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segunda-feira, 29 de julho de 2013

O que sobrou da Tradição?

Às favas com publicações semanais! A defesa da Fé tem urgência, e nesse caminhar dolorosíssimo é necessário parar, às vezes, para reavaliarmos as coisas e nós mesmos!!! Leia e entenderá! 

Parabéns ao autor pela coragem de ser franco, coisa raríssima no tradicionalismo à brasileira, no qual o "sim sim, não não", no fim, é apenas uma bela frase de efeito!



A Babel tradicionalista

A construção da torre de Babel
Hendrick III van Cleve

Ando lendo alguns comentários em certos sites, umas postagens de ditos católicos "tradicionalistas" pela internet, e tenho chegado a algumas conclusões, coisa boba, minha e de meus botões.

Primeiro, posso dizer que realmente não há muitos tradicionalistas no Brasil. Boa parte, infelizmente, é formada por um bando de revoltados que acharam uma causa que esteja próxima de suas aspirações políticas, entrando na lua não por conta de sua adesão ao Evangelho. Não por menos, na boca deste povo ressoa de forma suave e melosa os nomes de muitos autores, dentre os quais ainda não encontrei nenhum que tenha sido aprovado pela Igreja. De seus livros de cabeceira, poucos são de santos, para não dizer quase nenhum. De seus filósofos então, valha-nos Deus! Ah, e antes que venham com os ataques, um católico não é de esquerda nem de direita, já que isto é tolice, conversa para boi dormir. Um católico foi, é e sempre terá de ser a favor do reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo, seja numa monarquia, numa democracia ou numa aristocracia. Tudo que foge disso já está condenado pelos papas. Não existe Estado laico para um católico, nem liberdade para o erro. 


Bom, continuando, outra parte é formada por aqueles tradicionais encastelados, que estão tão acostumados a ficar presos em suas torres, vigiando "quem vem lá?", que se esqueceram de partir para o combate real. Tanto é, que eles não aparecem nos terços, não se dispõem a rezar contra o aborto em praça pública, nem a defender as causas do Evangelho em suas funções, enfim, o negócio desta parcela é a internet, ou seja, o "tradicionalista" deste gênero se basta, a luta pela Tradição se resume a ele. Parafraseando Napoleão, la Tradition, c'est moi! 
Outra parte, os legalistas - que Deus me livre deste povo! - andam tapando o sol com a peneira, fantasiando, floreando tudo que está acontecendo. Se não bastasse a imprudência em dizer que estávamos sobre a era da Restauração - loucura da qual hoje faço um mea culpa -, agora estes perderam a noção da realidade, chegando a elogiar erros que antes condenavam. Já concelebram "missas" novas, já mandam seus seminaristas para eventos que incensam o CVII, já até acham válido abrir mão de certas verdades para atingir objetivos maiores - para eles, claro! Deste tipo, os campos estão cheios, vous avez compris?

Outra parte, os acordistas, parecem não conhecer sequer a história do homem que possibilitou que ainda tivéssemos alguns resquícios da Tradição na Igreja, que defendeu de forma magnífica a Santa Missa. Dom Marcel Lefebvre, instrumento de Deus em uma era sombria, parece não ter sido muito claro em seus pronunciamentos, já que quase vimos, operada por seus filhos, a ruína da maior fortaleza em defesa da Tradição. Os poverellos quiseram misturar óleo com água, luz com escuridão.

Outra parte, os que chamarei de "indultários", é muda, mantém o silêncio mais profundo por medo de perder as missas Motu Proprio. Para eles, o padre pode falar que o pecado não ofende a Deus, pode se esquecer das orações do Missal, pode defender que podemos usar qualquer tipo de roupa na igreja - afinal, Deus está dentro do coração -, ou mesmo atacar a Tradição em suas homilias, pois ele sabe que, ao primeiro brado de protesto, basta ele ligar para o boníssimo bispo conciliar da diocese, tolerante, acolhedor, que ele acabará com a "protesto" em um minuto. Ou seja, por medo, estes correm o risco de perder a fé e ficam a mercê de todo tipo de chantagem psicológica. Infelizmente, desta parcela, fiz parte até ontem. 

Há também os grupos que idolatram seus líderes; os grupos elitistas, onde os pobres, se entrarem, terão de passar pela inquisição dos olhares; os grupos mistos, os grupos ursinhos carinhosos e os grupos bilu bilu tetéia.

Bom, de tudo isto, me pergunto atordoado: existem realmente grupos tradicionalistas no Brasil? Existem católicos de fato católicos no Brasil?

Sim, é claro que existem, mas estas ovelhas do redil do Senhor, operários árduos, combatentes valentes, estão vendo, e digo isto com o coração partido, a defesa da Tradição se despedaçar na Terra de Santa Cruz, justamente porque, ao que tudo indica, muitos não sabem nem ao menos pelo quê luta a Tradição. Ora, só defendemos o que amamos, só amamos o que conhecemos, logo, se não conhecemos a Tradição, como queremos fazer parte de sua defesa?

Assim, se esta babel à la tradition continuar, temo que logo teremos mais pessoas tocadas por nossos escândalos do que por nosso exemplo de combate pela Verdade. E, infelizmente, já não estamos tão longe disso! Aqui, ressalto, não falo de nossos pecados pessoais, coisa que todo homem, filho de Adão, está propício a cometer, mas falo de nosso modo de lutar, que por vezes gera pecados gravíssimos. 

Por isso, aos leitores que começaram a caminhar agora por esta vereda, fica uma dica: não se deixem levar pelo excesso, pela falta de caridade, nunca se contaminem com as opiniões pessoais sobre assuntos de fé ou das relações da Igreja e do Estado, não se deixem moldar por líderes de grupos, nunca se esqueçam que para ajudarmos o próximo, precisamos entrar em seus corações, que devemos ser justos, dar ao mal, o nome de mal, ao bem, o nome de bem. Por isso também, estudem os papas, especialmente São Gregório Magno, São Leão Magno, São Pio V, Leão XIII, Pio IX, São Pio X, Pio XI e Pio XII; estudem os santos, estudem a história da Igreja, o catecismo Romano, rezem o terço clamando a intercessão da Santíssima Virgem, se confessem, comunguem, e assim já estarão no caminho do Céu, combatendo pela Verdade e fugindo dos falsos pastores e das falsas doutrinas de nossos dias. Ah! E não se iludam com números, com grandes concentrações, com estatísticas, pois a fé é rara, e será que você, eu, todos nós somos dignos desta graça, de pertencer ao pequeno rebanho?


Viva o Papa! Viva a Igreja! Viva a Santíssima Virgem! Viva Dom Marcel!


P.S. Aos ofendidos recalcitrantes, que não entenderam ou que vestiram alguma carapuça, é simples resolver certos problemas, ou meditamos seriamente e humildemente em nossas atitudes, buscando corrigi-las para o bem de nossa alma, ou basta clicar em um botãozinho x que fica no canto direito da tela e nunca mais voltar.

Fonte: http://catolicosribeiraoarteehistoria.blogspot.com.br/2013/07/a-babel-tradicionalista_28.html.


Obs.: Para o Papa sempre "vivas!", mas o Pale não confunde as coisas. Para o Sucessor de Pedro todas as honras. Isso, Mons. Lefebvre o tinha bem claro!!! Francisco pode até ser Papa - isso só Deus sabe - mas ele não é católico. 

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