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terça-feira, 30 de abril de 2013

NEO-FSSPX: Ave Fenix

AVE FÉNIX


Encontré a un amigo muy contento. No es para menos. Acaba de ser confirmado en su tranquilidad y puede decirse a sí mismo: “Ya lo sabía, estoy del lado correcto”.

Mi amigo acaba de leer el último editorial del Padre Bouchacourt, titulado "¿UNA NUEVA ERA?".

Ni bien me ve me dice con aire satisfecho: “¿Qué van a decir ahora los que siempre critican? ¿Qué van a decir los ultras, los extremistas, los que se fueron por derecha? Nada ha cambiado en la Fraternidad y esto lo confirma. No hay nada para decir. El Padre Bouchacourt ha hablado claro, muy claro”.

Bueno –le dije, sin esperar a que recabara mi opinión y tal vez para no dejar que su discurso se agotara es vanas repeticiones-. Este Editorial está muy bien, cómo no. Pero…

-¿Pero qué? –preguntó un tanto impacientado.

-Me pregunto qué pasó con el cisne.

-¿Qué cisne?

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sobre a RCC - Protestantismo na Igreja Católica IX

A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA

Pe. Scott Gardner, FSSPX
Fruto do Concílio Vaticano II, Semente de Destruição.


Uma Comparação entre Ideias Carismáticas e a Doutrina Católica

Numa análise final, a ortodoxia de qualquer crença ou prática não depende tanto de como uma pessoa se sente a respeito, ou do que o padre, bispo e até mesmo o Papa (quando ensina apenas como um teólogo) diz a respeito, e sim da autoridade do Magistério perene da Igreja. O constante ensinamento de Papas e Concílios nesses quase 2000 anos de história da Igreja é que determina se uma crença particular é de fato Católica ou não. A negação desse fator básico pelos Católicos liberais é o motivo principal da crise na qual a Igreja se encontra mergulhada nos dias de hoje; portanto, não é de se admirar que encontremos os Carismáticos de hoje, sustentando crenças e práticas que há somente 50 anos atrás teriam lhes causado os maiores problemas com as autoridades da Igreja.

De modo a termos um claro panorama do que há de errado com a RCC, é necessário examinar seus princípios básicos à luz da Doutrina Católica. Apesar de estar muito além do objetivo dessa tese fazer uma análise teológica detalhada do movimento, vários pontos básicos serão levantados. Tais questões poderão ser aprofundadas posteriormente por teólogos competentes.

Embora a RCC seja um “grupo de grupinhos” vasto em número e intencionalmente impreciso do ponto de vista doutrinal, certos princípios específicos podem ser decodificados a partir da vasta literatura Carismática disponível. Esses princípios podem até não ser conscientemente apoiados por todos os Carismáticos em geral, mas eles podem ser frequentemente encontrados — explicitamente ou implicitamente — em seus escritos.


Autor: Scott Gardner, do Seminário São Tomás de Aquino, Winona, Minnesota — EUA — Publicado pela THE ANGELUS PRESS — Março de 1998.

  


ÍNDICE - CONTINUAÇÃO: 09/11/2013


São José, patrono da Igreja
livrai-A da RCC!


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sábado, 27 de abril de 2013

MEDITAÇÕES: A Caridade de Maria para com Deus

A Caridade de Maria para com Deus


Diz S. Alberto Magno: Quanto é grande a pureza, é também grande o amor. Quanto mais um coração é puro e vazio de si mesmo, tanto mais cheio é de caridade para com Deus. Assim Maria, sendo sumamente humilde e vazia de si, foi cheia do divino amor e nesse amor excedeu a todos os anjos e homens, como disse S. Bernardino de Sena. Com razão, a chama S. Francisco de Sales Rainha do amor.

1.  Deu o Senhor aos homens o preceito: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração (Mt 22,37)

Entretanto os homens, diz S. Tomás, não na terra, mas no céu, poderão cumpri-lo perfeitamente. Na opinião de S. Alberto Magno, semelhante preceito, por ninguém cumprido com perfeição, de certo modo teria sido indecoroso ao Senhor, que o decretou, se não houvesse existido sua Santa Mãe que o cumpriu perfeitamente. Tal pensamento é confirmado por Ricardo de S. Vítor: A mãe de nosso Emanuel em todo sentido praticou as virtudes com consumada perfeição. Quem como ela cumpriu o preceito de amar a Deus de todo o coração? Tão intenso era-lhe o incêndio do amor divino, que não restava lugar para a menor imperfeição. De tal modo o amor divino feriu a alma de Maria, observa S. Bernardo, que não lhe deixou parte alguma que não fosse ferida de amor. Deste modo, pois, cumpriu a Senhora perfeitamente o primeiro preceito divino. Bem podia dizer de si: O meu amado é para mim, e eu para ele (Ct 2,9). Até os serafins, exclama Ricardo, podiam descer do céu para aprender no coração de Maria a maneira de se amar a Deus.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Biografia: Dom Antônio de Castro Mayer

Em memória do 23º ano de sua ida ao Céu. 

Biografia de Dom Antônio de Castro Mayer

 

Dom Antônio de Castro Mayer, filho de João Mayer e de Francisca de Castro Mayer, nasceu aos 20 de junho de 1904, em Campinas, no Estado de São Paulo, Brasil. De família profundamente católica e numerosa (tinha 11 irmãos, dos quais duas religiosas), ainda não atingira a idade de 7 anos quando perdeu o pai, de origem alemã, da aldeia de Stettfeld na Baviera. Referindo-se a este dizia: De meu pai recebi o maior tesouro: a fé.


Com a idade de 12 anos, entra para o Seminário menor de Bom Jesus de Pirapora, dirigido pelos padres Premonstratenses. Em 1922, começa o Seminário Maior em São Paulo, e, por sua inteligência e bons resultados nos estudos, é enviado por Dom Duarte Leopoldo e Silva a Roma para completar seu curso eclesiástico na Universidade Gregoriana. No dia 30 de outubro de 1927, é ordenado sacerdote pelo Cardeal Basílio Pompilij, Vigário Geral de sua Santidade o Papa Pio XI. Pouco depois, recebe na Universidade Gregoriana o grau de doutor em teologia.
De volta ao Brasil, é nomeado professor do Seminário de São Paulo. Durante 13 anos, ensina Filosofia, História da Filosofia e Teologia Dogmática.
Em 1940, o Arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar de Affonseca e Silva, o nomeava assistente geral da Ação Católica, então em fase de organização.
Em 1941, é nomeado cônego catedrático do Cabido Metropolitano de São Paulo, com a dignidade de primeiro Tesoureiro. Pouco depois, torna-se Vigário Geral (1942).

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Meditação do Dia: Sobre os Lobos



É espantosa a quantidade de "católicos" tradicionalistas que simplesmente cerram seus ouvidos, estabelecem seus dogmas, dão tranquilamente as costas a verdade e, flertando com os lobos de todos os gêneros, continuam suas vidas como se tudo estivesse na mais perfeita normalidade, porque é mais conveniente. E assim aplacam suas consciências e fica mais fácil dormir. 

Não! Os fins não justificam os meios! Não! Não existem dois pesos e duas medidas! Graças a Deus a verdade não é uma questão de "opinião".

Tudo deve ser feito para maior glória de Deus e a salvação das almas. Catecismo básico da Doutrina Cristã.

Ave Maria Puríssima, Sem pecado Concebida! 

Carla d'Amore




PS: O post foi caridosamente republicado para sossegar a inquietação de alguns de nossos fiéis leitores que amavelmente se preocuparam com o número correto do capítulo do texto do livro de São Francisco de Sales.  

Espero que desta vez aproveitem o conteúdo da meditação e a leitura do livro como um todo, que pode ser encontrado no excelente e recomendado site Alexandria Católica.

Assim que o tempo me permitir, postarei mais meditações breves e interessantes.




MEDITAÇÕES: Dos Deveres de Estado


DOS DEVERES PARTICULARES DO PRÓPRIO ESTADO E DOS CONSELHOS EVANGÉLICOS

 

CAPÍTULO V


§ 1o - Dos deveres do próprio estado

506) Que vêm a ser os deveres do próprio estado?

Por deveres do próprio estado entendem-se aquelas obrigações particulares que cada um tem por causa do seu estado, da sua condição e da situação em que se acha.

507) Quem impôs aos diversos estados os seus deveres particulares?

Foi o mesmo Deus que impôs aos diversos estados os deveres particulares, porque estes derivam dos seus divinos Mandamentos.

508) Explicai-me com algum exemplo como os deveres particulares derivam dos Dez Mandamentos No quarto Mandamento, sob o nome de pai e mãe, entendem-se também todos os nossos superiores; assim deste Mandamento derivam todos os deveres de obediência, de amor e de respeito dos inferiores para com os seus superiores e todos os deveres de vigilância que têm os superiores sobre os seus inferiores.

509) De que Mandamentos derivam os deveres dos operários, dos comerciantes, dos administradores de bens alheios e outros semelhantes?

Os deveres de fidelidade, de sinceridade, de justiça, de eqüidade, que eles têm, derivam do sétimo, do oitavo e do décimo Mandamento, que proíbem toda a fraude, injustiça, negligência e duplicidade.

510) De que Mandamento derivam os deveres das pessoas consagradas a Deus?

Os deveres das pessoas consagradas a Deus derivam do segundo Mandamento, que manda cumprir os votos e as promessas feitas a Deus; visto como essas pessoas se obrigaram por esta forma à observância de todos ou de alguns conselhos evangélicos. 


§ 2o - Dos conselhos evangélicos

511) Que são os conselhos evangélicos?

Os conselhos evangélicos são alguns meios sugeridos por Jesus Cristo no santo Evangelho, para chegar à perfeição cristã.

512) Quais são os conselhos evangélicos?

Os conselhos evangélicos são: pobreza voluntária, castidade perpétua e obediência inteira, em tudo o que não seja pecado.

513) Para que servem os conselhos evangélicos?

Os conselhos evangélicos servem para facilitar a observância dos Mandamentos e para assegurar melhor a salvação eterna.

514) Por que os conselhos evangélicos facilitam a observância dos Mandamentos?

Os conselhos evangélicos facilitam a observância dos Mandamentos, porque nos ajudam a desapegar o coração do amor dos bens terrenos, dos prazeres e das honras, e assim nos afastam do pecado.

Catecismo de São Pio X

Visto na web. Não revisado pelo blog!

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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Sobre a RCC - Protestantismo na Igreja Católica VIII

A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA

Pe. Scott Gardner, FSSPX

Fruto do Concílio Vaticano II, Semente de Destruição.



O Desdobramento

Um outro desdobramento da árvore Carismática, que não podemos deixar passar despercebido é o fenômeno conhecido pelos seus seguidores como “Movimento Mariano” e pra quem está do lado de fora como “Aparição Mania”. Apesar de uma profunda avaliação desse aspecto não ser o objetivo desse artigo, os frutos maiores e mais venenosos deverão certamente ser demonstrados. Maiores considerações a respeito podem ser encontrados no livro de Michael Davis “Medjugorje — A Warning”.

Os Carismáticos sempre tiveram um lugar especial (mas não muito especial) para a Bem-aventurada Virgem, chamando-a de “a Primeira Carismática”, aquela que “concebeu pelo poder do Espírito Santo” e que “estava presente no Cenáculo quando os discípulos de Jesus ficaram cheios do Espírito Santo”.

Como muitos Carismáticos admitem, o Movimento Mariano estava começando a minguar por volta do início da década de 80. Mas de repente as assim chamadas aparições começaram a pipocar em diferentes locais no mundo inteiro e uma outra bem maior foi anunciada semanas antes do acontecimento num Encontro da RCC em Roma. Uma “profecia” foi proferida concernente a uma aparição que começaria dali a poucos dias nas Balcãs-Bósnia Herzegovina. Como foi prometido, Nossa Senhora teria aparecido na data marcada e desde então vem aparecendo quase que diariamente!

Obviamente que as supostas manifestações alegadas pelos Carismáticos e as supostas aparições reivindicadas pelos “videntes” de Medjugorje caem em duas categorias bem diferentes de fenômeno sobrenatural, mas a sobreposição entre os Carismáticos e os seguidores de Medjugorje é quase completa na descrição do autor do livro.

Os Carismáticos voam em bando para Medjugorje, apesar de a Igreja desencorajar tais peregrinações e apesar do julgamento do Bispo Diocesano, o qual declara que as supostas aparições não são autênticas de modo algum. Qualquer um deveria chegar à conclusão que um “espírito” que os leva a desobedecer a uma proibição explícita de Roma, bem como uma “Nossa Senhora” que leva os franciscanos encarregados da paróquia de Medjugorje, a menosprezarem as censuras de seu Bispo Diocesano por causa de suas atitudes pecaminosas, de forma alguma pode vir de Deus. Mas infelizmente, enquanto os “rosários” e outros souvenires continuarem se convertendo em ouro, ninguém parece estar muito preocupado com essas questões.

Ali “Nossa Senhora” supostamente estaria dando mensagens periódicas ao mundo. Mensagens que por mais estranho que pareça, são muito parecidas com as profecias proferidas pelos Carismáticos em seus grupos de oração. O conteúdo, nem precisamos mencionar, fica ao nível do primeiro grau de uma escola de Catecismo e o estilo normalmente é uma mistura de caráter sentimental. Mais abaixo apresentamos um paralelo entre dois exemplos:


Profecia Carismática:

“Meu povo, Eu coloquei o meu louvor em seus lábios. Ponham o meu louvor em cada situação de suas vidas e eu lhes mostrarei o poder do meu louvor, diz o Senhor! Meu povo, deem as costas para o mal, venham até mim. estejam no mundo, mas não sejam do mundo, honrem o Meu Filho e Eu lhes darei paz e contentamento, diz o Senhor! Mesmo se uma mulher esquecesse o filho que ela gerou, eu não me esqueceria de vocês. Seu nome está escrito na palma de minha mão, diz o Senhor. Tragam-me os doentes, e eu os curarei, suas preocupações, e eu as dispersarei, seus fardos e eu os carregarei. Meu povo, eu quero vos libertar, diz o Senhor”. (Livro: O Carisma da Profecia — Andy O’Neill)

Mensagem de Medjugorje de 9 de maio de 1985:

Caros filhinhos! Vocês não sabem quantas graças Deus está derramando sobre vocês nesses dias em que o Espírito santo está agindo de modo especial. Vocês não querem avançar. Seus corações estão voltados para as coisas terrenas e vocês se mantêm ocupados por elas. Voltem seus corações para a oração e peçam para que o Espírito Santo seja derramado sobre vocês. Obrigado por terem respondido ao meu chamado. (Fr. René Laurentin — As Aparições de Medjugorje continuam).

As mentiras, o engano, a desobediência e o escândalo aberto por parte de membros do clero, que envolvem essa suposta aparição, deveriam ser sinais mais do que suficientes para convencer qualquer um de sua falsidade. A proibição de Roma no tocante às peregrinações e a decisão do Bispo diocesano sobre a autenticidade do fenômeno tem mantido os Católicos obedientes afastados de toda essa confusão. Mas ainda assim o povo vai em massa, aos milhares por ano, por causa dos chamados “bons frutos”, ou seja, as assim chamadas conversões, curas, milagres do sol etc..

A Fé Católica sempre ensinou que verdade e erro não se misturam, nem bem com o mal, nem verdade com falsidade. Como já foi dito antes, Satanás não se importa de maneira alguma se as pessoas resolvem seguir essa ou aquela peregrinação, orar mais e até se sentirem mais tocadas emocionalmente em relação a Deus ou à Virgem Maria, pelo contrário, ele até ajuda com os bilhetes do avião, desde que tudo isso contribua de algum modo para levá-los direto para o inferno no final das contas.


Autor: Scott Gardner, do Seminário São Tomás de Aquino, Winona, Minnesota — EUA — Publicado pela THE ANGELUS PRESS — Março de 1998.

FONTE: http://permanencia.org.br/drupal/node/2235
  




São José, patrono da Igreja
livrai-A da RCC!

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domingo, 21 de abril de 2013

MENZINGEN: CARTA AOS AMIGOS E BENFEITORES N. 80

OPERAÇÃO MEMÓRIA. Publico a última carta aos amigos e benfeitores, de dom Fellay, veículo de auto-incensação. Volto depois para comentar, porque, agora, estou sem tempo, como devem ter observado. Texto extraído do site da (Neo)FSSPX no Brasil:

Carta aos Amigos e Benfeitores nº 80

 

Dom FellayQueridos amigos e benfeitores,

Faz muito tempo que esta carta era esperada, e é com alegria, neste tempo pascal, que queríamos fazer um balanço e expor algumas reflexões sobre a situação da Igreja.

Como sabem, a Fraternidade encontrou-se numa delicada posição durante grande parte do ano 2012, em razão do último movimento feito por Bento XVI que procurava normalizar nossa situação. As dificuldades provinham, por um lado, das exigências que acompanhavam a proposição romana – as quais não pudemos e não  poderemos nunca subscrever – e, por outro, de uma falta de clareza da parte da Santa Sé que não permitia conhecer exatamente a vontade do Santo Padre, nem saber o que estava disposto a nos conceder. O problema causado por essa incerteza se dissipou desde 13 de junho de 2012, com uma confirmação em 30 do mesmo mês, mediante uma carta do próprio Bento XVI a manifestar claramente e sem ambiguidades as condições que nos eram impostas para uma normalização canônica.

Estas condições são de ordem doutrinal. Recaem sobre a aceitação total do Concílio Vaticano II e da missa de Paulo VI. Portanto, como escreveu Dom Augustine Di Noia, vice-presidente da Comissão Ecclesia Dei, em uma carta dirigida aos membros da Fraternidade São Pio X em fins do ano passado, no plano doutrinal permanecemos no ponto de partida, tal como estava nos anos 70. Lamentavelmente não podemos fazer mais do que subscrever a essa comprovação das autoridades romanas e reconhecer a atualidade da análise de Dom Lefebvre, fundador de nossa Fraternidade, que não variou nas décadas seguintes ao Concílio até a sua morte. Sua justíssima percepção, ao mesmo tempo teológica e prática, continua vigendo, cinquenta anos depois do início do Concílio.

Desejamos recordar essa análise que a Fraternidade São Pio X sempre fez sua e que permanece sendo o fio condutor de sua posição doutrinal e de sua ação: reconhecendo que a crise que sacode a Igreja também tem causas externas, o próprio Concílio é o agente principal de sua autodestruição.

Em fins do Concílio, Dom Lefebvre expôs ao Cardeal Alfredo Ottaviani, em carta datada de 20 de dezembro de 1966, os danos causados pelo Concílio a toda a Igreja. Eu já a citava na Carta aos amigos e benfeitores nº 68, de 29 de setembro de 2005. É conveniente reler hoje em dia algumas passagens:

“Enquanto o Concílio se preparava para projetar um raio luminoso sobre o mundo de hoje caso houvessem sido utilizados os esquemas preparados, nos quais se encontrava uma profissão solene da doutrina segura em face dos problemas modernos, pode-se e deve-se desgraçadamente afirmar:

“Que de maneira quase geral, quando o Concílio inovou, fez balançar a certeza das verdades ensinadas pelo Magistério autêntico da Igreja como pertencentes definitivamente ao tesouro da Tradição.

“Quer se trate da transmissão da jurisdição dos bispos, das duas fontes da Revelação, da inspiração da Escritura, da necessidade da graça para a justificação, da necessidade do batismo católico, da vida da graça nos hereges, cismáticos e pagãos, dos fins do matrimônio, da liberdade religiosa, dos novíssimos, etc. Sobre esses pontos fundamentais a doutrina tradicional era clara e ensinada unanimemente nas universidades católicas. Ora, numerosos textos do Concílio acerca dessas verdades permitem que agora se duvide. 

Dom Marcel Lefebvre
Dom Marcel Lefebvre
“As consequências foram rapidamente extraídas e aplicadas na vida da Igreja:

“– As dúvidas sobre a necessidade da Igreja e dos sacramentos implicam o desaparecimento das vocações sacerdotais.

“– As dúvidas sobre a necessidade e a natureza da conversão de toda alma implicam o desaparecimento das vocações religiosas, a ruína da espiritualidade tradicional nos noviciados e a inutilidade das missões.

“– As dúvidas sobre a legitimidade da autoridade e a exigência da obediência provocadas pela exaltação da dignidade humana, da autonomia da consciência e da liberdade, comovem todas as sociedades, começando pela Igreja, as congregações religiosas, as dioceses, a sociedade civil e a família.

“– O orgulho tem por consequência natural todas as concupiscências dos olhos e da carne. Talvez uma das comprovações mais horríveis da nossa época é ver a que degradação moral chegou a maior parte das publicações católicas. Fala-se sem nenhum pudor da sexualidade, da limitação dos nascimentos por todos os meios, da legitimidade do divórcio, da educação mista, do namoro, das boates como meios necessários para a educação cristã, para o celibato sacerdotal, etc.

“– As dúvidas sobre a necessidade da graça para a salvação provocam o menosprezo do batismo, atualmente relegado para mais tarde, e o abandono do sacramento da penitência. Ademais, trata-se sobretudo de uma atitude dos sacerdotes, não dos fiéis. O mesmo sucede com a presença real: são os sacerdotes os que agem como se já não cressem, escondendo o Santíssimo Sacramento, suprimindo todas as manifestações de respeito com o Santíssimo e todas as cerimônias em sua honra.

“– As dúvidas sobre a necessidade da Igreja como única arca de salvação, sobre a Igreja católica como a única verdadeira religião, provenientes das declarações sobre o ecumenismo e a liberdade religiosa, destroem a autoridade do Magistério da Igreja. Com efeito, Roma já não é a Mestra da Verdade única e necessária.

“Consequentemente, movido pelos fatos, é preciso concluir que o Concílio favoreceu de maneira inconcebível a difusão dos erros liberais. A fé, a moral e a disciplina cristã são abaladas em seus fundamentos, assim como predisseram todos os Papas.

“A destruição da Igreja avança a passos largos. Graças a uma desmedida autoridade concedida às conferências dos bispos, o Sumo Pontífice atou os próprios pés e as próprias mãos. Quantos exemplos dolorosos num só ano! Não obstante, o Sucessor de Pedro, e somente o Sucessor de Pedro, pode salvar a Igreja.

Dom Antonio de Castro Mayer
Dom Antonio de Castro Mayer
“Que o Santo Padre se rodeie de vigorosos defensores da fé; que ele os nomeie para as dioceses importantes. Queira por meio de importantes documentos proclamar a fé, perseguir o erro, sem temer as contradições, sem temer os cismas, sem temer desafiar as disposições pastorais do Concílio.

“Queira o Santo Padre encorajar os bispos a recuperar a fé e a moral individualmente, cada um em suas respectivas dioceses, como convém a todo bom pastor; sustentar os bispos valentes, incitá-los a reformar seus seminários, a restaurar os estudos segundo Santo Tomás; incitar os superiores gerais a manter nos noviciados e nas comunidades os princípios fundamentais de toda a ascese cristã, sobretudo a obediência; fomentar o desenvolvimento das escolas católicas, a impressa de boa doutrina, as associações de famílias cristãs; enfim, repreender os fautores de erros e reduzi-los ao silêncio. As alocuções das quartas-feiras não podem substituir as encíclicas, as diretivas e as cartas aos bispos.

“Sem dúvida estou sendo demasiado temerário ao expressar-me desta maneira. Porém, componho estas linhas movido por um amor ardente, amor pela glória de Deus, amor por Jesus Cristo, amor por Maria, por sua Igreja, pelo Sucessor de Pedro, bispo de Roma, Vigário de Jesus Cristo.”

Em 21 de novembro de 1974, depois da visita apostólica feita ao seminário de Ecône, Dom Lefebvre julgou necessário resumir sua posição na célebre declaração que terá como consequência, alguns meses mais tarde, na injusta supressão canônica da Fraternidade São Pio X, que nosso fundador e seus sucessores sempre consideraram nula. Esse texto capital se abria com esta profissão de fé, que é a de todos os membros da Fraternidade:

“Aderimos de todo o coração e com toda a nossa alma à Roma católica, guardiã da fé católica e das tradições necessárias para manter essa fé; à Roma eterna, mestra da sabedoria e da verdade.

“Rejeitamos, ao contrário, e temos sempre rejeitado, seguir a Roma de tendência neomodernista e neoprotestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II e, depois do Concílio, em todas as reformas que dele saíram.

“Todas essas reformas, de fato, contribuíram e contribuem ainda para a demolição da Igreja, para a ruína do sacerdócio, para a aniquilação do Sacrifício e dos sacramentos, para o desaparecimento da vida religiosa, para um ensino naturalista e teillardiano nas universidades, nos seminários, na catequese; ensino saído do liberalismo e do protestantismo condenados repetidas vezes pelo magistério solene da Igreja.”

E esta declaração concluía com as seguintes linhas:

“A única atitude de fidelidade à Igreja e à doutrina católica, para nossa salvação, é a rejeição categórica da aceitação da reforma.

“Por isso, sem nenhuma rebelião, sem nenhuma amargura, sem nenhum ressentimento, prosseguimos nossa obra de formação sacerdotal sob a égide do magistério de sempre, persuadidos de que não podemos prestar maior serviço à Santa Igreja católica, ao Sumo Pontífice e às gerações futuras.”

Em 1983, recordando o sentido do combate pela Tradição, Dom Lefebvre dirigia um manifesto episcopal a João Paulo II, assinado junto com Dom Antônio de Castro Mayer, no qual denunciava uma vez mais a devastação causada pelas reformas pós-conciliares e o espírito nefasto que se difundiu por todas as partes. Sublinhava em particular os pontos seguintes em relação ao falso ecumenismo, à colegialidade, à liberdade religiosa, ao poder do papa e à nova missa:

- O falso ecumenismo:

“Este ecumenismo também é contrário aos ensinamentos de Pio XI na encíclica Mortalium animos: sobre esse particular é oportuno expor e rejeitar certa opinião falsa, que está na raiz deste problema e deste complexo movimento pelo qual os não-católicos se esforçam por realizar a união das igrejas cristãs. Os que aderem a essa opinião citam constantemente as palavras de Cristo: ‘Que sejam um… e não haja mais que um só rebanho e um só pastor’ (Jo 17,21 e 10,16) e pretendem que por essas palavras Cristo manifesta um desejo ou uma prece que nunca se fez realidade. Pretendem de fato que a unidade da fé e de governo, que é uma das notas da verdadeira Igreja de Cristo, praticamente até hoje nunca existiu e atualmente não existe.

“Este ecumenismo, condenado pela moral e pelo direito católicos, chega a permitir a recepção dos sacramentos da penitência, da eucaristia e da extrema-unção das mãos de ‘ministros não-católicos’ (Cânon 844 N. C.) e favorece a ‘hospitalidade ecumênica’ autorizando os ministros católicos a dar o sacramento da eucaristia aos não-católicos.”

- A colegialidade:

“A doutrina já sugerida pelo documento Lumen gentium do Concílio Vaticano II será retomada explícitamente pelo novo Direito Canônico (Cân. 336); doutrina segundo a qual o colégio dos bispos junto com o Papa goza igualmente do poder supremo na Igreja e isso de um modo habitual e constante.
“A doutrina do duplo poder supremo é contrária ao ensino e à prática do magistério da Igreja, especialmente do Concílio Vaticano I (DZ. 3055), e da encíclica de Leão XIII Satis cognitum. Só o Papa goza do supremo poder, que ele comunica na medida que julga oportuno e em circunstâncias extraordinárias.

“A esse grave erro está ligada a orientação democrática da Igreja: os poderes residiriam no ‘povo de Deus’, tal como é definido no novo Direito. Esse erro jansenista foi condenado pela Bula Auctorem fidei de Pio VI (DZ. 2602).”

Pio IX
Pio IX
- A liberdade religiosa:

“A declaração Dignitatis humanae do Concílio Vaticano II afirma a existência de um falso direito natural do homem em matéria religiosa, contrariamente aos ensinos pontifícios, que negam formalmente semelhante blasfêmia.

“Assim, Pio IX na encíclica Quanta cura e no Syllabus, Leão XIII em suas encíclicas Libertas praestantissimum e Immortale Dei, Pio XII em sua alocução Ci Riesce aos juristas católicos italianos, negam que a razão e a revelação fundamentem tal direito.

“O Vaticano II crê e professa, de maneira universal, que ‘a verdade não pode impor-se senão pela força própria da verdade’, o que se opõe formalmente aos ensinamentos de Pio VI contra os jansenistas do conciliábulo de Pistoia (DZ. 2604). O Concílio chega ao absurdo de afirmar o direito de não aderir e de não seguir a verdade, de obrigar os governos civis a não discriminar por motivos religiosos, estabelecendo a igualdade jurídica entre as falsas e a verdadeira religião. (…)

“As consequências do reconhecimento por parte do Concílio desse falso direito do homem destrói os fundamentos do reinado social de Nosso Senhor, abala a autoridade e o poder da Igreja em sua missão de fazer reinar Nosso Senhor nos espíritos e nos corações, levando adiante o combate contra as forças satânicas que subjugam as almas. Esse espírito missionário será acusado de proselitismo exagerado.

“A neutralidade dos Estados em matéria religiosa é injuriosa para Nosso Senhor e para a sua Igreja, quando se trata de Estados com maioria católica.”

- O poder do Papa:

“É certo que o poder do Papa na Igreja é um poder supremo, mas não pode ser absoluto e sem limites, porquanto está subordinado ao poder divino, que se expressa na Tradição, na Sagrada Escritura e nas definições já promulgados pelo magistério eclesiástico (DZ. 3116).

“O poder do Papa está subordinado e limitado pelo fim para o qual seu poder lhe foi dado. Esse fim foi claramente definido pelo Papa Pio IX na Constituição Pastor aeternus do Concílio Vaticano I (DZ. 3070). Seria um abuso de poder intolerável modificar a constituição da Igreja e pretender invocar o direito humano contra o direito divino, como na liberdade religiosa, como na hospitalidade eucarística autorizada pelo novo Direito, como na afirmação dos dois poderes supremos na Igreja.

“Está claro que nesses casos e em outros semelhantes é dever de todo clérigo e fiel católico resistir e recusar obediência. A obediência cega é um contrassenso e ninguém está isento de responsabilidade por ter obedecido aos homens mais que a Deus (DZ. 3116); e essa resistência deve ser pública se o mal é público e é um objeto de escândalo para as almas (Suma teológica, II-II, 33, 4).

“Esses são princípios elementares de moral, que regulam as relações dos sujeitos com todas as autoridades legítimas.

“Essa resistência encontra, ademais, uma confirmação no fato de que atualmente são castigados os que se aferram firmemente à Tradição e à fé católica, e que aqueles que professam doutrinas heterodoxas ou realizam verdadeiros sacrilégios não são inquietados de modo algum. Essa é a lógica do abuso de poder.”

- A missa nova:

“Em oposição aos ensinos do Concílio de Trento, em sua sessão XXII, em oposição à encíclica Mediator Dei de Pio XII, exagerou-se o lugar dos fiéis na participação na missa e se diminuiu o lugar do sacerdote, convertido em simples presidente. Exagerou-se o lugar da liturgia da palavra e se diminuiu o lugar do sacrifício propiciatório. Exaltou-se a refeição comunitária e se impôs a laicização, à custa do respeito e da fé na presença real pela transubstanciação.”

“Suprimindo-se a língua sagrada, pluralizaram-se ao infinito os ritos, profanando-os com contribuições mundanas ou pagãs, e se difundiram falsas traduções à custa da verdadeira fé e da verdadeira piedade dos fiéis.”

Em 1986, a propósito do encontro inter-religioso de Assis, que constituía um escândalo inaudito na Igreja católica e principalmente uma violação do primeiro de todos os mandamentos – “adorarás a um só Deus” –, durante o qual se viu o Vigário de Cristo convidar os representantes de todas as religiões a invocarem seus falsos deuses, Dom Lefebvre protestou veementemente. Dirá inclusive ter visto nesse acontecimento insuportável para todo coração católico um dos sinais que havia pedido ao Céu antes de poder proceder às consagrações episcopais.

Padre Schmidberger
Padre Schmidberger
Na Carta aos Amigos e Benfeitores nº 40, de 2 de fevereiro de 1991, o Padre Franz Schmidberger, segundo Superior geral da Fraternidade São Pio X, retomou o conjunto da questão e recordou a posição católica em um pequeno compêndio dos erros contemporâneos opostos à fé. E nós pedimos a alguns sacerdotes que resumissem numa espécie de vade-mécum o conjunto desses pontos em diversos escritos depois publicados, um dos quais é o notável Catecismo católico da crise na Igreja do Padre Matthias Gaudron.

Atualmente, seguindo a mesma linha, não podemos fazer outra coisa senão repetir o que afirmaram Dom Lefebvre e depois dele o P. Schmidberger. Todos os erros que denunciaram, nós os denunciamos. Suplicamos ao Céu e às autoridades da Igreja, em particular ao novo Sumo Pontífice, o Papa Francisco, Vigário de Cristo, sucessor de Pedro, que não deixem que as almas se percam por não receber mais a sã doutrina, o depósito revelado, a fé, sem a qual ninguém pode salvar-se e agradar a Deus.

De que serve dedicar-se aos homens enquanto se oculta deles o essencial, o fim e o sentido de suas vidas, e a gravidade do pecado que os afasta daquilo? A caridade pelos pobres, pelos mais desfavorecidos, pelos relegados, pelos enfermos sempre foi uma verdadeira preocupação da Igreja, e não se deve prescindir disso; mas se isso se reduz à pura filantropia e ao antropocentrismo, então a Igreja já não cumpre sua missão, não conduz as almas a Deus, o que não pode ser feito realmente senão pelos meios sobrenaturais, a fé, a esperança, a caridade, a graça; e, portanto, denunciando todo o oposto: os erros contra a fé e contra a moral. Porque se os homens pecam pela falta dessa denúncia, condenam-se para toda a eternidade. A razão de ser da Igreja é salvá-los e fazê-los evitar a desgraça de sua eterna condenação.

Evidentemente, isso não será do agrado do mundo, que então se voltará contra a Igreja, frequentemente com violência, como nos mostra a história.

Estamos, pois, na Páscoa de 2013 e a situação da Igreja continua praticamente sem mudanças. As palavras de Dom Lefebvre têm um acento profético. Tudo se verificou e tudo continua para grande desgraça das almas que já não escutam de seus pastores a mensagem de salvação.

Sem deixar-nos esmagar, seja pela duração dessa terrível crise, seja pela quantidade de prelados e de bispos que prosseguem a autodestruição da Igreja, como o reconhecia Paulo VI, continuamos proclamando, na medida de nossos meios, que a Igreja não pode mudar seus dogmas nem sua moral. Porque não se tocam suas veneráveis instituições sem provocar um verdadeiro desastre. Se certas modificações acidentais que recaem sobre a forma exterior devem ser feitas – como se produz em todas as instituições humanas –, elas não podem ser feitas em nenhum caso em oposição aos princípios que guiaram a Igreja em todos os séculos precedentes.

S. JoséA consagração a São José, decidida pelo Capítulo geral de julho de 2012, sucede justamente neste momento decisivo. Por que São José? Porque é o Patrono da Igreja católica. Ele continua tendo para com o Corpo místico o papel que Deus Pai lhe confiou com relação ao seu divino Filho. Sendo Cristo o chefe da Igreja, cabeça do Corpo místico, daí segue que aquele que tinha o cargo de proteger o Messias, o Filho de Deus feito homem, veja estender-se sua missão a todo o Corpo místico.

Assim como seu papel foi muito discreto e em grande parte oculto – mas ao mesmo tempo perfeitamente eficaz –, assim também esta função protetora – igualmente eficaz para a Igreja – se realiza hoje em dia com grande discrição. Só com o passar dos séculos é que se foi manifestado mais e mais clara a devoção a São José. Um dos maiores santos, um dos mais discretos. Seguindo a Pio IX, que o declarou Patrono de toda a Igreja, sobre os passos de Leão XIII, que confirmou esse papel e inaugurou a magnífica Oração a São José, Patrono da Igreja universal – que nós rezamos todos os dias na Fraternidade –, seguindo a São Pio X, que professava uma devoção especial por São José, cujo nome levava, queremos fazer nossas, neste momento dramático da história da Igreja, essa devoção e esse patrocínio.

Queridos amigos e benfeitores da Fraternidade São Pio X, eu os abençoo de todo o coração, expressando-lhes minha gratidão por suas orações e sua generosidade em favor da obra de restauração da Igreja iniciada por Dom Lefebvre. Mais ainda, peço a São José que lhes obtenha as graças divinas que suas famílias necessitam para permanecerem fiéis à Tradição católica.

+ Bernard Fellay
 
 

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sábado, 20 de abril de 2013

História de conversão VI: A Nossa Senhora do hebreu Ratisbonne

20 de janeiro 1842: aparição de Nossa Senhora do Milagre ao hebreu Ratisbonne. A felicidade da despretensão, da pureza e da admiração


Igreja onde aconteceu o milagre
A poucas quadras da famosa Piazza di Spagna, bem no centro históirco de Roma, e ao lado da sede da Congregação para a Evangelização dos Povos, encontra-se a igreja Sant'Andrea delle Frate.
Neste santuário deu-se um fato extraordinário: Nossa Senhora apareceu a um rico e famoso judeu, Afonso Ratisbonne, o qual portava uma Medalha Milagrosa não por devoção, convertendo-o a Cristo.

No altar em que a Virgem Santíssima (la Madonna) lhe apareceu, havia um quadro de São Miguel Arcanjo golpeando o demônio, que pode ser apreciado ainda hoje, mas em outro local da igreja.

Foi neste mesmo altar da Aparição que São Maximiliano Kolbe, falecido no tristemente famoso campo de concentração nazista de Auschwitz, celebrou sua primeira Missa no dia 29-4-1919.

O quadro da Madonna del Miracolo (Nossa Senhora do Milagre) aparece com a fronte encimada por uma coroa e por um resplendor em forma de círculo de 12 estrelas.


Nossa Senhora do Milagre, igreja de Sant'Andrea delle Frate, Roma, detalhe
Nossa Senhora do Milagre,
igreja de Sant'Andrea delle Frate, Roma

A fisionomia é discretamente sorridente, com o olhar voltado para quem estiver ajoelhado diante d’Ela. Muito afável, mas ao mesmo tempo muito régia.

Pelo porte, dá impressão de uma pessoa alta, esguia sem ser magra, muito bem proporcionada e com algo de imponderável da consciência de sua própria dignidade.

Veja vídeo
VIDEO: Na. Sra. do Milagre
Tem-se a impressão de uma rainha, muito menos pela coroa do que pelo todo d’Ela, pelo misto de grandeza e de misericórdia.

A pessoa que a contempla tende a ficar apaziguada, serenada, tranqüilizada, como quem sente acalmadas as suas más paixões em agitação.


A meu ver o elemento mais tocante desta imagem é este aspecto apaziguador. Como se Ela dissesse:


“Meu filho, Eu arranjo tudo, não se atormente, estou aqui ouvindo a você que precisa de tudo, mas Eu posso tudo, e o Meu desejo é de dar-lhe tudo. Portanto, não tenha dúvida, espere mais um pouco, mas atendê-lo-ei abundantemente. Eu para você não tenho reservas, não tenho recusas, não tenho nem recriminações pelos seus pecados. Eu lhe estou olhando num estado de alma, numa disposição de ânimo, por onde você de Mim consegue tudo o que você pedir, e muito mais ainda”.

A pintura tem um certo ar de mistério, mas um mistério suave e diáfano. Seria como o mistério de um dia com um céu muito azul, em que se pergunta o que haverá para além do azul.

Mas não é um mistério carregado, é um mistério que fica por detrás do azul e não por detrás das nuvens. Um mistério como quem diz o seguinte:


Imagem do arcanjo São Miguel que estava no altar do milagre
Imagem do arcanjo São Miguel
que estava no altar do milagre
“Se você conhecesse o dom de Deus, se você soubesse quanta coisa Eu tenho para lhe dar, e que maravilhas há em Mim, aí é que você compreenderia. Eu estou notando essas maravilhas e transbordo do desejo de as dar a você. Como você compreenderia bem o que Eu sou se você quisesse abrir os olhos para essas maravilhas”.

E esse apaziguamento que Ela comunica é uma espécie de primeiro passo para a pessoa que queira se deixar maravilhar, para a pessoa, recebendo esta misteriosa ação da graça, começar a admirar e procurar perguntar o que há nEla, o que Ela está exprimindo, o que Ela diz.

Diante deste altar ocorreu, no dia 20 de janeiro de 1842, a miraculosa conversão ao catolicismo do judeu Afonso Ratisbonne

Notem a impressão de pureza que o quadro transmite. Ele comunica algo do prazer de ser puro, fazendo compreender que a felicidade não está na impureza, ao invés do que muita gente pensa. É o contrário.

Possuindo verdadeiramente a pureza, compreende-se a inefável felicidade que ela concede, perto da qual toda a pseudo felicidade da impureza é lixo, tormento e aflição.

Notem também a humildade. Ela revela uma atitude de rainha, mas fazendo abstração de toda superioridade sobre a pessoa que reza diante d’Ela.

Trata a pessoa como se tivesse proporção com Ela; quando nenhum de nós tem essa proporção, nem mesmo os santos.

Entretanto, se aparecesse Nosso Senhor Jesus Cristo, Ela ajoelhar-se-ia para adorar Aquele que é infinitamente mais. Ela tem a felicidade inefável da despretensão e da pureza.

Diante de um mundo que o demônio vai arrastando para o mal, pelo prazer da impureza e do orgulho, a Madonna del Miracolo comunica-nos esse prazer da despretensão e da pureza.

É um chamar a Si suavissimamente, sem pito nem recriminação, mas como quem diz:


“Meu filho, você se lembra dos tempos primitivos de sua inocência? Você não se lembra antes de você ter pecado como você era? Você não se lembra que havia coisas dessas em você? Eu lhe ofereço isso. Eu o restauro! Abra-se para Mim, olhe para Mim. Eu lhe dou isso. Venha! No caminho que conduz a Mim só existe perdão, bondade e atração. Venha logo!”

Não é difícil a gente estabelecer uma relação desses traços apresentados aqui não no aspecto militante de Nossa Senhora enquanto esmaga a cabeça da serpente, mas no seu aspecto materno, enquanto Ela procura tirar – pelo sorriso – das garras da impiedade, aqueles que o materialismo e a sensualidade moderna vão vitimando.

E, dessa maneira, fazendo uma altíssima obra de em entido contrário, i. é, de conversão para a Igreja Católica em toda sua beleza hierárquica e sacral.

É ou não é verdade que o espírito que se deixa impressionar por essa imagem, que se deixa influenciar por essa imagem, fica sumamente propício à admiração?
Busto do ebreo Ratisbonne, convertido e tornado sacerdote
Busto do ebreo Ratisbonne,
convertido e tornado sacerdote

Fica sumamente propício a admirar a hierarquia das coisas mais altas sobre ele, sumamente propício – pela sua própria dignidade – a querer que todas as coisas abaixo dele estejam em hierarquia também?

Debaixo desse ponto de vista,o quadro é de altíssima expressão quanto a um dos aspectos de Nossa Senhora: sua permanente ação contra a revolta igualitária e sensual, até chegar o fim do mundo.

Isso seria um pouco de comentários com alguma vantagem para nossas almas.

Pelo menos, talvez essa: explicar um pouco aos mais jovens como analisar uma imagem, o que procurar quando se vê uma imagem, qual é o bom efeito que ela pode produzir em nós, e o estado de alma que uma imagem – simplesmente por existir – pode comunicar às nossas almas.


(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, 20 de janeiro de 1976. Sem revisão do autor. pliniocorreadeoliveira.info)


Video: a igreja da aparição






Visto em: http://luzesdeesperanca.blogspot.com.br/2013/01/20-de-janeiro-1842-aparicao-de-nossa.html

VIDE TAMBÉM: Histórias de Conversão I: Afonso Maria Ratisbonne 


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