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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Entrevista oficial de Mons. Fellay

Entrevista com Dom Bernard Fellay depois do seu encontro com o Cardeal William Levada

14-09-2011  


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Por ocasião da reunião que Dom Bernard Fellay e seus dois Assistentes gerais tiveram, no Vaticano, com o Cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, no dia 14 de setembro de 2011, às 10 h., o Superior Geral da Fraternidade São Pio X respondeu às nossas perguntas.
Como foi este encontro?
A reunião foi de uma grande cortesia e também de uma grande franqueza, pois é por lealdade que a Fraternidade São Pio X recusa-se a fugir dos problemas que permanecem. Foi também neste espírito que os colóquios teológicos se desenvolveram durantes estes dois últimos anos.
Quando declarei, no dia 15 de agosto passado, que nós estávamos de acordo em que nós não estávamos de acordo sobre o Concílio Vaticano II, eu fiz a aclaração que quando se trata dos dogmas, como o da Santíssima Trindade, nós estamos evidentemente de acordo quando o Vaticano II faz menção deles. Uma frase não pode ser entendida isolada do seu contexto. Nossos colóquios tiveram o grande mérito de aprofundar seriamente e de esclarecer todos estes problemas doutrinais.
O comunicado oficial comum ao Vaticano e à Fraternidade anuncia que um documento doutrinal lhe foi entregue e que uma resolução canônica lhe foi proposta. Poderia dar-nos algumas precisões?
Este documento se chama Preâmbulo doutrinal, ele nos foi entregue para um estudo mais aprofundado. Por tanto ele é confidencial, e o senhor me entenderá que eu possa comentá-lo um pouco mais. No entanto o termo “preâmbulo” indica bem que a sua aceitação constitui uma condição prévia a todo reconhecimento canônico da Fraternidade São Pio X por parte da Santa Sé.
Sobre este preâmbulo doutrinal, na medida em que não comprometa a sua confidencialidade, Sua Excelência poderia confirmar que há nele, como foi anunciado pela imprensa, uma distinção entre o que é de Fé – ao que a Fraternidade adere plenamente – e o que vindo de um concílio pastoral, como o Vaticano II quis se definir, poderia estar submetido a uma crítica, sem comprometer a Fé?
Esta distinção nova foi anunciada não somente pela imprensa, mas eu a escutei pessoalmente de diversas fontes. Já em 2005, o Cardeal Castrillon Hoyos me declarou depois de eu ter exposto durante cinco horas todas as objeções que a Fraternidade São Pio X formulava contra o Vaticano II: – “Não posso dizer que estou de acordo com tudo o que o senhor disse, mas nada do que disse lhe faz estar fora da Igreja. Escreva ao Papa para que Ele levante a excomunhão”.
Hoje eu devo reconhecer objetivamente que não encontramos neste preâmbulo doutrinal uma distinção clara entre o domínio dogmático intangível e o domínio pastoral passivo de discussão. O único que posso declarar, pois isto aparece no comunicado de imprensa, é que este preâmbulo contém “princípios doutrinais e dos critérios de interpretação da doutrina católica necessários para garantir a fidelidade ao Magistério da Igreja e ao sentir com a Igreja, deixando certamente aberta a uma legítima discussão o estudo e a interpretação teológica de expressões ou de formulações particulares presentes nos textos do Concilio Vaticano II e do Magistério posterior”. Nada mais nada menos.
Quanto ao estatuto canônico que será proposto à Fraternidade, sob a condição de uma adesão ao preâmbulo canônico, fala-se de uma prelatura em preferência a um ordinariado, isto é assim?
Como o senhor lembrou, este estatuto canônico é condicional; a sua modalidade exata não pode ser considerada a não ser posteriormente e permanece ainda objeto de discussão.
Quando Sua Excelência pensa responder à proposta deste preâmbulo doutrinal?
Tão logo eu tenha tomado o tempo necessário para estudar este documento e consultar os principais responsáveis da Fraternidade São Pio X, pois sobre uma matéria tão importante como esta eu me comprometi com os meus confrades de não tomar nenhuma decisão sem lhes ter consultado antes.
Mas posso lhes assegurar que nossa decisão será tomada pelo bem da Igreja e das almas. Nossa cruzada de rosários que segue já desde vários meses deve intensificar-se para que alcancemos pela intercessão de Maria Mãe da Igreja, as graças de luz e de força das que necessitamos mais do que nunca. (DICI n°240 do 14/09/11)

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