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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A Parábola dos Três Amigos


A Parábola dos Três Amigos: Sobre as Nossas Escolhas.



Uma parábola de um Santo da Igreja:

Certo homem tinha três amigos. Dois desses amigos ele amava muito. Ele sacrificaria tudo por tais amizades. Ele ficaria acordado a noite toda apenas para agradá-los. Ele, literalmente, os adorava.

Para o primeiro amigo ele trabalharia dia e noite. Ele tinha um amor tão grande por ele que em razão de sua devoção, muitas vezes nem sequer ter tempo para comer ele tinha.

Mas ele também era louco por seu segundo amigo. Quando abria a carteira, podiam-se ver as fotografias deste amigo. Quando ele encontrava esse amigo, dava pulos de alegria. Ele apreciava de fato passar tempo com ele.

Ele, contudo, tinha ainda um terceiro amigo. Mas este terceiro ele não amava. Vez ou outra ele se lembrava de visitá-lo, mas muito raramente pensava nele ou buscava fazer algo por ele. Seu interesse de fato centrava-se nos dois primeiros amigos.

Um dia, contudo, ele recebeu uma má notícia, que o fez entrar em pânico.

Certa noite, enquanto dormia, foi acordado por uma batida forte na porta. Ele se levantou e encontrou um policial na porta com uma intimação.

“O que é isso?”. Perguntou, incrédulo.

“Esta é uma intimação, convocando você a participar de uma audiência judicial. Você é um suspeito”. Disse o visitante noturno.

“Eu? Suspeito? O que fiz?” Perguntou, apavorado!



“Eu não sei. Tudo o que sei é que você está sendo acusado de um crime. Basta assinar a intimação, por favor, não posso esperar mais. Devo visitar outros como você, os intimando para o tribunal”. E após isso, o policial deixou a intimação e foi embora.

O homem, agora um suspeito intimado pela justiça, foi deixado para trás, petrificado. Ele estava realmente preocupado, perplexo. O que aconteceria com ele?

Ele desde já começou a pensar em encontrar algumas testemunhas em seu favor, para ajudá-lo a provar sua inocência e evitar qualquer condenação. Mas quais seriam essas pessoas?

“Eu tenho sim, dois bons amigos. Eu os amo muito. Se eles não me ajudarem agora neste momento, o mais difícil da minha existência, quando eles poderiam me ajudar, provando assim a sua amizade? Eu devo ir encontrá-los imediatamente”. Pensou o desesperado homem.

Logo pela manhã, ele foi à casa do primeiro dos seus dois grandes amigos. Enquanto caminhava até a porta de seu primeiro amigo, ele imaginava já com algum alívio o quão feliz seu amigo ficaria em recebê-lo e o quanto ele poderia lhe ajudar...

Ao ser recebido, já na porta ele desabafou: “Meu amigo, você sabe o quanto eu me importo com você, há tantos anos o quanto me sacrifico por ti, quantas noites eu trabalhei para você alegremente! Então, agora, eu vim pedir a você, e esta é a primeira vez que lhe peço um favor. Em nome de nossa amizade, venha, por favor, ao tribunal dizer ao juiz que eu não sou culpado. Diga-lhe que sou inocente. Por favor, me ajude”.

Enquanto dizia essas coisas, já chorava, mas sua angustia se tornou ainda maior quando percebeu a total indiferença do seu amigo.

Disse então com frieza, o “primeiro amigo”: “Ouça-me. Eu sei que você me amou e fez tudo por mim sempre, mas neste momento não posso ir a tribunal. Eu tenho uma importante viagem de negócios... Mas eu percebo que você está mal vestido, com roupas velhas, e isso não vai lhe ajudar no tribunal. Então, o que posso lhe oferecer é um belo e caro terno, para você fazer uma boa figura, ao menos na aparência, no tribunal, perante o juiz”.

O pobre e angustiado homem se enervou: “Um terno caro, meu amigo? Eu não preciso de roupas. Eu quero seu apoio, pessoalmente comigo diante do juiz, como minha testemunha. Você não pode fazer isso por mim? Você não se lembra do tempo todo que passamos juntos, de toda a nossa grande amizade?”.

Seu primeiro e grande amigo mudou, então, da frieza para uma já notória rispidez, e indicou que a partir daquele instante a presença do “suspeito intimado” já não era mais bem vinda na sua casa, e então aquela amizade foi oficialmente encerrada.

O pobre homem, arrasado, ainda tinha o seu segundo grande amigo, e ele não esperou um outro momento para o procurar. Correu em direção a sua casa.

“Quem é?” Respondeu o segundo grande amigo com uma voz ríspida, ao ouvir as batidas na porta.

“É o seu bom amigo. Abra, por favor, eu tenho que lhe dizer algo muito sério”.

Seu amigo abre a porta e fica surpreso com a condição de seu visitante, e pede-lhe que explique o aconteceu, por que está tão perturbado, tão pálido e em lágrimas.

“Oh meu amigo, eu estou em apuros. Estou sendo acusado. Amanhã devo estar no tribunal. Eu sou acusado de um crime e se for considerado culpado, vou ser condenado à morte”.

O amigo se mostrou solidário: “O que é isso? É um absurdo! Você é uma pessoa boa, como pode ser acusado de algo tão grave? Não, não é possível”.

O pobre homem sem conseguir se confortado por tais palavras, atropelou seu segundo grande amigo, clamando ansioso por sua ajuda: “Não, é a mais pura verdade, estou sim sendo acusado. Então eu vim lhe pedir para vir comigo ao tribunal no dia do meu julgamento. Você sabe o quanto de amor eu sempre tive por você ao longo de todos esses anos... Por favor, venha comigo para testemunhar em meu nome e provar minha inocência. Meu outro grande amigo me abandonou. Não me mande embora de mãos vazias. Por favor, me ajude...”.

O segundo grande amigo, consternado, prestativo perguntou: “Quando você quer que eu vá?”.

“Amanhã”. Respondeu o aflito homem.

“Oh, isso é lamentável, mas amanhã eu não posso, pois estou mesmo muito ocupado. A única coisa que posso fazer é ir com você até a porta do tribunal. Depois eu lamentavelmente não vou poder lhe acompanhar. Olha, eu sinto muito por sua situação, de o ver nesta condição, vou realmente ficar muito triste se você for considerado culpado. Mas eu não sei o que te dizer, mas eu não posso te ajudar mais do que isso”.

O homem então se enfurece: “Eu não estou procurando companhia para me acompanhar ao tribunal”, estou à procura de testemunhas para me ajudar a me salvar!”.

O segundo grande amigo, triste e um pouco constrangido, diz, já tentando dar fim à constrangedora conversa: “Eu entendo sua angustia, mas simplesmente não posso. Desculpe...”.

O pobre homem se vê perdido. Seu mundo caiu, suas seguranças se foram. Então, já totalmente desesperado, ele pensa naquele terceiro amigo. Ele pensa duas, três, cinco vezes, temendo por mais uma resposta evasiva ou mesmo francamente negativa deste terceiro amigo. Ele pensa: “Se desses dois a quem tanto amei e me dediquei nada recebi, o que posso esperar deste com o qual fui sempre tão negligente e seco?”.

Ainda assim, não tendo mais a quem recorrer, ele decide arriscar.

Quando chegou à casa de seu terceiro amigo, ele bateu na porta com o coração aflito.

“Quem é?” Respondeu o amigo com uma voz bastante amigável.

“Sou eu”, respondeu o aflito homem com uma voz trêmula. “Abra a porta para mim, por favor. Estou em apuros”.

Com muita alegria e polidez seu amigo abriu a porta: “Bem-vindo! Por favor, entre! Como você está? Como está tudo? Você parece chateado. O que está acontecendo com você? Talvez eu possa ajudar”.

“Meu amigo”, disse o visitante com muito embaraço: “Tenho vergonha de mesmo olhar para você. Eu sei que eu não tenho sido um bom amigo, que, se comparado ao amor que dediquei a outros dois amigos, eu mesmo não poderia assim lhe considerar... Mas agora, só você pode me ajudar! Eu sei que eu não sou digno de seu amor e eu realmente vou entender se você me negar ajuda, mas...”.

Seu terceiro amigo logo o interrompeu: “Bobagem! Não seja tímido. Não tenha medo. Vamos enfrentar seja o que for juntos. Eu não vou deixar você, e eu tenho certeza que posso convencê-los de sua inocência. Então não se preocupe. Vamos. Você pode contar que vou apresentar provas em seu favor no tribunal, diante do juiz...”.

Todos nós podemos imaginar os sentimentos do homem quando recebeu tal resoluto e incontestável apoio deste terceiro e negligenciado amigo. De onde menos esperava, ele encontrou compreensão e amor. Seu terceiro amigo, então, realmente o acompanhou no dia seguinte ao tribunal, e seu auxílio foi fundamental, para provar sua inocência.


Conclusão:


Mesmo que esta não seja uma das parábolas de Jesus, ela é, ainda assim, cheia de sabedoria, própria das características de plenitude do Espírito Santo, advinda dos santos da nossa Igreja.

Então vamos observar os significados por trás das diferentes pessoas e os detalhes desta parábola.

O homem da nossa história é o homem comum, eu, você, todos nós.

Todos nós temos três amigos.

Em geral, o único amigo que as pessoas adoram, sem pensar duas vezes em que sacrifício fazer para agradá-lo, é o primeiro amigo: o dinheiro.

As pessoas trabalham duro para ter o quanto mais dinheiro lhes for possível. Muitas vezes não vão à igreja aos domingos para conseguir ganhar mais dinheiro. Trabalham horas extras, mesmo à noite. Às vezes roubam, mentem e trapaceiam, tudo para ganhar mais dinheiro, ou mais rapidamente.

O segundo amigo são os parentes: Mães, pais, irmãos, irmãs, tios e conhecidos.

Vemos que o homem comum um dia vai ouvir uma batida na porta de sua alma. Um visitante sobrenatural virá o chamar para trazer um aviso.

Esse visitante é a morte.

Nenhum de nós será capaz de escapar da morte. Ela virá chamar um dia, inesperadamente. Talvez quando ainda jovens, talvez quando mais velhos, mas uma coisa é certa: Cedo ou tarde a morte virá nos chamar para comparecer ao tribunal de Deus como réus.

O que faz o primeiro amigo? Ele oferece ao homem um terno caro.

Veja, este amigo, como dissemos anteriormente, é a riqueza material, o dinheiro. Não importa o que você tem de riqueza material, você só vai levar, no máximo, um terno para o seu funeral.

E o segundo amigo? Ele se ofereceu a caminhar com o réu até a porta do tribunal, mas antes de entrar ele terá que seguir seu caminho.

Este “amigo” são os nossos parentes: Não importa o quanto nossos parentes nos amem e o quanto os amemos. Eles só vão nos acompanhar até o cemitério. E vão nos deixar lá, e, mais ou menos tristes, vão voltar para suas vidas cotidianas.

Muito bem, mas qual é o terceiro amigo?

O terceiro amigo são as nossas boas obras.

São as boas obras que realizamos durante a vida que vão viajar conosco para a outra vida, e vão ser elas o nosso socorro diante do trono do juízo de Deus.

Logo, não devemos deixar passar um dia sem dar a oportunidade ao nosso Anjo para que ele possa gravar alguma boa ação em nosso Livro da Vida.

http://www.saintnicodemos.org

Fonte



Sobre "Novíssimos", leia mais aqui: http://farfalline.blogspot.com/2014/03/eclesiastico-novissimos-do-homem.html


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