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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Enfim, comento...

COMENTANDO UM NADA "IMPORTANTE" MAS DESASTROSO COMUNICADO


Até para "sossegar" os Maretboys que, além de prestigiar meu blog, deixam comentários que bem mostram por quem são dirigidos espiritualmente, de imediato explico o por quê da demora. 

Em primeiro lugar porque, justa que sou, quis dar ao padre o benefício da dúvida, porque me pareceu que ele escreveu aquele "importante" comunicado meio sem pensar, meio sem tomar os costumeiros cuidados de que se cerca, talvez impulsionado por algum de seus rapazolas (os Maretboys) mais esquentados e pouco providos de juízo e ponderação. Assim, trocamos, o padre e eu, alguns emails que serviram para confirmar as minhas suspeitas e motivar-me a intensificar as orações em prol de seu pronto restabelecimento, uma vez que, apesar de conhecer bem as virtudes, tem certa dificuldade em praticá-las. Veremos a seguir do que falo. 

Em segundo lugar porque meu caro e ajuizado marido aconselhou-me a deixar prá lá essas tolices que o pobre padre escreveu, até porque isso só serviria a lhe dar mais ibope, que é o que ele busca: mostrar aos superiores o quanto é obediente e proativo! Meu bom marido aconselhou, não ordenou; se o tivesse feito, eu obedeceria de pronto e não comentaria nada. Portanto, eu precisava avaliar os prós e os contras da necessidade de restabelecer a verdade que foi vitimada pelo padre, consciente ou inconscientemente. E sem me deixar influenciar pelas marolas que seus dirigidos têm provocado na Net.
 
Antes, a anedota das três peneiras, supostamente de Sócrates:
Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
- Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
- Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
- Três peneiras? Que queres dizer?
- Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE [se o fato é verdadeiro e se o presenciaste, ou foi alguém que te contou]. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
- A segunda peneira é a da BONDADE [se o fazes de bom coração, com boas intenções]. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
Envergonhado, o homem respondeu:
- Devo confessar que não.
- A terceira peneira é a da UTILIDADE [se é útil ao bem comum]. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?
- Útil? Na verdade, não.
- Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti..
E, então, aqui estou, movida pelas melhores intenções - que somente ao meu Excelso Criador cabe julgar - e em prol do bem comum, me propondo de comentar apenas o que me diz respeito, nesse triste e escandaloso "importante" comunicado. Escandaloso não apenas porque nem tudo o que diz é verdade, mas porque um verdadeiro "pai" não fala assim! 

1. SOBRE AS ATIVIDADES CLANDESTINAS E OCULTAS DA RESISTÊNCIA. 

 “e para que nada se faça em cumplicidade com a dissimulação e as trevas, denuncio abertamente a reunião organizada neste final de semana (15 e 16 de setembro) por alguns membros do priorado e o Pe. Ernesto Cardozo”.
Não posso generalizar, mas há nada de oculto e clandestino nas ações dos fieis. Especiamente nas minhas, visto que meus são os blogs onde foram publicadas as Missas e palestras às quais se refere o comunicado. Meus blogs, como qualquer outro blog aberto, são públicos e acessíveis a todos. Tanto é que o ilustre prior de São Paulo cita um deles (Resistência Católica em Campo Grande)... Onde, portanto, o oculto e o clandestino?

Assim, aqui, o prior - no mínimo - se contradiz. 

2. SOBRE A NÃO DIVULGAÇÃO DO ENDEREÇO

"Poderia ter sido organizada com maior discrição e cuidado? Por que esta discrição?"
Eu publiquei as informações sobre as Missas e palestras, com o teor do assunto que seria discutido. Assim, ninguém mais do que eu sabe por que não foi publicado o endereço. E eu não publiquei apenas para preservar a segurança dos donos da residência, do ponto de vista da violência urbana, MAS publiquei vários números de telefone para os quais os fieis interessados poderiam ligar e se informar pessoalmente. 
Onde estão, pois, tais "maior discrição e cuidado"? Não há complô algum, caro padre! Bastava ligar para os telefones informados, e o endereço seria educadamente revelado. Como foi feito. Onde estão o mistério e as más intenções que somente um coração turvo e/ou uma mente quixotesca podem enxergar? 
Veja bem (isto é para os tolos de plantão): não estou afirmando que o padre tem problemas mentais, foi apenas um paradigma.

3. PE. MARET VÊ GIGANTES EM MOINHOS DE VENTO

"A resposta está nas palavras do convite: 'palestra sobre a situação hodierna da Tradição e nossa conduta estratégica neste contexto' Isto não é outra coisa senão planejar a revolução 'intramuros', ou complô, eis o seu nome verdadeiro". [grifo nosso.]
Isto é típico do Pe. Maret, e mostra que somente uma mente quixotesca poderia procurar "pelos em ovos". Mais uma vez: não há complô algum, caro padre, porque, se houvesse, não teria sido clara e objetivamente publicado!
 

4. SOBRE O AGIR NAS TREVAS

"Por isso, todos os fiéis estejam prevenidos a respeito da gravidade deste modo de proceder nas “trevas”, modo indigno de verdadeiros filhos e homens católicos."
Isso me remete claramente à maneira de agir do próprio prior, o qual durante muito tempo me instruiu em como agir com este ou aquele fiel, como perguntar para obter informações, como fazer "relatórios" sobre pessoas que lhe interessavam particularmente; algumas dessas pessoas até hoje têm plena confiança no prior, sem saber que foram "acompanhadas de perto" por muito tempo, APESAR DOS MEUS PROTESTOS para que me liberasse de tão incômodas e pouco virtuosas tarefas, as quais, em alguns lugares, são chamadas de "espionagem e manipulação". Sorte minha que tenho o hábito de guardar os emails "importantes" para comprovar o que digo
Qual a justificativa dele para esse agir nas trevas autorizado? No fundo, porque, na Tradição como entre os modernistas, os fins justificam os meios. Para uma boa causa... podem tudo!!!  
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5. NÃO VOU COMENTAR O RESTO, PORQUE NÃO ME CORRESPONDE. 


6.  CONCLUSÃO

Eu tenho falado por aí da decepção que tem sido para mim “conhecer a Tradição”. No começo, me senti diante da Terra Prometida! Finalmente, havia encontrado o caminho de volta à Casa Paterna, com santos padres e santos fieis: solícitos, gentis, virtuosos!!! Tudo ilusão! Desde o suposto convento, eu tive uma decepção atrás da outra, sistematicamente! Só dissimulação, relativismo, mentiras, poucas virtudes e muita emulação! 

Alguns padres ainda me parecem cultivar alguma virtude, mas certamente a cama quente e as três refeições diárias pesam mais do que a Doutrina e a Fé, e por estas coisas são capazes de justificar os misfatos do superior geral, que agora virou o maior dos santos, o maior dos líderes, por ter sido capaz de "salvar" a FSSPX da ruína de um acordo prático - porque é disso que se trata! - que seria ruim para a Fraternidade e os fieis, e péssimo para a Igreja. Como se ninguém soubesse que este "quase naufrágio" foi provocado por ele mesmo! 
E ainda falam de "milagre", como se a Divina Providência fizesse milagres pela metade: se milagrosamente impediu o desastre com Roma, porque não curou milagrosamente a divisão interna da FSSPX? Que sentido há nisso? Bò!

Mas uma das maiores decepções foi o Prior de São Paulo, que em seu dia-a-dia faz o estilo típico de qualquer padre modernista: faz o que eu digo, não o que eu faço! O prior até ensina (e muito bem, por sinal) sobre virtudes, mas tem dificuldade em praticá-las. Eu vi. Eu sei. Não posso nem vou mentir a mim mesma, por meros e torpes respeitos humanos, pois a verdadeira caridade está na verdade
Ele tem o coração turvo e pesado... Não foram poucas as almas que ele abandonou a si mesmas por interesses outros, nada virtuosos. Eu que o diga! Mas não é a mim que deverá prestar contas. E, sobre isso, mais não digo.

Mutatis mutandis, o que eu sinceramente não compreendo é por que, enquanto os não-acordista criticam e denunciam as ações de Mons. Fellay e seus sequazes, os acordistas – Pe. Maret incluso – criticam e denunciam as pessoas e, pior, sem refutar o que elas dizem? E ainda por cima faltando com a verdade e querendo manipular as mentes dos fieis que confiam piamente neles, em sua boa fé. É apenas cegueira? É má fé?...

Assim, queridos leitores que abrilhantam com sua generosa caridade meu singelo blog, isso era o que eu tinha a dizer sobre esse desastroso "importante" comunicado do Pe. Maret, que de importante não tinha nada e só serviu para exacerbar a divisão escandalosa que ele mesmo, com seus terríveis conselhos a seus dirigidos, provoca e amplia. Será que veremos aqui no Brasil a repetição do que houve em Portugal? O tempo dirá. Eu encerro.

Giulia d'Amore di Ugento

PS: ao acessar o site da FSSPX, à procura do link de meu blog que foi citado pelo prior, não pude deixar de observar - e rir - que o título foi modificado. Já não é mais um "importante" comunicado. Pouco importa! Não vou mudar o que escrevi, fica melhor assim e, de fato, não é nada importante. É pífio, indigno e vil. 
PS2: Já adiantando-me às reações pueris dos Maretboys, agradeço de antemão as charges ou as "ladainhas" que quiserem me dedicar, ou os epítetos com que demonstram cabalmente quem vos dirige! Se quiserem me caluniar, perseguir, ofender, difamar... peguem a senha e entrem na fila! Em relação a essas coisas, eu durmo o sono do justo. 


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2 comentários:

  1. D. Giulia, compartilho com a senhora a sua decepção.

    Vindo da RC"C", acabei tendo contato com a Tradição pelo site Montfort e pelo seu fundador, Fedeli. Agradeço o bem que fizeram a mim, mas isso não pode sobrepor os problemas que lá existem e confirmados por pessoas saídas de lá. Vindo a SP, feliz por, finalmente, ver que a FSSPX não era aquilo que pintavam... Mas não das cores que me mostraram. Existem outras cores mais sombrias, tristes, enfadonhas. Imagine a senhora alguém saído de Fortaleza, CE, que estava sem missa (apesar da Missa "Motu proprio" que também ajudei a colocar na paróquia de S. J. do Tauape, e que agora, até onde eu sei, é "versus populum", ainda que o padre celebrante diga que seja "ad orientem" e que o arcebispo estaria "protegendo os fiéis fazendo isso!!!), indo de vez em quando àquelas que Pe. Pedro Fleichmann (vulgo Dom Lourenço) ia rezar na minha terra natal. Era uma situação complicada.

    Repito aqui suas palavras: "Finalmente, havia encontrado o caminho de volta à Casa Paterna, com santos padres e santos fieis: solícitos, gentis, virtuosos!!! Tudo ilusão! Desde o suposto convento, eu tive uma decepção atrás da outra, sistematicamente! Só dissimulação, relativismo, mentiras, poucas virtudes e muita emulação!" Exatamente! Será que cheguei em SP para ter a Missa Tridentina ouvindo coisas que são contrárias a Fé? Coisas até que o Pe. Maret falou no púlpito e pronto? Fica-se por isso mesmo? Eu me desgastei muito para chegar até aqui; se fosse para ouvir discursos modernistas, estaria lá no Tauape ouvindo o Pe. Samuel falando sobre o orgulho, ou "o que dizia Dr. Plínio...".

    Como está escrito no Eclesiástico, "vanitatis vanitas, et omnia vanitas" - Vaidade das vaidades, tudo é vaidade.

    Que Deus nos perdoe.

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    1. Como já leu, compreendo perfeitamente o que sente. Já pensei em deixar tudo para lá e entregar minha alma nas mãos de Nosso Senhor... Mas ainda tenho esperanças!

      O problema da Montfort não é nem a associação em si, que teve boas intenções ao surgir. Creio que o que eu vinha há muito tempo chamando de "espírito montfortiano" não tem nada a ver com a Montfort, mas com a índole de algumas pessoas. E descobri, recentemente (leia-se "A Crucificação de Dom Williamson continua...": http://farfalline.blogspot.com/2012/09/a-crucificacao-de-mons-williamson.html), que já há um termo para isso, e é designado com "flamer". Flamer é aquele individuo que só entra em foruns e blogs para discutir e ofender. É da índole. Assim, pode-se dizer que muitos dos que foram ligados de uma forma ou de outra à Montfort são flamers. Mas isso não se restringe, infelizmente, à Montfort. Há vários indivíduos na FSSPX que jamais estiveram na Montfort e que são flamers. É da índole. Some-se a isso a falta de um diretor espiritual adequado, ou, pior, um diretor espiritual como Pe. Maret... Conheço alguns de seus dirigidos (Maretboys) que exemplificam bem o termo "flamer"...

      Coragem, Othon, não estamos sós, pq Ele nunca nos abandona. E a quem iríamos???

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