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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Assis III - notícias e escandâlos

Diálogo inter-religioso: Encontro pela paz em Assis 

(programa completo)
por Ervino Martinuz 


Ter, 25 de Outubro de 2011 14:58

Assis (Itália), 25 out (SIR/Ecclesia) – O portal de notícias do Vaticano divulgou hoje o programa oficial do encontro de “reflexão, diálogo e oração pela paz e a justiça no mundo” que vai decorrer quinta-feira, em Assis (Itália), convocado por Bento XVI. 

O Papa parte pelas 08h00 italianas (menos quatro em Brasília), de trem, do Vaticano, com a companhia de delegações de outras Igrejas e confissões religiosas, rumo à cidade italiana. Os participantes no encontro reúnem-se na basílica de Santa Maria dos Anjos, para um conjunto de intervenções, encerradas por Bento XVI, após a projeção de um vídeo com os momentos do Dia Mundial pela Paz celebrado em 1986, por iniciativa de João Paulo II. Após o almoço, todos os presentes vão dirigir-se em silêncio para a Praça de São Francisco, que acolhe o momento de renovação do “compromisso comum pela paz”.

Programa (Hora local, menos quatro horas em Brasília) 

08h00 – Partida de Bento XVI e das delegações, de trem, da estação do Vaticano, com os líderes das delegações religiosas mais representativas.
09h45 – Chegada à estação ferroviária de Assis. Transferência em ônibus para a basílica de Santa Maria dos Anjos. Saudação das autoridades religiosas e civis.
10h15 - As delegações instalam-se na basílica. Bento XVI é recebido pelos ministros gerais das ordens franciscanas (frades menores, frades conventuais, frades capuchinhos, ordem terceira).
O Papa acolhe, à porta da basílica, os chefes das delegações inter-religiosas.
Saudação do cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz.
Projeção de um vídeo em memória do encontro de 1986.
Intervenções [dentro da Basílica Católica]
- Bartolomeu I, patriarca ecumênico de Constantinopla (Ortodoxo).
- Rowan Williams, arcebispo da Cantuária, primaz da Comunhão Anglicana (Inglaterra).
- Norvan Zakarian, arcebispo primaz da diocese armênia na França.
- Olav Fykse Tveit, secretário-geral do Conselho Ecumênico das Igrejas.
- Rabi David Rosen, representante do Grão Rabinato de Israel.
- Wande Abimbola, religião Yoruba.
- Acharya Shri Shrivatsa Goswami, representante da religião hindu.
- Ja-Seung, presidente de “Jogye Order”, budismo coreano.
- Kyai Haji Hasyim Muzadi, secretário-geral da Conferência Internacional das Escolas Islâmicas.
- Julia Kristeva, representante dos não-crentes.
Intervenção de Bento XVI
12h30 – O Papa e os chefes das delegações entram no convento da Porziuncola (franciscanos).
13h00 – Almoço nos refeitórios do convento.
13h45-15h30 – Tempo de silêncio. Encontro de jovens na Praça de São Francisco.
15h15 – As delegações são recebidas pelos coros do Gen Verde, Gen Rosso e Interfrancescano.
16h30 – Encontro conclusivo.
Saudação do cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso.
Renovação solene do Compromisso para a Paz. [o que é isso, catolicamente falando?]
-Introdução por Bartolomeu I.
- Federação Luterana Mundial.
- Sikh. - Alexandre, patriarcado de Moscou.
- Aliança Mundial Batista.
- Muçulmano.
- Metropolita Gregorios, patriarcado sírio–ortodoxo de Antioquia.
- Taoísta.
- Budista.
- Xintoísta.
- Rabino.
- Setri Nyomi, Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas.
- Guillermo Hurtado, representante dos não-crentes.
Conclusão de Bento XVI.

Gesto simbólico
- Entrega de lâmpadas aos chefes das delegações. [???]
Cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. [qual o significado de sua presença, totalmente desnecessária, tendo em vista a ideologia por trás do encontro de Assis (I, II e III)? Sobretudo, tendo sido excluído o próprio Nosso Senhor e Criador]
Abraço da paz.
Despedida do Papa.
18h00 – Bento XVI e os chefes das delegações que o desejarem passam diante do túmulo de São Francisco. [que significa isto? que sentido tem? São Francisco os chutaria todos a ponta-pés, se vivo fosse.].


Tradução: Giulia d'Amore di Ugento


Em seguida, a tradução de umas pérolas de alguns participantes do 'encontro' ecumênico-interreligioso-suprapartidário: 



ASSIS 2011 — AWIS AGBAYE (Ioruba): “RESPEITO PELAS RELIGIÕES INDÍGENAS”
(Assis, por nossos correspondentes)

“Chegou a hora para os líderes de todas as religiões do mundo de ter um novo quadro conceitual em que às religiões indígenas seja dado o mesmo respeito e consideração das outras religiões. Não podemos ter paz no mundo quando não respeitamos, abusamos ou desprezamos os nossos vizinhos”. Quem pediu isto foi Wande Abimbola, Awise Agbaye[1] que, para Assis, levou os cumprimentos dos povos da África e dos membros da religião ioruba[2] no mundo, da qual é porta-voz. Em seu discurso na Basílica de Santa Maria degli Angeli[3], Agbaye lembrou que “uma condição fundamental para a paz é que todas as pessoas de fé tenham respeito e amor umas pelas outras. Nos relacionamos com as pessoas pelo caráter que têm — disse — não com base na religião que praticam. Trabalhemos todos juntos por um maior respeito, amor e justiça, enquanto, ao mesmo tempo, continuamos fiéis às doutrinas das religiões que abraçamos”. Pelo porta-voz também chegou um apelo ao pluralismo religioso, “a nossa religião, bem como as religiões praticadas por outras pessoas, são válidas e preciosas aos olhos do Todo-Poderoso” e ao respeito pela natureza, “enquanto à natureza não for dado o devido respeito e honra em nossos pensamentos e ações, os seres humanos não poderão encontrar a verdadeira paz e a tranquilidade que todos nós estamos procurando”.[4]


ASSIS 2011 — GOSWAMI (HINDU): “PAZ NÃO SE ALCANÇA COM MEIOS VIOLENTOS”
(Assis, por nossos correspondentes)

“A paz nunca pode ser alcançada através de meios violentos” é a mensagem levada à jornada de Assis por Acharia Shri Shrivatsa Goswami[5], indiano, representante da religião Hindu[6], que lembrou, em seu testemunho à basílica de Santa Maria degli Angeli, as figuras de Krishna[7], Buda[8], Mahatma Gandhi[9], Martin Luther King[10] e o bispo Tutu[11], “todos peregrinos da paz que afirmam que não há um caminho para a paz. A própria paz é o caminho. Nosso comum objetivo de paz pode ser alcançado através do nosso compromisso com a verdade. Para Mahatma Gandhi, a Verdade era Deus”. “Este compromisso — acrescentou Goswami — mesmo obstaculizado ou impedido, encontra igualmente o seu caminho através da não-cooperação não-violenta. A história dá testemunho de sua força”. Vinte e cinco anos após a reunião em Assis quisto pelo Papa João Paulo II, “devemos refletir sobre nosso progresso nessa estrada. Por que não chegamos mais perto de onde ele queria estar? Estamos em falta na parte interior da viagem? O diálogo – enfatizou o representante hindu — será um exercício fútil se não o empreendemos com humildade, paciência e o desejo de respeitar o outro, e isso sem esperar o mesmo em troca. Isto nos fará capazes de dizer ‘não’ à injustiça. Isto requer muita coragem e essas coragem virá somente pela oração”.


ASSISI 2011 — JA-SEUNG (BUDISMO): “UMA FRATERNIDADE EM FAVOR DA VIDA”
(Assis, por nossos correspondentes)

“Não há lugar para a violência ou o terrorismo na religião, que enfatiza como cada vida é preciosa e deve ser amada. Cada uma de nossas vidas é uma bela flor que faz do mundo uma única flor e o torna um lugar glorioso e magnífico”. São as palavras de Ja-Seung[12], presidente da “Jogye Order” (Budismo coreano[13]), dirigidas aos líderes religiosos presentes hoje em Assis. Contra a violência e o terrorismo, Já-Seung lançou a proposta de “uma fraternidade em favor da vida, para eliminar as raízes da violência e da guerra conduzida em nome da religião ou da ideologia; uma fraternidade em favor da paz, de modo que a coexistência harmoniosa e o respeito mútuo se tornem possíveis neste mundo, independente da religião, da raça e da cultura”. “Além do mais — continuou — devemos aceitar nossas diferenças culturais e superar os conflitos culturais através da compreensão mútua e do crescimento espiritual”. Disto a necessidade de “uma fraternidade em prol da cultura e em favor da partilha, para ajudar aquelas pessoas que ainda sofrem com a pobreza, a fome e a injustiça”. Finalmente, concluiu, “gostaria de propor uma fraternidade em favor da ação, para que todos nós possamos experimentar esta verdade pessoalmente e ajudar a tornar este mundo puro e perfumado como uma flor”.


Tradução: Giulia d'Amore di Ugento



[3] NdTª.: Continuaram usando os Sagrados Templos Católicos para homenagear, com discursos ao invés de orações, os ídolos e os demônios.
[4] NdTª.: O discurso dele, dentro da Basílica, é um manifesto anticatólico.
[5] NdTª.: Breve biografia.
[6] NdTª.: Religião Hindu. Os hindus acreditam num ‘espírito supremo cósmico’, que é adorado de muitas formas, representado por divindades individuais. O hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são vistas como meios de ‘ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes’, e ‘realizar a verdadeira natureza de seu Ser’. Eles cultuam 330 mil divindades diferentes.
[7] NdTª.: De acordo com a tradição Hindu, Krishna é o oitavo avatar (manifestação corporal de um ser imortal, por vezes até do Ser Supremo, pode ser uma manifestação humana, animal ou uma combinação dos dois) de Vishnu (juntamente com Shiva e Brama formam a trimúrti, a trindade hindu, na qual Vixnu é o deus responsável pela manutenção do universo). É considerado, segundo o Movimento Hare Krishna (ISKCON), a Suprema Personalidade, sendo assim, a origem de todas as encarnações seguintes. Krishna e as suas histórias aparecem nas diversas tradições filosóficas e teológicas hindu. Embora, algumas vezes diferentes nos detalhes, ou até mesmo contradizendo as características de uma tradição particular, alguns aspectos básicos são compartilhados por todas elas. Estes incluem uma encarnação divina, uma infância e uma juventude pastoral e a vida como um guerreiro e professor. A imensa popularidade de Krishna fez com que várias religiões não-hindus que se originaram na Índia tivessem as próprias versões dele.
[8] NdTª.: Buda (Desperto, Iluminado) é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal redescoberta aos demais seres. A palavra "Buda" denota não apenas um mestre religioso que viveu em uma época em particular, mas toda uma categoria de seres iluminados que alcançaram tal realização espiritual. As escrituras budistas tradicionais mencionam pelo menos 24 Budas que surgiram no passado, em épocas diferentes. De acordo com a tradição vixnuísta (os adoradores de Vixnu), o Buda é considerado o nono avatar de Vixnu.
[9] NdTª.: Mahatma Gandhi foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o maior defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução. Também inspirou gerações de ativistas democráticos e antirracismo, incluindo Martin Luther King e Nelson Mandela.
[10] NdTª.: Martin Luther King foi um pastor protestante e ativista político estadunidense. Morreu assassinado.
[11] NdTª.: Desmond Mpilo Tutu, bispo anglicano. Ao lado de Nelson Mandela, Desmond Tutu foi uma das figuras centrais do movimento contra o Apartheid.
[12] NdTª.: Breve biografia.
[13] NdTª.: O budismo na Coréia do Sul é dominado pela Ordem Jogye, uma seita sincrética, tradicionalmente ligado à tradição Seon. Já-Seung é seu atual líder. 



Nossa Senhora do Divino Amor, rogai por nós,
aplacai a IRA do Senhor sobre nós,
compadecei-Vos de nossa miséria d'alma,
de nossa cegueira modernista,
de nossos pecados que bradam aos Céus.
Giulia d'Amore di Ugento