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terça-feira, 14 de abril de 2015

Aparição de Jesus ressuscitado a sua Mãe Maria Santíssima

Aparição de Jesus ressuscitado a sua Mãe Maria Santíssima 


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Secundum multitudinem dolorum meorum in corde meo, consolationes tuae laetificaverunt animam meam — «Segundo as muitas dores que provou o meu coração, as tuas consolações alegraram a minha alma» (Sl 93, 19).

Sumário. Era de justiça que Maria Santíssima, que mais do que qualquer outro tomou parte na Paixão de Jesus Cristo, fosse também a primeira a gozar da alegria de sua Ressurreição. Imaginemos vê-lA no momento em que Lhe aparece o divino Redentor glorificado, acompanhado de grande multidão de Santos, entre os quais se achavam São José, São Joaquim e Santa Ana. Oh! que ternos abraços!, que doces colóquios! Alegremo-nos com nossa querida Mãe e digamos-lhe: Regina coeli, laetare, allelluia — «Rainha dos céus, alegrai-vos, aleluia!».


I. Entre as muitas coisas que Jesus Cristo fez, e os Evangelistas passaram em silêncio, deve, com certeza, ser contada a sua aparição a Maria Santíssima logo em seguida à sua Ressurreição. Nem necessidade havia de referi-la, porquanto é evidente que o Senhor, que mandou honrar os pais, foi o primeiro a dar o exemplo, honrando Sua Mãe com Sua presença visível. Demais, era de inteira justiça que o divino Redentor glorificado fosse, antes de mais ninguém, visitar à Santíssima Virgem; a fim de que, antes dos outros e mais do que estes, participasse da alegria da Ressurreição quem mais do que os outros participara da Paixão.

Um dia e duas noites a divina Mãe ficou entregue à dor pela morte do Filho, mas firme e imóvel na fé da Ressurreição; e quando começou a alvorecer o terceiro dia, posta em altíssima contemplação, começou com ardentes suspiros a suplicar ao Filho que abreviasse a Sua vinda. Enquanto está assim absorta em seus veementíssimos desejos, eis que Seu divino Filho se Lhe manifesta em toda a Sua glória e claridade; fortalecendo-Lhe a vista, tanto a do corpo como a da alma, para que fosse capaz de ver e de gozar a Divindade. Oh! com tão bela aparição como não devia sentir-Se satisfeita e contente! Quão ternamente não deviam abraçar-Se Filho e Mãe! quão doces e sublimes não deviam ser os colóquios que trocavam!

Avizinhemo-nos, em espírito, de Nossa Senhora, que é também nossa Mãe, e roguemos-Lhe que nos permita beijar as chagas glorificadas de Jesus Cristo. — Colhamos deste mistério como são bem recompensados por Deus aqueles que acompanham Jesus até o Calvário, quer dizer, que Lhe são fieis nas tribulações. Cada um pode fazer suas as palavras da Bem-Aventurada Virgem: Secundum multitudinem dolorum meorum, consolationes tuae laetificaverunt animam meam — «Segundo as Minhas muitas dores, as Tuas consolações alegraram a Minha alma».

II. Em companhia de Jesus, Seu Filho, a divina Mãe viu um grande número de Santos, entre os quais o Seu Esposo São José, e os Seus santos pais, Joaquim e Ana. — Alegraram-se todos com Ela, reconhecendo-A por verdadeira Mãe de Deus e agradecendo-Lhe os trabalhos e dores sofridas pela Redenção de todos. — Oh! que satisfação não devia sentir a Virgem, vendo o fruto da Paixão do Filho em tantas almas resgatadas do Limbo. Enquanto Ela se regozija com Jesus Cristo por tão grande conquista, os Anjos ali presentes, ledos e jubilosos, solenizam o dia cantando com melodia celeste: Regina coeli, laetare, allelluia — «Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia». Unamo-nos aos Coros dos Anjos, unamo-nos com todos os fieis da Igreja, para nos congratularmos com a divina Mãe, e cantemos também: Regina coeli, laetare, allelluia.

«Rainha do céu, alegrai-vos; porque o que merecestes trazer em vosso puríssimo seio, ressuscitou como disse. Alegrai-vos, mas ao mesmo tempo, rogai por nós, para que sejamos dignos de ir cantar um dia no reino da glória o eterno allelluia.

«É o que Vos peço também, ó Eterno Pai. Sim, meu Deus, Vós que Vos dignastes alegrar o mundo com a ressurreição de vosso Filho e Senhor nosso Jesus Cristo, concedei-nos, Vos suplicamos, que pela Virgem Maria, sua Mãe, alcancemos os prazeres da vida eterna. Fazei-o pelo amor do mesmo Jesus Cristo.»[1]

[1] Antífona do tempo pascal.

LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo Segundo: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p.17-19.

Texto encontrado no Blog Mulher Católica.   

Revisado por Pale Ideas. 

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