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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O Cristo de Velásquez


Cristo parece imbuído de uma profunda paz, já tendo passado seu sofrimento. Seu corpo possui uma beleza destacada pelo fundo escuro da composição.

Sua cabeça coroada de espinhos, está tombada para a direita de seu corpo,  enquanto parte de seus cabelos escuros acompanham a mesma direção, cobrindo-lhe metade do rosto. Um lençol branco cinge-lhe uma pequena parte do corpo.

Os pés de Cristo encontram-se apoiados numa base de madeira, onde se encontram afixados com dois grossos cravos. O sangue escorre pelos dedos, pela base e atinge o madeiro. As mãos, também seguras por dois pregos, embebem a cruz com o sangue. Um ferimento abaixo do peito  e os ferimentos ocasionados pela coroa de espinhos respingam sangue pelo corpo.

Buscando maior naturalidade, no processo de execução da obra o pintor mudou a posição das pernas, que inicialmente eram paralelas, com as panturrilhas quase unidas, e atrasando o pé esquerdo dotou a figura de maior movimento, elevando o quadril em um contraposto clássico que faz cair o peso do corpo sobre a perna direita.


O semblante está caído sobre o peito deixando ver o suficiente de seus rasgos e características nobres.

Cristo aparece sujeito por quatro cravos, segundo as recomendações de Francisco Pacheco, mestre e sogro de Velázquez.

Diferentemente de outras obras sobre o mesmo tema, este Cristo Crucificado transmite mais serenidade do que dor.Seguramente Velázquez imaginou Cristo já morto, com seu sofrimento cessado.

O corpo esbelto, limpo e quase sem sangue nem escoriações não parece estar pendurado na cruz, mas aderido a ela, efeito que é reforçado pelo suporte sobre o qual os pés descansam separados, atravessados por enormes pregos.

O escasso sangue origina-se da coroa de espinhos, de uma pequena ferida do lado direito do peito e dos pregos usados para prender as mãos e os pés.

Numa tabuleta, na parte superior da cruz, está escrito “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”, por extenso, em três línguas: hebreu, latim e grego. Uma auréola de luz circunda a sua cabeça, como símbolo de sua divindade.

O pintor usou um modelo vivo e uma cruz verdadeira para criar sua obra.




Ficha técnicaAno: c. 1632
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 248 x 169 cm
Localização: Museu do Prado, Espanha, Madri
Fontes



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