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domingo, 2 de setembro de 2012

Aborto: a grande mentira

Eu gosto do estilo agradavelmente rápido como ela escreve, e aprecio a sensibilidade católica que ela ainda guarda, mas ela se perde em certos momentos, mais por causa da primavera conciliar do que por caráter. Vale a pena, inclusive, ler o livro que dá nome ao blog: Il blog di Costanza Miriano: Sposati e sii sottomessa.

A grande mentira (replay)

por Costanza Miriano

 

A placa diz: "O aborto é um direito 'sacrossanto'."


O do aborto, para mim, é um dos grandes mistérios da era moderna. De verdade, eu o digo sinceramente e, por uma vez, sem brincar. É um assunto sobre o qual não sou capaz de ser simpática, portanto vou decepcioná-los. O fato é que eu vi dor demais entre as mulheres que eu conheço, e não posso perdoar uma lei tão bastarda, e a crueldade de quem a promoveu, conseguindo produzir um gigantesco engano coletivo.


Não consigo nem mesmo compreender, de fato, como muitas pessoas inteligentes, muitas vezes melhores do que eu, possam continuar a chamar o aborto um direito. As conheço, as estimo, falo com elas, mas quando surge o assunto – para mim uma verdadeira obsessão – me parecem irracionais, cegadas pela propaganda e incapazes de ver o que é óbvio. Com a moderação que me distingue devo, muitas vezes, reprimir o instinto de fazer gestos imprudentes e de gritar: “mas que droga está dizendo?”, com todas as minhas forças.

Temo que isto não ajudaria o diálogo, efetivamente.

E assim, eu dialogo, mas não compreendo.

Posso compreender, sim, que uma mulher o cometa sem ter consciência do que está fazendo – não posso me dar outra explicação – mas não compreendo como possa se chamar direito a possibilidade de matar o mais fraco dos fracos, uma criança no ventre da mãe. Erro, tragédia, fraqueza talvez. Mas direito não, realmente não. E nem precisa ser católico para compreendê-lo.

E a pílula do dia seguinte, ou dos cinco dias seguintes, ou a RU486 seguem nessa direção de não compreender a enormidade que está em jogo: basta, hoje em dia, um copo de água para matar no conforto de seu lar (para a RU é prevista a internação, mas com uma assinatura se deixa o hospital, resta-se sozinha a enfrentar o que há de mais assombroso na vida do homem: a morte).

A nossa lei [refere-se à lei italiana] passou também graças a algumas mentiras da propaganda radical [refere-se à ideologia do Partido Radical Italiano] nos anos da lei e do referendum: diziam que 25.000 mulheres morriam todos os anos nas mãos das mammane [parteiras] (foram muito menos de 200, muitas certamente, mas é uma grande diferença); soltavam cifras absurdas; fizeram abortar as mães de Seveso, depois da nuvem. Os fetos que foram examinados depois revelaram que aquelas crianças eram todas sadias: 33 mortos.

De outra parte, também a lei norte-americana, a famosa Roe contro Wade, nasceu de uma mentira, de um falso estupro inventado para a ocasião.

Na realidade, todas as mentiras as compreendo como uma iniciativa ativa e orientada por Satanás. Não há outra explicação. Porque o aborto traz não apenas o mal, mas é um jogo de soma negativa, no qual todos perdem, como em todas as iniciativas do Enganador: perde a criança, obviamente, mas também a mãe que por anos – e às vezes por oitenta anos, como contou uma senhora no telefone Sos vita – será atormentada pelo pensamento e também o remorso (enquanto o reconhecimento e o arrependimento curam). A síndrome pós-aborto não é muito conhecida, mas de fala de depressão, tumores, pesadelos, verdadeiras psicoses, com as mães que pensam ver a sua criança viva, que continua crescendo com o passar dos anos desde a fatídica data. Perde também o médico que, continuando a matar crianças, trai seu mandato – curar – e acumula um stress insuportável (alguns se mataram).

A mulher– o dizem pesquisas que ainda não foram divulgadas, como sempre – estará sujeita a problemas físicos e psicológicos, enquanto nenhuma daquelas que escolheu levar a gravidez adiante jamais se declarou arrependida depois de olhar para sua criança, e apesar das dificuldades.

Depois, há as iniciativas como "Le culle per la vita" [Os berços pela vida: movimento que promove a recepção das crianças abandonadas ao nascer], para citar uma apenas. A ideia foi a de restabelecer a antiga roda [roda do exposto], isto é a possibilidade de abandonar o recém-nascido logo após o parto: a mãe realmente não pode se encarregar da criança, mas, reconhecendo a intocabilidade da vida, a serve da maneira como pode e dá à luz a criança para depois deixá-la no hospital.

Lembro-me de um artigo a respeito no Repubblica. A jornalista, Maria Novella De Luca, ao invés de reconhecer a bondade de uma ideia que salva vidas humanas, escreveu um comentário absurdo do tipo "aquelas mães devem ser imigrantes, e por isso umas coitadas, não sabem que aqui na Itália o aborto é um direito". A parte a defesa da cultura da morte, que no Repubblica não me causa espanto, me pergunto: nenhum dos redatores-chefes, vice-diretores, diretor da colega percebeu que escreveu uma colossal mentira? Nenhum deles, evidentemente, quer lembrar que nem mesmo pela 194 [a lei italiana do aborto], que é uma lei horrível, o aborto é permitido como um simples instrumento de controle de natalidade. É permitido apenas quando a mulher é em grave perigo. O sublinho três vezes. É verdade que, depois, ao perigo de saúde foram acrescentados também os perigos relacionados à situação econômica, mas deve haver de fato um grande perigo. E quase nunca há. De fato, aquelas mulheres que abandonaram os recém-nascidos [nos “berços”] não morreram.

Na prática comum, ao invés, basta um certificado de um médico que não faz o seu dever, e a mulher obtém autorização. Fora da lei. Contra a lei. Uma lei que não é boa, mas não chega a tanto.


Tradução: Giulia d'Amore di Ugento  


Leia mais sobre o aborto: http://farfalline.blogspot.com.br/p/aborto.html

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