dia, Virgílio assumiu as funções de Sumo Pontífice.

A consternação e indignação dos católicos eram gerais. Só Silvério bendizia a graça de sofrer pela justiça. O Bispo de Pátara, diocese que deu agasalho ao Papa desterrado, pôs-se a caminho de Constantinopla, com intuito de defender a causa de Silvério. Recebido pelo imperador Justiniano, fez-lhe a exposição clara dos fatos ocorridos, e mostrou-lhe a injustiça feita ao representante de Cristo. Justiniano ordenou que Silvério fosse imediatamente levado a Roma, e que a permanência na metrópole lhe fosse vedada só no caso de se provar o crime de alta traição. Belisário e o antipapa Virgílio souberam impossibilitar a volta de Silvério para Roma. Apoderaram-se dele e transportaram-no para a ilha Palmaria. Lá o sujeitaram a um tratamento indigno e sobremodo humilhante. Silvério, porém, ficou firme na justa resistência à tirania e usurpação. Longe de reconhecer a autoridade de Virgílio, excomungou-o e deu do exílio sábias leis à Igreja. Nunca se lhe ouviu uma palavra sequer de queixa contra os planos e desígnios de Deus. Ao contrário, no meio dos sofrimentos e provações, louvava e enaltecia a sabedoria e bondade da Divina Providência.Três anos passou Silvério no desterro. Liberato, historiador contemporâneo de Silvério, diz que o Santo Papa morreu de fome. A Igreja o considera mártir.




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Reflexões:
Em São Silvério temos um modelo de perfeito cumpridor dos deveres, que não se deixa demover do caminho da obrigação, embora lhe acarrete isso os maiores dissabores, sofrimentos, perseguição e a própria morte. São Silvério resistiu firme às injustiças e criminosas insinuações da imperatriz, sabendo que esse procedimento provocaria as iras da monarca, como de fato as provocou.

Não é uma imperatriz tirânica, contra cujas exigências devemos defender os nossos princípios cristãos e católicos. O respeito humano é um tirano, a que muitos covardemente se curvam, pondo de lado as obrigações e graves responsabilidades. Superiores há que não se animam a repreender os súditos, com fundado receio de atrair sobre si a justa censura das suas próprias faltas. Súditos há que, para não cair no desagrado dos amos, obedecem às ordens dos mesmos, embora com isso sejam obrigados a praticar grandes injustiças. Patrões fazem-se cúmplices dos vícios dos empregados não se achando com coragem de chamá-los à ordem, com medo destes deixarem o emprego ou fazerem mal o serviço. Para não aborrecer os filhos, pais há que lhes concedem toda a liberdade não havendo dúvida que assim concorrem para a infelicidade eterna deles. Às exigências as mais absurdas e escandalosas da moda cede-se com maior naturalidade embora contra isto se levantem em protesto a consciência, o bom senso e a moral cristã. Por toda a parte vemos novamente essas transigências fáceis, indignas sob todos os pontos de vista, reprováveis, à custa da virtude e do caráter. Sejamos observados do precioso conselho que São João nos dá nas seguintes palavras: “Filhinhos não ameis ao mundo, nem ao que há no mundo. Se alguém ama ao mundo, não há nele o amor do Pai. Porque tudo que há no mundo, é concupiscência da carne, concupiscência  dos olhos e soberba da vida, a qual não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa e também sua concupiscência”. (I. Jo. 2,  15 17).

Vide: http://www.paginaoriente.com/santos/silverio2006papa.htm e http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Silv%C3%A9rio.
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