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domingo, 26 de agosto de 2012

A Santa Missa e o dilúvio do Modernismo

"Que a Missa fosse em latim, então, e o povo não falasse latim, isso era parte do mistério da Missa, porque a Missa não falava ao nosso vizinho, mas falava a Deus"

A Santa Missa e o dilúvio do Modernismo

Il ritorno di Don Camillo (1953)
Fernandel interpreta Dom Camillo

"Veja [padre], é a coisa mais normal que há, não fizemos nada para que tudo isso começasse, continuamos a celebrar a Missa em Cahirciveen [Irlanda. NdTª.] da maneira que sempre fizemos, na forma como fomos educados a fazer. A Missa! A missa em latim, o sacerdote com as costas viradas para os fiéis, para que seja [através] dele que os fieis olhem o altar onde está Deus. Oferecer a Deus o sacrifício cotidiano da Missa. O pão e o vinho que se tornam o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, da maneira que Jesus disse a seus discípulos para fazerem na Última Ceia. "Este é o meu corpo e este é o meu sangue: fazei isto em memória de mim". Deus enviou Seu Filho para nos redimir. Seu Filho veio ao mundo e foi crucificado por causa de nossos pecados, e a Missa é a comemoração [Do latim COMMEMORÀRE (CUM+MEMORÀRE = lembrar juntos), chamar à memória, fazer menção, lembrar de modo bastante solene pessoas e fatos notáveis. Não comemoração no sentido de festa, banquete, alegria. NdTª.] da Crucificação, o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus Cristo por causa dos nossos pecados. A Missa significa o sacerdote e os fiéis que rezam a Deus, que assistem ao milagre pelo qual Jesus Cristo vem novamente entre nós; o Corpo e o Sangue sob forma de pão e de vinho lá, no altar. E a Missa é dita em latim, pois o latim é a língua da Igreja, a Igreja é Una e Universal, de modo que o católico poderia ir a qualquer igreja do mundo, aqui como em Tombuctu, na China, e ouviria a mesma Missa, a única Missa que havia no passado, a Missa em latim. Que a Missa fosse em latim, então, e o povo não falasse latim, isso era parte do mistério da Missa, porque a Missa não falava ao nosso vizinho, mas falava a Deus. A Deus Todo-Poderoso! Fizemos assim por quase dois mil anos, e em todo esse tempo a igreja foi um lugar onde as pessoas permaneciam tranquilas, respeitosas, era um lugar silencioso, porque Deus estava lá, Deus estava no altar, no Tabernáculo, sob a forma de hóstia e de cálice de vinho. Era a casa do Senhor, onde todos os dias se realizava o milagre cotidiano. Deus vinha entre nós. Um mistério. Ao contrário, esta nova missa não é mistério, mas uma piada, uma chatice, não fala com Deus, fala com o nosso vizinho: é por isso que é em Inglês, Alemão, Chinês e em qualquer outra língua que as pessoas falem na igreja. Dizem que é um símbolo, mas um símbolo de quê? É um espetáculo, eis o que é. As pessoas já o entenderam. E como! É por isso que sobem o monte Coom [perto de Cahirciveen], é por isso que eles vêm com aviões e navios, com carros lotados, as tendas armadas nos campos, que Deus os ajude, e é por isso que permanecem, mesmo que o céu venha abaixo, e quando o sino do Santo ressoa no momento da Elevação, quando o sacerdote se ajoelha e ergue a Hóstia - Sim, aquele bendito Salvador -, mantém no alto a Hóstia, Deus Todo-Poderoso, a comunidade se ajoelha às costas do sacerdote, se ajoelha para adorar o seu Senhor, sim, padre, se o senhor visse esta gente, com as cabeças descobertas, a chuva batendo no rosto, quando vêem a Hóstia erguida, aquele pedaço de pão não fermentado que, graças ao mistério e ao milagre da Missa, é agora o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, o nosso Salvador, bem, então, o senhor sentiria vergonha, padre, vergonha por querer varrer tudo isso e colocar em seu lugar o que o senhor coloca agora - canções, guitarras, abraços com o vizinho, representações teatrais e absurdos, tudo para atrair as pessoas para a igreja da mesma maneira que antigamente eram atraídas no salão paroquial para um jogo de bingo!"

Extraído de "Católicos", de Brian Moore (Ed. Lindau, 2012) (Capítulo 1 em Italiano, ou vide abaixo).



Citações: Luca Fumagalli
 
Fonte: RadioSpada 
Tradução: Giulia d’Amore di Ugento

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