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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Carnaval: Meditação das Dores de Maria Santíssima

As Dores de Maria, para os dias de Carnaval

Por Santo Afonso Maria de Ligório

 


 

Sicut qui thesaurizat, ita et qui honorat matrem suam ― «Como quem ajunta um tesouro, assim se porta o que honra sua mãe» (Eclo 3, 5).

Sumário. Por causa do imenso amor com que Jesus Cristo ama sua querida Mãe, são-lhe muito agradáveis os que com devoção meditam nas dores de Maria Santíssima, e inúmeras são as graças que lhes comunica. Mas, infelizmente, quão poucos são os que praticam tão bela devoção! Muitos cristãos, em vez de se compadecerem das dores de Maria, lh'as renovam com seus pecados ou sua tibieza. Irmão meu, serás tu também um destes ingratos?

Para compreender quanto agrada à Bem-Aventurada Virgem que nos lembremos de suas dores, bastaria somente saber que ela, no ano de 1239, apareceu a sete devotos seus (que depois foram os fundadores da Ordem dos Servos de Maria [Ordem Servita]), com um hábito negro na mão, e ordenou-lhes que, desejando fazer-lhe causa agradável, meditassem com freqüência em suas dores. Por isso, queria que, em memória delas, trouxessem daí em diante aquele hábito lúgubre. Jesus Cristo mesmo revelou à Bem-aventurada Verônica de Binasco, que quase lhe agrada mais ver compadecida sua Mãe que Ele mesmo, pois que lhe disse assim: Filha, são-me caras as lágrimas derramadas pela minha Paixão; mas como Eu amo com amor imenso a minha Mãe, Me é mais cara a meditação das dores que Ela padeceu na minha morte.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Misa Tridentina en México


http://farfalline.blogspot.com.br/p/missas-no-brasil.html


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domingo, 27 de janeiro de 2013

HOLOCAUSTO CATÓLICO: CRIME ESQUECIDO

HOLOCAUSTO CATÓLICO: CRIME ESQUECIDO

De Rino Cammilleri

Hoje se celebra o Dia da Memória para homenagear as vítimas do Holocausto(*). Uma página negra na História do Século XX, nas quais não faltam algumas luminosas figuras de mártires católicos.

Michele Kozal nasceu em 1893, na diocese de Poznan, na Polônia, de uma família pobre. Com muitos sacrifícios, conseguiu cursar as escolas superiores em 1905. Aqui se tornou presidente de uma associação clandestina católica que se opunha às tentativas de germanizar as escolas (a influência prussiana era muito forte naquela região).

Em 1914, entrou no Seminário ‘Leonium’ de Poznan, mas só pôde ser ordenado ao final da Grande Guerra, na Catedral de Gniezno (onde terminou o seminário), aos 23 de fevereiro de 1918. O cardeal Edmundo Dalbor, Arcebispo de Gniezno, o nomeou, em 29 de setembro de 1922, prefeito do ginásio católico humanístico feminino de Bydgoszcz e, em 1927, diretor espiritual do Seminário Maior de Gniezno. A sua obra sacerdotal e de direção espiritual foram tão profícuas que, em 25 de setembro de 1929, foi nomeado reitor do Seminário, apesar de, entre todos os docentes, ser o único a não possuir os graus acadêmicos; ele também foi vice-pároco de várias paroquias. Em 12 de junho de 1939 o Papa Pio XII o nomeou Bispo auxiliar de Włocławek (foi consagrado na catedral da cidade em 13 de agosto de 1939) e titular de Lappa.

Em 1º de setembro. Os nazistas invadiram a Polônia e começou a Segunda Guerra Mundial. Após duas semanas, chegavam a Włocławek. Mons. Kozal se tornou ponto de referência e de conforto para a gente apavorada de Włocławek e apesar dos incessantes convites das autoridades polonesas de afastar-se da cidade, ele tenazmente quis permanecer com seu povo e administrar a diocese depois da saída, no dia 6 de setembro, do bispo titular, Mons. Karol Mieczysław Radoński (Bispo de Włocławek de 1928 a 1951). Seu trabalho pastoral durou, ao todo, apenas 22 meses; os alemães, que entraram na cidade em 14 de setembro, começaram um sistemático desmantelamento da atividade eclesial; as publicações católicas foram suprimidas, os edifícios eclesiásticos sequestrados, as igrejas fechadas e os religiosos presos. Diante do horror desencadeado pelos nazistas, Kozal protestou energicamente, mas inutilmente, junto às autoridades de ocupação, pelos abusos feitos à Igreja. Isso provocou a ordem de apresentar-se à Gestapo; entre outros, foi-lhe pedido que fizesse as homilias em alemão, mas ele se recusou e, já prevendo sua prisão próxima, mandou preparar uma maleta com o indispensável. Ele foi preso no dia 7 de novembro, levado à cadeia onde ficou em isolamento e submetido às sevícias dos guardas.

Em 16 de janeiro de 1940, foi transferido, com outros sacerdotes e seminaristas, para o Instituto dos Salesianos de Ląd, em prisão domiciliar, de onde pôde secretamente manter contatos com a diocese e reorganizar o Seminário. De suas janelas, pôde ver a multidão de deportados; por isso, não fazia ilusões sobre sua sorte, pelo contrário, decidiu oferecer a sua vida a Deus pela salvação da Igreja e de sua amada Polônia. Enquanto outros eclesiásticos eram deportados para os diferentes campos de concentração, Mons. Kozal foi deixado em Ląd, com sete sacerdotes e um diácono.

A Santa Sé, esperando beneficiá-lo, lhe fez chegar a nomeação como administrador de Lublin, mas, apesar dos esforços da Santa Sé, em 3 de abril de 1941 todos eles foram enviados para o campo de concentração de Inowroclaw, onde o Bispo teve lesões nas pernas e no ouvido esquerdo, por causa das torturas que lhe infligiram os nazistas.

Em 25 de abril de 1941, acontecia o último transferimento até o famigerado campo de Dachau, onde a mão sobre os sacerdotes católicos era particularmente pesada. Ao Bispo foi dado o número de identidade 24544; às sevícias diárias que sofriam, em particular os sacerdotes católicos, se juntou uma epidemia de tifo, que atingiu uma grande número de deportados. Kozal adoeceu de tifo e, em 25 de janeiro de 1943, junto com o primo, padre Ceslao Kozal, foi levado à tenda dos doentes, denominada “Revier”. No dia seguinte foi visitado pelos médicos, cujo chefe lhe deu uma injeção no braço direito e, após alguns minutos, Kozal expirou. O Bispo foi “terminado” com uma injeção letal de fenol. O testemunho do primo foi determinante, porque ele ouviu saindo do grupo de médicos a frase: “Agora, lhe será mais fácil a via da eternidade”.

Era o dia 26 de janeiro. Outras fontes relatam que Kozal morreu de fome porque compartilhava suas rações com outros presos, ele era conhecido por sua fé cristã e seu sacrifício. O atestado de óbito do médico do campo certificou: "morreu de tifo". Os detentos pediram o corpo para levá-lo ao cemitério para enterrá-lo, mas o comandante do campo estava sob pressão de Berlim e, em 30 de Janeiro, mandou cremar o corpo no crematório do campo. O pedido da família para entregar a urna e os pertences pessoais do Bispo foi rejeitado.

Bem conhecendo a ligação entre o Catolicismo e o espírito nacional nos poloneses, a invasão nazista não podia deixar de golpear os pastores para melhor dispersar o rebanho. Todos os que fora próximos de Kozal e os companheiros de desventura testemunharam sua santidade, demonstrada até o último momento. Sem gestos heroicos e frases históricas para deixar aos pósteros.

Foi um santo também em relação a seus opressores e assassino, pobre executores materiais de ordens estupidas, mais ou menos coniventes, mais ou menos convencidos da bondade da ideia que, a mão armada, representava, todos acomunados pela mesma ignorância desesperada de Deus e do que é o bem e o mal.

Hoje, uma lapide monumental colocada na Catedral de Włocławek em 1954 recorda o martírio silencioso de Michele Kozal, como também dos outros 220 sacerdotes da diocese “terminados” em Dachau, e mínima parte de um Holocausto Católico que, ao que parece, é de bom gosto não lembrar.

Os detentos e testemunhas do martírio de Mons. Kozal pediram, após a liberação do campo de concentração de Dachau, para iniciar a canonização, mas só tiveram sucesso em 1957. A beatificação se deu em 14 de janeiro de 1987, em Varsóvia. Segundo a Wikipédia alemã, a festa é no dia 14 de junho. Ele é padroeiro da diocese polonesa e da cidade de Włocławek, do Seminário de Bydgoszcz, Primaz do Seminário de Gniezno, co-padroeiro da Diocese de Bydgoszcz (desde 2004), e padroeiro de muitas igrejas na Polônia.

Desagradáveis aos pretensos progressistas de esquerda e a certos revisionistas de direita, os mortos católicos (e mortos porque tais) dos lagers nazistas não possuem uma cinematografia que os celebre nem fotografias para pendurar nas escolas “para não esquecer”.

A memória do Mons. Kozal é no dia 26 de janeiro. Foi beatificado em Varsóvia, em 14 de junho de 1987, por João Paulo II, que fixou a memória em 14 de junho, talvez para não “atrapalhar” o Dia da Memória, que deve permanecer estritamente judeu.

Pesquisa, organização e nota: Giulia d’Amore
Fontes de pesquisa:




* Holocausto é um termo mal utilizado, obviamente com intenções sionistas. O termo “holocausto”, de origem grega, significa “sacrifico pelo fogo”, lembramo-nos disso no episodio de Abrão e Isaac, prefiguração do Sacrifício de Cristo. No caso das vítimas dos nazistas, caberia: massacre, extermínio, genocídio, morticínio, hecatombe... mas não Holocausto, sobretudo com maiúscula, porque o Holocausto por excelência refere-se exclusivamente à morte de Nosso Senhor, que Se deu em holocausto por nós; ou seja, em sacrifício por nós. Qual foi o sacrifício para a Humanidade que essas pobres almas fizeram? A não ser os mártires da Fé que morreram por serem católicos – e só por isso – os demais foram vítimas da guerra. É trágico, é lamentável, mas essa é a verdade. Esse assunto remete forçosamente a outra questão: à dos números do genocídio perpetrado pelos nazistas. Recentemente, o WikiLeaks, a “organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia, que publica, em sua página, postagens de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre ‘assuntos sensíveis’...”, soltou a informação, vinda da própria Cruz Vermelha, de que o número de vítimas seria por volta de 300.000. Muita gente, sem dúvida, mas não chega nem perto dos 6 milhões alardeados pelos quatro cantos da Terra como um dogma. Além disso, segundo a Cruz Vermelha, “não há evidências de um Holocausto”.


CARNAVAL: Boate em Santa Maria/RS, um aviso!

TRAGÉDIA DE SANTA MARIA É UM ALERTA PARA O CARNAVAL QUE SE APROXIMA

 
Esse evento de Santa Maria/RS, em que uma boate repleta de jovens - mais de 2000 - pegou fogo e mais de 200 deles morreram asfixiados ou pisados, é fato trágico e um alerta. Se Deus salvou uns e não salvou outros há um por que. Ele não é mau, também não é mero acaso, nem fatalidade. Ele estava lá. A alguns deu uma nova chance, a outros, não. O por quê disso só saberemos no Dia da Revelação. E nem é isso que importa aqui. 

Aos parentes, minhas sinceras condolências. A nós que não pranteamos ninguém em particular, e a todos de uma maneira geral, que reflitamos na maneira como estamos levando nossas vidas. Não sabemos quando nem como vamos morrer, por isso devemos estar sempre preparados para encontrar Deus. 

Os Católicos têm a graça dos Sacramentos, que devem estar sempre em dia: Batismo, Crisma (ou Confirmação), Eucaristia, Confissão (ou Penitência), Extrema Unção, Ordem e Matrimônio. Cada um em seu estado de vida, honrando-o e nos santificando em nossa vocação: quem para o matrimônio, quem para a vida religiosa. Estando preparados, não há morte que nos pegue desprevenidos. 

Não sei se alguém se deu conta, mas o Carnaval se aproxima. A tragédia em Santa Maria pode ser um alerta para que os Católicos parem de viver como os mundanos e desistam de participar dessa festa demoniaca, com bebida (às vezes drogas) e sexo desgovernado, sacrificando nos altares de Belzebu tantas virtudes que são a alegria do Senhor.

Semi-nus no Carnaval, cobrindo a cabeça de cinzas na quarta-feira. Mas... quem lhe garante que você chegará à quarta-feira? 

O homem prudente observa as coisas e as medita, mudando de vida para procurar aperfeiçoar-se nas virtudes. O homem prudente alcança a velhice abençoada, colhendo os bons frutos que passou a vida semeando.





sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Carnaval: Santa Margarida Maria de Alacoque

O Carnaval


"Numa outra vez, no tempo de carnaval, apresentou-se-me, após a santa comunhão, sob a forma de Ecce Homo, carregando a cruz, todo coberto de chagas e ferimentos. O Sangue adorável corria de toda parte, dizendo com voz dolorosamente triste: Não haverá ninguém que tenha piedade de mim e queira compadecer-se e tomar parte na minha dor no lastimoso estado em que me põem os pecadores, sobretudo agora?"

"Eis aqui o coração que tanto amou os homens, até se esgotar e consumir para testemunhar-lhe seu amor e, em troca, não recebe da maior parte senão ingratidões, friezas e desprezos"

(Santa Margarida Maria Alacoque)








Fonte: Lumen Veritatis
Visto em: Apostolado Nossa Senhora do Rosário 


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Histórias de conversão V: Um indiferente em Notre-Dame de Paris

A conversão de Paul Claudel


Louis Charles Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper foi um importante escritor católico e também um diplomata, dramaturgo e poeta francês, membro da Academia Francesa de Letras, a quem foi conferida a “Grã-Cruz da Legião de Honra”.

Nascido em Villeneuve-sur-Fère (Aisne, França), a 6 de agosto de 1868, em uma família indiferente em matéria religiosa, Louis Charles, mais conhecido pelo pseudônimo de Paul Claudel, desde cedo se deixou envolver pelo materialismo, em voga na época em que viveu. Em 1881, seus pais se mudaram para Paris, onde Paul e sua irmã, a escultora Camille Claudel, passaram a viver, em uma casa de classe média.

O primeiro choque ocorreu quando lhe caíram nas mãos as “Illuminations” e, alguns meses depois, “Une saison en enfer” de Rimbaud.

Em 1886, Paul Claudel, que tinha 18 anos e até então era ateu, converteu-se subitamente ao catolicismo, no Natal, ao ouvir o coro da catedral de Notre-Dame de Paris Ele se emocionou ao ver que todos tinham fé e rezavam para um Deus que até então ele não queria conhecer, e viu que poderia contar com a ajuda do poder invisível, do amor ao Criador.

Claudel tinha entrado na catedral para encontrar motivos artísticos para as suas composições literárias e parara do lado direito, ao fundo, junto da segunda coluna, onde se pôs a observar as pessoas. Subitamente teve fé, acreditando em um Deus pessoal, transcendente, afável e paternal. Vinha ao encontro de Claudel esse Deus que ele conhecera quando criança e na mocidade desvairada nunca mais recordara. Este choque, maior que o de Rimbaud, havia de repercutir em sua vida inteira.

Apesar de ter pensado em dedicar-se à vida monástica, com os monges beneditinos, ele acabou entrando para o corpo diplomático da França, em que serviu de 1893 a 1936. Foi vice-cônsul em Nova Iorque, em Boston, Praga, Frankfurt am Main e Hamburgo. Foi cônsul na China (1895-1909).

Em março de 1906, casou-se com Reine Sainte-Marie Perrin e teve filhos com ela, em um casamento feliz.

Foi Ministro Plenipotenciário no Rio de Janeiro (1916) e em Copenhagen. Foi embaixador em Tóquio, Washington e Bruxelas. O período de sua missão no Brasil coincidiu com a Primeira Guerra Mundial, e ele supervisionou o envio de alimentos da América do Sul para a França.

Ao se retirar da vida pública em 1936, recolhido no seu castelo de Brangues (Isère, França), intensificou os seus escritos. Morreu aos 86 anos, aos 23 de fevereiro de 1955 em Paris.

Sua obra, profundamente marcada pela sua repentina conversão ao Catolicismo, muitas vezes gira em torno de um dos principais temas do Cristianismo: “a ação da graça e a correspondência humana”. Toda a sua obra testemunha um Catolicismo ardente: na sua coletânea “Art poétique” (Arte Poética), em versos livres, recria e torna perceptível o universo, palco em que se joga o destino da alma humana. O seu génio dramático está patente em “L'Annonce faite à Marie” (A Anunciação, 1912), “L'Otage” (O Refém, 1911), “le Pain dur” (O Pão Duro, 1918) e “Le Soulier de satin”, obra composta no Japão em 1929.


A conversão de Paul Claudel narrada por ele mesmo…


Nasci a 6 de Agosto de 1868. A minha conversão realizou-se a 25 de Dezembro de 1886. Tinha, portanto, 18 anos de idade. Mas, nesta altura, já a minha personalidade estava muito desenvolvida.

Ainda que os meus antepassados, em ambos os ramos, tinham sido crentes, dando à Igreja vários sacerdotes, os meus pais eram indiferentes em matéria religiosa. E, depois de termos mudado para Paris, afastaram-se completamente da fé. A minha primeira Comunhão, anterior à mudança, tinha sido boa. Mas foi, como para a maior parte da juventude, a coroação e, ao mesmo tempo, o termo da minha prática religiosa.

A princípio fui educado, ou antes, instruído, por um professor particular; depois, em escolas laicas da província, e, finalmente, no Liceu Luís-o-Grande. Com a entrada neste estabelecimento de ensino, acabei de perder a fé, que me parecia incompatível com a pluralidade dos mundos (!!!). A leitura da “Vida de Jesus”, de Renan, forneceu-me novos pretextos para esta mudança de convicções, que, de resto, tudo quanto via à minha volta facilitava ou animava.

Recordemo-nos daqueles tristes anos à volta de 1880, quando estava em todo o apogeu a literatura naturalista. Jamais o jugo da matéria pareceu mais forte. Quem possuía um nome na arte, nas ciências ou na literatura, era descrente. Todos os pretensos homens iminentes daquele século que declinava se distinguiram particularmente pela sua hostilidade contra a Igreja. Renan imperava. Na última distribuição de prémios a que assisti no Liceu Luís-o-Grande, ocupava ele a presidência, e creio que recebi o prémio das suas mãos. Vítor Hugo acabava de desaparecer numa auréola de glória.


Aos 18 anos

Aos 18 anos, acreditava eu naquilo em que a maior parte das chamadas pessoas cultas daquela época acreditava. O forte sentimento do individual e do concreto obscurecera-se em mim. Aceitei a hipótese monista e mecanista em toda a sua extensão. Acreditava que tudo estava subordinado a leis”, e que este mundo era um íntimo encadeamento de causas e efeitos, que a ciência não tardaria a esclarecer plenamente. Além disso, tudo isto me parecia cheio de tristeza e de tédio. A ideia kantiana do dever, tal como no-la expôs o Sr. Burdeau, nosso professor de filosofia, nunca pude digeri-la.

Para mais, vivia sem o freio da moral e ia caindo, pouco a pouco, num estado de desespero. A morte de meu avô, cuja agonia durou meses inteiros, devida a um cancro no estômago, a que eu assisti, inspirara-me um pavor terrível, e à ideia da morte não me abandonou mais. Esquecera completamente a religião e, com respeito a ela, a minha ignorância era tão grande como a de um selvagem.


O primeiro brilho da verdade

O primeiro brilho da verdade surgiu-me do encontro com os livros de um grande poeta, a quem devo eterna gratidão e que tomou parte preponderante na formação do meu pensamento: Artur Rimbaud. A leitura das “Illuminations” e, alguns meses depois, “Une saison en Enfer” é um dos acontecimentos capitais da minha vida. Estes livros rasgaram a primeira brecha no meu cárcere materialista, e deram-me uma impressão viva, quase física do sobrenatural. Mas o meu estado habitual de ansiedade e desespero continuou a ser o mesmo.


A noite de Natal do dia 25 de Dezembro de 1886

Assim se passavam as coisas com aquele pobre rapaz que, no dia 25 de Dezembro de 1886, entrava na catedral de Notre-Dame de Paris, para ali assistir ao ofício divino do Natal. Começava eu então a escrever, e tive a impressão de que poderia, com superior diletantismo, encontrar nas cerimónias católicas, um meio adequado e matéria para alguns trabalhos. Nesta disposição de espírito, apertado e empurrado pela multidão, assisti à Missa cantada, com moderada alegria. Como nada mais interessante havia a fazer, voltei de novo à tarde para assistir às Vésperas. Os meninos do coro da catedral, de roquetes brancos, e os alunos do Seminário de S. Nicolau du Chardonnet, que os auxiliavam, tinham justamente começado a cantar qualquer coisa em que mais tarde reconheci o Magnificat. Eu estava de pé no meio da multidão, junto da segunda coluna, perto da entrada para o coro, à direita, do lado da sacristia.

E ali se deu o acontecimento que domina toda a minha vida. Num momento, o meu coração sentiu-se tocado, e tive fé. Tive fé com tal intensidade de adesão, com tal exaltação de todo o meu ser, com uma convicção tão poderosa, com tal segurança, que não ficava margem para nenhuma espécie de dúvida. E, desde então, todos os livros, todos os raciocínios, todas as eventualidades de uma vida agitada não conseguiram abalar a minha fé; mais do que isso, nem sequer conseguiram tocar-lhe. Subitamente, apoderou-se de mim o sentimento fremente da inocência, da perpétua filiação divina: uma revelação inefável. Quando tento reproduzir, como faço frequentemente, o decorrer dos minutos que se seguiram a este momento excepcional, encontro sempre os seguintes elementos que, todavia, representam um único raio, uma única arma, de que a Providência divina se serviu para alcançar e abrir o coração de um pobre filho desesperado : “Que felizes são, de fato, os que creem! E se fosse verdade?
verdade! — Deus existe ; está aqui presente ! É alguém ! É um ser tão pessoal como eu! — Ama-me ! chama por mim!” Invadiram-me as lágrimas e os soluços e o cântico tão delicado do “Adeste” aumentou ainda a minha comoção.


…as minhas ideias filosóficas mantinham-se intactas

Doce comoção, na qual, todavia, se misturava uma sensação de terror e quase de espanto ! Porque as minhas ideias filosóficas mantinham-se intactas. Deus desprezara-as, deixando-as tal qual estavam, e eu não compreendia o que nelas deveria mudar. A religião católica continuava a surgir-me como um amontoado de anedotas disparatadas. Os seus sacerdotes e fiéis continuavam a inspirar-me a mesma antipatia, que ia até ao ódio e à náusea. O edifício das minhas opiniões e conhecimentos mantinha-se, e não via nele defeito nenhum; limitara-me, apenas, a sair dele. Tinha-me sido revelado um novo e terrível ser, com terríveis exigências para um jovem artista como eu, e não via maneira de o satisfazer com nada do que me rodeava. O estado de um homem, a quem de repente se arrancou da sua pele para o introduzir num corpo estranho, no meio de um mundo desconhecido, é a única comparação que posso encontrar para exprimir este estado de completa desordem. O que mais repugnava às minhas ideias e ao meu gosto, era o que precisamente se vinha a mostrar verdadeiro ; e, a bem ou a mal, tinha de me acomodar a isso. Ah ! Pelo menos não seria sem que eu procurasse opor a maior resistência possível.


A luta foi nobre e radical. Não omiti nada…

Esta resistência durou quatro anos. Ouso afirmar que foi uma defesa heroica. E a luta foi nobre e radical. Não omiti nada. Utilizei todos os meios possíveis de resistência. Uma após outra, tive que depor as armas. Foi grande a crise da minha existência, esta agonia do pensamento, da qual Artur Rimbaud escreveu : “A luta do espírito é tão brutal como as batalhas entre os homens. Oh! noite dura! O sangue derramado arde sobre o meu rosto !” A juventude que tão facilmente abandona a fé, não sabe que tormentos custa recuperá-la. A ideia do inferno, a própria ideia da beleza, todas as alegrias que, a meu ver, teria de sacrificar para regressar à verdade, retraiam-me de tudo. Finalmente, caiu-me nas mãos uma Bíblia protestante que certa amiga alemã oferecera uma vez a minha irmã Camila. Foi na noite daquele dia memorável de Notre-Dame, depois de ter voltado para casa, ao longo das ruas molhadas pela chuva, que então me pareciam tão estranhas. Pela primeira vez, ouvi ressoar no coração a voz, tão suave, e ao mesmo tempo tão inflexível da Sagrada Escritura, que jamais se viria a extinguir. Apenas através de Renan conhecia eu a história de Jesus Cristo. E, fiando-me neste impostor, não sabia sequer que Ele se tinha proclamado o Filho de Deus. Cada palavra, cada linha, na sua majestosa simplicidade, revelava a mentira das afirmações descaradas daquele apóstata e abria-me os olhos. Como o centurião romano, reconheci verdadeiramente que Jesus é o Filho de Deus. A mim, Paulo, se dirigiu Ele, entre todos, e prometeu-me o seu amor. Mas, ao mesmo tempo, não me deixou outra alternativa além da condenação, se o não seguisse. Ah!, Eu não precisava que me explicassem o que vinha a ser o inferno; já tinha passado nele a minha “temporada”! Aquelas poucas horas tinham chegado para me demonstrar que o inferno está em qualquer parte em que não esteja Cristo. E que me importava já a mira o resto do mundo, em face deste novo e maravilhoso ser que acabava de me ser revelado?

Assim falava em mim o homem novo. Mas o velho resistia com todas as forças e não queria entregar-se

Assim falava em mim o homem novo. Mas o velho resistia com todas as forças e não queria entregar-se a esta nova vida que na sua frente se abria. Será preciso confessar que o sentimento que mais me impedia de manifestar a minha convicção era o respeito humano? A ideia de revelar a todos a minha conversão e de dizer aos meus pais que não comeria carne às sextas-feiras; o facto de ter de me afirmar coma um dos católicos tão ridicularizados, causava-me suores frios. E, momentaneamente revoltava-me até contra a violência que me tinha sido feita. Mas sentia sobre mim uma mão firme.
Não conhecia nenhum sacerdote. Não tinha um único amigo católico.

O estudo da religião passara a ser para mim o interesse dominante. Coisa curiosa! O despertar da alma e das qualidades poéticas deu-se em mim ao mesmo tempo, e desfez os meus preconceitos e os meus receios infantis. Por essa época, escrevi o primeiro esboço dos meus dramas : “Cabeça de ouro” e “A cidade”. Embora andasse ainda afastado dos sacramentos, já tomava parte na vida da Igreja. Podia, enfim, respirar, e a vida penetrava-me por todos os poros. Os livros que mais me ajudaram, naquela época, foram, em primeiro lugar, os “Pensamentos de Pascal, obra inestimável para todos os que buscam a fé, muito embora a sua influência possa também às vezes ser perniciosa. Além disso, as “Investigações do espírito sobre os Mistérios” e as “Considerações sobre os Evangelhos”, de Bossuet, bem como os seus restantes tratados filosóficos; a “Divina Comédia”, de Dante; e, finalmente, as maravilhosas narrações de Catarina Emmerich. A Metafísica de Aristóteles purificou-me o espírito, e introduziu-me nos domínios da verdadeira inteligência. A “Imitação de Cristo” pertencia a uma esfera demasiado elevada para mim, e os seus dois primeiros livros pareceram-me de uma terrível dureza.

O grande livro que se me abriu e no qual eu fiz os meus estudos, foi a Igreja.

Mas o grande livro que se me abriu e no qual eu fiz os meus estudos, foi a Igreja. Louvada seja por toda a eternidade esta grande e majestosa Mãe, em cujos joelhos tudo aprendi ! Os Domingos passava-os em Notre-Dame, e, sempre que me era possível, ia também lá durante a semana. Era nessa altura tão ignorante na minha religião como o poderia ser em relação ao Budismo. E agora desenrolava-se, perante mim, o drama sagrado, com tal magnificência, que ultrapassava toda a força da minha imaginação. Ah ! Esta já não era, certamente, a linguagem mesquinha dos “devocionários”. Era a poesia mais profunda e gloriosa, eram as atitudes mais sublimes que jamais tinham sido concedidas a seres humanos. Nunca me conseguia saciar por completo com o espetáculo da Santa Missa, e cada movimento do sacerdote gravava-se profundamente no meu espírito e no meu coração. A leitura do ofício de Defuntos, da liturgia do Natal, o drama da Semana Santa, o cântico celeste do “Exultet”, ao lado do qual as harmonias mais inebriantes de Pindaro e Sófocles me pareciam incolores, tudo isto me sufocava de alegria, gratidão, arrependimento e adoração ! Pouco a pouco, lenta e penosamente, abriu caminho até ao meu coração o pensamento de que a arte e poesia são também coisas divinas. E o prazer da carne não é indispensável para elas, mas antes prejudicial. Como eu invejava os cristãos felizes que via comungar ! Só me atrevia, porém, a misturar-me com aqueles que, em todas as sextas-feiras da Quaresma, vinham beijar reverentemente a coroa de espinhos.

Entretanto, passavam os anos e a minha situação tornava-se insuportável. Intimamente, dirigia-me a Deus com lágrimas; e, contudo, não me atrevia a abrir a boca. E, apesar disso, as minhas objecções tornavam-se cada vez mais fracas, e mais dura a exigência de Deus. Oh! que bem conheci este momento e com que firmeza me ficou gravado na alma! Mas como é que tive coragem para lhe resistir? Três anos depois, li as obras póstumas de Baudelaire. E vi que o poeta, que eu preferia a todos os poetas franceses, tinha reencontrado a fé nos últimos anos da vida, e se havia debatido com as mesmas angústias e com os mesmos remorsos que eu. Enchi-me de coragem, e, uma tardinha, aproximei-me do confessionário de S. Medardo; minha paróquia. Os minutos que esperei pelo sacerdote foram os mais amargos da minha vida. Encontrei-me com um ancião, que me pareceu muitíssimo pouco abalado com a história, que a mim, todavia, me parecia muito interessante. Falou (para meu grande aborrecimento) nas “recordações da minha primeira e santa comunhão”. Ordenou-me terminantemente que revelasse a família a minha conversão. E hoje não posso deixar de lhe dar razão. Humilhado e mal disposto, saí do “confessionário” e só lá voltei no ano seguinte. Agora, estava completamente vencido, submisso e extenuado. Ali, naquela mesma igreja de S. Medardo, encontrei um sacerdote novo, compassivo e fraternal, o P. Ménard, que me reconciliou com a Igreja. Mais tarde, conheci lá outro santo e venerando sacerdote, o P. Villaume. Tornou-se o meu diretor e meu querido Padre espiritual, cuja poderosa proteção, lá do céu, sinto agora continuamente. A segunda comunhão recebi-a, como a primeira, no dia de Natal, a 25 de Dezembro de 1890, em Notre-Dame.


Este é um resumo de várias fontes, leia tamém este "Biografia e testemunhos" da Quadrante, bem detalhado e muito interessante.



Frases de Paul Claudel:


“Fala de Cristo apenas quando te perguntarem! Mas vive de tal maneira que te perguntem”.
“As crianças não devem receber a religião; têm que pegá-la do meio ambiente, como se pega o sarampo.”
“O dever está sempre acima de tudo.”
“O sinal de que não amamos alguém é que não lhe damos todo o melhor que existe em nós.”

Giulia d’Amore



Fontes de pesquisa:



quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Reflexão: O crime dos Protestantes

DO CRIME DO QUAL SE TORNAM CULPÁVEIS AQUELES QUE SE FAZEM PROTESTANTES


Herege Henrique VIII
fundador do Anglicanismo
P - De qual falta se torna culpável o católico que se faz protestante?
R - Ele se torna culpável de três delitos de grande gravidade: o primeiro contra Deus, o segundo contra a Igreja, o terceiro contra a sociedade.

P - Qual é o delito do qual ele se torna culpável diante de Deus?
R - Seu crime é o mesmo que aquele de Lúcifer, que se revoltou contra Deus por orgulho, e quis ser independente dele. Com efeito, o católico, ao se fazer protestante, se revolta contra o Deus que lhe obrigou, sob as penas mais severas, em se submeter a Ele, pela mediação da Igreja que Ele estabeleceu em seu lugar para governá-lo e instruí-lo. O desertor, não obstante, graças ao orgulho que o domina, prefere seu próprio capricho e seu sentido privado ao sentimento da Igreja que Deus lhe deu por guia e por mestra.

P - Perdoe-me, me parece que é precisamente o contrário que ocorre. Pois aquele que se faz protestante toma a Bíblia como regra de sua crença, e, por consequência, ele deixa a palavra do homem para se ligar somente à palavra de Deus!
R - Ó! Vossa simplicidade é enorme. É verdade que os protestantes falam assim, mas eis aí uma mentira descarada. Como pretendes que eles tomam a Bíblia por regra, se eles não sabem mesmo o que pertence propriamente à Bíblia? Se eles não compreendem a Bíblia? Se cada um força a Bíblia a dizer o que ele quer? Se eles encontram na Bíblia todas as extravagâncias que lhes passam pela cabeça? E, ademais, Jesus Cristo nunca disse: Leiam a Bíblia, mas ele disse: Que aquele que não escutar a Igreja vos seja como um pagão e um publicano.

P - Aqui, eu vos detenho. Seu eu entendi direito, Nosso Senhor disse em termos próprios: perscrutem as Escrituras; daí vem que os protestantes tomaram as Escrituras por regra de sua crença; e, com efeito, eles tem sempre esta passagem na boca.
R - Isso mesmo prova de forma maravilhosa o que eu acabo de vos dizer, a saber, que os protestantes não compreendem a Escritura e que eles a puxam em todo sentido.

P - Como assim?
R - Primeiro, temos de convir que neste lugar Nosso Senhor se dirigia aos doutores da lei para prová-los, pelas profecias do Antigo Testamento, que Ele era o Messias, mas nunca Ele pretendeu, como afirmam os protestantes, que a Escritura deve ser a única regra de nossa fé. Sem isso, visto que Jesus Cristo só falava aqui dos livros do Antigo Testamento, seguiria que somente o Antigo Testamento deveria ser a regra da fé cristã! Saiba, ademais, que Jesus Cristo não diz perscrutem as Escrituras no imperativo; mas,vós perscrutais Escrituras, ou seja, vocês tem o costume de consultar as Escrituras. Os próprios protestantes, ao menos aqueles que tem ciência e lealdade, o confessam. Basta ler o contexto, para compreender que Jesus Cristo não recomenda, neste lugar, a leitura da Bíblia. Mas por mais que você explique cem vezes este texto, os protestantes persistirão em reproduzir sempre a mesma inépcia. Isso se deve porque eles só buscam falsear as ideias daqueles que os escutam. Ademais, suponha mesmo que, contra toda verdade, a palavra latina scrutaminse tome por um mandamento, uma vez a necessidade de obedecer à Igreja estabelecida, uma vez sua infalibilidade reconhecida, o preceito seria equivalente àquele de um soberano que recomendaria o estudo do código civil, a fim de observá-lo e não para que cada um o interprete ao seu modo.

P - E, contudo, os protestantes pretendem provar sua doutrina pela Santa Escritura.
R - Os protestantes o pretendem, mas eles não terão êxito em suas tentativas. Eles pretendem provar suas extravagâncias pela Escritura, do mesmo modo que os escribas e os fariseus tentavam, eles também, provar, pela Escritura, a Nicodemos, que Jesus Cristo não era o Messias (Jo 7, 52). Examines a Escritura, eles lhe diziam, e vereis que nenhum profeta saiu da Galileia. O fato era falso, visto que vários profetas tinham saído da Galileia. Mas a mentira custava tão pouco a estes hipócritas quanto aos nossos modernos protestantes. Eu sou mesmo forçado a vos dizer que os protestantes fazem da Escritura o mesmo uso que faz dela o demônio para tentar Jesus Cristo, quando ele quis lhe persuadir, por meio de uma passagem truncada e tomada a sua maneira, de se precipitar do alto do templo. Está escrito na Escritura, ele lhe dizia. Assim usaram os hereges de todos os tempos, e os de nossos dias não fazem melhor que seus predecessores.

P - Se os protestantes não estão apoiados sobre a Escritura, em virtude de qual autoridade eles creditam suas doutrinas?
R - Sua crença tem por somente e único apoio a autoridade da palavra do homem. Os luteranos creem baseados na palavra de Lutero, os calvinistas nas de Calvino, os zwinglianos sobre aquela de Zwingle, os anglicanos sobre as palavras de Henrique VIII ou da papisa Elisabete, e assim em diante. Eis como Deus puniu estes orgulhosos, que, por terem recusado em crer na autoridade infalível da Igreja, se reduziram a crer cegamente na palavra de um monge casado em concubinato, de um padre apóstata, de um rei dissoluto e de uma mulher sem pudor.

P - Eu compreendo agora a natureza do crime do qual estes apóstatas se tornam culpáveis contra Deus. Eu gostaria de saber também, como eles são culpáveis em relação à Igreja?
R - Eles pecam contra a Igreja por sua rebelião contra a Mãe que os engendrou em Jesus Cristo, que os alimentou do leito da santa doutrina e dos sacramentos, que sempre teve por eles profundas afeições de caridade e de amor. Ora, estes filhos desnaturados desprezam seus benefícios, eles lhe fazem uma guerra cruel, lhe rasgam o seio e se esforçam ademais em lhe arrebatar as almas que Deus lhe confiou, para arrastá-las com eles na via da perdição.

P - Mas, talvez, eles creem em estar conduzindo estas almas em uma via de salvação mais segura!
R - É impossível aos protestantes crer no que você diz. Eles dizem, com efeito, que um homem pode se salvar em todas as religiões, desde que ela creia em Jesus Cristo. Eles afirmam e confessam que os católicos se salvam e vão para o paraíso (os protestantes históricos). Só isto bastaria para fazer ver a triste aberração destes católicos que se fazem protestantes. Mas, suponha mesmo que os protestantes não dizem que os católicos se salvam. Jesus diz abertamente que qualquer um que não entra no aprisco pela porta, mas se introduz aí de outra maneira, é um ladrão e um assassino, cujo único fim é de matar e tomar as ovelhas, ou seja, as almas. Ele acrescenta: que estes intrusos são apenas lobos raptores que só respiram a carnificina. E, ademais, jamais se encontrou sobre a terra um católico que se tenha feito protestante para tornar-se melhor. Não se poderia até este momento nomear um único. Todos estes desertores se fazem protestantes para viver com mais liberdade e segundo seus caprichos. Sem ir buscar provas adiante, olhe em torno de vós, e veja a vida que levam estes apóstatas. Se este for o fruto de seu proselitismo, não é, sem dúvida, o amor pelas almas que o lhes inspira.

P - Eu me convenci. Queira me dizer, em último lugar, de qual crime contra a sociedade se torna culpável aquele que se faz protestante?
R - Este crime é maior que poderias pensar. Pois estes incrédulos ou estes ateus práticos sob o manto do protestantismo são apenas instrumentos destinados a preparar o triunfo da anarquia, do comunismo, do socialismo, e de tudo o que é hostil à sociedade. De onde segue: que aqueles que se enrolam sob as bandeiras da reforma se tornam culpáveis de um grande crime contra a própria sociedade.

P - Eu vejo, todavia, que estes homens vivem tranquilos e tomam partido contra estes católicos imprudentes, indiscretos e fanáticos que são incapazes de permanecer em paz.
R - É o que acontece no princípio, quando eles são ainda em pequeno número. Mas, deixe-os se multiplicar; uma vez que eles se sentirem muito fortes, vereis estes cordeiros transformados em lobos, e mesmo em tigres. Sem dúvida, eles começam por atacar os católicos, que eles acusam de fanatismo, pois eles são seus adversários; mas, em seguida, eles espalham a perturbação por toda parte e assaltam o governo político. Tal é, de forma abreviada, a história de todas as heresias tornadas preponderantes. Nunca uma revolução religiosa deixou de conduzir uma revolução política.

LEIA TAMBÉM: DOS ARTIFÍCIOS DOS QUAIS SE SERVEM OS PROPAGADORES DO PROTESTANTISMO

P. Jean Perrone, C.J. Le Protestantisme et l'Église catholique. Controverses à l'usage du peuple. 2e édition, H. Casterman, Paris, 1857.

Fonte.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

SYLLABUS: Ingenuidade ou cumplicidade?

Aguardem a tradução em breve:

¿INGENUIDAD O COMPLICIDAD?





“Hay hombres en la curia vaticana que no trabajan al servicio del Papa, sino para otros. (…)
Uno de ellos es la mafia que busca el dinero con negocios de la Iglesia. En este sentido hay escándalos terribles. Otro grupo, más peligroso, son los francmasones; hay tres o cuatro logias específicas para los obispos y sacerdotes del Vaticano que buscan usar la Iglesia para alcanzar la unión de todos los pueblos y religiones. El Papa actual está en contra de esto y trabaja para limpiarlo. Hasta ahora hizo una parte de este trabajo en silencio, encargando a pequeños grupos fieles que estudiaran algún tema, como por ejemplo, el motu proprio sobre la misa en latín”.
Monseñor Fellay, entrevista a diario La Nación, 27 de agosto de 2007.


"El Papa actual está en contra de esto y trabaja para limpiarlo".

¿En serio?


Benedicto XVI haciendo limpieza:




El Papa y su compromiso con el Nuevo Orden Mundial:

Fragmentos del Discurso del Papa Benedicto XVI en las Naciones Unidas, Nueva York,  Viernes 18 de abril de 2008


“Las Naciones Unidas encarnan la aspiración a “un grado superior de ordenamiento internacional” (Juan Pablo II, Sollicitudo rei socialis, 43), inspirado y gobernado por el principio de subsidiaridad y, por tanto, capaz de responder a las demandas de la familia humana mediante reglas internacionales vinculantes y estructuras capaces de armonizar el desarrollo cotidiano de la vida de los pueblos. Esto es más necesario aún en un tiempo en el que experimentamos la manifiesta paradoja de un consenso multilateral que sigue padeciendo una crisis a causa de su subordinación a las decisiones de unos pocos, mientras que los problemas del mundo exigen intervenciones conjuntas por parte de la comunidad internacional.”
“El reconocimiento de la unidad de la familia humana y la atención a la dignidad innata de cada hombre y mujer adquiere hoy un nuevo énfasis con el principio de la responsabilidad de proteger. Este principio ha sido definido sólo recientemente, pero ya estaba implícitamente presente en los orígenes de las Naciones Unidas y ahora se ha convertido cada vez más en una característica de la actividad de la Organización. Todo Estado tiene el deber primario de proteger a la propia población de violaciones graves y continuas de los derechos humanos, como también de las consecuencias de las crisis humanitarias, ya sean provocadas por la naturaleza o por el hombre. Si los Estados no son capaces de garantizar esta protección, la comunidad internacional ha de intervenir con los medios jurídicos previstos por la Carta de las Naciones Unidas y por otros instrumentos internacionales. La acción de la comunidad internacional y de sus instituciones, dando por sentado el respeto de los principios que están a la base del orden internacional, no tiene por qué ser interpretada nunca como una imposición injustificada y una limitación de soberanía”.
“La promoción de los derechos humanos sigue siendo la estrategia más eficaz para extirpar las desigualdades entre Países y grupos sociales, así como para aumentar la seguridad”
“El diálogo debería ser reconocido como el medio a través del cual los diversos sectores de la sociedad pueden articular su propio punto de vista y construir el consenso sobre la verdad en relación a los valores u objetivos particulares. Pertenece a la naturaleza de las religiones, libremente practicadas, el que puedan entablar autónomamente un diálogo de pensamiento y de vida. Si también a este nivel la esfera religiosa se mantiene separada de la acción política, se producirán grandes beneficios para las personas y las comunidades. Por otra parte, las Naciones Unidas pueden contar con los resultados del diálogo entre las religiones y beneficiarse de la disponibilidad de los creyentes para poner sus propias experiencias al servicio del bien común. Su cometido es proponer una visión de la fe, no en términos de intolerancia, discriminación y conflicto, sino de total respeto de la verdad, la coexistencia, los derechos y la reconciliación”.
“La actividad de las Naciones Unidas en los años recientes ha asegurado que el debate público ofrezca espacio a puntos de vista inspirados en una visión religiosa en todas sus dimensiones, incluyendo la de rito, culto, educación, difusión de informaciones, así como la libertad de profesar o elegir una religión”
“Mi presencia en esta Asamblea es una muestra de estima por las Naciones Unidas y es considerada como expresión de la esperanza en que la Organización sirva cada vez más como signo de unidad entre los Estados y como instrumento al servicio de toda la familia humana”.
“Manifiesta también la voluntad de la Iglesia Católica de ofrecer su propia aportación a la construcción de relaciones internacionales en un modo en que se permita a cada persona y a cada pueblo percibir que son un elemento capaz de marcar la diferencia”.
“Las Naciones Unidas siguen siendo un lugar privilegiado en el que la Iglesia está comprometida a llevar su propia experiencia “en humanidad”, desarrollada a lo largo de los siglos entre pueblos de toda raza y cultura, y a ponerla a disposición de todos los miembros de la comunidad internacional. Esta experiencia y actividad, orientadas a obtener la libertad para todo creyente, intentan aumentar también la protección que se ofrece a los derechos de la persona”
“En mi reciente Encíclica Spe salvi, he subrayado “que la búsqueda, siempre nueva y fatigosa, de rectos ordenamientos para las realidades humanas es una tarea de cada generación” (n. 25). Para los cristianos, esta tarea está motivada por la esperanza que proviene de la obra salvadora de Jesucristo. Precisamente por eso la Iglesia se alegra de estar asociada con la actividad de esta ilustre Organización, a la cual está confiada la responsabilidad de promover la paz y la buena voluntad en todo el mundo”.
Discurso del Papa Benedicto XVI en su visita al campo de concentración de Auschwitz-Birkenau, domingo 28 de mayo de 2006.

En realidad, con la destrucción de Israel, con la Shoah, querían en último término arrancar también la raíz en la que se basa la fe cristiana, sustituyéndola definitivamente con la fe hecha por sí misma, la fe en el dominio del hombre, del fuerte”.

Coincidente con las expresiones masónicas de Benedicto XVI en las masónicas Naciones Unidas:

Cristina Kirchner:
“América latina (...) va a defender la democracia, el derecho de las minorías, el derecho a pensar, vivir y orar al Dios que uno quiera” (Discurso ante el American Jewish Comitee en Washington. Clarín, 4 de mayo de 2007).



George W. Bush:
“Hoy nuestros ciudadanos profesan muchos y variados credos y damos la bienvenida a toda religión (...) Mi administración trabaja con nuestros aliados y amigos en todo el mundo para avanzar los valores comunes y difundir los beneficios de la libertad en cada rincón del mundo” (Proclama del “Día de la Libertad religiosa”, 16 de enero de 2007).


La Iglesia corrupta es funcional a los gobiernos corruptos: