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sábado, 3 de setembro de 2011

Histórias de conversões II: Conversões instantâneas!

"DEUS EXISTE. EU ENCONTREI-O!"

André Frossard: do ateísmo... ao fervor da fé!


Quem era André Frossard? (cliquem sobre o nome) Ele próprio conta a sua história num livro intitulado "Deus Existe. Eu Encontrei-o". Este livro deu a volta ao mundo inteiro e suscitou entusiasmo e desprezo. Como sempre! Há quem veja e há quem não queira ver; há quem ouça e há quem não queira ouvir. Não há por que nos admiremos.

André Frossard era o filho do primeiro secretário do Partido Comunista Francês: a sua família era ateia e afastada de toda a problemática religiosa. Observa com fina ironia: «Na nossa casa, nem por distracção se aflorava o assunto "religião". Éramos ateus perfeitos, daqueles que nunca se interrogam sobre o seu ateísmo.»

No entanto, aos vinte anos de idade, André Frossard tem um extraordinário e inefável encontro com Deus. Ele começa assim o relato memorável do encontro com Deus:
«Agora, acontece que, por um acaso extraordinário, conheci a verdade sobre a mais debatida das causas e sobre o mais antigo dos problemas: Deus existe. E eu encontrei-o!
Encontrei-o por combinação - antes deveria dizer: por acaso, se o acaso tivesse algo a ver com esta espécie de aventura. - Encontrei-o com o assombro e aturdimento de quem, ao virar a esquina habitual da costumada rua de Paris, visse diante dos olhos, em vez da praça e do cruzamento de todos os dias, um mar inesperado que se estende até ao infinito, lambendo com as suas ondas as paredes das casas. Um momento de espanto que ainda dura. Nunca me habituei à existência de Deus.»

Ele prossegue assim o relato da sua experiência:
«Ás cinco e dez de uma tarde (era o dia 8 de Julho de 1937), entrei numa capela do bairro latino de Paris para procurar um amigo e saí às cinco e um quarto, com um amigo que não era deste mundo. Entrei céptico e ateu (…) e mais que céptico e ateu, entrei indiferente e tão preocupado com outras coisas do que com um Deus que eu nem sequer pensava em negar (…)

Em pé junto da porta, busquei com o olhar o meu amigo e não consegui reconhecê-lo (…)
O meu olhar passa da sombra à luz, retorna aos fiéis, sem ir atrás de nenhum pensamento, vai dos fiéis às religiosas imóveis, das religiosas ao altar e, depois, não sei porquê, detém-se na segunda vela que arde à esquerda da cruz. Não na primeira nem na terceira: na segunda. E, então, de repente, desencadeia-se uma série de prodígios que com inexorável violência desmontará num instante o ser absurdo que eu sou, para dar vida ao rapaz estupefacto que nunca fui.
Primeiro surgem-me estas palavras "vida espiritual."
Não ditas nem formadas por mim próprio. Ouvidas como se fossem pronunciadas ao meu lado em surdina por uma pessoa que está a ver o que eu ainda não vejo. (...)

Logo que a última sílaba deste prelúdio sussurrado atinge o fio da consciência, começa uma avalancha ao contrário. Não digo que o céu se abre; não se abre, atira-se, eleva-se de repente, silenciosa fulguração(...) Um cristal indestrutível, de uma transparência infinita, de uma luminosidade quase insustentável (um pouco mais ter-me-ia aniquilado) e azulada, um mundo, outro mundo de um esplendor e de uma densidade que atiram de chofre o nosso para as sombras frágeis dos sonhos irrealizados. (...)
Há uma ordem, no universo, e no cume, para lá deste véu de neblina resplandecente há a evidência de Deus (...) Um Deus cuja doçura sinto, uma doçura activa, desconcertante, que vai além de toda violência, capaz de quebrar a pedra mais dura e, mais duro ainda que a pedra, o coração humano.
A sua irrupção transbordante e total, é acompanhada por uma alegria que é a exultação de quem foi salvo, a alegria do náufrago que foi recolhido a tempo.(...)
Estas sensações, que tenho dificuldade de traduzir na linguagem inadequada das ideias e das imagens, são simultâneas (…)
Tudo é dominado pela presença (…) daquele cujo nome nunca poderei escrever sem o receio de ferir a sua ternura, aquele diante do qual tive a sorte de ser um filho perdoado, que se esforça para aprender que tudo é dom.

Então, uma oração comovida sela o relato da conversão de Frossard:
«Amor [Deus], para falar de ti será demasiado curta toda a eternidade»

Depois de escrever este relato André Frossard apercebe-se da enormidade das suas palavras e apressa-se a precisar:
«Não nego o que uma conversão como esta, pela sua característica de instantaneidade imprevista, pode ter de chocante e até inadmissíevl, para os espíritos contemporâneos que preferem as vias do racionalismo aos raios místicos e que apreciam cada vez menos as intervenções do divino na vida quotidiana.»


Extraído do Blog: Conhecer e Seguir Jesus – de Paulo Costa


Mas há os que discordam. Este jovem acha que a conversão de Frossard é patética: O católico da treta. Me chamou atenção o fato de que a maioria esmagadora dos comentários é de gente que não crê (ateus) ou que crê (pseudo-católicos) mas não acredita em "histórias da carrouchinha".   (SIC)


Sinopse do livro citado, "Onde está o teu Deus":

"As histórias de Paulo de Tarso, de Agostinho de Hipona, dos grandes convertidos dos tempos antigos, ainda hoje nos enchem de assombro. Aos nossos contemporâneos, todavia, soam a histórias de um passado longínquo, como se Cristo, hoje, já não tivesse força para chamar e atrair.
(...) a voz de Cristo, ainda hoje, é capaz de se fazer escutar e de fazer vibrar os corações, apesar dos preconceitos e da hostilidade.
Adolfo Retté, André Fossard, Giovanni Papini, Edith Stein, Eugénio Zolli, Sergej Kourdakov e Pietro Cavallero (Onde Está o Teu Deus?) e Charles de Foucauld, Alessandra di Rudinì Carlotti, Alessandro Serenelli, Benedetta Bianchi Porro, Paolo Takashi Nagai (As Estrelas que Brilham nas Trevas) são homens e mulheres do século XX. De diversas origens, formações e profissões, acreditavam serem portadores de um projecto de vida que pretendiam concretizar, quando uma voz poderosa se lhes impôs e os levou a abandonar tudo para se empenharem na descoberta de uma nova terra…
A narração destas conversões não tem por objectivo a glorificação dos homens. São testemunhos de que Cristo está vivo e continua a chamar seguidores."
A lista de convertidos não se esgota aqui. Outro dia, publiquei um post sobre a conversão inesperada do judeu Ratisbonne, por exemplo.
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