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domingo, 9 de dezembro de 2012

MITOS: O Cristianismo "evoluiu" do Budismo

Cristianismo e Budismo

 

“A pretendida influência do Budismo no Cristianismo já hoje é questão julgada pelos sábios. Entre o espírito e as tendências das duas doutrinas reina o mais completo antagonismo. Nenhuma influência, portanto, foi teoricamente possível e a história o confirma com os fatos. É o que asseveram contestes os mais eruditos e notáveis críticos modernos. Só o acanhado preconceito racionalista de alguns autores pôde enxergar na religião cristã uma evolução natural das doutrinas de Çakya-Muni.

Que semelhança, com efeito, entre este acervo de erros e incoerências que se chama Budismo e as doutrinas tão puras do Evangelho? Onde os pontos de contato entre uma religião que nega a divindade, ensina a metempsicose, prega o pessimismo e põe a extinção total da própria existência como meta derradeira dos destinos humanos, como nível único das ações do homem, como sua felicidade suprema e os ensinamentos da teologia cristã que nos propõe o mais elevado e o mais sublime conceito de Deus e funda a moral em seus verdadeiros alicerces, – na subordinação essencial da criatura ao Criador, na liberdade que implica a responsabilidade, na identidade da alma e na imortalidade pessoal?

A analogia de alguns pontos da doutrina evangélica com certos preceitos budistas, acerca da caridade fraterna, do perdão das injúrias, da mortificação das paixões, da prática da continência é meramente extrínseca e acidental. A antítese, pelo contrário, é essencial, profunda, irredutível e atinge os próprios princípios constitucionais da religião e da moral.

A distância, portanto, que vai do Cristianismo ao Budismo é a mesma que medeia entre a Religião e as religiões, a verdade e o erro. Cristo eleva-se acima de Buda como Deus se alteia acima do homem.”

(Pe. Leonel Franca, S.J, Noções de História da Filosofia)

Spem in Alium
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