Pages

terça-feira, 5 de abril de 2016

05 de Abril: São Vicente Ferrer, OP

clique para ver mais imagens

05 de Abril 

São Vicente Ferrer, OP

Confessor
Este grande Santo que, por causa da pregação e das numero­síssimas conversões que conseguiu, com razão é chamado de o Apóstolo da Europa, nasceu em 1357, em Va­lença, na Espanha, tendo tido por pais um casal muito piedoso e te­mente a Deus.

De uma inteligência rara, já em menino se distinguia vantajosamente dos companheiros. Tendo apenas 7 anos, reunia os amiguinhos e reproduzia-lhes, ver­balmente, práticas que tinha ouvido na Igreja. Vendo esta boa disposição intelectual no filho, os pais propor­cionaram-lhe os meios para dedi­car-se ao estudo das Ciências. Tendo ape­nas doze anos de idade, Vi­cente começou o estudo da Filosofia, e aos dezessete anos já tinha ter­minado o curso de Teologia.

Não me­nos admirável que sua inteligência era sua piedade. Frequentes vezes procurava a igreja, passando longas horas em oração; às quartas e sex­tas-feiras observava rigoroso jejum. As devoções mais queridas eram à Sagrada Paixão de Nosso Senhor Je­sus Cristo e à Santíssima Virgem.

Na idade de 18 anos, entrou para a Ordem Dominicana. Seis anos depois, fazia preleções sobre Filo­sofia aos jovens religiosos. Manda­do pelos superiores às Universidades de Barcelona e Lerida (na Espanha), com o fim de completar os estudos teológicos, tão brilhante curso fez que, tendo 28 anos, lhe foi conferido o título de Doutor, e nesta qualidade começou a lecionar as matérias teo­logais em Valença.  




Neste ramo de atividade, não abandonou as práti­cas de piedade; na observação da Regra, foi sempre o mais exemplar. Além disto, começou a dedicar-se à pregação da palavra de Deus, com muito resultado, como se pôde ob­servar no tempo de uma terrível fome, que assolou o País.

A sabedoria e santidade do ilus­tre dominicano tinham já adquiri­do grande fama, quando o Cardeal Pedro de Luna foi à França, no caráter de delegado apostólico. A convite deste Cardeal, Vicente diri­giu-se para a França, onde, por al­gum tempo, trabalhou como mis­sionário; não querendo, porém, se­guir o Cardeal até Avignon, voltou para Valença.

Para que lhe fosse provada a vir­tude, Deus permitiu que tentações horríveis contra a castidade o ator­mentassem. Mil imagens abjetas o Demônio apresentou-lhe à fantasia, para perturbar a paz do religioso, e, se não sendo possível levá-lo a pe­car, pelo menos lhe inoculasse o desânimo. No desejo de vê-lo per­der-se, recorreu ao auxílio de uma mulher, que se tinha deixado to­mar de forte paixão pelo santo Sa­cerdote. Fingindo-se doente, man­dou chamar a Vicente, pedindo-lhe a ouvisse em confissão. Vicente, na­da suspeitando, dirigiu-se à casa da doente artificiosa. Tendo to­mado lugar à cabeceira do leito da enferma, para exercer a função de Confessor, esta mudou de atitude e, em vez de se dispor a receber o Sa­cramento, fez ao Sacerdote propos­tas indecorosas. Vicente, sem dizer palavra, levantou-se e, imitando o exemplo de José do Egito, fugiu da­quele lugar. A mulher, porém, desapontadíssima, resolveu vingar-se, e a exemplo da mulher de Putifar, recorreu à calúnia. Não achou, po­rém, quem lhe acreditasse, e assim começou a reconhecer o mal que fez. Humilhada e arrependida, pro­curou o Santo e pediu-lhe perdão. Vicente não só lhe perdoou, como também a curou de um mal ocul­to, que Deus lhe tinha mandado, em castigo por seus pecados.

As armas que São Vicente usou e que lhe deram a vitória, no com­bate contra as tentações, foram a oração, a fuga da ocasião, a morti­ficação, uma grande vigilância sobre os sentidos e um especial cuida­do de suprimir as primeiras mani­festações da concupiscência. Con­tra outras ciladas do demônio, de­fendeu-se pelo Sinal da Cruz.  


Tra­zia o coração constantemente na presença de Deus [Nota do Pale Ideas: sugiro a leitura do livro "O Exercício da Presença de Deus"]. de modo que as­sim todas as ocupações se lhe transformavam em oração. Esta práti­ca recomendava aos outros, mui particularmente. “Se quiseres tirar muito fruto do estudo, cuida que seja a piedade companheira inseparável dos teus trabalhos intelec­tuais e formula a intenção de san­tificar tua alma, por meio da Ciên­cia. Mais que o livro, deve Deus ser teu conselheiro e deves pedir-lhe a graça da compreensão daquilo que lês. O estudo fadiga o espírito e se­ca o coração. Aviva ambos aos pés de Jesus crucificado. Uns momen­tos de repouso nas santas chagas renovam as forças e dão luz. Inter­rompe de quando em vez teu tra­balho pelas jaculatórias. Teu tra­balho principie e termine pela ora­ção”.

Importantíssimo papel desempe­nhou o Santo no trabalho de resolver o Grande Cisma do Ocidente, e forte­mente instou com Bento XIII (Cardeal Pedro de Luna) para que renunciasse à dignidade pontifícia. Conseguiu do Rei Fernando I de Ara­gão que se afastasse de Bento XIII, o qual, como Antipapa (e com o no­me de Bento XIII), fixara residên­cia em Avignon. Para lá chamou Vicente, ao qual confiou a Mordo­mia do Palácio. Vicente tudo fez para que se findasse o triste Cisma, que dividia a família de Jesus Cris­to na Terra. A todas as instâncias o Antipapa respondeu com evasivas. Vicente procurou então se ocupar fora do Palácio, pregando missões por toda a parte, recusou as digni­dades hierárquicas, que repetidamente lhe foram oferecidas, e afinal conseguiu de Bento XIII licença para estender as missões pela França toda, ao Piemonte, Savóia, Alemanha e Lorena

Em 1405, rece­beu de Bento XIII um convite para ir a Gênova. Assim, teve ocasião de santificar, com as missões, as re­giões vizinhas. Mais uma vez per­correu toda a França. Quando che­gou ao Monte de Calia, o Rei da Inglaterra, Henrique VI, convidou-o para visitar também a Grã-Bretanha. Aceitando este convite, Vicen­te pregou na Inglaterra, Escócia e Irlanda. Finda a missão nas ilhas britânicas, voltou pela França para Granada.

Grandioso foi, por toda a parte, o resultado desse trabalho apostóli­co. Contaram-se aos milhares as conversões de Judeus, Mouros, Sar­racenos, hereges e maus católicos, em consequência de sua atividade missionária.

Essas missões foram gran­demente glorificadas pela san­tidade de vida, pelo dom da profecia e pelos numero­sos milagres que Deus se di­gnou operar por intermédio do grande missionário.  


Fa­zendo a pregação ao ar livre, diante de um auditório que ascendia a milhares de pes­soas deu-se o fato das pessoas mais afastadas terem-lhe ou­vido a voz com a mesma ni­tidez que os que se achavam ao pé do púlpito. Na diocese de Viech se renovou o mila­gre da multiplicação dos pães. Em Salamanca, na presença de muito povo, a palavra do missionário chamou um mor­to à vida. Na mesma cidade, como também em Toledo, se converteram tantos Judeus, que as sinagogas passaram a ser igrejas católicas.

No meio de todos estes tra­balhos, Vicente conservou a austeridade de vida, que sem­pre o caracterizava. Religioso exemplar, observava fielmen­te os votos da castidade, da pobreza e da obediência. Observando o je­jum todos os dias, nas quartas-feiras e nos sábados tomava só pão e água. Tinha por lei­to um colchão de palhas, e todas as noites flagelava o corpo.

A preparação para as práticas era feita ao pé do Crucifixo. Terminada a pregação, ia ao confessionário, onde grande número de pecadores encontraram a paz e o perdão.

Pelo fim da vida, levava consigo cinco religiosos da Ordem, em com­panhia dos quais percorreu toda a Bretanha francesa, semeando a pa­lavra e a doutrina de Jesus Cristo. A morte colheu-o no meio do tra­balho. Vicente morreu aos 5 de abril de 1419, em Vanes, tendo alcança­do a idade de 62 anos.

Muitos milagres glorificaram-lhe a morte. A Bula da canonização conta mais de 400 curas que se realizaram por sua intercessão. Pio II inseriu o nome de Vicente no catálogo dos Santos da Igreja Católica em 1455.



Retirado e adaptado do livro: Lehmann, Pe. João Batista , S.V.D., Na Luz Perpétua, Lar Católico, Juiz de Fora, 1956.
  

Fonte: www.lepanto.com.br

Outra biografia: aqui.


  
COMENTARISTA, LEIA ANTES O 
LEIA ANTES DE COMENTAR
THANKS! 
  
* * *
 
http://edicoescristorei.blogspot.com.br

*
É possível que, ao enviar este post por e-mail, o botão de doação acima não funcione. Nesse caso, envie um e-mail para edicoes.cristo.rei@gmail.com, ou diretamente para o Rev. Pe. Cardozo: runaejcv@gmail.com.

Um comentário:

Este blog é CATÓLICO. Ao comentar, tenha ciência de que os editores se reservam o direito de publicar ou não.

COMENTE acima. Para outros assuntos, use o formulário no menu lateral. Gratos.