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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

As pressões para um acordo 'diplomático' começaram

É melhor que os lefebvrianos aceitem o acordo com Roma (para salvar Roma)

(por A.Gnocchi e M.Palmaro, em  Il Foglio, 27/01/2012) 

 



Data venia da 'opinião' dos já ilustres Gnocchi e Palmaro, que costumam escrever livros com mensagens positivas em relação à FSSPX, e sobre os quais eu tive o prazer de traduzir algumas análises de Cristina Siccardi e outros, desta vez... deram uma 'bola fora'. Ou várias. Primeiro, porque o conhecimento da matéria em causa que eles possuem é mais ou menos o que todos nós temos. Um pouco mais talvez, mas não o suficiente para poder 'palpitar' publicamente sobre o melhor deslinde para a questão. Segundo, porque há palavras-chaves no discurso deles que fazem eco a outras 'opiniões' expressadas, desta vez, pela ala progressista da Igreja: a 'via diplomática' que legitimaria a mudança do endereço de decisão da Congregação pela Doutrina da Fé para a Cúria das relações ecumênicas do Card. Kasper, e dai para a solução mais óbvia de submissão cega da FSSPX ou cisma. Também mencionam uma 'terceira via', uma opção para que não haja vencedores e perdedores, mas todos vencedores, como fazem na escola brasileira onde todos ganham estrelinhas e medalhas, não apenas o primeiro colocado, para não criar traumas, não embaraçar as pessoas, e cujo resultado, obviamente, é forjar perdedores. Todos: o primeiro colocado, que nunca mais vai se esforçar para se superar, e... o resto, um pelotão de perdedores que continuarão perdedores porque aprendem que não precisam se esforçar para ganhar. O que me preocupa nesse 'manifesto público' dos dois autores que são arroz de festa no mundo tradicionalista é 'porque agora' e 'a mando de quem' este discurso... Sobretudo me chama a atenção a manipulação das ideias: "diante da hesitação da Fraternidade": que hesitação? Quando a FSSPX hesitou? Com que palavras e em que momento? Todo seu agir e seu falar foi sim, sim, não, não. Seus argumentos são claros e sempre foram os mesmos. Suas pretensões, idem. Posso estar enganada, mas uma terceira via só existe na cabeça de quem pretende deixar as coisas como eram antes que Mons. Levebvre começasse a apontar o rei nu da fábula conciliar. Quanto à argumentação "por causa do bem de toda a Igreja"... Qual seria, seguindo essa hipotética terceira via, o bem de toda a Igreja? De fato, o bem da Igreja é esquecer, apagar, deletar o Concílio Vaticano II. Ponto. A preocupação com a 'cara de Roma' diante de uma decisão óbvia e, porque não, corajosa do Papa não passa de respeitos humanos que, sobretudo nesta questão, são hediondos. Heréticos, diria. E, para encerrar, sobre a 'hora' de pôr fim a essas 'rusgas' - porque é isso que está a parecer do discurso de Gnocchi e Palmaro - esse é o desejo dos católicos sinceros, mas não se pode optar por uma via diplomática apenas por uma questão de boas maneiras. Não se trata de uma discussão em família sobre assuntos pequenos. Não se trata de simples boa vontade e bom senso de ambos os lados... É a Verdade que está em jogo, e isso se resolve apenas com a Verdade.  
GdA

É melhor que os lefebvrianos aceitem o acordo com Roma (para salvar Roma)



O acordo sai ou não sai? O diálogo entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X, fundada por Monsenhor Marcel Lefebvre, entrou em uma fase decisiva. O êxito desse diálogo é do interesse antes de tudo de Bento XVI, que o promoveu e alimentou pessoalmente; é do interesse de todos os sacerdotes, os religiosos e os leigos que fazem parte da Fraternidade; e é do interesse de toda aquela mais ampla parte do mundo católico que lefebvriana não é, mas que se coloca na área da Tradição. 

domingo, 29 de janeiro de 2012

Tradição e Diferenças entre a Bíblia Católica e a Protestante

Tradição e Diferenças entre a Bíblia Católica e a Protestante 

Refutando os erros protestantes: os deuterocanônicos, a Tradição, condenação ao Livre Exame etc.  





Diferenças entre a Bíblia Católica e a protestante 


Os livros do Antigo Testamento são 45 (depende um pouco da divisão que se faça), reconhecidos autênticos pela Igreja Católica. Estes livros foram quase todos escritos em hebraico; e uns, em língua caldaica e em grego.


Convém fazer algumas distinções primeiras quanto aos nomes:


1)  Cânon, do grego Kanón = regra, medida e catálogo;

2) Canônico = livro catalogado - o que significa que também é inspirado por Deus;

3) Protocanônico = livro catalogado próton, isto é, em primeiro lugar ou sempre catalogado;

4) Deuterocanônico = livro catalogado, déuteron ou em segunda instância, posteriormente (após ter sido controvertido);

5) Apócrifo, do grego apókryphon = livro oculto, isto é, não lido nas assembleias públicas de culto, reservado à leitura particular. Em consequência, livro não canônico, não catalogado, embora tenha aparência de livro canônico (Evangelho segundo Tomé, Evangelho da Infância, Assunção de Moisés...). 


Examinemos como foi formado o atual cânon do Antigo testamento.


As passagens bíblicas começaram a ser escritas esporadicamente desde os tempos anteriores a Moisés. Todavia, Moisés foi o primeiro codificador das tradições orais e escritas de Israel, no século XIII A. C. A essas tradições (leis, narrativas, peças litúrgicas) foram sendo acrescidos, aos poucos, outros escritos no decorrer dos séculos, sem que os judeus se preocupassem com a catalogação dos mesmos.

sábado, 28 de janeiro de 2012

1962. Revolução na Igreja!

Sugestão de livro

clique para baixar o PDF

1962 - Rivoluzione nella Chiesa 
do Pe. Andre Mancinella
(em Italiano

Em 1962, com o Concílio Vaticano II, entra na Igreja a revolução. Trata-se de um livro no qual o autor tem a coragem de dizer "sim, sim, não, não" e de denunciar o gravíssimo estado de degradação doutrinal e moral da igreja conciliar.
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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A prova irrefutável da origem apostólica da Igreja Romana

As Relíquias de São Pedro

A prova irrefutável da origem apostólica da Igreja Romana

Martírio de São Pedro
by Gaetano Gandolfi (1750)
Igreja de São Pedro Apóstolo, em Carignano Parma
Em todos os tempos a Igreja de Roma ocupou um lugar totalmente privilegiado na Igreja católica. Quando ainda vivia em Efeso o Apóstolo São João, os coríntios escreveram ao Papa São Clemente de Roma para dirimir as suas controvérsias. Este apelo à autoridade romana renovou-se regularmente no decurso dos séculos, por exemplo, no momento da controvérsia sobre a data da Páscoa, com o Papa São Victor, e quando surgiu a controvérsia sobre o batismo dos hereges, no tempo do Papa Santo Estevão. Esta prática era, de fato, o reflexo da primazia conferida por Cristo a São Pedro, primazia que foi definida ante todo o mundo pelos concílios. Mas esta primazia de Roma, além do seu aspecto teológico, tem um aspecto histórico: São Pedro veio a Roma, ocupou a sede episcopal desta cidade, morreu nela, e foi ali enterrado.
É verdade que, nos tempos da reforma protestante, se colocou em dúvida esta certeza histórica, como mostram as palavras de Lutero: “Eu atrevo-me a dizer, pois o ouvi em Roma, que ninguém sabe com certeza onde repousam os restos de São Pedro e São Paulo, nem tampouco se estão aí de fato. O Papa e os cardeais sabem perfeitamente que é algo duvidoso”. (Contra Papatum Romanum, a diabolo inventum – Contra o Papado Romano, invento do diabo).
Para não descuidar os fundamentos históricos e apologéticos da nossa fé católica, vamos estabelecer os pontos seguintes: o martírio de São Pedro em Roma e a existência do seu túmulo sob o altar-mor da basílica de São Pedro.


O MARTÍRIO DE SÃO PEDRO EM ROMA

São Pedro veio a Roma e em Roma morreu
Antes de estabelecer de um modo positivo o fato do martírio de São Pedro em Roma, convém recordar esta prova negativa: que ninguém assinalou nunca para a tumba de São Pedro um lugar diferente de Roma.
Crucificação de São Pedro
by Guido Reni
Mas podemos ir mais longe, já que a Sagrada Escritura nos permite estabelecer positivamente o fato do martírio de São Pedro em Roma. Assim, a 1ª epístola de São Pedro: “Saúda-vos a igreja que está em Babilônia” (5, 13). A Tradição estabelece que São Pedro ocupou sucessivamente as sedes episcopais de Jerusalém, Antioquia e Roma; mas também demonstra que nunca esteve em Babilônia. Assim pois, como saúda da parte da igreja que está em Babilônia?
A resposta não oferece dúvidas para os contemporâneos dos judeus do século I: Babilônia era o nome que São Pedro dava a Roma por causa da sua corrupção. Assim, com este texto tão curto, São Pedro situa-nos no itinerário da sua estadia em Roma.
Estes elementos foram definitivamente confirmados pelos primeiros Padres apostólicos, como São Clemente de Roma, o terceiro sucessor de São Pedro na sé romana, que nos fala da perseguição de Nero e do martírio de São Pedro e São Paulo como fatos históricos (1ª carta aos Coríntios, 1, 5-6). E Santo Inácio de Antioquia que, de caminho para Roma, assinala numa carta aos romanos o martírio de São Pedro e São Paulo nesta cidade (Carta aos Romanos 4).

São Pedro morreu crucificado
Outra passagem da Sagrada Escritura, o último capítulo do Evangelho de São João, permite-nos vislumbrar que gênero de suplício ia sofrer S. Pedro, pois Nosso Senhor lhe predisse: “Em verdade te digo que quando eras jovem tu mesmo te cingias e andavas onde querias; mas quando fores velho estenderás as tuas mãos e outro te levará para onde não queres. Disse isto para indicar com que morte ia dar glória a Deus. Dito isto, acrescentou: segue-me” (21, 18-19).
Com estas palavras se anunciou ao chefe dos Apóstolos que ia seguir Nosso Senhor (“Segue-me”) e também a maneira como ia morrer (“Estenderás as tuas mãos”). A tradição que refere que foi crucificado de cabeça para baixo funda-se nos Fatos de Pedro (apócrifo) e na História Eclesiástica de Eusébio de Cesárea (3, 1-2).

São Pedro nas colinas vaticanas
Martírio de São Pedroby Caravaggio
O Vaticano é um lugar que se situa na margem direita do Tibre. Julgado como insalubre, o lugar foi destinado a vários usos, mas a maior parte do terreno fazia parte dos jardins de Nero. Nesse lugar encontrava-se o circo do imperador (começado na realidade por Calígula e terminado por Nero), alguns palácios à borda do Tibre, casas de pastores e cemitérios.
Vários autores cristãos do século II atestam que São Pedro deu a sua vida por Cristo neste circo de Nero. Mas muito mais importante é o testemunho de Tácito nos seus Anais (15, 38-45), onde nos conta o incêndio que devastou Roma de 18 a 28 de Julho do ano 64. Nero tinha a idéia de reconstruir rapidamente a cidade, e os seus projetos fizeram recair sobre ele as suspeitas de ter causado o incêndio. Nesse momento, Nero acusou os cristãos do delito e fê-los martirizar nos jardins do Vaticano. Tácito confirma-nos igualmente que um dos suplícios do circo de Nero foi a crucifixão.


O TÚMULO DE SÃO PEDRO EM ROMA

As escavações de São Pedro
Túmulo de São Pedro
Igreja de São Pedro
Vaticano
Desde tempos imemoriais, a tradição situava o túmulo de São Pedro sob o altar da basílica vaticana. Assim, o sábio Gayo, já em tempos do Papa Zeferino (198-217), fala-nos dos “despojos de São Pedro no Vaticano” (Eusébio de Cesárea, História Eclesiástica II, 25, 5-7). Contudo, apesar das construções sucessivas da basílica vaticana, não se tinha realizado nenhuma investigação sistemática, com receio de cometer um sacrilégio ou pela crença numa maldição.
Houve que esperar até 28 de Junho de 1939 para que o Papa Pio XII desse ordem de começar as escavações. O árduo trabalho prolongou-se desde 1939 a 1949, sob a direção de Mons. Ludwig Kaas, secretário ecônomo da fábrica de São Pedro, com um grupo de pessoas que não eram especialistas.
Em 1951 deu-se à luz o resultado oficial das escavações, segundo o qual existia uma interrogação acerca do túmulo que se tinha encontrado, pois estava vazio e não se tinha achado nenhum rasto explícito da presença de São Pedro (Dictionnaire d’Arquéologie Chrétienne et de Liturgie [D.A.C.L.], XV, 3291-3346).
Em 1952 iniciou-se outra série de escavações, nas quais participou, a título de especialista em epigrafia, Margarita Guarducci. Estas escavações permitiram descobrir toda uma necrópole no Vaticano. Quando o circo de Nero foi abandonado, o terreno foi invadido por monumentos funerários. Esta necrópole foi descoberta a nove metros e meio do nível atual da basílica, e compunha-se de mausoléus de pagãos ricos e de cristão conversos.
Não há dúvida que esta necrópole havia gozado de uma importância particular para Constantino, que foi o construtor da primeira basílica no ano de 321, pois, para poder construí-la na colina vaticana, teve que enterrar esta necrópole que ainda se utilizava e aplanar a colina em toda a sua extensão. Por que tantos inconvenientes e trabalhos para situar a basílica nesse preciso lugar, se não porque tinha um valor particular?

O túmulo de São Pedro
Túmulo de São Pedro
Igreja de São Pedro
Vaticano
O túmulo do Apóstolo era primeiramente uma simples fossa, que nos anos 150-160 foi coberta com um monumento funerário. Este monumento, encostado a um muro vermelho, estava situado do lado Oeste do campo «P». A datação deste monumento fez-se graças às telhas que cobriam a cloaca descoberta sob o «clivus» que estava do lado oeste do muro vermelho.
O monumento era formado por dois nichos sobrepostos, separados por uma espécie de tábua sustentada por duas pequenas colunas. No solo encontrava-se uma abertura fechada por uma lousa móvel. De notar que os fundamentos do monumento formam um nicho, semelhante aos que são visíveis sobre o túmulo de São Pedro. Semelhante a outros monumentos da época, esta edificação parece estar particularmente relacionada com um lugar: o do sepulcro dos Apóstolos. Este fato é confirmado pela carta de Gayo, o qual, para refutar as pretensões de superioridade de uma seita montanista oriental que devia possuir a tumba do Apóstolo Filipe, responde: “Mas eu posso mostrar-te os despojos dos Apóstolos se queres vir ao Vaticano ou à via de Ostia, verás os despojos dos que fundaram esta igreja” (Eusébio de Cesárea, História Eclesiástica II, 25, 3-7).
Em meados do século III, construiu-se um muro «g» perpendicular ao muro vermelho do seu lado direito, e logo, à esquerda, um muro similar, para respeitar a simetria. Este muro «g» foi coberto de inscrições antes de ser, nos tempos de Constantino, recoberto por um monumento quadrangular que apenas deixava ver as colunas e os nichos do lado oeste. No muro «g» abriu-se um «loculus», isto é, um nicho, recoberto de mármore.
Entre os anos 322 e 337 construiu-se a basílica constantiniana. O Papa São Gregório Magno (590-604) mandou recobrir o monumento de Constantino com um altar e o Papa Calisto II (1119-1124) fez o mesmo com o altar de São Gregório.
Em 1506 iniciaram-se os trabalhos da atual basílica, cujo altar (de Clemente VIII) recobriu o de Calisto II. Desta maneira, do altar atual ao túmulo original, havia sobreposição.
O fato de que este monumento continha os restos de São Pedro está confirmado pelas inscrições descobertas na necrópole e no muro «g». Por exemplo, no mausoléu dos Valérios há uma inscrição em que se pede a Pedro por aqueles cristãos que estão enterrados perto do seu corpo: “Petrus roga pro sanc(ti)s hom(ini)bus Chrestianis ad co(r)pus tuum sep(ultis)”. Neste mesmo muro «g» acham-se muitos «graffiti» (como a sobreposição de um P e de um E) que aludem a Pedro. Por último, um dos «graffiti» em grego no muro «g» diz claramente “Petr[os] eni”: Pedro está aqui. Este último «graffiti» está intimamente relacionado com o muro «g» e o «loculus».

O Corpo de São Pedro
A descoberta do sepulcro de São Pedro exatamente sob a basílica vaticana põe definitivamente fim às calúnias contrárias a esta tradição imemorial.
Crucificação de São Pedro
by Luca Giordano
Mas nem todos os elementos foram satisfatórios, pois o túmulo do monumento estava vazio. Só se encontraram ossadas em três lugares: 1) no campo «P» que é o lugar da fossa e o espaço ao seu redor; 2) sob os fundamentos do muro «g»; e 3) no «loculus» do muro «g».
Todos estes ossos, ignorados durante certo tempo, foram examinados unicamente a partir de 1953. Nesse momento soube-se que os ossos que se haviam encontrado sob os fundamentos dos muros correspondiam a dois homens e a uma anciã, e os ossos achados no campo «P» correspondiam a quatro indivíduos.
Entre o mês de Outubro de 1962 e Junho de 1963 procedeu-se ao exame antropológico dos ossos achados no «loculus» e que se tinham conservado numa caixa de madeira. E aqui foi a surpresa.
Estes ossos correspondem ao esqueleto de um homem robusto de uns 60 ou 70 anos de idade. Encontraram-se misturados com estes ossos restos de um tecido de púrpura incrustado de ouro, um pouco de terra, ossos de animais, moedas e pedacinhos de mármore (cf. D.A.C.L. XV, 3326).
Tudo concorda com fatos históricos já conhecidos:
- a terra e os ossos de animais correspondem ao enterro de São Pedro no campo «P»;
- a púrpura, cor imperial, manifesta o respeito para com as relíquias do chefe dos Apóstolos que haviam tido quem construísse o monumento constantiniano; Os fios do tecido são tingidos de púrpura verdadeira e envoltos em finíssimas laminas de oro.
- as moedas foram introduzidas no «loculus» pelas fissuras do reboco, pois o «loculus» nunca foi aberto;
- o mármore é o que recobria o interior do «loculus».
Todas estas relíquias, cujas características correspondem às de São Pedro, foram novamente colocadas no «loculus» em 27 de Junho de 1968, por vontade do papa Paulo VI.

Ossos de animais!
Martírio de São Pedro
by Michelangelo
entre 1546 e 1550
Observou-se em seguida a presença também de alguns ossos de animais domésticos, boi, porco, ovelha e galinha. Apresentam as mesmas características que os ossos humanos quanto às alterações físicas. Como os ossos humanos, são marcados pela umidade e a analise do pó que se pegou a eles revela que provêm do mesmo lugar, da mesma terra. Mostram em definitiva o extremo cuidado dos que recolheram os ossos de São Pedro no fim do século III ou nos primeiros anos do século IV. Procurando esses ossos na fossa que foi a primeira sepultura do Apóstolo, não quiseram correr o risco de deixar de lado qualquer um deles e guardavam todos os ossos que lá encontravam.
Outra surpresa foi a de encontrar com esses ossos do “loculus”, outros, limpos e brancos, sem sinal de umidade. Analisando-os o professor Correntini não tardou em achar que eram todos de um só animal…um ratozinho! A pergunta que surgiu então foi saber como um ratozinho pôde conseguir entrar e morrer no nicho. Uma nova analise do “loculus” permitiu evidenciar que jamais ele foi aberto ou violado, ninguém mexeu no muro e nas paredes de mármore até o século XX. Agora, descobriram fissuras no muro “g”, algumas terminando no nicho. E não só isso, senão a presença nelas de moedas de séculos anteriores! Ao mesmo tempo em que se explicava a presença do ratozinho se solucionava a objeção das moedas encontradas no nicho com datas cumpridas entre o século IV e o século XII! Comprovou-se que as moedas lançadas pelos devotos e peregrinos caiam muitas vezes pelas fissuras e se perdiam não só até o campo da fossa inicial de São Pedro senão também nos muros fendidos. Quando no século XII o Papa Calisto II mandou recobrir o altar de São Gregório com outro novo, também tapou a janelinha que permitia aos peregrinos satisfazer suas piedosas devoções… e não podiam mais lançar moedas por dentro!

CONCLUSÃO
Crucifixão de Sao Pedro
by Massaccio (Pisa)
Em 1964, todo esse admirável trabalho de pesquisa paciente estava concluído. Margarita Guarducci entregou um dossiê completo ao Papa Paulo VI com todos os resultados, analises e conclusões dos cientistas. Todas as objeções estavam examinadas e resolvidas. Não tinha mais lugar para as duvidas, só se esperava a palavra oficial e pública do sucessor de São Pedro. Essa voz se fará ouvir com certeza, mas não no ano 1964, não durante o concílio Vaticano II, não na providencial presença em Roma da maior parte da Hierarquia da Santa Igreja, não tampouco na presença dos observadores ortodoxos e protestantes convidados pelo Papa nessa ilustre assembléia. Não, infelizmente o Papa não aproveitará essa oportunidade excepcional para mostrar a tudo o mundo que o ensino da Tradição e a fé do Papa Pio XII estavam amplamente confirmados pelos trabalhos das escavações debaixo da basílica de São Pedro.
Haverá de esperar o ano 1968, a festa dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, para ouvir da boca do Papa Paulo VI a afirmação explicita da presença das relíquias de São Pedro no seu túmulo. Dez anos depois, poucas semanas antes de morrer, na altura também da festa dos dois grandes Apóstolos, o Papa afirmará de novo essa presença bendita de São Pedro em Roma. Ao menos lembremo-nos disto quando alguns modernistas tentam afirmar o contrário!

Mas deixemos que Margarita Guarducci, cujo livro “Saint Pierre retrouvé” resumimos (Ed. Saint Paul, 1974 – uma tradução em português está atualmente em preparação), nos dê a conclusão:
Sem clamor algum [em 27 de junho de 1968], quase em silêncio, São Pedro regressou à sua igreja. Preencheu-se um grande vazio.
Hoje, quando o Papa celebra a missa na basílica, encontram-se de novo debaixo do seu altar, no lado do Evangelho, os restos do seu primeiro predecessor, daquele homem que conheceu Cristo, ouviu a sua voz, foi testemunha dos seus milagres, participou na Última Ceia e recebeu do Mestre ressuscitado e antes de subir ao céu, o mandamento de apascentar os seus cordeiros.
Os despojos do Eleito de Cristo, do príncipe dos Apóstolos, encontram-se outra vez onde descansaram durante mais de dezesseis séculos, no «loculus» de mármore no interior do monumento rodeado de pórfiro, em que o primeiro imperador cristão os havia colocado com todas as honras, com o fim de conservá-los para a veneração dos séculos vindouros” (op. cit., pg. 149).

Martírio de São Pedro
Igreja de São Pedro em Abbiategrasso 
(clique nas imagens para ampliá-las)

Fonte: FSSPX

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Um exame de consciência para adultos

Os Sete Sacramentos: Confissão
Antonio Novelli - 1779

Um exame de consciência para adultos
 
Acredito num Salvador que me ama, que perdoa os meus pecados e que me dá a graça de me tornar santo. Jesus Cristo, através do ministério dos Seus sacerdotes, faz ambas as coisas no Sacramento da Penitência.
"Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio... Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados; e a quem os retiverdes, ser-lhe-ão retidos." (João 20:21-23)
"Mesmo que os teus pecados sejam como escarlate, ficarão brancos como neve." (Isaías 1:18)
"Não vim chamar os justos, mas os pecadores." (Mateus 9:13)
"Os homens receberam de Deus um poder que não foi dado aos anjos nem aos arcanjos. Nunca foi dito aos espíritos celestes, ‘O que ligardes e desligardes na terra será ligado e desligado no céu’. Os príncipes deste mundo só podem ligar e desligar o corpo. O poder do sacerdote vai mais além; alcança a alma, e exerce-se não só em batizar, mas ainda mais em perdoar os pecados. Não coremos, pois, ao confessar as nossas faltas. Quem se envergonhar de revelar os seus pecados a um homem, e não os confessar, será envergonhado no Dia do Juízo na presença de todo o Universo." (S. João Crisóstomo, Tratado sobre os Sacerdotes, Liv. 3)

Oração para antes da Confissão:  
Senhor, iluminai-me para me ver a mim próprio tal como Vós me vedes, e dai-me a graça de me arrepender verdadeira e efetivamente dos meus pecados. O Virgem Santíssima, ajudai-me a fazer uma boa confissão.

Como se Confessar: 
Antes de mais, examine bem a sua consciência. Em seguida, diga ao sacerdote que pecados específicos cometeu, e, com a maior exatidão possível, quantas vezes os cometeu desde a sua última boa confissão. Só é obrigado a confessar os pecados mortais, visto que pode obter o perdão dos seus pecados veniais através de sacrifícios e atos de caridade. Se estiver em dúvida sobre se um pecado é mortal ou venial, mencione ao confessor a sua dúvida. Recorde-se, também, que a confissão dos pecados veniais ajuda muito a evitar o pecado e a avançar na direção do Céu.

Condições necessárias para um pecado ser mortal:
1.    Matéria séria
2.    Reflexão suficiente
3.    Pleno consentimento da vontade

Considerações preliminares:
1.    Alguma vez deixei de confessar um pecado grave, ou conscientemente disfarcei ou escondi um tal pecado? Nota: Esconder deliberadamente um pecado mortal invalida a confissão, e é igualmente pecado mortal. Lembre-se que a confissão é privada e sujeita ao Sigilo da Confissão, o que quer dizer que é pecado mortal um sacerdote revelar a quem quer que seja a matéria de uma confissão.
2.    Alguma vez fui irreverente para com este Sacramento, não examinando a minha consciência com o devido cuidado?
3.    Alguma vez deixei de cumprir a penitência que o sacerdote me impôs?
4.    Tenho quaisquer hábitos de pecado grave que deva confessar logo no início (por exemplo, impureza, alcoolismo, etc.)?

Primeiro Mandamento:  Eu sou o Senhor teu Deus, Não terás deuses estranhos perante Mim (incluindo pecados contra a Fé, Esperança e Caridade).
1.    Descuidei o conhecimento da minha fé, tal como o Catecismo a ensina, tal como o Credo dos Apóstolos, os Dez Mandamentos, os Sete Sacramentos, o Pai Nosso, etc?
2.    Alguma vez duvidei deliberadamente de algum ensinamento da Igreja, ou o neguei?
3.    Tomei parte num ato de culto não católico?
4.    Sou membro de alguma organização religiosa não católica, de alguma sociedade secreta ou de um grupo anticatólico?
5.    Alguma vez li, com consciência do que fazia, alguma literatura herética, blasfema ou anticatólica?
6.    Pratiquei alguma superstição (tal como horóscopos, adivinhação, tábua Ouija, etc.)?
7.    Omiti algum dever ou prática religiosa por respeitos humanos?
8.    Recomendo-me a Deus diariamente?
9.    Tenho rezado fielmente as minhas orações diárias?
10.    Abusei os Sacramentos de alguma maneira? Recebi-os com irreverência, como, por exemplo, a Comunhão na Mão sem obedecer aos princípios e às sete regras promulgadas por Paulo VI como sendo obrigatórias neste caso?
11.    Trocei de Deus, de Nossa Senhora, dos Santos, da Igreja, dos Sacramentos, ou de quaisquer coisas santas?
12.    Fui culpado de grande irreverência na igreja, como, por exemplo, em conversas, comportamento ou modo como estava vestido?
13.    Fui indiferente quanto à minha Fé Católica — acreditando que uma pessoa pode salvar-se em qualquer religião, ou que todas as religiões são iguais?
14.    Presumi em qualquer altura que tinha garantida a misericórdia de Deus?
15.    Desesperei da misericórdia de Deus?
16.    Detestei a Deus?
17.    Dei demasiada importância a alguma criatura, atividade, objeto ou opinião?

Segundo Mandamento: Não tomarás o Nome do Senhor teu Deus em vão.
1.    Jurei pelo nome de Deus falsamente, impensadamente, ou em assuntos triviais e sem importância?
2.    Murmurei ou queixei-me contra Deus (blasfêmia)?
3.    Amaldiçoei-me a mim próprio, ou a outra pessoa ou criatura?
4.    Provoquei alguém à ira, para fazê-lo praguejar ou blasfemar a Deus?
5.    Quebrei uma promessa feita a Deus?

Terceiro Mandamento: Recorda-te de santificar o Dia de Sábado.
1.    Faltei à Missa nos Domingos ou Festas de guarda?
2.    Cheguei atrasado à Missa nos Domingos e Dias Santos de guarda, ou saí mais cedo por minha culpa?
3.    Fiz com que outras pessoas faltassem à Missa nos Domingos e Dias Santos de guarda, ou saíssem mais cedo, ou chegassem atrasados à Missa?
4.    Estive distraído propositadamente durante a Missa?
5.    Fiz ou mandei fazer trabalho servil desnecessário num Domingo ou Festa de guarda?
6.    Comprei ou vendi coisas sem necessidade nos Domingos e Dias Santos de guarda?

Quarto Mandamento: Honra o teu pai e a tua mãe.
1.    Desobedeci aos meus pais, faltei-lhes ao respeito, descuidei-me em ajudá-los nas suas necessidades ou na compilação do seu testamento, ou recusei-me a fazê-lo?
2.    Mostrei irreverência em relação a pessoas em posições de autoridade?
3.    Insultei ou disse mal de sacerdotes ou de outras pessoas consagradas a Deus?
4.    Tive menos reverência para com pessoas de idade?
5.    Tratei mal a minha esposa ou os meus filhos?
6.    Foi desobediente ao meu marido, ou faltei-lhe ao respeito?
7.    Sobre os meus filhos:
a)    Descuidei as suas necessidades materiais?
b)    Não tratei de os fazer batizar cedo? *(Veja-se em baixo.)
c)    Descuidei a sua educação religiosa correta?
d)    Permiti que eles descuidassem os seus deveres religiosos?
e)    Consenti que se encontrassem ou namorassem sem haver hipótese de se celebrar o matrimónio num futuro próximo? (Santo Afonso propõe um ano, no máximo).
f)    Deixei de vigiar as companhias com quem andam?
g)    Deixei de discipliná-los quando necessitassem de tal?
h)    Dei-lhes mau exemplo?
i)    Escandalizei-os, discutindo com o meu cônjuge em frente deles?
j)    Escandalizei-os ao dizer imprecações e obscenidades à sua frente?
k)    Guardei modéstia na minha casa?
l)    Permiti-lhes que usassem roupa imodesta (minissaias; calças justas, vestidos ou camisolas justos; blusas transparentes; calções muito curtos; fatos de banho reveladores; etc.)? 
m)    Neguei-lhes a liberdade de casar ou seguir uma vocação religiosa?
* As crianças devem ser batizadas o mais cedo possível. Além das prescrições diocesanas particulares, parece ser a opinião geral ... que uma criança deve ser batizada cerca de uma semana ou dez dias a seguir ao nascimento. Muitos católicos atrasam o baptismo por quinze dias ou um pouco mais. A ideia de administrar o Baptismo nos três dias que se seguem ao parto é demasiado estrita. Santo Afonso, seguindo a opinião geral, pensava que um atraso não justificado de mais de dez ou onze dias a seguir ao parto seria um pecado grave. Segundo o costume moderno, que é conhecido e não corrigido pelos Ordinários locais, um atraso de mais de um mês sem motivo seria um pecado grave. Se não houve perigo aparente para a criança, os pais que atrasem o baptismo por três semanas, pouco mais ou menos, não podem ser acusadas de pecado grave, mas a prática de batizar o recém-nascido na semana ou dez dias que se seguem ao parto deve recomendar-se firmemente; e, de facto, pode mesmo recomendar-se um período ainda mais curto. — H. Davis S.J., Moral and Pastoral Theology, Vol. III, pg. 65, Sheed and Ward, New York, 1935

Quinto Mandamento: Não matarás. 1.    Procurei, desejei ou apressei a morte ou o ferimento de alguém?
2.    Alimentei ódio para com alguém?
3.    Oprimi alguém?
4.    Desejei vingar-me?
5.    Provoquei a inimizade entre outras pessoas?
6.    Discuti ou lutei com alguém?
7.    Desejei mal a alguém?
8.    Quis ferir ou maltratar alguém, ou tentei fazê-lo?
9.    Recuso-me a falar com alguém, ou ressentimento de alguém?
10.    Regozijei-me com a desgraça alheia?
11.    Tive ciúmes ou inveja de alguém?
12.    Fiz ou tentei fazer um aborto, ou aconselhei alguém a que o fizesse?
13.    Mutilei o meu corpo desnecessariamente de alguma maneira?
14.    Consenti em pensamentos de suicídio, desejei suicidar-me ou tentar suicidar-me?
15.    Embriaguei-me ou usei drogas ilícitas?
16.    Comi demais, ou não como o suficiente por descuido (isto é, alimentos nutritivos)?
17.    Deixei de corrigir alguém dentro das normas da caridade?
18.    Causei dano à alma de alguém, especialmente crianças, dando escândalo através de mau exemplo?
19.    Fiz mal à minha alma, expondo-a intencionalmente e sem necessidade a tentações, como maus programas de TV, música reprovável, praias, etc.?

Sexto e Nono Mandamentos: Não cometerás adultério. Não cobiçarás a mulher do próximo.
1.    Neguei ao meu cônjuge os seus direitos matrimoniais?
2.    Pratiquei o controlo de natalidade (com pílulas, dispositivos, interrupção)?
3.    Abusei dos meus direitos matrimoniais de algum outro modo?
4.    Cometi adultério ou fornicação (sexo pré-marital)?
5.    Cometi algum pecado impuro contra a natureza (homossexualidade ou lesbianismo, etc.)?
6.    Toquei ou abracei outra pessoa de forma impura?
7.    Troquei beijos prolongados ou apaixonados?
8.    Pratiquei a troca prolongada de carícias?
9.    Pequei impuramente contra mim próprio (masturbação)?
10.    Consenti em pensamentos impuros, ou tive prazer neles?
11.    Consenti em desejos impuros para com alguém, ou desejei conscientemente ver ou fazer alguma coisa impura?
12.    Entreguei-me conscientemente a prazeres sexuais, completos ou incompletos?
13.    Fui ocasião de pecado para os outros, por usar roupa justa, reveladora ou imodesta?
14.    Fiz alguma coisa, deliberadamente ou por descuido, que provocasse pensamentos ou desejos impuros noutra pessoa?
15.    Li livros indecentes ou vi figuras obscenas?
16.    Vi filmes ou programas de televisão sugestivos, ou pornografia na Internet, ou permiti que os meus filhos os vissem?
17.    Usei linguagem indecente ou contei histórias indecentes?
18.    Ouvi tais histórias de boa vontade?
19.    Gabei-me dos meus pecados, ou deleitei-me em recordar pecados antigos?
20.    Estive com companhias indecentes?
21.    Consenti em olhares impuros?
22.    Deixei de controlar a minha imaginação?
23.    Rezei imediatamente, para afastar maus pensamentos e tentações?
24.    Evitei a preguiça, a gula, a ociosidade, e as ocasiões de impureza?
25.    Fui a bailes imodestos ou peças de teatro indecentes?
26.    Fiquei sozinho sem necessidade na companhia de alguém do sexo oposto?
Note bem: Não tenha receio de confessar ao sacerdote qualquer pecado impuro que tenha cometido. Não esconda ou tente disfarçá-lo. O sacerdote está ali para ajudá-lo e perdoar. Nada do que possa dizer o escandalizará; por isso, não tenha medo, por mais envergonhado que esteja.

Sétimo e Décimo Mandamentos: Não roubarás. Não cobiçarás os bens do teu próximo.
1.    Roubei alguma coisa? O quê, ou quanto?
2.    Danifiquei a propriedade de outrem?
3.    Deixei estragar, por negligência, a propriedade de outrem?
4.    Fui negligente na guarda do dinheiro ou bens de outrem?
5.    Fiz batota ou defraudei alguém?
6.    Joguei em excesso?
7.    Recusei-me a pagar alguma dívida, ou descuidei-me no seu pagamento?
8.    Adquiri alguma coisa que sabia ter sido roubada?
9.    Deixei de restituir alguma coisa emprestada?
10.    Lesei o meu patrão, não trabalhando como se esperava de mim?
11.    Fui desonesto com o salário dos meus empregados?
12.    Recusei-me a ajudar alguém que precisasse urgentemente de ajuda, ou descuidei-me a fazê-lo?
13.    Deixei de restituir o que roubei, ou obtive por embuste ou fraude? (Pergunte ao sacerdote como poderá fazer a restituição, ou seja, devolver ao legítimo dono o que lhe tirou).
14.    Tive inveja de alguém, por ter algo que eu não tenho?
15.    Invejei os bens de alguém?
16.    Tenho sido avarento?
17.    Tenho sido cúpido e invejoso, dando demasiada importância aos bens e confortos materiais? O meu coração inclina-se para as posses terrenas ou para os verdadeiros tesouros do Céu?

Oitavo Mandamento: Não levantarás falsos testemunhos contra o teu próximo.
1.    Menti a respeito de alguém (calúnia)?
2.    As minhas mentiras causaram a alguém danos materiais ou espirituais?
3.    Fiz julgamentos temerários a respeito de alguém (isto é, acreditei firmemente, sem provas suficientes, que eram culpados de algum defeito moral ou crime)?
4.    Atingi o bom nome de alguém, revelando faltas autênticas mas ocultas (maledicência)?
5.    Revelei os pecados de outra pessoa?
6.    Fui culpado de fazer intrigas (isto é, de contar alguma coisa desfavorável que alguém disse de outra pessoa, para criar inimizade entre eles)?
7.    Dei crédito ou apoio à divulgação de escândalos sobre o meu próximo?
8.    Jurei falso ou assinei documentos falsos?
9.    Sou crítico ou negativo sem necessidade ou falto à caridade nas minhas conversas?
10.    Lisonjeei outras pessoas?

As obras de Misericórdia espirituais e corporais
Descuidei-me no cumprimento das obras seguintes, quando as circunstâncias mo pediam?

As sete obras de Misericórdia espirituais
1. Dar bom conselho aos que pecam. 2. Ensinar os ignorantes. 3. Aconselhar os que duvidam. 4. Consolar os tristes. 5. Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo. 6. Perdoar as injúrias por amor de Deus. 7. Rogar a Deus pelos vivos e pelos defuntos.

As sete obras de Misericórdia corporais
1. Dar de comer a quem tem fome. 2. Dar de beber a quem tem sede. 3. Vestir os nus. 4. Visitar e resgatar os cativos. 5. Dar pousada aos peregrinos. 6. Visitar os doentes. 7. Enterrar os mortos.
Lembre-se que a nossa Santa Fé Católica nos ensina que ... assim como o corpo sem o espírito está morto, também a fé sem obras está morta (Tiago 2: 26).

Os sete pecados mortais e as virtudes opostas
1. Soberba.......................................Humildade
2. Avareza.......................................Liberalidade
3. Luxúria........................................Castidade
4. Ira..............................................Paciência
5. Gula............................................Temperança
6. Inveja..........................................Caridade
7. Preguiça.......................................Diligência

Os cinco efeitos do orgulho
1. Vanglória: a. Jactância b. Dissimulação/ Duplicidade
2. Ambição
3. Desprezo dos outros
4. Ira/ Vingança/ Ressentimento
5. Teimosia/ Obstinação.

Nove maneiras de ser cúmplice do pecado de outrem
a. Alguma vez fiz deliberadamente com que outros pecassem?
b. Alguma vez cooperei nos pecados de outrem:
1. Aconselhando? 2. Mandando? 3. Consentindo? 4. Provocando? 5. Lisonjeando? 6. Ocultando? 7. Compartilhando? 8. Silenciando? 9. Defendendo o mal feito?

Os quatro pecados que bradam aos Céus1. Homicídio voluntário. 2. O pecado de sodomia ou lesbianismo. 3. Opressão dos pobres. 4. Não pagar o salário justo a quem trabalha.

Os seis Mandamentos da Igreja
1.    Ouvi Missa nos Domingos e Festas de guarda?
2.    Cumpri o jejum e a abstinência nos dias prescritos, e guardei o jejum eucarístico?
3.    Confessei-me pelo menos uma vez no ano?
4.    Recebi a Sagrada Eucaristia pelo menos uma vez por ano?
5.    Contribui, na medida do possível, para as despesas do culto?
6.    Observei as leis da Igreja sobre o Matrimónio, ou seja, quanto ao matrimónio sem a presença de um sacerdote, ou no caso de matrimónio com um parente próximo ou um não-Católico?

As cinco blasfêmias contra o Coração Imaculado de Maria
1.    Blasfemei contra a Imaculada Conceição?
2.    Blasfemei contra a Virgindade Perpétua de Nossa Senhora?
3.    Blasfemei contra a Maternidade Divina de Nossa Senhora? Deixei de reconhecer a Nossa Senhora como Mãe de todos os homens?
4.    Tentei publicamente semear nos corações das crianças indiferença ou desprezo, ou mesmo ódio, em relação à sua Mãe Imaculada?
5.    Ultrajei-A diretamente nas Suas santas imagens?

Finalmente:
Recebi a Sagrada Comunhão em estado de pecado mortal? (Este é um sacrilégio muito grave).
O exame dos pecados veniais de Santo António Maria Claret

A alma deve evitar todos os pecados veniais, especialmente os que abrem caminho ao pecado grave. Ó minha alma, não chega desejar firmemente antes sofrer a morte do que cometer um pecado grave. É necessário tem uma resolução semelhante em relação ao pecado venial. Quem não encontrar em si esta vontade, não pode sentir-se seguro. Não há nada que nos possa dar uma tal certeza de salvação eterna do que uma preocupação constante em evitar o pecado venial, por insignificante que seja, e um zelo definido e geral, que alcance todas as práticas da vida espiritual — zelo na oração e nas relações com Deus; zelo na mortificação e na negação dos apetites; zelo em obedecer e em renunciar à vontade própria; zelo no amor de Deus e do próximo. Para alcançar este zelo e conservá-lo, devemos querer firmemente evitar sempre os pecados veniais, especialmente os seguintes:
1.    O pecado de dar entrada no coração de qualquer suspeita não razoável ou de opinião injusta a respeito do próximo.
2.    O pecado de iniciar uma conversa sobre os defeitos de outrem, ou de faltar à caridade de qualquer outra maneira, mesmo levemente.
3.    O pecado de omitir, por preguiça, as nossas práticas espirituais, ou de cumpri-las com negligência voluntária.
4.    O pecado de manter um afeto desregrado por alguém.
5.    O pecado de ter demasiada estima por si próprio, ou de mostrar satisfação vã por coisas que nos dizem respeito.
6.    O pecado de receber os Santos Sacramentos de forma descuidada, com distrações e outras irreverências, e sem preparação séria.
7.    Impaciência, ressentimento, recusa em aceitar desapontamentos como vindo da Mão de Deus; porque isto coloca obstáculos no caminho dos decretos e disposições da Divina Providência quanto a nós.
8.    O pecado de nos proporcionarmos uma ocasião que possa, mesmo remotamente, manchar uma situação imaculada de santa pureza.
9.    O pecado de esconder propositadamente as nossas más inclinações, fraquezas e mortificações de quem devia saber delas, querendo seguir o caminho da virtude de acordo com os caprichos individuais e não segundo a direção da obediência.
Nota: Fala-se aqui de situações em que encontraremos aconselhamento digno se o procurarmos, mas nós, apesar disso, preferimos seguir as nossas próprias luzes, embora frouxas.

Oração para uma boa confissão:
Meu Deus, por causa dos meus pecados crucifiquei de novo o Vosso Divino Filho e escarneci dEle. Por isto sou merecedor da Vossa cólera e expus-me ao fogo do Inferno. E como fui ingrato para conVosco, meu Pai do Céu, que me criastes do nada, me redimistes pelo preciosíssimo sangue do Vosso Filho e me santificastes pelos Vossos santos Sacramentos e pelo Espírito Santo! Mas Vós poupastes-me pela Vossa misericórdia, para que eu pudesse fazer esta confissão. Recebei-me, pois, como Vosso filho pródigo e dai-me a graça de uma boa confissão, para que possa recomeçar a amar-Vos de todo o meu coração e de toda a minha alma, e para que possa, a partir de agora, cumprir os Vossos Mandamentos e sofrer com paciência os castigos temporais que possam cair sobre mim. Espero, pela Vossa bondade e poder, obter a vida eterna no Paraíso. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém.

Nota final

Lembre-se de confessar os seus pecados com arrependimento sobrenatural, tendo uma resolução firme de não tornar a pecar e de evitar situações que levem ao pecado. Peça ao seu confessor que o ajude a superar alguma dificuldade que tenha em fazer uma boa confissão. Cumpra prontamente a sua penitência.
Ato de Contrição
Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o meu coração, pesa-me de Vos ter ofendido, e com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Amém.

Fonte:
Em Portugal - Apartado 4066, 3030-901 Coimbra
U.S.A. – P.O. Box 142, Kenmore, NY 14217
telefone: 716-853-1822
Internet: www.fatima.org • correio electrónico: info@fatima.org 


Sacramento da Confissão
Catecismo Ilustrado - 1910
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Vocações religiosas: Seminaristas da FSSPX

NOVOS SEMINARISTAS PARA O ANO LETIVO 2011-2012

A Fraternidade Sacerdotal São Pio X, Distrito da Itália, comunica que, para o ano 2011-2012, contamos com 58 novo seminaristas. Deo gratias!

Estes são os 19 novos alunos do Seminário de Savigny (França) em Outubro:
17 franceses, 1 norte-americano, 1 espanhol.

A eles e aos demais, nossas orações, 
pela perseverança das vocações de que a Igreja tanto necessita.


Um pouco de estatísticas:

551 Padres 
214 Seminaristas
38 Pré-Seminaristas
117 Irmãos 
176 Irmãs 
74 Oblatas 
Presença ativa da FSSPX em 31 Países e sacerdotes em missão em outro 32 Países. 
6 Seminários
14 Distritos e 6 Casas autônomas
161 Priorados 

725 Centros de Missas
2 Institutos universitarios
90 Escolas
7 Casas de retiro para adultos



Fonte: FSSPX-Italia e FSSPX-América do Sul


Editado em 14/06/2016: E Fellay está destruindo tudo isso!
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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A necessidade de reparar a ofensa

A NECESSIDADE DE REPARAR 



Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos.
Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam.

Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo,
adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos
o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo,
presente em todos os sacrários da terra,
em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido.

E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria,
peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.

(esta oração se repete três vezes)

Segundo São Tomás de Aquino, a blasfêmia é o maior dos pecados. (II-II q 13 a 3) Ela se opõe diretamente à bondade divina, detestando-a, e viola a virtude de religião que é parte da virtude de justiça. Ao invés de render a Deus a honra que lhe é devida, Ele é insultado. Por isso, exige uma reparação que consistirá em render a Deus, na medida em que é possível, a glória e a honra de que foi privado e apagar assim a injuria que sofreu.

O próximo espetáculo no Teatro Parenti, em Milão, constitui um pública blasfêmia contra Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma pública blasfêmia exige reparação pela honra de Deus ultrajada, com manifestações públicas de Fé e de oração. O amor de Deus é proporcional ao desejo de reparar as ofensas que Ele recebe. O maior ato em reparação do pecado foi o sacrifício de Jesus na Cruz. Tal sacrifício se renova em maneira incruenta na S. Missa. Por isso, é importante, entre os atos de reparação, oferecer e participar de S. Missas com esta intenção.

É necessário, depois, rezar e fazer sacrifícios pela conversão daqueles que, com este gravíssimo escândalo, ofendem o Senhor, são a causa da perda de almas e merecem o inferno eterno.

Enfim, a pública reparação é indispensável para preservar a sociedade dos castigos que as ofensas à Divina Majestade atiram sobre ela. Por isto, é importante participar, numerosos, às manifestações de oração que acontecerão em Milão, sem medir sacrifícios... pela honra de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Padre Pierpaolo Maria Petrucci

Fonte: FSSPX/Italia
Tradução: Giulia d'Amore di Ugento

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Teu Rosto, Senhor, eu procuro

De 25 a 28 de Janeiro, em Milão (Itália), será apresentada uma peça teatral blasfema intitulada “Sobre o conceito de Rosto no Filho de Deus” e que pretende manifestar sua arte atirando excrementos em uma imagem de Cristo que é praticamente a unica peça que decora a cena e que domina, gigantesca, o fundo do palco. 
Abaixo, mais um convite da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, Distrito da Itália, para a reflexão sobre a devida reparação a mais este ultraje ao Santíssimo Rosto de Jesus, da mesma forma como perpetraram na França. 
Cuidado, católico, logo essa blasfêmia tocará o solo brasileiro!!!
Eu desejo, do fundo de meu coração, que os autores, a plateia, assim como os que defendem o direito ilimitado e sem reservas da livre manifestação artística morram engasgados nos excrementos que lançarem contra a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo.

GdA


O TEU ROSTO, SENHOR, EU PROCURO


O Teu Rosto, ó Senhor, eu procuro!
No Antigo Testamento fala-se do “Rosto de Deus” frequentemente. Trata-se, evidentemente, de um antropomorfismo, visto que Deus é “puríssimo Espírito” e que, portanto, não tem um rosto, mãos ou pés. Mas o homem necessita de tais imagens concretas.

O “Rosto de Deus” é o próprio Deus, porque o rosto exprime e faz conhecer a pessoa, “quem é” que eu tenho diante de mim. Ao contrário: na antiguidade, por exemplo, no teatro grego, os atores usavam uma máscara, isto é um outro rosto, que exprime outra pessoa: por exemplo, a máscara do filosofo, ou a do médico etc. Isto faz o ator: leva ao palco uma cara que não é a sua. Mas fora do palco, o rosto de uma pessoa exprime - normalmente - que é aquela pessoa, faz com que eu a conheça.

Sob essa ótica, é necessário ler as numerosas expressões das Sagradas Escrituras em que se fala de “Rosto de Deus”:

«Propiciai-vos a Face de Deus, para que tenha piedade de vós» (Malaquias 1, 9). Quando uma pessoa me é propícia, me olha de tal forma que eu a compreendo.

Vice-versa: «Não escondei de mim Vossa Face [ó Senhor]; não afastai com ira o Vosso servo» (Salmo 26, 9). Virar o rosto, olhar para outro lado é sinal de sinal de raiva, cólera, e pior, abandono.

Ainda: «Para a equidade olha o seu Rosto» (Salmo 19, 8). Deus olha para as obras boas, justas feitas pelos homens. Este olhar de Deus, isto é, Seu Rosto, é a força dos justos, daqueles que querem servi-lo fielmente: «A luz de Tua Face, ó Senhor, fazei brilhar sobre nós como uma bandeira» (Salmo 4, 7).

«Os olhos do Senhor veem toda a terra e dão a força àqueles que creem nEle» (2 Paralipômenos 16, 9).

«Os justos caminham na luz de Vossa Face e em Vosso nome exultam o dia todo» (Salmo 88, 16). 


«Viva o Senhor dos exércitos diante de cujo Rosto eu estou!»
(3 Livro dos Reis 18,15). 

Tudo isso é expresso no Antigo Testamento falado de forma metafórica.

Mas depois da Encarnação, Deus tem, na realidade, um rosto: é o Rosto de Jesus, «O mais bonito dos filhos dos homens». Contemplando aquele Rosto, contemplo o Rosto de Deus, porque Jesus é Deus feito Homem, e nenhum outro rosto manifesta melhor a Pessoa de Deus, “quem é Deus”.

O Rosto de Jesus é o Rosto Santo por excelência, tornado visível aos seus contemporâneos.

Aquele Rosto que Pedro, Tiago e João viram transfigurado «…mais resplandecente do que o sol» (Mateus 17), e de cuja visão restaram como que inebriados, não desejando outra coisa que restar lá em cima do monte Tabor a contemplá-lo.

Mas também fora daqueles instantes de glória, aquele Rosto devia ter algo de grande, de  “magnético”, que atraía os corações dos homens. «Mostrai-nos a Vossa Face e seremos salvos» (Salmo 79, 4): aquele Rosto é o Rosto do Salvador, «vindo a salvar o que estava perdido» (Mateus 18,11). Se a franja de seu manto pôde sarar a pobre mulher hemorroíssa (Lucas 8,44), quanto mais seu olhar devia penetrar no mais profundo das almas para sará-las. O que foi o olhar de Jesus para a alma daquela pobre Samaritana, enredada nos seus pecados? (João 4). O que foi o olhar de Jesus para Zaqueu, o Publicano, isto é o pecador por antonomásia? (Lucas 19,5). Jesus ergueu o olhar em sua direção e Zaqueu se converteu! Ainda: pensemos ao olhar de Jesus sobre Pedro que, no pátio do Pretório, acaba de renegá-lo. «O Senhor se virou a olhar para Pedro» (Lucas 22,61).

O Rosto de Jesus olha ainda para nós, depois de dois mil anos, através da imagem do Santo Sudário. “Olha” também através das pálpebras abaixadas no rigor da morte, pois aquele Rosto parece ler na alma: não são os olhos de um morto, mas de «Aquele que vive nos séculos dos séculos» (Apocalipse 1,18).

Podemos permanecer indiferentes diante da ofensa blasfema contra aquele Rosto Santo?

Pintura de Antonello da Messina
Diante da ofensa de um espetáculo que, do começo ao fim, se desenvolve diante sob os olhos do belíssimo Rosto de Jesus pintado por Antonello da Messina; retrato que é objeto de um ultraje irripetível, pode-se, digo, calar-se? Nem se diga que o cristão deve “dar a outra face”, porque tal dever é sacrossanto quando se trata de uma ofensa pessoal, enquanto seria uma inútil “folha de figo” para esconder a própria vileza quando se trata da honra de Deus pisoteada. Certamente, Deus é capaz de defender-se sozinho: seja os autores do espetáculo, seja quem o defende, reflitam sobre as terríveis palavras das Sagradas Escrituras: «A Tua direita alcance todos aqueles que Te odeiam. Tu os tornarás como fornalha ardente, quando mostrares a Tua Face» (Salmo 20,9). Aquele Rosto tão doce para quem O ama será terrível para quem O odeia e o ultraja vergonhosamente. «Não vos enganeis: de Deus não se zomba», adverte São Paulo (Gálatas 6,7).


Deus sabe defender-se, mas é atento aos gestos de piedade para com Ele. A tradição nos mostra o gesto piedoso de Verônica que, no caminho do Calvário, enxuga o Rosto de Jesus; o Evangelho nos reporta o gesto do anônimo soldado de guarda debaixo do Cruz que saciou a sede de Jesus agonizante. Se até um copo de água, dado por amor a uma criatura, não fica sem recompensa, que será de um gesto de reparação em relação ao próprio Jesus?

Santa Verônica enxuga o rosto de Cristo
Diante daquele Roso ultrajado façamos nosso o grito de guerra e de amor do profeta Elias: «Viva o Senhor dos exércitos diante de cujo Rosto eu estou!» (3 Livro dos Reis 18,15).

Diante daquele Rosto, a nossa oração, a nossa penitência reparadora sejam o nosso “véu piedoso” que tem compaixão e que consola; sejam o nosso grito dos lábios e do coração:

«A ti fala o meu coração […] o teu Rosto, Senhor, eu procuro» (Salmo 26,8).

«Faz resplandecer sobre nós o Teu Rosto e tenha piedade de nós» (Salmo 66,1).

Padre Luigi Moncalero
Sacerdote FSSPX
Fonte: FSSPX/Italia
Tradução: Giulia d'Amore di Ugento