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sábado, 7 de novembro de 2015

Dom Aquino de fibra: “Não creiamos (…) em civilizações que negam a Deus”.

Dom Aquino de fibra: “Não creiamos (…) em civilizações que negam a Deus”


Foto tirada na Segunda Guerra Mundial
Palavras de Dom Francisco de Aquino Corrêa(1), na Catedral de Cuiabá, ao recolher-se a procissão do Corpo de Deus, em 26 de maio de 1940.
"Se ante o cadáver dum monarca, fosse ele muito embora o Rei-Sol, pôde o orador sacro exclamar a célebre palavra: Só Deus é grande!, com quanto maior razão não devemos repeti-la nós, em face do cataclismo em que hoje se afunda a velha e culta Europa, dando-nos a impressão terrível de antever o cadáver, não dum soberano, não duma cidade, não dum estado, mas de uma civilização inteira!"

"Não creiamos, pois, em civilizações que negam a Deus, ou dele prescindem, civilizações, que se propõem a enflorar e converter a Terra num paraíso; civilizações, que pretendem ser fim a si mesmas. Nós cremos tão-somente na civilização de Cristo e com Cristo, na civilização que procura, sim, melhorar a situação do homem sobre a Terra, mas nunca se esquece de que este será sempre um exílio e um vale de lágrimas; civilização, enfim, que prepara a Humanidade, não tanto para a vida presente, quanto para a futura e eterna."

"E quando os homens se obstinam em não compreender estas verdades, e entram em orgulhos das suas conquistas, tentando escalar o céu com a vaidade das suas torres e das suas montanhas, manda-lhes então o Senhor os argumentos terríveis dessas calamidades inelutáveis, que os forcem a confessar que só Deus é grande!"

"Sim! diante de Deus, não há nações poderosas, não há potências, nem soberanias: todas elas, diz o profeta, são como se não existissem, são cousa vã, são nada e nada mais: nihilum et inane (Is XL, 17)."

(…)

"Felizes, pois, das nações que sabem gravar o nome de Deus, não só nas suas cartas e nos seus escudos de armas, senão também no coração grande do povo. Felizes das nações, que guardam a sua fé em Deus; e, no próspero, como no adverso, proclamam sempre que Ele é grande. Feliz do povo, que tem a Deus por único Senhor, reconhecendo-lhe, em tudo, o soberano domínio: Beatus populus, cujus Dominus Deus ejus! (Sl CXLIII, 15)."


[Dom Aquino Corrêa, 26 de maio de 1940. Discursos, vol. II, tomo II. Lições da Guerra. pp. 300-301. Brasília, 1985.]

* * *

Esta condenação de Dom Aquino Corrêa à ideia de que seria possível erigir um paraíso neste mundo, no qual as pessoas viveriam sem dificuldades ou sem sofrimento, é eco do ensinamento perene da encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII: 

"A dor e o sofrimento são o apanágio da Humanidade, e os homens poderão ensaiar tudo, tudo tentar para bani-los; mas não o conseguirão nunca, por mais recursos que empreguem e por maiores forças que para isso desenvolvam. Se há quem, atribuindo-se o poder fazê-lo, prometa ao pobre uma vida isenta de sofrimentos e de trabalhos, toda de repouso e de perpétuos gozos, certamente engana o povo e lhe prepara laços, onde se ocultam, para o futuro, calamidades mais terríveis que as do presente." (n. 9)

(1) - Francisco de Aquino Correia S.D.B. (Cuiabá, 2 de abril de 1885 - São Paulo, 22 de março de 1956) foi arcebispo de Cuiabá e governante de Mato Grosso (em 1917, foi indicado pelo governo de Venceslau Brás como elemento conciliador e eleito governador de Mato Grosso para o período de 1918-1922, com 32 anos). Foi também poeta e escritor. Em 1919, o Papa Bento XV conferiu-lhe os títulos de Assistente do Sólio Pontifício e Conde Palatino. Em 1921, com o falecimento do Arcebispo Dom Carlos Luís de Amour, foi elevado ao Arcebispado de Cuiabá, recebendo o Pálio Arquiepiscopal das mãos de Dom Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo.

Visto em: https://beinbetter.wordpress.com/2012/10/31/dom-aquino-de-fibra-nao-creiamos-em-civilizacoes-que-negam-a-deus/.
Notas do Pale Ideas. 

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